A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

HERMANOS...

Luiz Di Palma e Luiz Pereira Bueno, dois grandes pilotos com dois grandes carros.

  Confesso que sempre fui fã do automobilismo praticado na Argentina, ia muitas vezes com minha mãe a Montevideo onde morava um tio dela, o maestro Raphael Angrisani, e de lá sempre íamos à Argentina. Com dez/onze anos lia a Parabrisas Corsa, a excelente revista sobre automobilismo, coisa que só teríamos aqui alguns anos mais tarde com a antiga AutoEsporte.

Comparar o automobilismo deles com o nosso na década de 1960 era impossível. Não sou fã de futebol, mas seria algo como comparar meu grande São Paulo Futebol Club ao Ibis, que pelo que ouvi dizer nunca venceu nada, três mundiais e outros milhares de títulos contra nenhum.

Sim, na década anterior tivemos “seu” Chico, Fritz D`Orey e outros andando muito bem mundo afora, e eles tinham o Quintuple. Ao parar Fangio fez muito pelo automobilismo de lá, o profissionalizou de forma séria, sem mutretas ou preferidos, muitos autódromos, enquanto nós só tínhamos Interlagos caindo em pedaços. Muitos campeonatos de várias categorias, com prêmios de largada e chegada, uma imprensa séria e atuante, muita divulgação. É triste, mas fora o Nelson que tentou, nenhum de nossos campeões fez nada por nosso automobilismo, principalmente o de base que revela tantos talentos.

Comecei a escrever provocado por um comentário de meu amigo Walter para comparar o Berta LR x Porsche 908/2, e já que estou divagando vou continuar, perdoem-me.

Divagando lembro muito bem que no Torneio Sulam de 1971, correndo como Novato, tive o privilégio da amizade de um casal argentino dono de uma das equipes que aqui vieram, ela muito simpática lembro bem, ele afável e profundo conhecedor. Eles queriam me levar para correr lá, sem custo algum, apenas com meu trabalho em sua equipe, um dia sentados no box conversávamos e me disseram “lá você vai fazer mais de quarenta corridas em uma temporada, enquanto aqui....”. Em 1971 tivemos se tanto dez corridas. Nunca tive autorização de meus pais e o sonho se esvaiu, ainda mantive contato com eles por quase dois anos, depois a vida me levou para outros caminhos, muito longe do que eu amava fazer.

Berta LR-Cosworth

 Logo após o show portenho nas 84 Horas de Nurburgring 1969, capitaneado por Fangio tendo Berta como preparador, quando levaram o três Torino 380W quase à vitória. Gostaria muito de escrever sobre a corrida, mas teria que ter a inspiração de Gardel, o Autódromo Municipal de Buenos Aires receberia, no começo de 1970, uma corrida com os carros do Mundial de Marcas extracampeonato para a homologação da pista.

Um dos Torino e Nurburgring.


Conta a lenda que Berta projetou e construiu o carro em três meses, o certo é que ele já tinha o caminho das pedras, construía protótipos que lá corriam. Cambio Hewland, motor Ford-Cosworth DFV e o sonho deles correrem o Mundial de Marcas estava pronto.

Luiz Di nPalma e o Berta-Cosworth em Buenos Aires 1970.


Com a nata dos carros e pilotos que disputavam o mundial Luiz Di Palma/Carlos Marincovich fazem o terceiro tempo na classificação, atrás do Porsche 917K de David Piper/Brian Redman e da Alfa Romeo T33/3 de Piers Courage/Andrea de Adamich, e uma posição à frente do Porsche 908/2 de Jochen Rindt/ Alex Soler Roig. Não vou pesquisar, mas se não me falha a memoria pularam na frente e lideraram por algum tempo, quebraram.

84 horas de Nurburgring

link

http://www.marambio.aq/torinonurburgring.html

Berta LR Tornado x Porsche 908/2, Torneio Sulam 1971 continuo...

 

Rui Amaral Jr

 PS: Onze anos atrás eu já reverenciava aqui o Mago de Alta Gracia...

Oreste Berta

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4 comentários:

  1. Na primeira foto alem do Luizinho aparece a Lola do Avalone e um carro azul que parece ser im Firia, certo ?

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    1. Sim Zé, o Furia Chevrolet de PV, mais atrás dois Pumas.

      Abração

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  2. Muito bom revisitar o texto de 2011, sobre o grande Berta.

    E agora, em 2022, você nos lembra da excelente AutoEsporte, a melhor sobre automobilismo (disparadamente melhor do que a frágil 4Rodas).

    Os depoimentos de Berta sobre o apoio de Fangio são muito importantes: o multi-campeão se envolveu diretamente na realização de corridas e de feitos automobilísticos que elevaram o automobilismo argentino. Os nossos campeões não tiveram essa capacidade de gestão (alguns, nem mesmo a vontade...).

    Mas o melhor desse 'post' foi a potencial internacionalização da carreira de Rui Amaral: ir para a Argentina poderia ter sido mais importante do que ir à Inglaterra.

    P.S. Esse bonito Torino da foto, que correu em Nurburgring, teve um acidente feio, logo no começo dos treinos. Quem pilotava o carro? Oreste Berta, o próprio!

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    1. Oreste era alicaton!rsrsr
      No vídeo que vc enviou conta da trocxa de informações entre ele e Nestor Garcia Vega quando testaram o F.Um e o Formula 5.000, no 5.000 não ficava muito longe masss no F.Um.

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