A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 28 de maio de 2018

TOMBAMENTO - AUTÓDROMO DE INTERLAGOS UM PATRIMÔNIO BRASILEIRO - Por José Eduardo Lefèvre

AUTÓDROMO DE -INTERLAGOS – UM PATRIMÔNIO BRASILEIRO

Este texto tem por objetivo demonstrar a conveniência e a necessidade da preservação do Autódromo de Interlagos como Patrimônio Ambiental, integrado à preservação já incidente sobre a área do bairro residencial de Interlagos, objeto da Resolução CONPRESP 18/2004, de 23/11/2004, pelo seu valor ambiental, paisagístico, histórico e turístico, bem como à preservação legal incidente sobre as áreas de mananciais do Estado de São Paulo.
Diretamente relacionada à atividade exercida no Autódromo de Interlagos foi feita a solicitação ao CONPRESP de registro como bem imaterial da prática de automobilismo a ele associada, atualmente em exame.
Bens materiais foram objeto de tombamento pelo CONPRESP na área de influência do Autódromo, como o conjunto de edifícios do antigo Santa Paula Iateclube, pela Resolução CONPRESP 03/2007, que inclui a Garagem de Barcos, obra icônica projetada por João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi.

DA IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DE AUTÓDROMOS DE PROJEÇÃO INTERNACIONAL
Diversos autódromos consolidaram-se como importantes focos de referência e significado turístico e econômico de nível internacional, como os de Indianápolis, Silverstone, Monza, Nürburgring entre outros. Estes autódromos, além de sediarem eventos esportivos importantes, abrigam atrativos de natureza diversificada, como museus dedicados à memória e manutenção de seu significado cultural, instalações e equipamentos com atividade econômica expressiva, ou estão integrados a parques e equipamentos abertos à população.
O conjunto de Indianápolis, nos Estados Unidos, o autódromo importante mais antigo do mundo em atividade, cuja construção teve início em 1909[1], e teve a primeira prova de relevo, a 500 Milhas de Indianápolis, em 1911, é objeto de tombamento nacional – designada como National Historic Landmark [2]– desde 1987, dele fazendo parte o International Motor Speedway Museum[3], cujo acervo inclui elevada qualidade e quantidade de veículos, ligados ou não diretamente ao autódromo. Nos Estados Unidos o automobilismo é o segundo esporte mais popular e a prova das 500 milhas de Indianápolis o evento no mundo que reúne regularmente o maior público em um só dia – cerca de 300.000 pessoas.
O conjunto de Silverstone, na Inglaterra, cuja implantação teve início em 1948 em um dos muitos campos de aviação da Segunda Guerra Mundial, teve sua primeira prova de Grand Prix, a categoria que antecedeu a Fórmula I, em outubro daquele ano, organizada pelo RAC –Royal Automobile Club. Ao longo dos anos se consolidou como o principal autódromo do Reino Unido, palco de inúmeros eventos de automobilismo e motociclismo, da primavera ao outono, e como importante local de testes e treinos da indústria automobilística. Mas o autódromo histórico mais importante do Reino Unido é, sem dúvida alguma, o de Brooklands [4], localizado em Surrey, na Inglaterra, próximo a Weybridge. Foi inaugurado em 1907, sendo o primeiro circuito para corridas de veículos a motor construído com essa finalidade. Desde o início o autódromo compartilhou a área com atividades ligadas à aeronáutica, de campo de pouso a galpões para abrigo e manutenção de aeroplanos, escola de pilotagem e instalações para a fabricação de aeronaves a partir de 1913. Por volta de 1918 havia se tornado o maior centro da indústria aeronáutica britânica. Durante o período da 1ª Guerra Mundial as atividades de corrida foram suspensas. Entre 1920 e 1939, no Circuito de Brooklands foram disputadas inúmeras provas de Grand Prix, de motociclismo e de ciclismo e realizadas disputas por recordes mundiais de velocidade. Durante a 2ª Guerra Mundial as corridas foram suspensas e a área foi, inclusive, bombardeada, sendo um alvo importante devido às instalações aeronáuticas. No pós-guerra o circuito estava abandonado e a área foi vendida à Vickers-Armstrong para sediar instalações industriais, interligadas ao campo de pouso. Uma parte das suas pistas elevadas foi demolida e o circuito não foi recomposto. Em 1987 foi constituído o Brooklands Museum Trust[5], uma entidade jurídica não lucrativa formada para administrar recursos voltados à manutenção e preservação do conjunto remanescente do circuito e o Museu criado com acervo de veículos e objetos ligados à sua história, bem como de toda a atividade aeronáutica que ali teve lugar. Os remanescentes do Circuito de Brooklands, do aeródromo anterior à Segunda Grande Guerra, da torre de canhões antiaéreos Bofors e respectivos abrigos e o Memorial Brooklands são monumentos nacionais identificados (Scheduled Monuments) e os hangares e as edificações ocupados pelo Brooklands Museum,  The Club House, Bellman Hangar, The Members Hill Restaurant, são listados pelo órgão nacional de preservação Historic England no Grau II como bens culturais preservados[6]
O Autódromo de Monza está integrado a um grande parque público aberto à visitação – o Parco di Monza – instituído em 1805 por iniciativa de Napoleão Bonaparte com a intenção de criar um estabelecimento agrícola modelo e uma reserva de caça[7]. O Autódromo, cuja construção foi decidida em janeiro de 1922, teve a pista inaugurada em julho do mesmo ano[8], sendo o quarto circuito construído para competições de velocidade, após Brooklands, Indianápolis e Berlim, de 1921. Desde a sua inauguração até 1940 a atividade automobilística no circuito foi ininterrupta. Em 1948 o Automobile Club Milano assumiu a recuperação do Autódromo, que no mesmo ano já recebeu provas de automobilismo e motociclismo, que se sucedem até hoje. O Parque de Monza, os seus jardins e o Palácio da Villa Real constituem bens culturais elegíveis a Patrimônio Mundial pela UNESCO, mas questões ligadas à operação e presença do autódromo e de uma área de uso reservado à prática de golfe impediram a sua efetivação. A integração do autódromo e suas atividades como bens culturais foi aceita no meio cultural, tendo como base disposição básica elaborada em Plano Regulador Geral, em 1997, por Leonardo Benevolo, estando prevista a demolição de cerca de 90% das curvas elevadas construídas em 1955, mas interesses financeiros acabaram travando esse desenvolvimento[9].
O Circuito de Nürburgring foi projetado a partir de 1925 e inaugurado em 1927, com três objetivos: servir de pista de testes para a indústria automobilística, realizar provas diversas, de Grand Prix e outras categorias e permitir acesso público a uma pista de velocidade. Até 1940 a pista sediou corridas em seus cerca de 23 km de pista. Foi reaberta em 1948[10], voltando a ser palco do Grande Prêmio da Alemanha em 1951, até 1976, quando foi transferido para Hockenheim, por razões de segurança ligadas ao seu extenso traçado. Em 1985 a Fórmula 1 retornou a Nürburgring, em um traçado reduzido a cerca de 5km, o que se repetiu em 2009, 2011 e 2013. O conjunto continua em uso para competições e disponível para acesso pago às pistas pelo público.
O circuito alemão mais antigo é o de AVUS, em Berlim, abreviatura de Automobil-Verkehrs-und ÜbungsStrasse (Via para tráfego automotivo e treinamento), concebido em 1907, mas só inaugurado em 1921. O seu traçado era constituído por duas longas pistas paralelas ligadas por curvas nas duas extremidades. As pistas paralelas fazem parte de uma Autobahn e as curvas de ligação, não, assim como as edificações de torre de controle, tribunas e alguns galpões. Na inauguração o traçado tinha 19,5 km de extensão, com cada pista reta tendo aproximadamente 9 km. As altas velocidades alcançadas nas retas tornavam o circuito muito perigoso, uma das razões para o predomínio de realização de provas importantes em Nürburgring. A curva do lado Norte foi reconstruída em 1936 com uma inclinação superior a 40°, o que permitia manter altíssimas velocidades, levando a enormes exigências sobre o conjunto mecânico-humano. Em 1938 as competições em AVUS foram suspensas, sendo retomadas em 1951, com o traçado reduzido para 8,3 km. Em 1959 ocorreu ali uma única prova de Fórmula 1. Em 1995 foi realizada a última competição automobilística em AVUS [11].
Na França, os mais antigos circuitos são os de Montlhéry e de Le Mans. O de Le Mans[12], localizado a cerca de 40 quilômetros ao Sul de Paris, tem sua história e atração ligadas à disputa das provas de 24 Horas, ali disputadas desde 1923, suspensas entre 1940 e 1948. O autódromo de Le Mans é, na realidade, restrito a dois circuitos permanentes, conhecidos como Circuito Bugatti, concluído em 1965, com cerca de 4,2 km e Maison Blanche, concluído em 1976, que permite cinco opções de traçados diferentes, de menores dimensões. O Circuito principal, onde se disputam as provas automobilísticas de 24 Horas, é conhecido como La Sarthe, com cerca de 13,6 km, e ocupa estradas locais que são fechadas ao tráfego normal temporariamente. O Circuito Bugatti recebeu uma prova de Fórmula I, o Grande Prêmio da França de 1967.
O Circuito de Montlhéry[13], a 24 km de Paris, foi inaugurado em 1924, sendo, portanto, o quinto autódromo permanente construído no mundo, se considerarmos AVUS como instalação permanente. Trata-se de um circuito oval com duas grandes curvas com pista sobre-elevada unidas por retas de 180 metros, tendo no total cerca de 2,5 km. Foi utilizada pelas fábricas de automóveis e revistas automotivas para testes, por competidores de recordes de velocidade e também para competições, desde 1925 até 1939. Após a guerra, o circuito foi reaberto em 1949 para as atividades de testes e, ocasionalmente, para competições, até ficar evidente que suas características eram incompatíveis com as velocidades dos carros de competição, na década de 1960.



DA IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DAS QUALIDADES ÚNICAS E INIGUALÁVEIS DE INTERLAGOS
1-     EM TERMOS DO AUTOMOBILISMO DE COMPETIÇÃO
O circuito de Interlagos apresenta um traçado com uma variedade excepcional de situações de pista que é essencial para o automobilismo de competição: curvas de raios grandes e raios pequenos, curvas de raio constante e de raio variável, curvas de alta, média e de alta velocidade, curvas verticais com subidas e descidas em todo o circuito, pontos de ultrapassagem. A tal ponto que é considerado, pelos pilotos que ali atuaram, uma verdadeira aula de aprendizado de pilotagem, responsável pela formação de gerações de pilotos.
2-     EM TERMOS DE ESPETÁCULO PARA O PÚBLICO
A topografia da implantação do autódromo permitiu algo excepcional como participação do público: a possibilidade de visualizar não apenas um trecho de pista próximo ao espectador, mas quase todo o conjunto de pistas. A visão a curta, média e longa distância permite, de quase todos os pontos do autódromo, acompanhar a evolução de uma competição na íntegra, as ultrapassagens, as acelerações e frenagens, ou seja, todas as emoções presentes em uma competição.
Estas qualidades são importantes para o público presente ao autódromo e para o público que acompanha pela televisão, de vez que o autódromo é razoavelmente compacto, permitindo um televisionamento de acompanhamento muito eficaz.
3-     EM TERMOS DE SEGURANÇA PARA OS PILOTOS
Ao longo do tempo, o autódromo foi sendo muito aperfeiçoado no que se refere à segurança, com a abertura de áreas de escape seguras e de pistas auxiliares para o deslocamento de veículos de assistência em casos de atendimento a acidentes durante as competições.

Fazendo um balanço comparativo com os grandes autódromos internacionais, percebe-se a importância da conjugação das qualidades de Interlagos, proporcionadas pelo seu sítio natural e pela feliz concepção original. Grande parte dos autódromos foi implantada em áreas planas, como antigos campos de pouso, que não possibilitam uma visão de conjunto e nem as variações de subidas e descidas. É o caso de Silverstone ou Brooklands. Outros, estão situados em áreas rurais de topografia variada, portanto com subidas e descidas acentuadas, como Spa-Francorchamps e Nürburgring, mas que não ensejam um domínio visual do conjunto da pista como acontece em Interlagos. Muitos foram construídos em áreas planas e desérticas, como as pistas mais recentes do Oriente Médio, que foram projetadas e construídas com a intenção de possibilitar visão de conjunto, como de Abu Dhabi, Dubai, Qatar.
Como local para o espetáculo de competições Interlagos não comporta, por exemplo, o público que comparece às provas das 500 milhas de Indianápolis, que pode ultrapassar os 300.000 espectadores, criando uma atmosfera similar a um grande estádio de futebol repleto para uma final de campeonato, algo inesquecível. Mas a visão das pistas em Interlagos é muito maior do que a possível em Indianápolis.



DA QUALIFICAÇÃO DA ÁREA DO AUTÓDROMO DE INTERLAGOS PARA O TOMBAMENTO AMBIENTAL

O Autódromo de Interlagos ocupa uma área significativa, quase equivalente à área do Parque do Ibirapuera, que está localizada entre os reservatórios Billings e Guarapiranga. Apenas uma pequena parte dessa área está ocupada com construções ou se encontra impermeabilizada. Em sua maior parte está desocupada e é permeável. É vizinho à área do loteamento Interlagos, residencial, objeto do tombamento ambiental estabelecido pela Resolução 18/CONPRESP/2004 e, com essa área contígua, integra a área urbanizada pelo Engenheiro Louis Romero Sanson com projeto apresentado em 1926.
Por ocupar uma área em bacia, é separado do loteamento residencial pelo espigão da Avenida Interlagos, o que significa que o som direto produzido pela atividade automobilística não atinge aquele bairro.
A atividade automobilística do Autódromo de Interlagos é objeto de um pedido de sua classificação como Patrimônio Imaterial, submetido ao CONPRESP. Consideramos que não se aplica ao Autódromo o seu tombamento como bem material isolado, devido ao fato de que não há ali construções de interesse arquitetônico ou histórico que justifiquem a sua preservação. O que justifica a sua preservação é o conjunto:
1-     o seu traçado de pistas integrado à topografia;
2-     a ampla e excepcional visibilidade proporcionada pela sua disposição;
3-     a importância histórica e de memória de toda a atividade automobilística já ocorrida em Interlagos desde sua inauguração em 1940, expressiva em termos não apenas municipais ou estaduais como nacionais e internacionais;
4-     a sua integração ao tombamento ambiental do bairro contíguo e residencial de Interlagos;
5-     a sua localização e relação com os reservatórios mananciais de Guarapiranga e Billings;
6-     a sua baixa ocupação atual.
A eventual ocupação da área do Autódromo de Interlagos com prédios, residenciais ou comerciais, representaria um grande retrocesso na qualidade ambiental de toda a área do Autódromo e sua região envoltória, com consequências em toda a área metropolitana. Mencionando manifestação recente do Professor Cândido Malta Campos Filho, é impossível autorizar ou promover a construção de mais e mais prédios, Qual é a resiliência dos mananciais em receber mais e mais edificações? O conceito de resiliência se aplica perfeitamente a essa especialíssima região. À medida que novos loteamentos são abertos e mais edificações vão impermeabilizando o solo, menor se torna a absorção das águas de chuva pelo solo, recarregando o lençol freático. Soma-se o prejuízo da poluição difusa que os esgotos não são capazes de retirar, a qual, somada ao assoreamento que a abertura de ruas e lotes produz, que reduz progressivamente a capacidade de diluição dessa mesma poluição difusa, aponta para a perda total desses mananciais da Billings e Guarapiranga: os principais da metrópole. E o adensamento na região de Interlagos, na boca de entrada da região, estimulará de vez essa ocupação urbana predadora ambiental, que levará à perda irreversível desses mesmos mananciais. Não apenas como a cada vez mais escassa água potável metropolitana, mas também com a maior área de lazer com muito verde e grandes lagos de nossa metrópole, uma das maiores do planeta. Manter Interlagos, amplo e horizontal, com um máximo de verde e pequenos lagos em seu interior, sim. 

Transformá-lo em Interprédios, nunca.

José Eduardo de Assis Lefèvre



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Acabei de conversar com o Professos Lefèvre, o pedido de tombamento já foi entregue no COMPRESP, CONDEPHAT, aliás ele estava no elevador quando me deu a noticia...agora mais que nunca precisamos do apoio de todos!

Com Chico Lameirão, Roberto Zullino...

Rui Amaral Jr 






quarta-feira, 16 de maio de 2018

INTERLAGOS VIVE!

Sérgio Martins, Gilberto Natalini e Chico Lameirão.

Senhor Prefeito


Vimos através deste abaixo assinado solicitar a Vossa Excia. que implemente na área do Autódromo de Interlagos:


1º) Manutenção das atividades do esporte automobilístico; e


2º) Implantação de Parque Público aberto à toda a população na área do envoltório do Autódromo.


Esse pedido se deve à importância da atividade do esporte automobilístico para a cidade, e das características da área, situada entre duas represas de São Paulo, Billings e Guarapiranga, com a necessidade imperiosa de preservar sua permeabilidade, o verde, as nascentes, a fauna, e assim requalificar o espaço urbano na região.


Pelo Autódromo! Pelo Parque! Contra os prédios no local!

Gilberto Natalini

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Prezados


Envio texto do vereador Gilberto Natalini para o AVAAZ.


Sérgio Saraiva Martins

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Recebemos ontem do Sérgio - o Professor Candido Malta Filho,  Professor José Eduardo Lefèvre, Chico Lameirão, Roberto Zullino e eu - a manifestação do Vereador Gilberto Natalini que mostro acima, mensurar o apoio que recebemos deles é impossível.
Arquiteto Sérgio é assessor de Assuntos Urbanísticos do Vereador Natalini e tem sido um constante e importante interlocutor, no sábado quando está em seus afazeres pessoais atende nossos telefonemas.
Abaixo novamente coloco o endereço do AVAZZ com a petição do Professor Candido Malta Filho, assinem por favor.

Rui Amaral Jr

AVAZZ - LINK


  





terça-feira, 15 de maio de 2018

Vamos salvar Interlagos!


 Nossa batalha pela salvação de Interlagos começou, da reunião que mostrei à vocês na semana que passou o Professor Candido Malta Campos Filho começou à agir encabeçando a petição pública no AVAZZ.
Assinem por favor e divulguem, a batalha é justa e apenas começamos!

Rui Amaral Jr  

sábado, 12 de maio de 2018

INTERLAGOS SEMPRE...INTERPRÉDIOS NUNCA!

Chico Lameirão, o Vereador Gilberto Natalini, o arquiteto Sérgio Martins e o Professor Walter Pires.
Os Professores Candido Malta Filho, José Eduardo Lefèvre, Ricardo Bock e Walter Pires, entre eles Roberto Zullino.
O Vereador Gilberto Natalini e Chico de costas, eu, Professor Candido Malta Filho, Professor José Eduardo Lefèvre, o arquiteto Sergio Martins e o Professor Ricardo Bock.

  Quarta feira dia 9 de Maio tivemos uma reunião muito produtiva com o Vereador Gilberto Natalini e seu assessor para assuntos urbanísticos Sérgio Martins quando o Professor Candido Malta Filho, o Professor José Eduardo Lefevre e Roberto Zullino colocaram o combativo vereador e seu assessor à par de nossa batalha para salvar o Autódromo José Carlos Pace-Interlagos das mãos de quem o quer liquidar, transformar num emaranhado de prédios certamente por interesses inconfessáveis.

Chico, Ricardo, Zullino, eu e certamente grande parte de nossa categoria agradecemos imensamente o apoio do Professor Doutor Candido Malta Campos Filho, do Professor Doutor José Eduardo Lefèvre e agora do Vereador Doutor Gilberto Natalini e  do arquiteto Sérgio Martins. 
É inestimável o apoio deles!

Breve teremos novidades...

Rui Amaral Jr

 O ESTADO DE SÃO PAULO - 7 DE MAIO DE 2018
 A pretensão dos que querem destruir o autódromo e uma área de preservação da cidade.   


    

segunda-feira, 7 de maio de 2018

INTERPREDIOS...NUNCA!

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO - 7 DE MAIO DE 2018


 À partir de um comentário do Chico Lameirão e posteriormente um meu no Fórum dos Leitores do Estadão - O ESTADO DE SÃO PAULO - tivemos a grata surpresa de sermos contactados através do senhor Luiz Francisco Baptista da prestigiosa AUTOMOTOR que nos apresentava o arquiteto Professor Luiz Eduardo Lefèvre que de pronto ofereceu a sua prestigiosa ajuda em nossa batalha para salvar o Autódromo José Carlos Pace-Interlagos das mãos de quem claramente através de uma manobra pretendia transforma-lo num amontoado de prédios!
Conversei muito com o Professor Lefèvre e trocamos muitos e-mails, sempre mantendo o Chico e depois o Roberto Zullino ao par de tudo. Depois de um almoço onde compreendi seu interesse por nossa causa...acontece que o Professor Lefèvre é um aficionado por automobilismo, frequentava Interlagos desde a adolescência conhece todos nossos heróis do tempo em que Interlagos era o Templo e...fã do Chico!
Marcamos outro almoço no dia  da Audiência Publica na Câmara Municipal, e na audiência para nossa surpresa lá estava o Professor Candido Malta Filho prestigiando nossa demanda!
Acontece que desde nossa primeira troca de e-mails o Professor Lefèvre já havia consultado seu amigo o Professor Candido Malta Filho e ele manifestado seu apoio como nos e-mails que mostro à seguir com a autorização deles.
Foi onde li pela primeira vez a palavra Interpredios cunhada por este renomado arquiteto, ferrenho defensor de um crescimento consciente de nossa cidade e opositor de muitos que a querem transformar num amontoado de concreto mesmo que para isto milhares percam seus empregos, como no caso de Interlagos e relegando nossa história à segundo, ou terceiro plano.
Na quarta feira teremos novo encontro e com a certeza dos muitos apoios que conseguimos tiraremos Interlagos das mãos sequiosas de seus algoses! 
Quero deixar aqui bem claro que nós não temos nenhum interesse financeiro nesta ação...queremos apenas preservar nosso Templo para futuras gerações!

Muito obrigado Professor José Eduardo Lefèvre, agora meu amigo Zé Eduardo, por sua iniciativa. Muito obrigado Professor Candido Malta Filho, seu apoio é fundamental e muito obrigado à todos que vierem a se juntar nesta batalha.

Interlagos não vai acabar!!!!!

Rui Amaral Jr


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À  seguir os e-mails trocados com o Professor Lefèvre e o Professor Candido Malta Filho.

12 de Março de 2018

Caros amigos Rui e Chico,

Repasso a troca de mensagens que mantive com o Professor Cândido Malta, figura de relevo no meio técnico do urbanismo e planejamento,  que será  essencial na nossa iniciativa de obter  apoio para barrar a tentativa de implantar prédios no meio do autódromo, para alguns ganharem muito dinheiro às custas de um patrimônio público e coletivo.
Peço para seja mantido uma certa discrição quanto à divulgação das palavras do Professor Cândido pois, assim como ele tem amigos e admiradores, também tem detratores, e o seu apoio pode gerar alguma animosidade entre os que não vão com a sua cara.

Um abraço, até amanhã !

José Eduardo 

Prezado José Eduardo : autorizo a divulgação entre aqueles que voce julgar conveniente. Abraços de Candido Malta.
  
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12 de Março de 2018

Prezado amigo Prof. Cândido,

Como tem passado  ?  Estimo que esteja tudo bem consigo!

Envio esta mensagem para receber um comentário seu, se possível, a respeito da proposta da atual gestão municipal de permitir a construção de prédios residenciais e comerciais dentro da área do Autódromo de Interlagos.

Considero esta iniciativa totalmente esdrúxula e motivada pelo interesse em extrair dinheiro  de uma área municipal que tem um uso público, favorecendo o setor imobiliário em detrimento do interesse geral da população.

Claro, há o interesse do setor ligado ao automobilismo em continuar com o uso para essa finalidade. Esta é uma atividade que congrega um número razoável de pessoas e empresas, o que representa uma movimentação financeira e econômica não desprezível e não imobilizada, pela sua própria natureza.

Pessoalmente, posso lhe confirmar, tenho uma ligação emocional com o automobilismo, que vem de longa data, mas nenhuma  ligação financeira. Assim como o nosso saudoso colega Ludovico Martino gostava de relógios, eu gosto dos automóveis antigos, é um fato. Mas isso não vem em conta agora.

O bairro de Interlagos tem tombamento ambiental, com limitação de gabarito de altura construída. Há  também uma área preservada pelo Estado, do chamado Laguinho de Interlagos (que não é o lago do autódromo).

A ocupação do Autódromo com prédios como pretende a administração,  e ainda mais como imagina o atual presidente da Câmara, representaria uma excrescência  ambiental horrível e predatória.

Na minha opinião,o melhor aproveitamento para Interlagos seria sua efetivação como parque, com uma densa arborização em suas bordas, que valorizasse o ambiente interno, mantendo a visibilidade necessária, e o convívio com as atividades normais do  autódromo, o que é perfeitamente possível.

O tombamento do autódromo, apesar de sua importância como local de memória e seu valor histórico, seria uma medida de valor questionável, a menos de um tombamento ambiental, pois a sua materialidade não inclui construções de interesse arquitetônico ou histórico. O que se pretenderia preservar, que é a atividade, não é passível de tombamento. Foi encaminhada ao CONPRESP há uns dois anos, depois de minha gestão na Presidência, uma solicitação de inscrição do automobilismo como bem imaterial, mas esse registro não cria limitações legais físicas. Mesmo o outro ponto de interesse, que é o da visibilidade interna, deveria ser objeto de uma legislação de visuais, e não de tombamento material. O tombamento ambiental talvez possa dar conta das visuais.

Encaminhei ao nosso amigo Vereador Natalini uma consulta semelhante para conhecer a opinião dele a respeito. Creio que será apenas com a soma de manifestações e posicionamentos a respeito deste assunto que o trator em marcha poderá ser contido.

Com grande estima e apreço,

José Eduardo de Assis Lefèvre

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2018-03-12 16:45 GMT-03:00

Prezado José Eduardo : Compartilho de suas opiniões. Um tombamento como espaço de valor ambiental seria muito bem acolhido. Quando se desfruta das corridas desfruta-se simultaneamte da paisagem Interlagos.Uma paisagem aberta de amplas visuais para o entorno. Com bairro tombado estritamente residencial ao lado, que compõe essa paisagem . Com os edifícios obstruindo essa largueza de visão, a paisagem deixa de ser Interlagos. Se torna "Interprédios: entre "Interlagos" ou :"Interprédios" a população paulistana em sua maioria não tenho duvidas optará pela primeira opção. O Setor Imobiliário, através de  sua cúpula dirigente,  só tem sabido ganhar dinheiro  entupindo a cidade de prédios, a despeito da capacidade de suportre infraestrutural , destacadamente a de transporte, impedindo que cálculos técnicos determinem  quantos m2 podem ser construídos em cada região da cidade, completando a lei de zoneamento . Um cálculo que dirigi tecnicamente em 2008 , que custou 2,5 milhões de reais ,   foi contratado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos em convênio com a Prefeitura de São Paulo , sendo Serra Prefeito e Alckmin governador, acabou por ser abortado depois de pronto  na gestão do Prefeito Kassab e, ao que eu sei, por determinação política  dos mesmos empresários . E buscou-se transforma-lo em mero estudo acadêmico, porém ele atendia a uma exigência do Plano Diretor da Gestão da Marta Suplicy, sendo secretário do planejamento Jorge Wilheim. Uma exigência técnica legal que o Plano Diretor de Haddad infelizmente eliminou, em grande retrocesso. E que agora a Gestão Dória também está desconhecendo, como se, mais e mais prédios coubessem, sem verificar se há ou não capacidade de suporte em suporta-los,  por toda a cidade, inclusive na sensível região dos mananciais. Lá se coloca além da capacidade de suporte do sistema de transporte, a capacidade de suporte ambiental. Qual é a resiliência dos mananciais em receber mais e mais edificações?  O conceito de resiliência se aplica perfeitamente a essa especialíssima região. A medida que novos loteamentos são abertos e mais edificações vão impermeabilizando o solo, menor se torna a absorção das águas de chuva pelo solo, recarregando o lençol freático. Soma-se  o prejuízo da poluição difusa que os esgotos não são capazes de retirar, a qual, somada ao assoreamento que a abertura de ruas e lotes  produz , que reduz progressivamente a capacidade de diluição dessa mesma poluição difusa, aponta para a perda total desses mananciais  da Billings e Guarapiranga : os principais da metrópole. E o adensamento na região de Interlagos , na boca de entrada da região , estimulará de vez essa ocupação urbana predadora ambiental , que levará a perda irreversivel desses mesmos mananciais. Não apenas como  a cada vez mais  escassa agua potável metropolitana, mas também com a maior área de lazer  com muito verde  e grandes lagos de nossa metrópole, uma das maiores do planeta.  Manter Interlagos, amplo e horizontal, com um máximo de verde e pequenos lagos em seu interior, sim. transformá-lo em Interprédios, nunca. 

Um abraço de Candido Malta .   



Prezado José Eduardo : autorizo a divulgação entre aqueles que você julgar conveniente. Abraços de Candido Malta.