A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 30 de maio de 2023

MÉXICO 1964 A DECISÃO DO MUNDIAL DE FORMULA UM

 

A Ferrari 158 de Big John com as cores da NART.

Dan vence com a Brabham BT7-Climax.


Naquele ano a Cidade do México veria a decisão do Mundial de Formula I, o Campeonato havia sido disputadíssimo. Jim Clark com o Lotus-Climax 33 ganhara os GP da Bélgica,Holanda e Inglaterra, John Surtees  Alemanha e  Italia, Lorenzo Bandini na Austria, Hill em Mônaco e nos EUA, e Dan Gurney o GP da França e por fim esse GP do México.
Na época o sistema de pontuação era 9 pontos para o primeiro a partir dai 6/4/3/2/1 até o sexto colocado. Apenas seis resultados valeriam para o campeonato, assim os pilotos descartavam os seus piores resultados, assim a F I chegou ao México com Hill tendo 39 pontos depois da vitória nos EUA, Surtees 34 e Clark 30. Em caso de vitória de Clark ele seria campeão não importando a colocação dos outros pilotos, pois havia abandonado em cinco corridas.
Na classificação o que se viu foi o Clark de sempre, abriu quase um segundo de Dan Gurney- Brabham BT7 Climax - vindo a seguir Bandini com uma Ferrari estranhamente azul e branca da NART - Nort American Racing Tean. Surtees, Spencer e Hill em sétimo. A Ferrari trouxe um terceiro carro para o ídolo local e depois mundial Pedro Ródriguez.

Clark e Dan pulam na frente.

Na largada Clark a seu estilo dispara, Gurney em segundo a seguir Bandini, Spence, Richie Guinther de BRM. Surtes e Hill perderam várias posições e brigavam após o nono colocado. Numa recuperação surpreendente Hill na décima segunda volta toma o terceiro lugar de Bandini, só que não consegue partir para cima do Lotus-Climax de Clark e da Brabham de Gurney. Bandini segue colado a Hill quando Surtees chega e por ordens da equipe o ultrapassa mas não consegue chegar em Hill, vendo a situação a equipe manda Bandini tomar o lugar de Surtees para tentar tomar o lugar de Hill. Na frente Clark soberano caminha para seu Bi-Campeonato seguido de Gurney.




Bandini tenta tomar a posição de Hill, manobra desastrada ou proposital?
No enrosco Hill se dá mal e Bandini segue em terceiro lugar.


Numa manobra no mínimo descabida Bandini tenta ultrapassar Hill e os dois se enroscam tendo Hill levado a pior e Bandini assumindo o terceiro lugar para logo a seguir deixar Surtees que vinha em quarto ultrapassa-lo.

Não creio sinceramente que Bandini tenha feito de propósito, naquela altura da corrida Clark era Campeão do Mundo, depois de algumas voltas faltando apenas uma ou duas para o término Clark mais uma vez é vitima do destino e seu motor Climax começa a perder rendimento e outra vez o deixa a pé, mas mesmo assim na quinta posição. Vence Gurney com Surtees, Bandini, Spence, Clark e Rodriguez.
Fazendo assim a Ferrari de Big John seu Campeão do Mundo de Formula I.
Surtees 40 pontos, Hill 39, Clark 32, Bandini 23, Richie Guinter 23 e Gurney 19.
Não creio de coração que Bandini tenha dado uma de Prost ou Schummi, naquela altura da corrida, Clark era campeão e Bandini que vinha sendo preparado por Enzo para trazer um campeonato para Itália depois do glorioso bi de Alberto Ascari em 1952/53, não se proporia a tal. Deixou Surtees passar no final num claro jogo de equipe, mas não acredito repito que tenha jogado seu carro contra o de Hill.  

Obrigado ao meu amigo Caranguejo pelas fotos e toda colaboração.

A tentativa foi no grampo que como em todas as curvas com esta configuração propiciam que o piloto que vem atrás postergue a freada e mesmo fazendo o contorno da curva mais lento tome a posição.
O incrivél circuito do México, hoje Hermanos Rodriguez, que como nosso Interlagos, hoje José Carlos Pace, foi "alterado", transformando a sensácional Peraltada em uma...Chicane!



Escrevi este post em 2010 depois em 2012 anexei mais duas fotos e postei novamente, tudo sem perceber, e sem que ninguém percebesse, um erro crasso meu. Ontem ao notar algumas visitas nele voltei a ler e percebi a bobagem. Creditei a Dan a pilotagem numa Lotus-Climax, quando na verdade ele estava com a Brabham BT7 da equipe de Black Jack. Então…

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Hill volta à Lotus...

 

Hill e a 33 em Monaco. Notem o guard rail e guia!

1967 a Lotus trás Hill para dividir a equipe com Jim Clark. A equipe estava numa transição, e enquanto trabalhava na 49-Cosworth ainda usava a Lotus 33 na maioria das vezes com o motor Climax 2.000cc, outras vezes com o Lotus 43 BRM uma tranqueirona que apenas Jimmy foi capaz de levar à uma vitória.

Hill havia pilotado para Lotus nas temporadas de 58 e 59 com poucos resultados, pelo que pesquisei apenas dois sétimos. Agora ele era campeão do mundo, com mais três vices 63/64/65, além de três vitorias no Principado, e a Lotus era uma das estrelas da categoria tendo levado Jimmy ao bicampeonato mundial, e ainda por cima preparava uma verdadeira máquina de vitórias, a 49-Cosworth.

Na primeira corrida do campeonato Hill e Clark pilotaram a 43-BRM, tendo Clark largado na terceira posição e ele na decima quinta. Na corrida Hill bateu na sexta volta e Clark quebrou na vigésima segunda, a corrida marcou a primeira vitória na categoria de Pedro Rodriguez com uma Cooper-Maserati T81.

Na segunda corrida em Mônaco a Lotus resolve levar a 33-Climax, que era o motor do regulamento anterior de 1.500cc que havia levado Jimmy à vitória nos mundiais de 1963/65, agora com a cilindrada aumentada para 2.000cc.  

Clark larga em quinto e Hill em oitavo. Na quadragésima das cem voltas Clark abandona depois de fazer a melhor volta da corrida e Hill chega em segundo, uma volta atrás de Denny Hulme de Brabham BT2--Repco-Brabham, com o Urso começando a busca que o levaria ao mundial.

Na próxima corrida na Holanda estreia a Lotus 49-Cosworth, mas aí já é outra história, que o Caranguejo ou eu já devemos ter contado por aqui...

Rui Amaral Jr


domingo, 24 de julho de 2022

FORD COSWORTH DFV

 

Zanvort 1967 o começo das vitórias...

Quanto mais escrevo, mais vou enxergando lacunas em meus textos, sei que não sou um pesquisador, nem o pretendo ser, porém este post demandou horas e horas de pesquisas.

Março de 2010; escrevi sobre o fabuloso motor e nesta semana escrevendo sobre o campeonato de 1969 me dei conta de algo que deixei escapar.

FORD COSWORTH DFV 1967

link



Era o começo do blog, e vi algo escrito por mim no primeiro lugar nas pesquisas do Google, tendo permanecido alguns anos nesta posição. Como vocês poderão notar em 2017 o senhor Rui Silva de Oliveira encontrou um erro que logo corrigi.

Fui e somos copiadíssimos, ainda mais de uns tempos para cá onde escrever sobre automobilismo virou uma febre, infelizmente de muitos que nada, ou quase nada sabem sobre o assunto...é a mudernidade!

Sério, deixei escapar que depois de sua temporada de estreia em 1967, nos anos de 1968/69 todas vitórias na categoria foram com carros que usavam o icônico motor.

Alboreto Tyrrel 011 - Detroit 1983



1968

Kyalami     1968-01-01                           Jim Clark

Jarama      1968-05-12                           Graham Hill

Monte Carlo      1968-05-26                           Graham Hill

Spa Francorchamps    1968-06-09                           Bruce McLaren

Zandvoort 1968-06-23                           Jackie Stewart

Rouen        1968-07-07                           Jacky Ickx

Brands Hatch     1968-07-20                           Jo Siffert

Nürburgring       1968-08-04                           Jackie Stewart

Monza       1968-09-08                           Denny Hulme

Mont Tremblant         1968-09-22                           Denny Hulme

Watkins Glen     1968-10-06                           Jackie Stewart

Mexico City        1968-11-03                           Graham Hill

 

1969

Kyalami     1969-03-01                           Jackie Stewart

Montjuich 1969-05-04                           Jackie Stewart

Monte Carlo      1969-05-18                           Graham Hill

Zandvoort 1969-06-21                           Jackie Stewart

Clermont-Ferrand       1969-07-06                           Jackie Stewart

Silverstone         1969-07-19                           Jackie Stewart

Nürburgring       1969-08-03                           Jacky Ickx

Monza       1969-09-07                           Jackie Stewart  

Mosport    1969-09-20                           Jacky Ickx

Watkins Glen     1969-10-05                           Jochen Rindt

Mexico City        1969-10-19                           Denny Hulme

 

Vejam que foram vários chassis, Lotus, Matra, McLaren, Brabham, todos impulsionados pelo binômio Coshorth DFV/Hewland, duas criações que tiveram o dedo do lendário Colin Chapman.


Rui Amaral Jr




quarta-feira, 22 de junho de 2022

UM POUCO DOS BELOS ANOS 60

 

Hill, Clark e Rindt em Goodwood 1966 Formula 3.


  Foi uma grande década para o automobilismo mundial, Black Jack começou como Campeão do Mundo de Formula I pilotando uma Cooper-Climax, aliás Bi já que venceu também em 1959. Foi o começo da F I de 1.500cc, regulamento que valeu até 65, quando começou a F I de 3.000cc.

Seguiram a ele Phil Hill de Ferrari 1961, Grahan Hill de BRM em 62 que repetiria o feito em 68 de Lotus-Cosworth. 63 consagrou meu maior ídolo Jim que outra vez foi Campeão em 65 com Lótus, em 64 vindo das motos onde venceu de tudo Big John levou a Ferrari a seu quarto título Mundial. 66 e 67 Black Jack resolve construir seu próprio carro de Formula I o Brabham, usava um motor Australiano o Repco desenvolvido a partir de um bloco de série e em 66 se torna Tri Campeão Mundial de F I fazendo Hulme Campeão no ano seguinte. 68 vê a chegada do provavelmente melhor motor de F I de todos os tempos, o Cosworth, dois gênios Ingleses foram os responsáveis, o projetista Keith Duckworth e Mike Costin, este último vindo da Lótus, logo a Ford viu no Cosworth DFV V8 um vencedor e encampou todo projeto vindo o motor a ser Ford-Cosworth. Também foi o ano em que os aerofólios começaram a ser usados. Em 69 o Campeão foi o piloto que mais batalhou pela segurança nas pistas Jackie Stewart correndo com um Matra-Cosworth chefiado por Ken Tyrrel. Ah... 1969 foi também o ano que mostrou Emerson Fittipaldi ao mundo.


Jack Brabhan e Denny Hulme Formula 2 em Goodwood 1966.

 

As histórias desses campeonatos vou com o tempo mostrar todas, hoje quero mostrar que esses super pilotos nessa época corriam em várias categorias, às vezes no mesmo dia. Eles não levavam para as pistas massagistas, psicólogos, assessores de imprensa, simplesmente sentavam em carros de Turismo, Formula 3 e 2, Protótipos e sentavam a bota, algumas vezes brigando com pilotos mais novos se lançando ao mundo e com muita vontade de vencê-los.

Clark como já mostrei corria de Turismo com o Ford-Cortina-Lotus de protótipos com um maravilhoso Lótus e de Formula 2 e 3. Hill, Brabham, Stewart, Hulme enfim todos, para inclusive completar seus orçamentos corriam nas categorias menores e nelas desempenhavam e lutavam com bravura, talvez até esquecendo que já tinham chegado ao topo.

 

Mike Spence de Parnell seguido de Mike Beckwith de Willment 1966.

Logo após a largada na F2 o grande pega entre Clark e Jack Brabham. Golden Coup 1962 Outon Park
 

A todos eles meu respeito e admiração.


Rui Amaral Jr


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PS: O ano 2010, começava escrever o Histórias, sempre fuçando em meus arquivos de Autosport, tentando lembrar muitas coisas, foi quando escrevi este post. Não sabia que nos próximos anos escreveria sobre tantos amigos queridos, muitos que se juntaram a mim escrevendo suas memorias e o muito que sabem sobre o automobilismo. Sinto que deixo de escrever muito, aliás que deixamos, mas tenham a absoluta certeza que tudo que aparece nestas páginas é feito com carinho, muito carinho.

Tomando a liberdade de falar por todos nós agradeço de coração os milhões de acessos que tivemos desde então. E aproveito para agradecer os próximos milhões.

Abraços

Rui Amaral Jr


domingo, 6 de março de 2022

LOTUS CORTINA

 

Jimmy

  

Vez por outra fuçando em meus arquivos antigos acho alguma foto de Jimmy Clark pilotando um Ford Lotus Cortina, já mostrei vídeos, mas nunca escrevi sobre o carro. Então vamos lá.

Em 1963 a Ford contratou Colin Chapman e a Lotus para desenvolver seu recente lançamento. O Lotus-Cortina era a ideia da Ford da Inglaterra cujo chefe de Relações Públicas da época Walter Hayes passou a tomar parte na fundação da Ford Advanced Vehicle Operation (Favo), que posteriormente foi responsável por iniciativas como o GT40 e do Escort RS.

Na época a Lotus estava desenvolvendo um motor twin-cam ( duplo comando ) com base no bloco do motor Ford de 1499cc para a sua Elan, Chapman estava muito empenhado no processo. O que levou Hayes a apresentar a proposta a ele para montagem de 1000 Cortinas para correrem no Grupo 2 da FIA pois nessa categoria poderiam ser feitas modificações substanciais nos motores, câmbios, direção e suspensão, nascia assim o projeto do Lotus Tipo-28, logo após Lotus-Cortina.

Além das pistas esse carro seria vendido ao público como um esportivo de alto desempenho. 

Lotus-Cortina MK I 1963

 

MOTOR


Baseado no bloco do motor de cinco mancais do Cortina usou muitas peças da Ford, mas com certeza não se parece muito com os motores standard do Cortina. A preparação foi projetada para a Lotus por Harry Mundy. Os projetos iniciais foram baseados em bloco Ford 1340cc de três mancais, utilizados na Anglia Classic 109E, de 1499cc, com o virabrequim aumentado para 82,55 milímetros com isso a cilindrada aumentava para 1558cc, para se adequar ao limite da classe 1600cc. Foram modificados ainda bielas, pistões e ainda usado o cabeçote Lotus de duplo comando de válvulas em alumínio.

Este cabeçote de duplo comando com duas válvulas por cilindro, desenho das câmaras hemisféricos com os lóbulos do comando agindo diretamente sobre as válvulas, possibilitou a Lotus mudar o esquema original onde coletor de admissão e escape estavam do mesmo lado para um esquema de coletor de admissão de um lado e escape do outro, podendo assim colocar as válvulas em um angulo onde a aspiração e escape fossem altamente favoráveis.


Com dois carburadores Weber 40DCOE horizontais esse motor foi equipado com um limitador de giros a 6.500rpm. Os números de desempenho oficiais Lotus foram 105bhp a 5500rpm, com torque máximo de £ 108 pés a 4000rpm. Alguns números do carro, velocidade máxima de 170 kph, 0-100 kph em apenas 10 segundos, ótimos para época.

Uma curiosidade; para manter o mesmo esquema de acionamento de bomba de água e óleo o comando original foi mantido no bloco apenas para essas funções.

Nos carros de pista os motores chegaram aos 170 HP. 

CAMBIO 

O Lotus-Cortina nasceu com a caixa de velocidades desenvolvida para o Lotus Elan, com os ralis em mente. Esta caixa de câmbio tinha as relações muito curtas e próximas, suas relações; 4ª 1.000, 3ª 1.23 2ª 1.64 e 1ª 2.51, diferencial 2.807:1.

Posteriormente para os carros de uso nas ruas e estradas foi oferecido dois diferenciais mais longos de 3.96 e 3.32 assim como algumas outras relações de marchas de outros carros da Ford.

 

 SUSPENSÃO, FREIOS E DIREÇÃO

Suspemçãao traseira.

O primeiro-Cortinas Lotus tinha o eixo traseiro com feixe de molas e sem tensores o que provocou algumas quebras de diferencial pois com a torção o óleo vazava. Em 1964 o esquema foi mudado com a troca do feixe de molas por molas helicoidais e adicionado um tensor partindo do chassi que dava mais segurança ao conjunto.

A suspensão dianteira era MacPherson com barra estabilizador e apenas foi mudada em carga de amortecedores e molas e em seu aliamento; cambagem, caster, e angulo de convergência ou divergência.

Os freios dianteiros eram Girling de 9 polegadas e os traseiros a tambor, as rodas eram de 5.5 pol. 

 

CARRO

O Cortina, Lotus-Mk.I. montados pela Lotus em sua fábrica Cheshunt no norte de Londres. Os primeiros eram sedãs de duas portas, com capota, portas e tampa da mala em alumínio para diminuição do peso. Sto. Antonio e arcos tubulares foram adicionados para enrijecimento de seu chassi.

 

Corridas

Dois Ford Falcon de 4.700cc de Roy Pierpoint e Jack Oliver à frente de Sir John Whitmore com o Lotus Cortina, Brans 1966.



 Para homologar o carro para o Grupo 2 1000 teriam que ser construídos em 1963, e o carro foi devidamente homologado em setembro de 1963, depois que 228 foram construídos. Coisas da FIA à parte no mesmo mês, na primeira excursão do carro, em Oulton Park Gold Cup, o carro terminou em 3 º e 4 atrás de dois Ford Galaxies, mas venceu os Jaguar 3,8 litros que tinham dominado as corridas da categoria por um longo tempo. Logo o Ford Lotus Cortina estava rodando em toda Grã-Bretanha, Europa e nos EUA. Com o Team Lotus correndo na Grã-Bretanha para a Ford, e Alan Mann Racing correndo na Europa, também em nome da Ford. Os pequenos Lotus-Cortinas venceram quase tudo, exceto os 7 litros V8 dos Galaxies e, posteriormente os Mustangs.

Em 1964, um Lotus-Cortina na liderança em uma curva com a sua roda dianteira no ar tornou-se uma visão familiar, como os carros foram montados com suspensão traseira macia e a dianteira rígida isso era normal. Jim Clark venceu o British Saloon Car Championship com facilidade, nos EUA Jackie Stewart e Mike Beckwith venceram as 12 horas   Malboro, e Alan Mann Racing também tiveram um bom desempenho no Europeu de Touring Car Championship, incluindo uma vitória 1-2 nas  Seis Horas International Touring Car Race em Brands Hatch.


Sir John Whitmore

 

1965 viu o Lotus-Cortina ganhar tudo, com a nova suspensão traseira o carro ficou imbatível. Sir John Whitmore dominou e venceu o Europeu de Touring Car Championship, Jack Sears ganhou a sua classe no British Saloon Car Championship (um Mustang ganhou na geral), Jackie Ickx venceu o belga Saloon Car Championship, e um Lotus-Cortina venceu a Nova Zelândia Gold Star Saloon Car Championship. Outras vitórias foram Nuburgring na corrida de seis horas, o Campeonato Nacional da Suécia e a Snetterton 500 na Inglaterra.

Jimmy

A partir de 1965 com o MK-II e a nova regulamentação para o Grupo 5 da FIA foi possível a utilização do motor Cosworth FVA com 210 hp, mas aí já existiam carros mais modernos de concepção e os Lotus Cortina chegavam a seu desenvolvimento máximo.

Para mim o que ficou para sempre é a imagem de Jimmy vindo com ele no limite máximo nas várias pistas onde deu um show pilotando-o.


BSCC Crystal Palace 1964

1967 Oulton Park Gold Cup Saloons

Neste segundo vídeo em Oulton Park o # 105 de Grahan Hill vem liderando Jim Clark até sair da pista.

Rui Amaral Jr


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Escrevi este post há dez anos, sempre que vou dar uma espiada no que as pessoas estão vendo no Histórias algumas, ou muitas, visualizações, isto me envaidece.

Ao procurar mais sobre o carro o super Racing Sports Cars me direcionou para o Histórias, fico ainda mais envaidecido!

Comecei à admirar o Cortina quando meu ídolo Jim Clark aparecia em alguma revista com ele, sempre no fio da navalha.

Tantas coisas para escrever e infelizmente nestes tempos nebulosos a cabeça desatina e quando penso que vou decolar...

Ainda bem que tenho encontrado alguns amigos, domingo passado um café muito bom com o Chico – Lameirão – à noite pizza com o Erasmo De Boer, juntando o tempo destas duas amizades algo maior que um  século!

Miguel Yoshikuma me convidou para um almoço no Paulão, não pude ir, o Erasmo foi e disse que estava muito bom.    

Encontrei também a minha querida amiga Regina – Calderoni -, pediu meu VW-Fusca por algum tempo e veio busca-lo, todas multas acima dos 180 km/h serão dela.

Desculpem se escrevo tudo isto, gosto demais de estar com os amigos, apenas me deu vontade.

Um forte abraço a todos,

 

Rui  


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

INDIANÁPOLIS 500 1966 – WACKY RACER

 

Graham

Edição especial da prova, foi sua 50ª edição. Corrida movimentada, onze dos concorrentes foram eliminados na primeira volta. O texano A.J.Foyt foi o único ferido. Ele machucou a mão ao tentar escalar o alambrado, quando tentava afastar-se do local da batida. No final, apenas sete automóveis ainda estavam rodando, na vez em que o menor número de carros terminou as 500 Milhas. Em sua primeira apresentação, Jackie Stewart liderou a corrida, com o Lola Ford T-90 da Equipe de John Mecom, mas faltando dez voltas, a pressão do óleo caiu e o Cockeyed abandonou. Assumiu a ponta outro recém chegado, Graham Hill, que só precisou puxar a prova nas dez voltas restantes para vencer. Hill tornou-se o primeiro estreante vencedor desde 1927...O vencedor do ano anterior, Jim Clark, teve problemas, com duas rodadas durante a prova que o relegaram à segunda posição. Pela segunda vez consecutiva, os Wood Brothers, célebre equipe dos pits da NASCAR Grand National, foram convidados a atuar nos boxes, desta vez para Dan Gurney (na vez anterior trabalharam com Clark). Mas o carro de Daniel foi um dos eliminados na carambola da primeira volta. A primeira grande baixa das 500 Milhas, antes mesmo dela começar foi Johnny Rutherford. Ele se machucou em Eldora em abril e ainda estava de molho no mês de maio. A Mecom Racing Team, selecionara os pilotos Walt Hansgen, Rodger Ward e Jackie Stewart. Porém Hansgen morreu num acidente treinando em Le Mans no dia 3 de abril (dia azarado, o mesmo em que Rutherford feriu-se). A saída foi chamar Graham Hill, que nem sequer constava da lista de inscritos no programa oficial. Os treinos iniciaram com tempo frio, o que manteve os carros e pilotos longe da pista. Choveu também. E assim, Chuck Hulse tornou-se o mais rápido no primeiro final de semana (149,8 mph). Na segunda feira (2/5), Art Pollard tornou-se o primeiro Rookie a ser admitido na prova, com 145 mph. Stewart também passou nesse “vestibular”. Na terça-feira 10 de maio, Mario Andretti assinalou 164,5 mph, estabelecendo-se como um possível pole-man. A.J.Foyt, George Snider e Dan Gurney também superaram a marca das 160 mph. Na quarta a chuva retornou, mas na sexta-feira 13, Andretti quebrou os cronômetros com 167,4 mph (antes havia rodado em 166-164 mph), apesar da chuva atrapalhá-lo. O mais próximo do ítalo-americano foi Jim Clark, com 165,7 mph. No pole day do sábado 14, Mario confirmou o favoritismo conquistando a posição de honra com 165,8 mph. Em uma de suas voltas, ele girou em 166,3 mph. Entre as baixas, Chuck Rodee, que bateu na Curva 1. Levado ao hospital, não resistiu aos ferimentos. Dezoito carros conseguiram seus tempos neste dia frio. No domingo 15, A.J.Foyt classificou-se com 161,3 mph, após bater no dia anterior. No sábado (21/5), os irmãos Bobby e Al Unser classificaram-se, com Al sendo o mais rápido do dia (162,2 mph). Bobby Grim qualificou seu Roadster Turbo Offy (motor dianteiro) com 158,3 mph. O seu, era o único carro “dianteiro” da competição. 

Hill
Clark e a Lotus 38.

Domingo 22 de maio, dia do Bump day, Larry Dickson e Ronnie Duman conseguiram “saltar” para o grid, enquanto Greg Weld destruía dois carros (um deles um Granatelli/Novi). Weld não se feriu. No grande dia, quando o Mercury Comet saiu da frente do pelotão e a corrida começou, o canadense Billy Foster quase tocou em Gordon Jonhcock, mas perdeu o controle e bateu na parede externa, dando início a um engavetamento de dezesseis carros. Todos os pilotos conseguiram sair sem problemas (o medo geral era de incêndio, com todos lembrando-se da “bola de fogo” de 1964) e enquanto Foyt machucava a mão, um espectador era atingido por uma roda. A.J. foi examinado e liberado para correr. Dos dezesseis envolvidos, onze estavam além de qualquer conserto e a prova reiniciou com 22 competidores depois de uma hora e vinte e quatro minutos de atraso para limpeza. Após algumas voltas de aquecimento e em fila indiana, a corrida voltou a ser interrompida depois que Johnny Boyd bateu na Curva 1 na primeira volta no “verde”. O primeiro líder foi Mario Andretti, até abandonar com problemas de válvula. Jimmy comandou a prova em três ocasiões e só não liderou mais voltas que Lloyd Ruby, mas as rodadas realmente o prejudicaram. Quando foi a vez de Ruby ter problemas, Stewart passou a líder e ditou o ritmo por quarenta voltas até abandonar e então Graham, que tinha “chegado por último” à sua equipe liderou as dez voltas finais, as que realmente importavam...

Clark controlando uma saída de traseira.
De lado, mas sem tocar o muro.
Andando forte novamente.
Stewart e Clark.

foi quando a confusão começou pois a Equipe Lotus alegou que Clark era o vencedor. É certo que rodara duas vezes, a primeira na Curva 4 no giro 65 e a segunda na Curva 3, volta 87. Mas graças a sua prodigiosa habilidade, não tivera nenhum contato e não desligara o motor. Endireitou o carro e o levou aos boxes para verificar possíveis danos. Não havia perdido tanto tempo assim, parado e a equipe estimou que tinha uma volta à frente de Graham. O mapa da corrida no entanto, mostrava G.Hill à frente de Jimmy, por pouco mais de 41 segundos. No dia seguinte, a USAC confirmou o resultado (Graham primeiro; Clark segundo). Colin Chapman e Andy Granatelli, integrantes da equipe Lotus, não apresentaram qualquer protesto. Uma possível explicação que surgiu foi que o pessoal da Lotus não vira Graham passar por Clark, na ocasião da segunda rodada. Mas para colocar “mais gasolina no incêndio”, o próprio vencedor Graham Hill confessou-se intrigado por ser o vencedor. As más línguas diziam mesmo que ele não havia feito uma ultrapassagem sequer a prova toda. Mas o assunto acabou se encerrando por si só; contudo em tempos recentes se voltou a debater o problema. Surgiu a teoria que os cronometristas haviam omitido uma volta de Clark, o que o colocaria atrás de Graham na classificação. E havia um motivo: o carro de Al Unser tinha as mesmas cores que o do Jimmy. A teoria pregava que quando o Big Al bateu na volta 161, a cronometragem pensou que era Clark. Outra versão diz que ainda por conta da pintura semelhante, a cronometragem tinha creditado uma volta de Al Unser à Clark no começo da prova. Quando os mapas foram redefinidos no final, essa volta “extra” fora corretamente excluída. Há outra teoria, que afirma que nem Graham, nem Clark venceram. O ganhador teria sido...Gordon Johncock. Johncock completou as 500 Milhas em menos tempo decorrido que G.Hill, Jim Clark e até o terceiro colocado, Jim McElreath. Entretanto, Johncock foi um dos atingidos na batida da primeira volta, e teve de parar para reparos e consertar o bico do carro.



Ele reiniciou a corrida do pit lane e os fiscais não consideraram essa sua primeira volta, o que causou um atraso por tempo...Há quem garanta que Colin Chapman tenha desistido de qualquer protesto formal por um “acordo informal” com os organizadores. Façam suas apostas...

À memória dos queridos amigos Jeaan Pierre Calvignac e Arturo "Turito" Fernandes.

CARANGUEJO



quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

OUTROS TEMPOS...

 

Tourist Trophy, Goodwood 1964, Jim Clark, Lotus 30 Ford 4,700cc.
Atrás dele a Ferrari 330P, 4.000cc, de Grahan Hill/Richie Ginther, os vencedores. 

 Talvez, caso eu tivesse escrito no titulo "BONS TEMPOS" alguém me chamasse de saudosista... a verdade verdadeira é que realmente tenho uma terna lembrança desses tempo. Quando com 11/12 anos comecei acompanhar mais de perto o automobilismo, lia tudo que me caía nas mãos, conversava com amigos de meu irmão, doze anos mais velho, alguns grandes campeões, que tive a oportunidade de conhecer em casa, e poucos anos depois nas pistas.
 Ainda hoje aprecio e me encanto com grandes pilotos, a arte de pilotar é difícil, complicada, pois o "fio da navalha" ainda hoje é para poucos, e continua sendo perigoso.
 "FIO DA NAVALHA"; é uma linha tênue, de um lado você não tira tudo do carro, do outro o guard rail.
 Com 13/14 anos ganhei uma assinatura da então ótima revista Auto Esporte, e acho que de tanto falar de Jimmy o nome do destinatário era um certo "Jim Clark do Amaral".
 Nos anos 50/60/70 os grandes campeões corriam em várias categorias, aqui no Histórias temos fotos de Clark, Brabham, Hill, Foyt, Gurney e tantos outros, correndo de Formula 3, 2, Esporte Protótipos, GT...fora outras copas de prestigio como a CanAm, Tasman Series.
 A Formula Um tinha então, se tanto, dez corridas por ano, e os grandes pilotos complementavam seu ganhos com os prêmios de largada que recebiam em outras categorias, e também de seus patrocinadores, que na época eram as montadoras e fábricas de autos.

Clark, em largada "Le Mans", embarca no Aston Martin Zagato DB4, em Goodwood, 1964.
Foto que recebi de meu amigo Zé Carlinhos.


1958 - De Lotus Elite, Clark faz o espetáculo à frente de Colin Chapman e Mike Costin.
Costin o "Cos" de Cosworth!
Atrás vejo um AC-Bristol, algum tempo antes de um certo Norte Americano de nome Shelby anabolisa-lo!  




Conta Caranguejo

 "O Boxing Day é o feriado que os ingleses inventaram para não trabalharem no dia 26 de dezembro ( o feriadão deles). A Border Reivers queria comprar um F2 para o Jimmy. Mas quando foram ver o carro em Brands, encontraram Chapman mais Cliff Allison, Ireland e Graham. O Lotus Team estava todo treinando na pista de Kent. Clark deu algumas voltas com o monoposto e impressionou Colin, pois ele nunca tinha andado na pista. O teste com o F2 (Type 16) acabou logo, pois quando Graham andou nele, alguma coisa quebrou (adivinha onde. Era um Lotus...). Chapman cedeu um Lotus Elite para o Jimmy dar umas dez voltas. Foi o bastante. O amigo Ian Scott Watson bancou a compra do autinho e Clark estreou no dia seguinte...deu uma sova no Chapman e em Mike Costin e só perdeu a corrida por ter sido atrapalhado por um retardatário. Colin recuperou a empáfia e venceu...Clark foi o segundo, mas..."

Clark no Lotus Turbina.
Na Tasman Coup.
Tocando um Galaxy em Brands.
De Cortina no Rally Great Britain, 1966, tendo como navegador Brian Melia.

 Este post começou com uma troca de mensagens com o Caranguejo via WhatsApp, quando enviei a bela foto que recebi do Zé.
Depois mais hora e meia de fofo...ops conversa via celular, e hoje resolvi postar o resultado. 
Assim como eu ele tem Jimmy como o maior, depois de Tazio! 

Ao amigo/sócio/herdeiro do Histórias Caranguejo - Carlos Henrique Mércio.
Ao Zé Carlinhos, que começo toda esta história.
A Jimmy, inesquecível em sua arte. 
Com a lembrança em quatro amigos que sabem muito bem o que é o "fio da navalha.
Mestre Luiz - Pereira Bueno - e Guaraná, que lá do alto nos observam.
E ao Chico e Turito.

Rui Amaral Jr 

 





   
     
 







 



sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

OURO PURO....

 

Jimmy e a Lotus 33 Conventry Climax 1.500cc-1965.

 O Campeonato Mundial de Formula Um de 1965 havia terminado com o domínio absoluto do Escocês Voador e sua Lotus 33 Climax. Terminava era em que a F.Um usava motores de 1.500cc.

 A Lotus 33, que pesava 460 kg, correu grande parte do campeonato com o motor Climax V8 de quatro válvulas por cilindro e que desenvolvia cerca de 212 hps à 9,700 rpm, com ele Clark venceu seis corridas das dez do campeonato. Após Monza, quando o motor foi modificado e teve sua potencia aumentada, Clark apesar das poles em Monza e México, não venceu mais.

México 1965, última corrida do campeonato e a vitória do incrível Richie Guinther e o Honda RA272.

PERNAS CURTAS-link

 Chega 1966 e a nova formula de três litros, e o já lendário Jack Brabham vem com o pulo do gato!  Enquanto as equipes se debatiam por um motor, Black Jack aparece com seu novo Brabham BT19 com o motor Repco/Brabham, desenvolvido por ele e a Repco na Nova Zelandia.

OS MOTORES DE 1966-link 

Black Jack e a BT33 Repco, soberbo! 

Zandvoort - Black Jack crava a pole um segundo e seiscentos milésimos à frente de Hil com a BRM P261, mas quem o aperta na largada eée Claark com a 33 com o motor Climax de dois litros. #16 Jack Brabham, #9 Jim Cllark, #18 Denny Hulme Brabham BT20, #4 Mike Parkes, depois Hil e Gurney. 

Opa! Isto é briga de "cachorro muito grande" prefiro nem comentar!

Nas duas primeiras corridas do ano, o novo BT19 sofre com a modernidade. Em Monte Carlo vence Stewart com a BRM P261 e Spa com a vitória de Jonh Surtees e a Ferrari 312/66, tendo Brabham chegado em quarto. A partir daí vence quatro seguidas, Reims, Brands Hacth, Zandvoort e Nurburgring. Ludovico Scarfiotti vence em Monza com a Ferrari, Clark em  Warkins Glem com a Lotus 33 equipada com o pesadíssimo motor BRM H16, depois de correr quase o campeonato inteiro com o motor Climax de 2.000cc . E Big Jonh Surtees em Mexico City agora com Cooper, depois de sair da Ferrari, brigado com o Comendador...espera! Isto é história para o Caranguejo, eu apenas me atenho aos fatos!  

Jack Brabham é tri Campeão do Mundo, com seu carro e o motor que desenvolveu ao lado da Repco.


 A Jack. Jim, Richie, Graham, Jonh, Dan. Hulme...obrigado!

Rui Amaral Jr