A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

II Torneio Internacional de F2 - Interlagos 1972


 Emerson com a Lotus 69 à frente de Mike Hailwood e Carlos Pace, ambos de Surtees TS 15
Carlos Pace




 #3 Carlos Pace na pole, #16 Henri Pescarolo, #15 Tim Schenken, #2 Mike Hailwood 


Final do ano de 1972, finalmente tínhamos um campeão do mundo na Formula Um, e o segundo torneio da Formula 2 chegava à Interlagos, seriam seis corridas, três em Interlagos, uma no Tarumã e duas  na Argentina, uma em Córdoba e a outra em Buenos Aires, apenas as corridas de Interlagos foram realizadas.
Grande parte dos pilotos que disputavam a F2 e alguns grandes nomes da F I estavam presentes, a começar por Emerson o campeão do mundo. Carlos Pace, Clay Regazzoni, Mike Hailwood, Ronnie Peterson, Wilson Fittipaldi Jr, Tim Schenken, Andrea de Adamich, David Purley, Henri Pescarolo, Jean-Pierre Jaussaud e alguns pilotos brasileiros entre eles Luiz Pereira Bueno, Pedro Victor de Lamare, Silvio Montenegro.
Na 1ª corrida em 29 de Outubro, a pole foi de Wilsinho Fittipaldi com o tempo de 2.42, 40/100. Na primeira bateria a vitória foi de Emerson, na segunda de Tim Schenken quando fez a melhor volta com 2.40 cravados, tendo Emerson ficado com a vitória na soma dos tempos por 1s 58/100.
Na 2º corrida, em 5 de Novembro a pole foi de Pace e ele com o novo e super Surtees TS15 Ford-Hart dominou as duas baterias tendo na primeira Emerson em segundo mais de 12s atrás, na segunda bateria Mike “The Bike” Hailwood com o mesmo TS15 chegou 5s atrás.

Wilson Fittipaldi
 Pescarolo e Hailwood
 Ferradura, Andrea de Adamich, Hailwood o argentino Carlos Reusch de Surtees TS 10, Clay...  
 Wilsinho, Schenken, Peterson e Hailwood
 Clay, March 722 e Ronnie 
 Wilsinho, Schenken, Hailwood e Ronnie Peterson de Brabham BT38 
 Emerson e Schenken
Pace
Silvio Montenegro, agachado Giba Magalhães, o cabeludo acredito ser Jozil Garcia, à direita de prancheta na mão Edson Yoshikuma e ao seu lado Robertinho da Autozoom.


A 3ª corrida em 12 de Novembro, teve a pole de Carlos Pace com o tempo de 2.39, 12/100. Na primeira bateria problemas com Pace que terminou apenas em 16º lugar, a vitória foi de Henri Pescarolo com um Brabham BT38-BDA seguido de Hailwood e Emerson. Na segunda bateria o que vi, foi um verdadeiro show de um campeão, Carlos Pace vindo lá de trás pulverizava à cada volta o recorde da categoria para Interlagos, para no fim, se aproveitando também da quebra de Emerson e Pescarolo, vencer com mais de 3s 50/100 sobre seu companheiro de equipe Mike Hailwood, a melhor volta de Pace 2.37 90/100, quase dois segundos melhor que a pole.
No Torneio a vitória foi de Emerson, e foram grandes corridas, estava lá e vi, posso me perder nos detalhes, mas deixo uma pergunta à todos: Quando veremos novamente pilotos brasileiros, independente se primeiros pilotos de suas equipes ou não, lutarem bravamente nas pistas do mundo?
Esses eu vi!  


RESULTADOS

29 de Outubro


5 de Novembro


12 de Novembro





Novembro de 1972

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

DAVID & GOLIAS

Edson Yoshikuma
Tite Catapanni
Pedro Carneiro Pereira
Luiz Pereira Bueno
Ciro

Naqueles estranhos anos setenta, onde o país passava a ser uma potência do automobilismo em virtude dos resultados de Emerson Fittipaldi, os fãs preparavam-se para conhecer a categoria dos carros mais potentes, os carrões de até 5.000 cc que correriam na Classe C da Divisão 3. Os Opalas, algum Dodge Dart e os Mavericks. Distante de qualquer pista mas com uma boa cobertura da imprensa (havia isso na época), dava para conhecer os pilotos e aquelas grandes baratas incrementadas e era difícil não se impressionar com as equipes de São Paulo, sede de grande parte dos times de então. A mim, encantava a Equipe do Pedro Victor DeLamare, e seu Opala #84, “um carro dominador” com algumas dicas de desenvolvimento de Orestes Berta e cuidado pelo Caito e que em suas evoluções, conquistou o tricampeonato brasileiro da D3 –Classe C, era o carro dos sonhos. E quando ele vinha correr no Sul, nós gaúchos podíamos nos orgulhar, pois nosso piloto, o inesquecível narrador de emoções Pedro Carneiro Pereira e seu Opala Sedã, preparado por Homero Zani não faziam feio. 


Pedro Carneiro Pereira lidera no Tarumã
 Julio Tedesco
 Largada em Interlagos, #111 Luiz Pereira Bueno, #83 Cacó Quartim de Moraes.
O #51 pode ser do Sgarbi, Giannini ou dos irmãos Ostrower. 
 Na Reta dos Boxes em Interlagos, Pedro lidera Luiz 
Reinaldo  Campello de mãos na cintura e seu Opala D3
Dart de Leopoldo
Paulo Prata

Paulo Gomes
Luiz e Paulão no Tarumã

Haviam outros carros igualmente fantásticos como Opala #44 do lendário Cyro Burjato Caires; o Opalão #17 do gaúcho Júlio Tedesco, o Opala #68 do paranaense Dado Andrade, além do Dodge #71 do Leopoldo Abi-Eçab. Mas a coisa ficou melhor depois que chegaram os Mavericks e a disputa Ford x GM começou. Os melhores Mavecos foram o #11, conhecido também como “Maverick Berta” e que foi pilotado por Tite Catapani e Luis Pereira Bueno em dois momentos distintos. A Equipe Greco tinha o seu, que foi dividido entre Paulo Gomes, Bob Sharp e Paulo Prata. Quem sabe que disputas maravilhosas mais não teríamos, não fossem a crise energética ou o destino inclemente? Mas as coisas mudaram e o passado não retorna. Restam apenas...lembranças.

Caranguejo



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SEMPRE CAMPEÃO





Hoje não  ia postar nada, até por que espero um texto do Caranguejo, sim senhores, pois quando ele escreve  todo trabalho de postagem fica para esse modesto contador de histórias. Daí...fui até o Imagens Da Luz ver se achava alguma foto minha, e me deparei com essas preciosidades, nosso sempre Campeão testando um carro da Fittipaldi, não tenho ideia de qual modelo, alguém poderia me informar, talvez o Cuca!
Bem, já provoquei demais o Caranguejo e também o Cuca, no caso do último apenas para descontar o tempo em que ele e o Gabriel ficavam perturbando em nossa oficina e box.
Outra coisinha que notei, no radiador esquerdo a fita segura os famosos barbantinhos que mostravam a condição que o ar passava naquele local, para uma possível modificação.

Aqui o Cuca conta tudo.
  

domingo, 27 de janeiro de 2013

Divisão 3

 Ciro
O 4 portas com Pedro ao volante.

Três dias longe do blog, apenas deu tempo de postar os comentários sem responder, então agradeço à todos. Estive esses dias com o Julio Caio - Azevedo Marques - e logo teremos algumas novidades para contar. 
Estar com o Julio é certamente uma tarefa para profissionais, alguns dias, depois de reuniões as mais diversas, conversamos até 4h da manhã, o papo com ele flui, mil risadas e lembranças, já que somos amigos desde a longínqua década de 60 quando estudamos no Colégio Paes Leme, ele aprontava demais, eu nunca (rsrsrs)!
Chegando aqui vejo os comentário nas fotos do Rogério da Luz que postei, de meus amigos Joel, Juanh, Marco, Danilo, Francis, Fabiani, os dois últimos legítimos Alicatões da terra e por fim o Walter, que me obriga, diga-se de passagem com muito prazer a contar alguma coisa desta foto!
No site Imagens DALUZ as informações são poucas, mas acredito que seja uma corrida no final de 1971 ou em 1972, veja que o Opala do Pedro -Victor De Lamare- já é o coupe; neste exato momento toca o Skype e começo um longo papo com o Caranguejo, que vai escrever também um post, sobre o tema. Continuando, não tenho certeza absoluta, mas pelos carros acho mesmo que é nesta época, que corri com um VW D3 que comprei do Expedito Marazzi, infelizmente na foto não aparece o grid completo, então vamos identificar os carros.
Na primeira fila o #44 do grande Ciro Cayres, no centro o Pedro ao seu lado outro Opala #51 quase com certeza de Carlos Alberto Sgarbi, ou Luiz Celso Gianinni. Na segunda fila dos VW D3 o branco parece o de Jozil Garcia, o azul está em minha memória mas não consigo lembrar do nome do piloto.
Atrás o Opala da equipe De Lamare do Cacó - Carlos Quartim de Moraes - perto o VW #29 de Alfredo Guaraná, o FNM TIMB de José Pedro Chateaubriant e outros carros, inclusive um VW 4 portas.


 Pedro
Grande foto! O #90 do Teleco, no #29 de branco Guaraná conversa com Robertinho cabeludo e de bigodes, entre os carros também de bigodes, parecendo falar em um celular, Ítalo Adami.
Interessante, no box de camisa branca parece ser Jayme Silva.



Notem que alguns carros não calçam pneus slicks, pois era o começo da utilização desses pneus e não tenho certeza que o Ciro esteja com eles.
Os carros do Ciro eram de uma perfeição absoluta, tanto este como depois o coupe, segundo o Jr Lara os motores eram preparados nos EUA, ele mesmo tem um deles que usava nos barcos de corrida, e um canhão.
Os carros da equipe De Lamare, sempre muito bem preparados pelo competente Caito, usavam um esquema diferente. Sempre observei bem os carros da equipe pois em 1971 fiz cinco corridas nela. Seus motores tinham a origem de preparação de Orestes Berta, seus cabeçotes eram de fluxo cruzado, nos motores GM originais o coletor de admissão e escape eram do mesmo lado, no cabeçote Berta a admissão era por um lado e o escape por outro, permitindo uma mudança no ângulo das válvulas e uma melhor equalização de todo o sistema, usavam três Weber 48. O quatro portas usava um cambio Saenz argentino de quatro marchas, e assim como o coupe, seu conjunto de motor e cambio eram colocados mais para trás, acredito que entre eixos. Eram bem feitos demais tanto na mecânica quanto no chassi, um padrão como já descrevi acima do Caito e Pedro.
Sobre os VW D3, já mostrei muito por aqui, o #29 do bota Guaraná era super rápido e bem feito pelo Robertinho e o amigo Ítalo da Autozoom.
Já o FENEME do Zé Pedro acredito ser o único carro da D3 na classe B, carro bem feito. Lembro como se fosse hoje de um totó que ele deu em meu carro em pleno Retão em Interlagos, tinha passado por ele na entrada da Um, lá os VW eram mais rápidos e no meio da reta e ele com aquele motorzão ao me ultrapassar deu uma “ralada” em meu paralamas traseiro. Depois da corrida fui conversar com ele que sorrindo me disse algo como “era para dar uma incrementada na corrida!”. Grande cara o Zé Pedro.


Rui Amaral Jr  


O Opala do Pedro, aqui já com o Edson Yoshikuma, de óculos chapéu e fumando Miguel seu irmão.


  


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

IMAGENS DALUZ

Algumas belas imagens de nosso automobilismo nos anos 70, a Divisão 3 e o Torneio Internacional de Formula 2, disponibilizadas no site IMAGENS DALUZ, ao Rogério meus agradecimentos.

Divisão 3
  Luiz Pereira Bueno
 
 Camilo

Pedro Victor De Lamare e Luiz Pereira Bueno

Formula 2








terça-feira, 22 de janeiro de 2013

John Woolfe

917 o começo...

Ninguém tinha peito para enfrentá-lo e aí inclua-se Siffert, Ahrens, Dick Attwood, Vic Elford e Brian Redman, além do Seppi Siffert...
Gardner contou que precisava ficar atento pois devido as torções no chassi, ele nunca tinha certeza se o câmbio iria estar no mesmo lugar. 


24 Horas de Le Mans 1969 , John Woolfe

Tamanho era o desespero do fabricante para não "embuchar' com os carros que vendeu um chassi para o amador John Woolfe.
Mas Woolfe, um gentleman driver era suficientemente rico para dispor dos 140 mil Marcos para comprar o Porsche  e  encostar seu Chevron B12 com motor Repco F1.
Nos treinos de Le Mans 1969, o parceiro de Woolfe, Digby Martland abandonou a equipe declarando que o carro era veloz  demais para ele: quase batera nos treinos.
Woolfe recebeu então os reforços de dois tarimbados homens de Stuttgard: Kurt Ahrens, que treinou e classificou o Porsche e Herbert Linge, que faria dupla com John.
Nono lugar no grid, naquele tempo a largada era a tradicional carros de um lado, pilotos do outro; dado o sinal, corre-se até os carros e quem chegar a curva por último é a mulher do padre.
Woolfe, o menos experiente da equipe resolveu que ele participaria da largada. Sua família estava presente para vê-lo e o Porsche lhe pertencia.
O mais sensato seria largar com Linge.







No larga, Woolfe não deve ter lembrado de atar o cinto de segurança, dizem que também não fechou a porta direito.
Ele não durou uma volta. Ao aproximar-se de Maison Blanche, perdeu o controle do 917, bateu na proteção, capotou  e incendiou-se.
Como não estava atado, foi jogado para fora do carro e morreu quando estava sendo transportado em um helicóptero para o hospital.
Foi nessa corrida que Jacky Ickx fez um protesto diferente. Na largada, enquanto todo mundo corria como se fossem fundistas, Ickx atravessou a pista andando calmamente. Ele assumiu o seu Ford GT40, afivelou bem o cinto, fechou a porta e saiu em último.


GT40 de Ickx/Oliver, o vencedor de Le Mans 1969
O último a largar...

E venceu a prova, com Jackie Oliver.

Caranguejo





NT: O 917 custava em 1969 o equivalente à 10 Porsche 911.