quarta-feira, 23 de março de 2022
Gildo entrevista Amauri Mesquita
domingo, 20 de março de 2022
NURBURGRING 1970 - Berta LR Cosworth
Gostaria de saber mais
sobre o convite, porem acredito que foi uma homenagem aos argentinos da épica
participação da equipe comandada por Orestes Berta na 84 Horas de Nurburgring e
da incrível vitória de Juan Manuel Fangio em 1957, quando o próprio Quintuple
declarou “nunca pilotei desta maneira, e não voltarei a fazê-lo!”. Além
obviamente da participação do Berta LR Cosworth na prova homologatória.
Procurei na internet e
em algumas das revistas e livros e pouco encontrei, mas, porém, todavia encontrei
um site, o “Berta LR a La Historia”, que conta sobre esta participação como só
um argentino poderia. O texto a letra de um tango de Gardel e Lepera (Le Pera),
e ao ler senti Piazzolla tocando “Adios Nonino”, me fascina a maneira com que os
argentinos cultuam seus heróis.
Confesso que não
escolheria Nurburgring para uma apresentação na Europa, acertar um carro novo
para uma pista com 23 quilômetros é muito complicado, mesmo com a experiencia
que Berta e seus pilotos Luis Di Palma e Carlos Marincovich tinham nas 84
Horas.
Vejamos; A Porsche para
enterrar de vez as pretensões da Ferrari levou quatro 908/3, dois na equipe
oficial, para Vic Elford / Kurt Ahrens, Jr. e Hans Herrmann / Richard Attwood e
dois para a John Wyer. Automotive Engineering com Jo Siffert/Brian Redman e Pedro
Rodriguez/Leo Kinnunen, deixando os 917 de fora. Fora inúmeros 908/2 e outros.
A Ferrari sem ter um carro à altura foi com as 512S para as duplas Ignazio Giunti/Arturo
Merzario, John Surtees/Nino Vaccarella e Mike Parkes/Herbert Müller pela Scuderia
Filipinetti. Até a Alfa Romeo T33/3 da Autodelta com Rolf Stommelen/Piers
Courage largou na frente das Rossas.
Luis Di Palma/Carlos
Marincovich com o LR Cosworth largaram em decimo quarto, atrás ainda de um 917K
particular e três 908/2. A corrida aqui era de campeonato, e mesmo os 908/2
eram versões aprimoradas, mais rápidos que os que foram para Buenos Aires.
Aqui um parêntese, as
corridas homologatórias geralmente levam ao país carros para serem alugados
para os locais e alguns grandes pilotos convidados. Os locais tentam dar o
máximo, mas com carros alugados, e já comentei aqui sobro o assunto e os astros
vão sem muito compromisso, simples assim. Isto não tira de forma alguma a brilhante
participação do Berta LR Cosworth naquela corrida.
Infelizmente não tenho
o mapa da corrida, saudades de quando a Auto Esporte e AutoSprint os traziam, e
Di Palma e Marincovich abandonaram na quinta ou sexta volta por falta de pneus
adequados para a chuva.
O 908/3 vencedor com Elford.
E um 908/3 venceu com Elford/Ahrens
outro no segundo lugar com Herrmann/Attwood em terceiro a 512S de Surtees/Vaccarella
quase dois minutos atrás.
link
LINK
Rui Amaral Jr
Astor Piazzolla
quinta-feira, 17 de março de 2022
Torneio SUDAM 1971 - Buenos Aires 27 de Junho de 1971
Nas fotos e nos links
que colocarei a seguir toda confusão sobre o Torneio Sudam de 1971. No excelente
Racing Sports Cars o que eu classificaria como raund dois da Sudam aparece como
Campeonato Argentino de Esporte Protótipos, foi corrido no dia 27-06-1971 no Autódromo
Municipal de Buenos Aires, depois da prova do Tarumã.
Então...
A recém-formada Equipe
Z precisava de visibilidade e horas de pista, depois de vencer na estreia em Interlagos
e se não me falha a memoria nas Seis Horas de Interlagos (não tenho certeza se
foi antes ou depois desta prova) procurava um patrocínio e nada melhor para
fazer que ir para pista.
E foi logo encarar uma “briga
de cachorro grande”, topando de frente com o “Loco” e o “Mago” que pouco depois
seria parceiro da Equipe Hollywood em duas criações sensacionais e muitas
vitórias.
Luiz em matéria da
revista Quatro Rodas queixa-se dos pneus e de sua pouca experiencia com o
carro, não custa lembrar que 1971 foi o primeiro ano da plena utilização dos
slicks e que o 908/2 foi projetado e construído antes do advento deles. Enquanto
o Berta LR Tornado, cujo projeto era do ano anterior estava “em casa” e Luis di
Palma já o testara à exaustão inclusive em corridas.
Dois Puma inscritos, Zé
Pedro com motor de 2.000cc e Waldemir Costa (que a RSCs escreve Waldemar) com 2.200cc
P.V. de Lamare com o belo Fúria com motor GM de quatro cilindros e 2.500cc. E
finalmente ele...Antonio Carlos Avallone e sua Lola T70 Chevrolet.
Conta Luiz...
Link, que recebi de meu amigo Walter, para página em que meu amigo e guru Carlos de Paula descreve o Torneio Sudam.
Na QR, apesar que
compartilha a reportagem com a excelente Parabrisas Corsa, muito pouco sobre a
corrida, nem referencia ao bom quinto lugar de Avallone. Fora o tom que me
pareceu de sarcasmo de uma frase no topo de uma das páginas “AGORA ELES ACHAM
QUE ESTÃO DEZ ANOS NA NOSSA FRENTE”. Mesmo cinquenta anos depois digo apenas “eles
não estavam dez, estavam vinte!”, com cinco títulos mundiais e aquela épica participação
na 84 Horas de Nurburgring. Hoje descontamos, e muito, mas continuo admirando o
automobilismo portenho, e continuo também não suportando pieguices.
Rui Amaral Jr
PS: Na prova de 8-08-1971 em Las Flores encontrei a participação de Lian Duarte com o Porsche 910 da Equipe Holliwood chegando em quarto lugar na geral. Mais tarde ligo para o Chico para perguntar, mas foi a equipe formada por Lian, Chico, Crispim e não lembro quem mais, que antecedeu a ida do patrocínio da tabaqueira para a Equipe Z, um dia conto mais.
REMINISCÊNCIAS: PARABRISAS CORSA - A partir de 1962, minha mãe me levava todo começo de Julho a Montevideo, lá morava seu tio Raphael Angrisani, foi quando comecei a ler a revista, embasbacado com os textos e fotos, depois toda vez que lá chegávamos a primeira coisa que pedia era para ir compra-la, lia tudo e trazia na volta sempre dois ou três exemplares, que se acabavam de tanto folheá-los!
segunda-feira, 14 de março de 2022
Torneio Sulam 1971 - Torneio Sudam
O ano começava magico,
Luiz, Anísio e Walter montavam uma grande equipe que logo estaria nas pistas.
Em março eu finalmente iria estrear. Cascavel, hoje autódromo Zilmar Beux,
Tarumã e outras pistas entravam no circuito, finalmente os pilotos brasileiros
teriam onde acumular experiencia e nosso automobilismo poderia sair do eixo São
Paulo, Rio de Janeiro, evoluindo para o profissionalismo.
No final do ano anterior
Emerson havia vencido nossa primeira corrida na Formula Um, e agora era titular
e primeiro piloto de uma equipe de ponta. Fora as grandes vitórias dele com a
Lola T210 em Interlagos e Tarumã. Carlos Pace e Wilson Fittipaldi brilhavam na
Formula Dois e muitos de nossos pilotos rumavam ao Velho Continente.
Nas pistas brasileiros
e argentinos disputavam desde há muito, talvez desde a década de 1930, no começo
dos anos de 1960 foram trazidos muitos carros antigos da Formula Um, que
adaptados com motores “de rua”, altamente preparados, geralmente V8, era
Formula Continental. Eles tinham dois pilotos vitoriosos na Formula Um,
Gonzalez e Fangio o Quintuple, que com seus cinco títulos mundiais muito fez
pelo automobilismo local.
Agora a disputa era com
os carros que disputavam o Mundial de Marcas, e o Torneio Sudam começou no
templo gaúcho...
Do lado brasileiro
alguns dos melhores carros que corriam por aqui.
A equipe Brahma do Rio
de Janeiro com a Lola T70 para Norman Casari, o Casari A1 para Jan Balder e o
REPE para Renato Peixoto.
A fera Antonio Carlos
Avallone com sua Lola T70.
P.V de Lamare com o
Bianco com motor Chevrolet.
Zé Pedro Chateaubriand
com Puma.
O paranaense Luis Moura
Brito com um protótipo motor VW.
Dino de Leone com o
protótipo Aragano.
O grande Breno Fornari
com um Regente (!)
E Tite Catapani com a
Lola T210.
Na corrida pela Copa
Brasil no ano anterior Emerson fez a pole com a T210 com o tempo de 1`7”, Tite,
nesta época começando no automobilismo virou 1`11” fazendo a pole e tendo ao
seu lado Jorge Ternengo.
Muitos carros quebraram
e nesta primeira bateria P.V de Lamare chegou em segundo.
Na segunda bateria,
mesmo tendo Tite largado em quarta marcha por problemas na embreagem, logo
assumiu a ponta, vencendo com Norman Casari em segundo duas voltas atrás.
Bem...escrevi tendo
como base a revista Quatro Rodas, que era excelente nos testes de carros, mas
precária no automobilismo nacional, nas matérias importadas com grandes nomes
assinando era passável, de minha parte ficava com a Auto Esporte e Auto Sprint.
Algo que desejo
comentar há muito é sobre a bela Lola T70, um grande carro que nunca deu certo,
nem aqui e muito menos lá fora, mesmo nas mãos de grandes pilotos. Aqui Norman
e Avallone e lá fora com Jo Bonnier, David Piper e outros. Talvez as maiores
vitórias dela tenham acontecido em Interlagos nas mãos de Wilsinho Fittipaldi e
também na CanAm, com o modelo aberto, nas mãos de Big John Surtees.
PS: As duas T70 ao
final deste ano estavam acabadas, a da Brahma pegou fogo na tomada da curva
Três em Interlagos nos treinos para os 500 Quilômetros de Interlagos, Norman
nada sofreu. A do Avallone também nos treinos, acredito que na Copa Brasil,
Marinho Antunes bateu logo após a linha de chegada em Interlagos, Expedito Marazzi
e eu estávamos do outro lado embaixo das arquibancadas conversando e vendo o
treino. Ainda falai para ele uma ou duas voltas antes da panca “velho a Lola
está chimando, alguma coisa errada na suspensão dianteira...”. Não deu tempo de
falar com ninguém pois logo a seguir ela bateu no guard rail e capotada começou
a pegar fogo.
Lembro de minha angustia, certamente do Expedito também com a demora do Marinho Antunes em sair...quando finalmente saiu lembro de seu cabelo na parte de trás do capacete chamuscando, estava sem a touca. A Lola queimou muito tempo...
A Quatro Rodas fala em Torneio Sudam, acredito que o correto é Sulam, masss...
...a credencial de minha participação no Torneio Sulamericano, talvez tenha me confundido por este motivo. Corri as duas etapas de Interlagos, ainda Novato pela equipe De Lamare como notase pelo número do carro.