A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Carlo Henrique Mércio o Caranguejo. 07-01-2025

 

Com sua amada Maria da Glória.

  Triste, muito triste! Cerca de hora e meia atrás vejo que entrou um WhatsApp do Carlos Henrique “Caranguejo” Mércio, antes de ler logo pensei “tem fofocas vindo por aí...”, mas não, era minha amiga Maria da Glória, sua amada, comunicando seu passamento. Mas como! Sim subiu para o Plano Espiritual, ele era Espírita convicto, meu amigo, meu parceiro de tantas escritas, meu irmão Gaúcho. As palavras somem, a mente divaga, liga o Biju Rangel tão pasmo quanto eu.

Lá do alto certamente nos olha, olha Glória, filhos e netos, olha por nós seus amigos, e certamente já encontrou Tazio, Fangio, Clark, Arturão ... e contou-lhes sobre todas belas páginas que escreveu sobre eles.

Deus o tenha ao seu lado amigo do coração e a console Glória, assim como “as crianças”, que era como ele se referia a elas.  

Até um dia irmão.

Rui Amaral Jr


sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

CULTURA DO AUTOMÓVEL - Janeiro 2025

 


segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Mestres em suas artes...

 

Guaraná por Ararê

 Sim, meus amigos Guaraná e Ararê, são mestres nas artes que adotaram, um desenhando e o outro pilotando. Infelizmente Guaraná já subiu, muito antes do tempo, deixou saudades e lembrança dos que com ele conviveram, e obviamente dos inúmeros admiradores.

Outro dia em seu Facebook Ararê mostrou a arte para o  #29 do Guaraná e nos comentários escrevi o seguinte “Meu irmão, agora me emocionei, Guaraná além de um tremendo bota foi um super ser humano, ficou como sempre lindo demais” mais tarde voltei e completei “Numa noite de março de 1971, nos encontramos na Av. Sumaré em uma esquina onde sempre nos encontrávamos, tirávamos rachas lá, ainda não havia a ligação com a Henrique Schaumann, finalmente tínhamos estreado nas pistas, papos e mais papos, agora finalmente éramos pilotos de verdade, ele fez uma bela carreira, muito aquém do que sua enorme tocada merecia, mas uma grande carreira! Saudades...”

Mais tarde olhando a arte comecei à lembrar; Do Italo Adami e Robertinho, os magos da Autozoom, de “seu” Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga – e muito mais...

Guaraná morava se não me engano no Alto da Lapa, Teleco na Av. Angelica, e era numa esquina da Av. Sumaré, se não me engano novamente, que havia uma lanchonete que era da família ou amigos do Guaraná, e naquela avenida sem movimento que mostrávamos nossos dotes automobilísticos.

Lembro daquela noite como se tivesse acontecido ontem...

Cheguei de moto, meu Dart tinha ficado na equipe, Guaraná, Teleco e eu começamos à conversar, naquele domingo havíamos estreado em Interlagos – hoje Autódromo José Carlos Pace – numa prova organizada pelo Clube Marazzi, de nosso amigo Expedito Marazzi.

Guaraná, que vinha do kart, olha e me diz “vi você freando na entrada da Um!” ao que repliquei “pô Guaraná, foi nos treinos, afinal eu pilotava um barca e ainda não conhecia a pista...”.

Continuamos a papear e de repente um som muito alto de um V8 com escapes abertos vem descendo a avenida, éramos uns dez ou quinze ali, paramos de conversar para olhar, e muito forte vem meu amigo/irmão Waltinho Mujalli tocando meu Dart e passando por nós à milhão!

E a noite continua até hoje em minha memória!

Mês e tanto depois Guaraná e eu nos encontramos novamente na pista, agora em VWs da Divisão 3 e em nossa corrida de estreia na categoria fomos quinto e sexto no meio de mais de trinta carros, na corrida vencida pelo amigo José Martins Jr no Puma Divisão 4 ex Angi Munhoz, quer dizer que na verdade fomos quarto e quinto, e dos carros da Kinko e do Maldonado que vinham há muito na categoria.

Aos saudosos Guaraná, Teleco, Italo, Robertinho e Expedito sempre em minhas agradáveis lembranças e ao Ararê, com meu muito obrigado pelo carinho e consideração.

 

Abraços

Rui Amaral Jr

 

PS: Ararê é um profissional em sua arte, então peço que não copiem suas obras, no endereço abaixo ele as envia no tamanho correto e no padrão para emoldurá-las, obrigado.

  ararenovaes21@gmail.com

 Ia esquecendo, as coleções dele para os carros do Luiz, Wilsinho, Emerson, Pace com todos os carros que pilotaram num único poster é imperdível!

 


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Formula 3 - 1974

 

Jan Balder - March 748 Holbay - SPI, Rodão e Formula 1
Alex com GRD lidera com Hemton #1 em terceiro.

   Tenho vontade de escrever dos anos dourados da F.3, como aliás estou escrevendo aos poucos, então voltemos à 1974, e os atores da categoria, ou seja, pilotos, chassis, motores, equipes e outros.

 

Chassis:

Os principais carros/chassi dos campeonatos europeus de 1974-1986 foram; Chevron, GRD, Lola, March, Modus, Ralt, Reynard, Brabham, Lotus, Tecno. Anson, Argo.  

 

Motores;

Aspirados de 2.000 cc com entrada de ar de 24 mm. Máximo de quatro cilindros, sendo que os Toyota, Ford, Alfa Romeo, Renault, Triumph, Volkswagen, Lancia e BMW, todos derivados de carros de produção, com uma minimo de 5.000 unidades comercializadas. Aqui uma observação; As 5.000 unidades que cito são de carros de produção ao publico mas com caracteristicas e opcionais especias, lembro quando aqui no Brasil a Ford lançou o Corcel GT, e suas “caracteristicas especiais” eram umas faixas pretas, rodas diferentes e mais nada, sendo que a Bino preparava um exelente motor, lá fora as opções eram muitas nos motores, relações de cambio, diferencial e outras que transformavam meros carros de passeio em foguetinhos.   

Os preparadores destes motores; Novamotor, Holbay, Billgren, Schrick, Vegantune, Schnitzer, Spiess, Dudot.


Henton lidera com Julio Caio em quarto.

Alex com Zé Pedro em sua cola. 
Julio Caio e os irmãos Moraes.

Pedro Passadore em Monaco.

  Bem, vinha escrevendo até aqui e então entra o efeito Caranguejo, que ao telefone fala assim: “o Teleco não conseguiu o patrocinio, mas a quipe March correu com outros amigos seus, inclusive seu amigo Jan”.  Neste momento a memoria fica experta e começo à lembrar de muitas conversas, coisas que li e tudo mais. Depois de mais de quinze dias resolvi ligar para o Jan, e depois uma hora de papo com ele, e outra hora e meia com o Caranguejo.

Então vamos lá: Com algumas informações do Jan, outro dia juntos vamos escrever sobre, e lembranças e pesquizas minhas e do Caranguejo.

A March, construtora de carros para várias categorias, tinha uma equipe de corridas para quase todas categorias de formula em que seus carros participavam.

Em 1974 para F.3 fechou o acordo para sua equipe com José Pedro Chateaubriant Bandeira de Mello, que levou os patrocinios da SPI – Sociedade Paulista de Investimentos – de Jayme Levy, do Rodão e da Formula Um – equipamentos esportivos, anteriormente dos irmãos Fittipaldi – o primeiro piloto sera o britanico Brian Henton e Zé Pedro seu companheiro. Este acordo previa que Jan Balder faria três corridas na temporada com o carro de Henton.  

Além de Zé Pedro a F.3 inglesa teve mais alguns brasileiros, meus amigos Julio Caio de Azevedo Marques e Luiz Antonio “Teleco” Siqueira Veiga com um March 733 do ano anterior. Julio correu algumas provas pelo Tean Brasil dos irmãos Moraes, Marcos e Luiz, não consegui conversar com ele, um dia contamos mais, fez três corridas pela equipe, duas com o recém criado MODUS, e a outra com March 743.

Alex Dias Ribeiro com GRD 743 e March 743 Toyota/Novamotor. Leonel Friedrich com March 743, Marivaldo Fernandes March 733 - Ford twin cam Neil Brown.

Assim como a mudança de regulamento dos motores da F.Um no ano de 1968, as equipes da F.3 em 1974 enfrentaram vários problemas no fornecimento de motores, sendo que vários carros usavam o 1.600cc do regulamento anterior e outros preparadores aumentavam a cilindrada deles para 1.7/1.8cc. Quem primeiro encontrou o caminho das pedras foi a Toyota com seu motor de duplo comando de válvulas com quatro por cilindro, preparado pela Novamotor.

Foram vinte e sete corridas dos principais campeonatos, o Lombard North Central Formula Three Championship, Forward Trust Formula Three Championship. Brian Henton da March/SPI nadou de braçada, venceu quinze delas, sendo escudado em várias por Zé Pedro.

O Lombard North Central Formula Three Championship, Henton venceu sete vezes, tendo Alex Dias Ribeiro seu vice com duas vitorias, seguido de Tony Rouff com três vitorias e Zé Pedro Com uma.

O Forward Trust Formula Three Championship, Henton venceu oito vezes, tendo Rouff como vice com uma vitória. As outras vitorias deste campeonato foram divididas entre Danny Sulivan na única do Modus/Ford-Holbay-Vengatune, Alex Dias Ribeiro, José Espirito Santo e Mike Tyrrel.


Henton 


Até que a participação dos brasileiros foi boa, com destaque para Alex Dias Ribeiro e Zé Pedro Chateaubriant. Julio em equipe fraca fez apenas três corridas, Teleco com o carro do ano anterior e sem esquema pouco pode fazer. Jean que faria três corridas fez apenas duas e com seu March, que obviamente levava o #1 mas não era o carro de Henton, já que usava o motor de 1.600cc, também pouco fez. Na que seria a primeira corrida do Jan, em Silverstone, sua licença não chegou a tempo e Pedro Vitor de Lamare iria substitui-lo, aconteceu que os irmãos Pederzani levaram o novo motor Toyota preparado por eles, e tudo desandou não conseguindo Pedro largar.

Só Alex seguiu carreira lá fora, Julio, Zé Pedro, Teleco e Jan encontraram no Brasil a nova coqueluche de nosso automobilismo, a F. Super Vê. Que segundo meus amigos era mais custosa que a F.3 inglesa, creio que devido ao menor número de corridas, mas com maior facilidade de conseguir patrocínio já que a divulgação da categoria era por conta da VW.

No mesmo ano Pedro Vitor de Lamare, com o patrocínio da SPI correu com March 74S-BMW os campeonatos inglês, algumas provas da Interserie e campeonato Europeu de viaturas Sport, seu parceiro em algumas provas foi Antonio Castro Prado.

March 74S de Pedro Vitor.

 

Agradeço depoimentos e fotos aos amigos Jan Balder, Roberto Martinez, ao parceiro Carlos Henrique “Caranguejo”Mércio.

 

Abraços.

 

Rui Amaral Jr