sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Mestres em suas artes...
Outro dia em seu Facebook Ararê mostrou a arte para o #29 do Guaraná e nos comentários escrevi o
seguinte “Meu irmão, agora me emocionei, Guaraná além de um tremendo bota foi
um super ser humano, ficou como sempre lindo demais” mais tarde voltei e
completei “Numa noite de março de 1971, nos encontramos na Av. Sumaré em uma
esquina onde sempre nos encontrávamos, tirávamos rachas lá, ainda não havia a
ligação com a Henrique Schaumann, finalmente tínhamos estreado nas pistas,
papos e mais papos, agora finalmente éramos pilotos de verdade, ele fez
uma bela carreira, muito aquém do que sua enorme tocada merecia, mas uma grande
carreira! Saudades...”
Mais tarde olhando a arte comecei à lembrar; Do Italo Adami e
Robertinho, os magos da Autozoom, de “seu” Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga
– e muito mais...
Guaraná morava se não me engano no Alto da Lapa, Teleco na
Av. Angelica, e era numa esquina da Av. Sumaré, se não me engano novamente, que
havia uma lanchonete que era da família ou amigos do Guaraná, e naquela avenida
sem movimento que mostrávamos nossos dotes automobilísticos.
Lembro daquela noite como se tivesse acontecido ontem...
Cheguei de moto, meu Dart tinha ficado na equipe, Guaraná,
Teleco e eu começamos à conversar, naquele domingo havíamos estreado em
Interlagos – hoje Autódromo José Carlos Pace – numa prova organizada pelo Clube
Marazzi, de nosso amigo Expedito Marazzi.
Guaraná, que vinha do kart, olha e me diz “vi você freando na
entrada da Um!” ao que repliquei “pô Guaraná, foi nos treinos, afinal eu
pilotava um barca e ainda não conhecia a pista...”.
Continuamos a papear e de repente um som muito alto de um V8
com escapes abertos vem descendo a avenida, éramos uns dez ou quinze ali,
paramos de conversar para olhar, e muito forte vem meu amigo/irmão Waltinho
Mujalli tocando meu Dart e passando por nós à milhão!
E a noite continua até hoje em minha memória!
Mês e tanto depois Guaraná e eu nos encontramos novamente na
pista, agora em VWs da Divisão 3 e em nossa corrida de estreia na categoria
fomos quinto e sexto no meio de mais de trinta carros, na corrida vencida pelo
amigo José Martins Jr no Puma Divisão 4 ex Angi Munhoz, quer dizer que na
verdade fomos quarto e quinto, e dos carros da Kinko e do Maldonado que vinham
há muito na categoria.
Aos saudosos Guaraná, Teleco, Italo, Robertinho e Expedito
sempre em minhas agradáveis lembranças e ao Ararê, com meu muito obrigado pelo
carinho e consideração.
Abraços
Rui Amaral Jr
PS: Ararê é um profissional em sua arte, então peço que não
copiem suas obras, no endereço abaixo ele as envia no tamanho correto e no
padrão para emoldurá-las, obrigado.
Ia esquecendo, as
coleções dele para os carros do Luiz, Wilsinho, Emerson, Pace com todos os
carros que pilotaram num único poster é imperdível!
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Formula 3 - 1974
Chassis:
Os principais carros/chassi dos campeonatos europeus de 1974-1986
foram; Chevron, GRD, Lola, March, Modus, Ralt, Reynard, Brabham, Lotus, Tecno. Anson,
Argo.
Motores;
Aspirados de 2.000 cc com entrada
de ar de 24 mm. Máximo de quatro cilindros, sendo que os Toyota, Ford, Alfa
Romeo, Renault, Triumph, Volkswagen, Lancia e BMW, todos derivados de carros de
produção, com uma minimo de 5.000 unidades comercializadas. Aqui uma
observação; As 5.000 unidades que cito são de carros de produção ao publico mas
com caracteristicas e opcionais especias, lembro quando aqui no Brasil a Ford lançou
o Corcel GT, e suas “caracteristicas especiais” eram umas faixas pretas, rodas
diferentes e mais nada, sendo que a Bino preparava um exelente motor, lá fora
as opções eram muitas nos motores, relações de cambio, diferencial e outras que
transformavam meros carros de passeio em foguetinhos.
Os preparadores destes motores;
Novamotor, Holbay, Billgren,
Schrick, Vegantune, Schnitzer, Spiess, Dudot.
Então vamos lá: Com algumas
informações do Jan, outro dia juntos vamos escrever sobre, e lembranças e
pesquizas minhas e do Caranguejo.
A March, construtora de carros
para várias categorias, tinha uma equipe de corridas para quase todas
categorias de formula em que seus carros participavam.
Em 1974
para F.3 fechou o acordo para sua equipe com José Pedro Chateaubriant Bandeira
de Mello, que levou os patrocinios da SPI – Sociedade Paulista de Investimentos
– de Jayme Levy, do Rodão e da Formula Um – equipamentos esportivos,
anteriormente dos irmãos Fittipaldi – o primeiro piloto sera o britanico Brian
Henton e Zé Pedro seu companheiro. Este acordo previa que Jan Balder faria três
corridas na temporada com o carro de Henton.
Além de Zé Pedro a F.3 inglesa
teve mais alguns brasileiros, meus amigos Julio Caio de Azevedo Marques e Luiz
Antonio “Teleco” Siqueira Veiga com um March 733 do ano anterior. Julio correu
algumas provas pelo Tean Brasil dos irmãos Moraes, Marcos e Luiz, não consegui
conversar com ele, um dia contamos mais, fez três corridas pela equipe, duas
com o recém criado MODUS, e a outra com March 743.
Alex Dias Ribeiro com GRD 743 e March
743 Toyota/Novamotor. Leonel
Friedrich com March 743, Marivaldo Fernandes March 733 - Ford twin cam Neil
Brown.
Assim como a mudança de regulamento dos motores da F.Um no
ano de 1968, as equipes da F.3 em 1974 enfrentaram vários problemas no
fornecimento de motores, sendo que vários carros usavam o 1.600cc do regulamento
anterior e outros preparadores aumentavam a cilindrada deles para 1.7/1.8cc.
Quem primeiro encontrou o caminho das pedras foi a Toyota com seu motor de
duplo comando de válvulas com quatro por cilindro, preparado pela Novamotor.
Foram vinte e sete corridas dos principais campeonatos, o Lombard
North Central Formula Three Championship, Forward Trust Formula Three
Championship. Brian Henton da March/SPI nadou de braçada, venceu quinze delas,
sendo escudado em várias por Zé Pedro.
O Lombard North Central Formula Three Championship, Henton
venceu sete vezes, tendo Alex Dias Ribeiro seu vice com duas vitorias, seguido
de Tony Rouff com três vitorias e Zé Pedro Com uma.
O Forward Trust Formula Three Championship, Henton venceu
oito vezes, tendo Rouff como vice com uma vitória. As outras vitorias deste
campeonato foram divididas entre Danny Sulivan na única do Modus/Ford-Holbay-Vengatune,
Alex Dias Ribeiro, José Espirito Santo e Mike Tyrrel.
Até que a participação dos brasileiros foi boa, com destaque
para Alex Dias Ribeiro e Zé Pedro Chateaubriant. Julio em equipe fraca fez
apenas três corridas, Teleco com o carro do ano anterior e sem esquema pouco
pode fazer. Jean que faria três corridas fez apenas duas e com seu March, que
obviamente levava o #1 mas não era o carro de Henton, já que usava o motor de
1.600cc, também pouco fez. Na que seria a primeira corrida do Jan, em
Silverstone, sua licença não chegou a tempo e Pedro Vitor de Lamare iria
substitui-lo, aconteceu que os irmãos Pederzani levaram o novo motor Toyota
preparado por eles, e tudo desandou não conseguindo Pedro largar.
Só Alex seguiu carreira lá fora, Julio, Zé Pedro, Teleco e
Jan encontraram no Brasil a nova coqueluche de nosso automobilismo, a F. Super
Vê. Que segundo meus amigos era mais custosa que a F.3 inglesa, creio que
devido ao menor número de corridas, mas com maior facilidade de conseguir
patrocínio já que a divulgação da categoria era por conta da VW.
No mesmo ano Pedro Vitor de Lamare, com o patrocínio da SPI correu
com March 74S-BMW os campeonatos inglês, algumas provas da Interserie e
campeonato Europeu de viaturas Sport, seu parceiro em algumas provas foi Antonio Castro Prado.
Agradeço depoimentos e fotos aos amigos Jan Balder, Roberto
Martinez, ao parceiro Carlos Henrique “Caranguejo”Mércio.
Abraços.
Rui Amaral Jr