A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Lola T70 MKIII

 

Antonio Carlos Avallone, o Baixinho era fera!

 A Lola Cars de Erick Broadley fez alguns carros de grande sucesso.

Emerson com a T210, Wilsinho com a T70 e Ferrari 512S de Gianpiero Moretti.
Copa Brasil 1970
Das quatro etapas Wilson venceu a segunda com a T70, Emerson duas e Jorge de Bragation com o Porsche 908/2 uma.
Norman Casari também pilotou uma Lola T70 MKIII
Na foto de meu amigo Rogério, a T70 MKIII de Avallone.

Jamais vou esquecer daquela pequena T210, com um pequeno motor de 1.800cc, voando em Interlagos nas mãos de Emerson, ou com Peterson e alguns outros grandes pilotos nas pistas europeias, vencendo na categoria e às vezes andando na frente de carros de maior cilindrada.

Nos primeiros anos da década de 1960, projetou a maravilhosa Lola MK6 GT/E, projeto vendido à Ford e que deu origem ao Ford GT40.
Então Erick partiu para outro projeto, um carro para o Mundial de Esporte Protótipos e outras categorias, inclusive a CanAm, a Lola T70.
Seu chassi monocoque - honeycomb -, revestido de fibra uma obra de arte, ou muito me engano, ou a primeira exemplar desta inovação nas pistas foi a campeã Lotus 25, projetada por Colin e equipe.







 O chassi monocoque (honeycomb)  consiste em chapas de alumínio, que posicionadas conforme o lugar, em duas chapas recheadas por tiras de alumínio em ondas, em outras partes em chapas de alumínio dobradas, sempre para dar mais resistência a torções, e mais leves que aquelas centenas de tubos dos chassis tubulares. Perdoem a minha descrição, nas fotos talvez ela fique mais clara, no Google poderão encontrar mais exemplos. A Lola já havia usado este conceito na maravilhosa Lola MK6 GT/E, projeto depois vendido à Ford que se tornou o GT40. https://ruiamaraljr.blogspot.com/2018/08/lola-mk6-gte.html



No berço do motor espaço para um grande V8, inclusive um Big Block. Com ligações com a GM escolheram um motor Chevrolet de cinco litros, digamos como padrão, e que foi adotado por várias equipes que usavam a T70, como Jô Bonnier. Os V8 americanos, derivados de blocos de carros de série, desenvolviam então cerca de 400/430 hps, foi então que Ferrari e Porsche projetaram seus carros para categoria com motores de cinco litros, feitos para competição tinham no mínimo 120/150 hps à mais que os V8 americanos.

Na CanAm a T70 spider foi campeã nas mãos de Big Jonh Surtees, e mesmo depois do grande sucesso da McLaren ainda venceu.

Surtees e a T70 Spider


Agora a T70 MKIII/IIIB mesmo nas mãos de grandes nomes, seria impossível citar a todos, mas entre eles Jo Bonnier e o incrível Antonio Carlos Avallone, que foi uma espécie de garoto propaganda da marca, sendo homenageado numa bela exposição no  ROYAL AUTOMOBILE OF LONDON  em Londres, nos cinquenta anos na marca. Link >>> https://ruiamaraljr.blogspot.com/2010/05/antonio-carlos-avallone-ii.html , venceu pelo que sei apenas uma grande corrida na categoria Esporte Protótipos.

24 Horas de Daytona 1969 - 

A nata da categoria estava inscrita, os protagonistas: Lola com quatro T70, a #6 da Roger Penske Racing - com Mark Donohue/Chuck Parsons, a #8 da International Racing - com Ed Leslie/Lothar Motschenbacher e a com #9  Scooter Patrick/Dave Jordan,  e finalmente aquele que levou a marca Lola, em diversas categorias, à todas partes do mundo, com a #60 Jo Bonnier que correu com Ulf Norinder pela Sportscars Unlimited Switzerland e tinham um carro reserva. Vários GT40 das principais equipes, a Porsche com o 908 ainda em sua primeira versão.
Ao todo quase oitenta carros inscritos nas várias categorias, sessenta e seis se classificaram para largada.

Porsche 908/2 Coda lunga, pole com Vic Elford e Brian Redman.
A T70 de Donohue, ao volante, e Chuck Parsons largou com o segundo tempo.



A pole foi do 908/2 Coda Lunga de Vic Elford/Brian Redman da Porsche  System Engineering, vindo logo a seguir a T70 de Donohue/Parsons, tendo a seguir outra Lola, mais dois 908/2 e em 8/9º dois GT40 da J. W. Automotive Eng.
Ao final das 24 horas a T70 de Donohue/Parsons vence com trinta voltas à frente de outra T70 de Ed Leslie/Lothar Motschenbacher. Tendo as demais feras da categoria ficado pelo caminho, tanto que o terceiro lugar foi de um Pontiac Firebird e o quarto de um Porsche 911, mais de trinta de cinco voltas atrás.


No excelente Racing Spots Cars tudo sobre a corrida.



No Brasil a primeira T70, creio eu foi de Marcelo De Paoli, em conversa com meu amigo João seu filho, ele contou os detalhes da compra, hilariantes, e outro dia o Cadu Avallone me contou que seu pai foi o intermediário desta compra. Acredito que mais duas ou três para cá vieram, inclusive que meu amigo Jan Balder pilotou uma delas, vencendo inclusive em Angola, se não me engano.
Mas foi com Antonio Carlos Avallone que ela ganhou notoriedade por aqui, aguerrido o Baixinho levou a T70 à várias provas, muitas quebras e acredito que apenas uma vitória, a conferir. Vendeu-a a Marinho Antunes, que num  treino bateu bem em frente aos boxes de Interlagos, já escrevi aqui. Expedito e eu do outro lado da alta cerca, que dividia a pista das arquibancadas, vimos o começo do fogo sem nada poder fazer, os segundos que Marinho demorou à deixar o carro foram horripilantes, graças a Deus nada aconteceu a ele.

Quero dedicar este a três grandes atores do cenário do automobilismo; Roger Penske, que como piloto e dono de equipe venceu de tudo, e continua vencendo. Jo Bonnier que levou a marca Lola à todas pistas do mundo e ao  incrível Antonio Carlos Avallone.

Rui Amaral Jr
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Escrevi este texto há sete dias, um cabo de ‘internet’ rompido e a péssima prestação de serviço da Terra Fibra, atrasaram a postagem. Agradeço ao excelente técnico que veio consertar o estrago.



O bom da história é que pude saber que nas 24 Horas de Daytona 2024 o brasileiro Pipo Derani pilotando o Cadillac #31 cravou o tempo de 1`32"656 numa volta voadora e largará na pole position na geral, seus companheiros na tocada do Cadillac são Tom Blomqvist e Jack Aitken. Além de Pipo vários outros brasileiros estão em destaque nessas 24 Horas.

Boa corrida a todos.

Rui








segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Potencia é tudo

 

Bruce no começo com um motorzinho de 5.500cc.

Hulme e Gurney, já sem Bruce.
M8F 8.300cc mais de 850 hps, Revson substitui Bruce e é campeão.
Amon em Laguna Seca 1969, a Ferrari 612P com motor de 6.220cc.
Pedro x Dan, a diferença era muita.


Dias atrás recebo de um amigo um e-mail que começa assim comentando corridas de 1971; "Para mim, o Porsche 917 e a Ferrari 512 são míticos, os maiores protótipos de todos os tempos, motores enormes, potência inacreditável. Mas, quando correram contra os CanAm, foi uma humilhação..."
Então...
Os carros de Esporte Protótipos aproveitavam corridas da categoria nos EUA para correrem provas da CanAm com datas próximas e assim amealharem alguma verba extra!
São duas configurações de motores totalmente diferentes, enquanto os carros do Grupo 7 da CanAm de 7/8/9 litros com blocos de série as 512 e 917 tinham seus motores limitados à cinco  litros com blocos, cabeçotes e outros feitos especificamente para eles.

Na 512 o motor de bloco e cabeçotes de alumínio, V12 com quatro comandos nos cabeçotes, quatro válvulas por cilindro. À 9.000 rpm desenvolvia cerca de 610 hps com potência específica de 122 hps litro.

O 917 também com bloco e cabeçotes em alumínio, 12 cilindros contrapostos (flat) quatro comandos nos cabeçotes e duas válvulas por cilindro. À  8.000 rpm gerava cerca de 600 hps, ou cerca de 120 hps litro. 

Já na CanAm eram usados os big bloc, nesta época MacLaren e Lola os principais adversários usavam motores de 8.000/8.300 litros, um motor da então Formula Um de três litros à mais de cilindrada. Eram obsoletos se comparados aos da Ferrari e Porsche, comando de válvulas no bloco, com varetas acionando o balanceiro e as válvulas, que eram duas por cilindro,  não tenho a especificação, mas acredito que giravam à cerca de 6.500/6.800 rpm, em compensação geravam muito mais torque que os motores giradores, e certamente numa rotação muito mais baixa, dando aos monstros da CanAm uma saída de curva muito mais forte.

É o que penso.

Agora meu caro amigo Walter, não podemos esquecer que tanto as McLaren quanto as Lola eram feitos na Inglaterra e tinham equipamentos como freios, cambio e outros tão bons quanto Ferrari e Porsche, além da mão de obra. Feitos ao feitio de dois pilotos que projetaram e pilotaram F. Um, Big John e Bruce. Seus chassis tubulares eram parecidos com os dos adversários. E com muitos hps à mais realmente eram mais rápidos.
Não se decepcione... Potencia é tudo!  
Antes que esqueça, já mostrei aqui uma vitória do Porsche 908/2 de Toni Dean na CanAm.
            
Outra coisinha! Sabe aquela comprinha pretendida por você? Quero dar uma voltinha... Pilotando!

Como sempre uma fonte confiável.

Abração 

Rui Amaral Jr





domingo, 7 de janeiro de 2024

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

CULTURA DO AUTOMÓVEL - Dezembro 2023

 


Aproveito para informar que algumas edições da revista Cultura do Automóvel também estão disponíveis na versão impressa. Acesse o link e saiba mais.