A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Conta Borgmann...

A CARRETERA ARGENTINA (TC) QUE FOI TENTAR A SORTE NA EUROPA
 Embarque da TC no transatlântico, rumo à Europa.
Página da revista com a propaganda de um dos patrocinadores.

Em 1953, o automobilismo argentino dominava o cenário latino-americano, especialmente com Juan Manuel Fangio, que já brilhava nas competições da Europa.
ERNESTO PETRINI, piloto que brilhava nas corridas de estrada argentinas (TC Turismo Carretera) acreditava que sua carretera Ford com motor 4.500cm3 faria sucesso nas pistas européias. Aprontado o carro, foi feita a apresentação à imprensa, tendo inclusive a presença do presidente argentino General Juan Perón, que era um apreciador das corridas de automóveis, apoiando o esporte e levando seu nome pintado nos carros.

 Apresentação da TC de PETRINI com o Gen  JUAN PERÓN. Note o motor V8 flathead com 4 carburadores. 
 Revista COCHE A LA VISTA de Julho 1953 ( na capa estão os três irmãos GÁLVEZ todos pilotos da TC com sua mãe).

A carretera foi embarcada no transatlântico argentino "EVA PERÓN", no qual também seguiu o piloto ERNESTO PETRINI, seu co-piloto FIORENTINI e o jornalista OSVALDO AGUILAR que enviaria as matérias cobrindo a participação.
A intenção do piloto PETRINI era de participar da corrida Liège-Roma-Liège na categoria esporte, com extensão, non-stop de 3.500 km.
Esta corrida já tinha sido vencida em 1951 pelo Jaguar XK120 de Johnny Claes e Jacques Ickx (pai do piloto de F1 Jacy Ickx), e em 1952 vencido por um Porsche 356.
Talvez julgando o percurso excessivamente longo e também considerando a necessidade de carros de apoio, PETRINI anuncia sua decisão de não participar mais. Informa então que participaria de algumas provas locais na categoria esporte e também de subida de montanha. Participou ca corrida de AOSTA onde chegou em 5° lugar, prova vencida por SCOLTI com Ferrari.
Assim, PETRINI retorna à Argentina e se prepara na participação da IV Carrera Panamericana, no México, com um automóvel Lincoln na categoria Turismo.

Revista COCHE A LA VISTA de Dezembro 1953 em que aparece o Lincoln #64 de PETRINI durante a IV Carrera Panamericana.
Um Porsche se preparando para a largada.
Foto da equipe Porsche de apoio;

A IV Carrera Panamericana de 1953 teve como vencedor Juan Manuel Fangio Lancia)com o tempo de 18h11min à média de 169,220kph. Na categoria Turismo o vencedor foi o norte-americano CHUCK STEVENSON (Lincoln) com o tempo de 20h31min à média horária de 149,910kph. PETRINI (Lincoln) chegou em 9° lugar coim o tempo de 22h28min.

Luiz Borgmann


sábado, 8 de agosto de 2015

SORTE E AZAR

  1964 - Big John vence o mundial pilotando a Ferrari 158 no GP do México, nesta corrida sua Ferrari foi inscrita com as cores da NART - Nort American Racing Tean - de Luigi Chinetti. 
1966 - Spa sua derradeira vitória com a Ferrari 312/66.
1966 - Big John vence no México com a Cooper T81/Maserati.  

Displicentemente, coloco um comentário em uma boa série de fotos da Fórmula 1 nos anos sessenta, mostrada pelo Rui no “Histórias...” e cito que Chris Amon quase foi para a Cooper em 1966. É o bastante para o Rui sugerir que eu conte algo a respeito. Pois bem. Em 1966, a Itália estava convulsionada por greves, que atingiram a Ferrari S.E.F.A.C. em cheio. A equipe, que normalmente inscrevia três carros nas 24 Horas de Le Mans, naquele ano viu-se forçada a competir apenas com dois. Os belos modelos 330 P/3 foram confiados a Mike Parkes/Ludovico Scarfiotti e Jean Guichet/Lorenzo Bandini. Para Enzo Ferrari estava ótimo, principalmente depois que seu assecla, digo, associado norte-americano, Luigi Chinetti, inscreveu uma 330 P/3 Spyder da NART para Richie Ginther/Pedro Rodriguez. Todo o mundo tá feliz? Não, John Surtees, primeiro piloto da Ferrari e campeão mundial F1 em 1964 não estava. 

1966 - Le Mans a bela 330P 
 1966 - A vitória arrasadora da Ford em Le Mans com Bruce e Chris no 1º lugar.

Il capo da Ford cumprimenta os vencedores...

Surpreso pela ausência de seu nome entre os inscritos, foi tomar satisfações com o chefe da equipe, Eugenio Dragoni. A resposta que recebeu o deixou perplexo – e furioso. Dragoni disse-lhe que não tinha certeza das condições físicas do Big John pilotar em uma prova de longa duração, após o gravíssimo acidente que sofrera em Mosport Park, com uma Lola T70 (diz a lenda que Surtees ficou com um lado do corpo quatro polegadas mais curto que o outro). Como precaução não era exagero, não fosse pela tal batida ter acontecido nove meses atrás. Surtees sempre fora um sujeito mirrado e ele tivera um bom começo de temporada em 66, concluindo o International Trophy em segundo lugar e liderando o GP de Mônaco até ter problemas. 

 O acidente com a Lola T70 em Mosport Park


Em Spa, prova debaixo de um aguaceiro torrencial, enfim, vitória. E eram resultados importantes, uma vez que o regulamento mudara outra vez e todos estavam desenvolvendo seus motores de 3 litros. Sentindo-se desprestigiado pela Ferrari e perseguido pelo “Perfumista” Dragoni (antes de seu envolvimento com o automobilismo, Eugenio Dragoni tocava uma fábrica de cosméticos no norte da Itália), Surtees refugiou-se na Cooper. Em sete provas, venceu uma (México), fez um segundo (Nurburgring), um terceiro (Watkins Glen) e teve quatro abandonos (Reims, Brands, Zandvoort e Monza), terminando a temporada como vice-campeão mundial. De certa forma, John Surtees riu por último: a Ferrari amargara a primeira de suas derrotas para a Ford em Le Mans e na Fórmula 1, com seu Cooper-Maserati, ainda ficara à frente da antiga equipe. Mas esse troca-troca pode ter prejudicado a alguém. 

A foto! Chris ou Bruce na McLaren/Sereníssima, o capacete é de Chris.
1966 - Big John em Spa
1965 - Rodando com a Ferrari 158 em Zandvoort.
1964 - Mauro Forghieri, Big John e Dragoni. 

É neste momento que Chris Amon entra em nossa história. Christopher Arthur era então um jovem promissor da Nova Zelândia, protegido de Reg Parnell. Chris, depois de três anos conduzindo os Lotus privados de Parnell, acertara com a Equipe Cooper. Porém, depois de um oitavo lugar em Reims, o time optou por Surtees, o refugiado da Ferrari e com um prontuário mais interessante. O abandonado Amon ainda tentou classificar um Brabham BRM em Monza, mas não teve...bem, vocês sabem o quê. Então quer dizer que Chris Amon só teve frustrações em 1966? Eu não diria isso. A partir desse ano, seu capacete branco com detalhes em azul e vermelho, tornou-se icônico para o automobilismo em todo o mundo, graças ao filme “Grand Prix” e a ligação com o protagonista Pete Aron (James Garner). Amon, em parceria com o conterrâneo Bruce McLaren venceu as 24 Horas de Le Mans/66 com o mitológico Ford GT-40 MKII e foi essa vitória que o fez conhecer Enzo Ferrari, que o contratou para a Scuderia no ano seguinte. Claro, que quando estava a caminho para a Corrida dos Campeões/67, ano de estréia na Ferrari, ele bateu seu carro particular quando se dirigia a Brands Hatch, mas devemos dar um desconto...

1967 - Chris Amon e a Ferrari 312/67 no GP da França no circuito Bugatti em Le Mans.



CARANGUEJO

Bruce
Pace e Big Jonh.
1966 - Um ilustre "velhinho" se prepara para assumir seu lugar no cockpit de seu F.Um, quem seria? 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Conta Chico.

Sobre o post anterior "Estilos" recebi do Chico o e-mail que segue com seu comentário o que obviamente vale outro post, para ilustra-lo nada melhor que uma foto do Luiz nos 500 KM de Interlagos 1972.
Dedico este post a dois grandes botas, dois grandes campeões, dois amigos queridos...Luiz e Chico.


Luiz no 908/2 e Joest no 908/3 contornando a Um...

......., bem RUI, esse tema da para fazer um """" papiro"""" dele ,é deveras interessante pois tem diversos """ ângulos """" a serem descritos....!!!!!!! 
Tem curvas em que você tem que tentar apenas desenha-las  sem grandes invenções de preferência e normalmente são as de maior velocidade, mas em certas ocasiões , mesmo estas têm que ser ligeiramente antecipadas, que era o caso da curva UM de INTERLAGOS antes da primeira reforma. Ela """ vista """ de planta, em sua largura, só se podia usar 1/2 pista por causa do cascalho, então para se conseguir fazê-la de pé em baixo, não tinha outro jeito, você tinha que antecipar ligeiramente fazendo o carro vir escorregando nas quatro rodas e aí você estava já meio """ paralelo """" á sua saída ......!!!!!!! Isto no caso dos DKW MALZONI a qualquer coisa de 170 / 175 KLMs/hora e no PORSCHE 907 , 2 litros / 8 cilindros , a +_ 215 / 220 , mas neste o asfalto já era outro e aí entrava-se desenhando essa fantástica curva apenas com leves correções para """ apoiar """" a maquina devidamente. Nessa mesma configuração LUIS PEREIRA BUENO no PORSCHE 908 /2 de 3.0 litros 300 CVs , com o tanque em sua metade conseguia fazer do mesmo jeito que acabei de mencionar à 250 / 255 KLM/ hora , pé em baixo......!!!!!!!!
Pode-se ter dois autos na mesma curva escorregando nas quatro ,mas por exemplo, um está no meio da curva ,por tanto antecipando a sua tangência e outro esta no mesmo ângulo de correção só que na saída de curva , ok ? Seguramente , neste segundo caso , o carro estará mais lento do que o primeiro , além de perder alguns KLMs/hora em toda a reta após essa curva pois o primeiro ele se antecipou tanto no trajeto como conseguiu acelerar bem mais cedo.......!!!!!!!! Este era o caso da curva da FERRADURA , e acredite que dava uma enorme diferença . 



Abraço amigo de CHICO LAMEIRÃO

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Estilos...


 Hulme
 McLaren ou Amon?
 Surtees

 Hill
 Rindt
Clark

Outro dia arrumando minhas bagunças encontrei um caderno de desenhos onde em 1966, aos 13/14 anos, colava minhas fotos prediletas tiradas das revistas que lia, sempre pensei que estas fotos fossem de alguma Auto Esporte, então uma revista de primeira, e que lia com avidez, agora folheando antigas Quatro Rodas encontrei sem querer o artigo na edição de Setembro de 1966, aproveitei e digitalizei a foto de Jimmy Clark que estava perdida do tal caderno.
Relendo logo descobri que certamente tal artigo não foi escrito por meu amigo Expedito Marazzi pois ele com todo seu conhecimento e competência na certa compararia os estilos por outro ângulo; o de quem também “andava” lá dentro!
1966 foi um ano complicado em que a F.Um estrearia o novo regulamento com motores de três litros aspirados e as equipes procuravam alternativas entre os fornecedores já escrevi aqui sobre. 
A Brabham desenvolveu seu próprio motor, um V8, com o pessoal da Repco, BRM e Lotus usavam motores vindos da F.2 ou da série da Tasmânia com cilindradas aumentadas, a Cooper tentava com o pesadíssimo motor Maserati V12 e a McLaren com o pesado e de alto consumo Sereníssima.
Nas fotos 1, 4 e 6 notem que os carros de Hulme, Hill e Clark, o primeiro com o V8 que levaria Black Jack ao titulo de 66 e ele mesmo ao de 67, Hill com o carro do ano anterior e Jimmy e a Lotus 33 campeonissimos em 1965, estão muito mais acertados e fora Clark fazem a tangencia da curva com um leve sobresterço, enquanto nas fotos 2, 3 e 5 cujos carros levavam os pesados motores Maserati e Sereníssima estão num nítido substerço, saída de frente, apesar do que narra o autor do texto sobre a foto 2.
Na foto 2 uma curiosidade, apesar do texto afirmar ser Bruce o capacete é de Chris Amon, acredito que já mostrei esta foto aqui e alguém afirmou ser Bruce mesmo pilotando para uma cena do ótimo filme Grand Prix com o capacete de Chris, o interessante é que das seis fotos a 2 é que tanto sendo um como outro foram os únicos que não foram campeões...foram campeões sim, apenas não chegaram ao titulo!

Aos grandes pilotos que mostraram nas pistas sua arte.

Rui Amaral Jr  


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