A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

REVISTA ILUSTRADA - Setembro 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

BICICLETA


Polivalente, é assim que o Ricardo é, engenheiro formado pela FEI, e eu acompanhei de perto seu tempo de aluno quando corríamos na Divisão 3, artista plástico, modelista e muitas coisas mais. Desde 1986 professor Engenharia Automobilística da faculdade onde estudou, sucedendo o brilhante Rigoberto Soler, com não menos brilhantismo.  
Depois de desenhar e desenvolver centenas de projetos automobilísticos como o FEI X20, formar engenheiros que hoje trabalham nas montadoras mundo afora agora meu amigo resolveu desenhar e fazer uma bicicleta!
Para isso estudou desde as primeiras bicicletas do passado, e fez duas delas com a ajuda do engenheiro Samuel, responsável pelo setor de marcenaria da FEI. Do projeto descoberto por padres jesuítas em 1966 Ricardo e Samuel fizeram a bicicleta de Leonardo da Vinci, e uma cópia da bicicleta do Barão Von Drais de 1790.
E inspirado nas bicicletas de velódromo projetou e construiu a sua com ergonomia semelhante feita em fibra de vidro e cromo molibdênio, sistema de transmissão GATEF - Carbon Viper Transmission - acionado por correia com freio apenas na roda traseira.

 A bicicleta Jacaré de Von Drais, construída em 1790. 
O projeto do gênio da Vinci de 1490, notem que ao contrário da bicicleta de Von Drais a de Leonardo já tinha  um espécie de guidom ou volante, porta objetos na frente e era acionada por correia. 



Pois é Ricardo, de nosso papo ao telefone saiu este pequeno post, e como de médico e maluco todos nós temos um pouco, gostaria muito de saber qual seu próximo projeto! Estou com você meu amigo/irmão!

Rui Amaral Jr



Ascurra por Elke

Dedicação, carinho e muito conhecimento sobre fotografia e automobilismo, é assim que Elke nos brinda com essas belas fotos Ascurra.






















  




Fotos:Elke Zalasik

Mais, muito mais, sobre este maravilhoso automobilismo na terra em Santa Catarina nos blogs de meu amigo Francis e no Paraná no blog do Adolf.





segunda-feira, 2 de setembro de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – VIII

Na largada saindo na pole e com o cambio de 5 marchas Jr dispara na ponta...
na Ferradura João Franco, Alvaro Guimarães, Edson Yoshikuma, Arturo Fernandes e Amadeo Campos estão embolados enquanto Jr Lara já abriu na liderança.
 Arturo e Amadeo

OS PROTAGONISTAS
Pocket-rocket
 Arturo
 Mogames
   

Etapa derradeira, nada mais para blefar, nada a esconder. Agora o jogo era às claras. Haviam três na disputa mas apenas um voltaria para casa campeão. Com vantagem nos pontos, inegavelmente Ricardo Mogames era o favorito. Era atrás dele que os desafiantes teriam de correr. Estes por sua vez, não eram amadores: Luis Lara Campos, determinação, arrojo, melhor VW da categoria, era um deles. Arturo Fernandes, atual campeão brasileiro da Divisão 3, estrategista, astuto, habilidoso na pista molhada, o outro. Mogames tentava ampliar a vantagem e treinara com antecedência em Interlagos, mas não conseguiu o mesmo desempenho no treino de formação do grid. Largando em sétimo, tinha que torcer por uma performance ruim dos adversários. Mas na primeira bateria o pole position Lara Campos venceu com propriedade enquanto Arturo brigava com João Franco pelo terceiro lugar. No finalzinho, Franco, sentindo os efeitos de sua participação em um casamento na véspera – ele era o padrinho – acabou cedendo a posição. Mogames estava longe, em oitavo, vinte e sete segundos atrás do Turito, este, uns dez segundos atrás de Lara Campos. No passado, Lara já havia estado com um título no colo, mas uma ou melhor, duas caixas de câmbio quebradas, o haviam tomado dele. Será que agora, com o Pocket-rocket na ponta dos cascos, seus esforços seriam premiados? Poderiam ser, não fosse a chuva. A segunda e decisiva bateria foi disputa com um adicional que fez toda a diferença: pista molhada. Arturo Fernandes mandou ver e já era o líder na quarta volta quando rodou na Junção, mas teve a sorte de que seu carro ficou virado para a direção certa e Turito conseguiu fazer com que o motor funcionasse novamente. Terminou em segundo atrás do vencedor Amadeo Campos, colocação mais do que suficiente para fazer Arturo Fernandes, o “Sorro” sagrar-se bicampeão brasileiro, enquanto Mogames terminava em quinto. E esse foi o fim de uma era. A partir de 1981, a Divisão 3 teria seu nome mudado para Hot-Car e receberia muitos pilotos egressos do antigo Torneio Passat. Verdadeiros resistentes, nossos personagens ainda marcaram presença nas pistas com seus “Besouros”: Mogames aventurou-se também na Fórmula 2 Brasil mas depois levaria o valente 1600 para a TEP; Arturo e Lara Campos uniram-se numa mesma equipe e Lara posteriormente passaria para a Stock-cars, chegando até mesmo a correr no Estoril em Portugal, com a categoria. Felizmente estão todos por aí, prontos para contarem suas versões e dizerem “que não foi bem assim”. A eles e todos os pilotos que estavam em ação nessa época maravilhosa, o nosso muito obrigado.

 Arturo chega e comemora com a equipe.


GLOSSÁRIO:

Sorro- mamífero carnívoro da família dos canídeos, encontrado nos campos úmidos do sul do Brasil, no Paraguai, norte da Argentina e Uruguai, sendo chamado nos países hispânicos de “Zorro”. Símbolo de astúcia e dissimulação, costuma fingir-se de morto para enganar os caçadores.

CARANGUEJO

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Jr e Arturo

Ultima corrida de 1980, Lara Campos e Ricardo Mogames não tínhamos marcado pontos na etapa noturna, vencida pelo José A. Bruno, para embolar ainda mais o campeonato 1980, o campeonato para mim estava difícil, a não ser que estivesse de mãos dadas com a sorte, pois precisaria de uma má atuação do Ricardo Mogames e Arturo Fernandes, coisa difícil mas possível.

Havia sido aprovado já valendo para essa ultima prova o câmbio de 5 marchas que poderia ser usado no ano de 1981, o meu pronto e testado, só estava guardado, era 1 a 2 segundos mais rápido que o de 4 marchas.

Estando meu carro muito rápido, surgiu primeira esperança de ser campeão de 1980, quando o Mogames e Arturo não apareciam entre os 6 primeiros colocados em nenhum momento nos treinos, nem acreditava no que estava acontecendo rsrsrs.

Sábado, classificação para definir o grid de largada, meu carro estava bom, mas o tempo não vinha, ventava muito, estando com o 3 tempo virando na casa dos 3m 27s 65c um tempo ruim pois nos treinos virava em torno de 3m25s, mas ninguém estava com boa marca, o passat do Yoshikuma era o mais rápido, com 3m 27s, 21c, a seguir o João Franco (passat), Lara (VW), Vicente Correa (passat), Waldir Silva (passat), Arturo (VW), Bruno(VW), Mogames(VW), Amadeo(VW).......

Saindo novamente, faltava uns 15 minutos para encerrar a classificação, estava bem animado com o resultado do Arturo e Mogames, com um jogo de pneus novos e com um coringa guardado que seria usar minha 1 marcha na saida da curva do S e curva do bico de pato, com receio pois a rotação de meu motor chegava a 8.700 rpm na saida destas curvas, mas precisando da vitória no domingo dei a 1 volta aquecendo, vindo em minha 2 volta para marcar o tempo de 3m 26s 55c já era o melhor tempo do dia, em minha 3 volta marquei em 3m 26s 05c era a pole pois ninguém consegui abaixar seus tempos, ai fiquei animado, saindo em 2 o Yoshikuma com 3m 27s 21c, o Arturo era 4 colocado com 3m 28s 90c, o Amadeo em 6 com 3m 30s 11c, em 7 o Mogames com 3m 31s 03c.

Obs. aproximadamente cada 1 segundo em Interlagos é uma diferença de quase 100 metros por volta, sendo que o tempo percorrido de 7.873 metros em 3 minutos25 segundos, dava uma media horaria de 140km/h.

Se terminasse pela ordem de classificação a corrida, eu era o campeão com 84 pontos, Mogames 81, Arturo 78, rsrs sonho né.

No domingo, o tempo amanheceu bom e ficou nublado, fiquei preocupado pois na pista molhada meu carro ficou ruim, depois que foi mudado o regulamento da categoria em agosto de 1980 (coisas de Yoshikuma, cartola da categoria na época), proibindo o uso de molas no amortecedor, essa proibição pegou em cheio minha suspensão traseira independente já que era o único que usava molas no amortecedor para ajudar as torções traseiras, com isso, tinha a opção em pista molhada de amolecer a suspensão traseira tirando só as molas. Para compensar a retirada das molas, fui obrigado a usar torção mais dura, ficando sem opção de uma rápida regulagem do carro para pista molhada.

Usando o cambio de 5 marchas, escondido de todos e saindo na pole, pneus novos, novo motor com menos potência que o de classificação mas tinha 154 HP a 8.300 rpm, era motor que vinha usando no campeonato, sabia que iria pular na frente na largada, por isso essa largada sensacional na foto abaixo, estando meu carro perfeito, meu motor um verdadeiro canhão, ganhei essa bateria com facilidade abrindo 15 segundos para o 2 colocado, garantindo uma boa vantagem em caso de chuva na 2 bateria, em 4 o Arturo, 6 o Amadeo, em 7 o Mogames.

Todos em seus box aguardando a 2 largada, quando cai uma chuva daquelas de verão aquela pancada, a largada foi adiada por 1 hora, estava nervoso, meu carro já com pneu de chuva, saímos para alinhar com uma chuva leve, notei que o carro não parava no chão,( para quem não entende nada de automobilismo...todo carro de competição é bem mais duro de molejo que um carro normal, neste caso era necessário amolecer o seu molejo), mas com sorte talvez ganharia, pois tinha uma grande vantagem para o Arturo e Mogames, não adiantou, na 2 volta fui ultrapassado pelo Amadeo Campos e o Arturo, o Mogames não me lembro, mas ele estava bem ruim, mas na curva da junção vejo o Arturo na contra mão, ele tinha rodado, passei por ele, mas para ser campeão em qualquer modalidade de competição, tem de ter sorte, isso sem duvida o "Espanhol" tem como era chamado, pois rodar na junção e não bater no muro, que sorte, ele me ultrapassou novamente descontou a diferença e foi cruzar a bandeirada para ser novamente Campeão.

Jr Lara Campos

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Mais uma vez meu amigo Caranguejo escreveu sobre sua paixão por uma categoria que empolgava à todos que a acompanhavam. Me desculpe o Mogames e outros bons nomes da categoria mas a verdadeira luta era com esses dois grandes pilotos; Jr e Arturo e qual dos dois fosse o campeão o titulo estaria em boas mãos. 
Falar/escrever dos amigos é fácil e complicado, os dois grandes pilotos, aguerridos, rápidos e grandes acertadores.
Quinta Feira passada almoçando com o Jr conversamos sobre o campeonato esta última corrida e seu depoimento, com o Arturão conversei no Domingo à tarde e quando ele voltar de viajem vou arrancar dele um depoimento. Numa coisa o Jr e eu concordamos, o titulo ficou em boas mãos.
É isto, da junção de meus três amigos saiu essa novela em oito capítulos e certamente vem mais por aí!
Aos três minha amizade, admiração e carinho.

Rui Amaral Jr