A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 29 de julho de 2013

BESOUROS NO ASFALTO -1º Capítulo.

Novelas...história em capítulos, suspense, clímax. Seria possível transportar todos esses elementos para um Post no” Histórias...” e não matar de tédio aqueles que o prestigiam? Vale tentar. De cara pensei que o jeito era tratar de um tema de interesse mútuo, algo que agradasse a maioria e o que poderia ser melhor do que o Campeonato Brasileiro de Turismo Especial –Divisão 3 de 1980? Esse foi um ano marcante, pois tratava-se da última disputa com os combativos VWs ainda em forma, numa categoria em que eles eram os ícones. A partir da temporada seguinte, uma chusma de Passats aportaria na D3 e alteraria seu nome para Hot-Car. Nada mais seria como antes. Pretendo então, contar o que houve naqueles dias agitados, trinta e três anos atrás, baseado em artigos da época, um pouco da memória e com a vantagem que muitos dos protagonistas – meus personagens – estão por aí e podem vir a público e esclarecer ou mesmo me puxar as orelhas. Vamos lá então, sinal verde.

CARANGUEJO






Início da década de 80, movimentavam-se pilotos, preparadores, mecânicos para a disputa do Brasileiro de Turismo Especial. No ano anterior o Campeonato iniciara em setembro e tivera somente quatro etapas. Desta vez, com o patrocínio de uma instituição financeira e o dobro de corridas, começando em março, pensava-se em resgatar o público fiel da categoria e buscar o espaço que ela vinha disputando com a FVW1600 ou a Stock Cars. Etapa inaugural no Rio de Janeiro, na pista de Jacarepaguá e de cara, pole position do gaúcho Fernando Moser, uma cria de Tarumã e que sempre tinha boa performance na pista carioca. Após o Gordo Moser e na ordem, José Carlos Romano, Arturo Fernandes, Amadeu Rodrigues, José Antonio Bruno (com a Brasília frente limpa-trilho), Amadeo Campos, Lara Campos (este apresentava seu VW novo, com suspensão traseira McPherson), Ricardo Mogames, Yoshikuma e Gonzales. 


Arturo, Amadeu e Romano.
Romano
Jr Lara
Além do calor escaldante, praticamente todos queixavam-se do uso obrigatório das bobinas nacionais. Largada da primeira bateria, Moser saltou na frente enquanto Campos e Bruno tinham problemas. Amadeu Rodrigues logo deixava para trás Romano e Arturo, enquanto Rick Mogames e Lara Campos recuperavam-se. Romano abandonava com problemas na carburação e Rodrigues assumia a liderança. Ele venceria sem grandes problemas, acompanhado por Moser e Arturo Fernandes. Na segunda bateria, Amadeu continuou dando as cartas; ele voltou a assumir a ponta, deixando Fernando Moser brigando com Lara Campos. O motor do gaúcho o deixaria na mão e Lara começou uma boa disputa pela ponta com Rodrigues. 


Chegada, Amadeu e Moser

Enquanto o VW de Amadeu era veloz nas retas, o #5 Pocket-rocket de Lara Campos o alcançava nas curvas e acabou vencendo. Mogames foi o terceiro. E houve então a última surpresa. Pela soma de tempos, Amadeu Rodrigues ganhara a etapa, mas ele terminou desclassificado pois na pesagem seu carro acusou um peso de 685 quilos em vez dos 691 permitidos. E assim Lara Campos venceu, assumindo a ponta do campeonato com 20 pontos, cinco à frente de Mogames e oito sobre Claudio Gonzales. Mas tudo estava apenas no seu início...

Caranguejo


Alguns dos personagens...
Entre José Antonio Bruno e Tide Dalécio está Amadeu Rogrigues.


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NT: A Divisão 3 como todo automobilismo é regida pelo Anexo J da FIA, qualquer modificação no texto original tem que ser aprovado pelo CTD - Conselho Técnico Desportivo. No caso a categoria está inserida no item três do anexo e era disputada com carros de turismo onde a preparação de motores era quase livre, mantendo-se a cilindrada para Classe A até 1.600cc, os câmbios podiam ter suas relações de marchas trocadas, mas como regia o regulamento os sistemas teriam que permanecer os mesmos, ou seja para exemplificar; suspensões com barras de torção não poderiam ser trocadas por sistema McPherson como no caso da Brasília do Dimas que usava a frente enxertada da Variant II trocando a barra de torção original do VW pela McPherson.
No caso do peso do carro do Amadeu, o mínimo para categoria era 685 kg e sua alegação de troca de bateria é verossímil pois nos VW usávamos a ventoinha apenas para refrigeração das camisas dos cilindros, tirando delas o alternador. Alguns pilotos como eu dispunham de tomadas externas para ligar o carro.
Outro dia vi um comentário de um piloto que na D3 era tudo válido ou seja Força Livre, nada disso, existia um regulamento e era rígido como podemos ver no relato do Caranguejo, quem quiser disponho do Anexo J e pedindo envio por e-mail.

Rui Amaral Jr     

sexta-feira, 26 de julho de 2013

1975

Algumas fotos de meu amigo Marcos Sá me "obrigaram" à mostrar este dia de glória de nosso automobilismo, como já comentei aqui eu também estava lá, a lembrança nos basta!

À Carlos Pace

Obrigado Marcos, um abração

Rui

  Interlagos lotado!
Emerson chega para alinhar, na foto a McLaren M23 #2 de Jochen Mass, a Tyrrel 007 #4 de Patrick Dapailler, a Hesckeht 308B de James Hunt e a Tyrrel  #3 de Jody Scheckter.
 Carlos chega, para ocupar o 6º lugar no grid, o povo aplaude!
As fotos acima são do arquivo pessoal do Marcos.
J.P. Jarrier vai embora seguido das Brabhan de Pace e Reutmann.
Clay Regazzoni, Ferrari 312B3 quarto colocado e Emerson, McLaren M23 segundo colocado.
   Wilsinho Fittipaldi e o Fittipaldi FD02.
Na foto que recebi de minha amiga Ana e do acervo da família de Sérgio Mattos, Tite Catapani, Pace e Sérgio.
Foi indescritível!


Pole: Jean Pierre Jarrier, Shadow DN5 - 2`.29.880
Foi a primeira vez que um F.Um abaixou dos 2`30 em Interlagos.

Resultado final

quarta-feira, 24 de julho de 2013

500 KM de Interlagos 1961

Meus sinceros agradecimentos à Mariana e seu marido Luiz David Ribeiro, a filha deles Lina e seu marido Luiz Carlos Whitaker Sobral.

Rui Amaral Jr


Troféu dos 500 KM de Interlagos de 1961 de meu irmão Paulo.
 IV 500 KMS DE INTERLAGOS
AUTOMÓVEL CLUB DO BRASIL
FOLHA DE SÃO PAULO S.A
CATEGORIA ATÉ 2.500 CC
CAMPEÃO
7 DE SETEMBRO DE 1961
COMISSÃO DESPORTIVA ESTADUAL



 Paulo correu com Luciano Mioso e ao contrário do que está na Quatro Rodas eles chegaram em sexto lugar na geral e primeiro na categoria.  


terça-feira, 23 de julho de 2013

7ª Etapa Campeonato Paulista de F. Vee - Heitor Luciano Nogueira Filho

Acabei "pulando" o relato da sexta etapa por ter sido muito polêmico o seu desfecho mas como ainda não terminou o dito " processo", vou contar o que aconteceu na 7a Etapa do Paulista de F.Vee disputada no último sábado dia 20/7.
Como nosso motor já estava com 7 corridas, fui " convencido" (kkkk) a montar um novo motor pelo meu preparador o Humberto Guerra da HT Guerra. Compramos todos os " ingredientes" da receita para fazer um bom bolo ( ops....motor) e logo depois da sexta etapa começamos a montá-lo, e como diversos processos envolvem trabalho de terceiros, a montagem sempre é demorada, mas foi finalizada na segunda feira da semana da corrida e o motor montado no carro na terça feira. 
Após a montagem fizemos a primeira " ligada" e demos vida ao novo motor. Feitas todas as checagens de pressão, temperatura, vazamentos etc... constatamos que estava tudo perfeito o que já viabilizava o amaciamento na quinta feira de treinos livres.
Paralelo à montagem do novo motor, fizemos uma revisão no motor original ( não é velho não..kkkk) e trocamos as bronzinas que já apresentavam alguns sinais de desgaste e deixamos ele de stand-by para caso de alguma emergência.
Quinta feira pela manhã participamos do primeiro treino as 8:00h e rodamos praticamente durante todo o treino de 40 minutos em velocidade bem moderada, fazendo algumas paradas para ajuste de mapa de injeção e adicionando álcool no tanque. Tudo perfeito, pressão Ok, temperatura Ok.
Segundo treino as 11:00h saímos já exigindo mais do motor, mas logo no início do treino tivemos um acidente de um F.Vee que interrompeu o treino durante vários minutos e com isso pudemos rodar cerca de 15 minutos apenas....
As 14:00h participamos do treino final e já começamos a fazer voltas mais rápidas e simulamos uma corrida perfazendo 14 voltas sem parar a fim de testar a durabilidade e performance do motor, embora ainda não estivéssemos exigindo toda a rotação permitida para uso na F.Vee que é de 6200rpm...
Final do dia, estávamos bem contentes com os resultados e confiantes para os treinos oficiais da sexta feira.
Sexta feira, o primeiro treino iniciou-se as oito horas e fomos os primeiros a entrar na pista. Como de costume iniciei a primeira volta em velocidade moderada, porém quando contornei o Laranjinha senti o motor " amarrar levemente" e imediatamente a pressão de óleo foi a zero, instintivamente cortei o motor e encostei o carro na grama para sair da zona de escape , acenei para os fiscais e acabei seguindo de reboque para os boxes. Quando lá cheguei reportei o fato aos membros da equipe que ligaram o motor e constataram que a pressão oscilava demasiadamente, embora o motor não apresentasse nenhum sinal de " batida" e resolveram checar o sensor de pressão do óleo. Acabei desistindo desse primeiro treino e trocamos o tal sensor, mas mesmo depois da troca a pressão continuava muito inconstante. Resolvi sair assim mesmo para o segundo treino e dar uma volta devagar para ver o que acontecia, mas dei a volta toda devagar e o problema persistia, acabei retornando aos boxes ( sem reboque...kkk) e desisti novamente do treino procurando localizar qual a razão do problema. Há muito se fala de eventuais problemas dessas carcaças de motor " mexicanas" com duas válvulas reguladoras de óleo e focamos nossos esforços para essa direção, procurando localizar alguma falha nesse componente. Retiramos as válvulas e até achamos sinais de eventuais travamentos. Isso nos deixou de certa forma contentes pois possivelmente localizamos a fonte dos problemas....
Após retirarmos as mesmas e fazermos um polimento nas mesmas recolocamos as tais nos seus devidos locais e demos partida novamente....para nossa tristeza o problema persistiu e aí nesse instante , tomamos a decisão de trocar esse motor pelo velho e bom " original" ...
O maior problema com o " original" é que ele estava com bronzinas novas e não teríamos tempo hábil antes da classificação para realizar o amaciamento do mesmo.


Largando na pole...

No sábado pela manhã deixamos o motor funcionando o quanto foi possível, e embora fosse ainda muito pouco não tínhamos outra opção que não fosse participar da classificação com esse motor...
Entrei na classificação rodando com o motor inicialmente a 3000rpm, depois subindo para 3500, 4000, 4500, 5000, 5500 e finalmente na última volta eu acelerei tudo que era possível e minha paciência com o "original" foi recompensada pois assinalamos a POLE POSITION, sendo os únicos a rodar na casa de 2:01, com 2:01.810, oito décimos mais rápidos que o segundo colocado que assinalou 2:02:600 !!!!
Comemoramos bastante essa P1 pois a sexta feira foi muito ruim para nós e o trabalho da Equipe HT Guerra foi perfeito durante a sexta à noite deixando o carro 100% para o sábado !!!
Bom, largamos na P1 e fizemos uma ótima largada, mantendo a P1 no fechamento da primeira volta, porém o Fernando Monis vinha num ritmo muito forte e acabou encostando e aí começou uma troca de posições que durou até a 14 ( !!!!????) volta, quando ele que estava em primeiro fez a curva do Mergulho e eu colado no seu câmbio, quando acendeu a luz de pressão de combustível e meu carro falhou, permitindo que ele abrisse aproximadamente a distância de 1 carro na entrada da Junção, tentei pegar seu vácuo na subida do Café e consegui só que tardiamente e pouco antes da bandeirada tirei de seu vácuo desviando para a direita mas ele acabou cruzando 26 milésimos de segundo na minha frente !!!


A chegada à 27/1.000...



Infelizmente ocorreu uma falha do Clube Organizador o São Paulo Auto Motor Clube, que colocou no Adendo de Prova da 7a Etapa, a duração da F.Vee com 30 minutos ao invés dos regulamentados 12 voltas ou 25 minutos, com isso a corrida acabou estendendo-se até a 15a volta, o que ocasionou essa falha no meu sistema de alimentação já que a previsão era para 12 voltas e não 15 como acabou sendo. Tivemos inclusive piloto que parou sem combustível na última volta !!!!!!
Finda a corrida subi juntamente com o organizador nosso grande Roberto Zullino para falarmos com o Sr. Ernesto Costa e Silva , Diretor de Prova e o mesmo disse que o Adendo havia sido publicado há mais de 20 dias e não houve nenhuma reclamação sequer...resumindo a história, NINGUÉM leu essa parte do cronograma, muito provavelmente pelo fato de já ser tão comum o tempo de duração, que não passou pela cabeça de ninguém uma possível mudança.....
E assim acabou a prova mais longa da história da F.Vee ...com
15 voltas...vamos pra próxima...

Abraço a todos  

Heitor Luciano Nogueira Filho    

FOTOS E VÍDEO: Ana Luiza Andreoni

Resultado da 7a etapa do Campeonato Paulista

1) 34-Fernando Monis, (15 voltas) 31:03.115
2) 55-Heitor Nogueira Filho, à .024
3) 36-Flavio Matheus, à 14.472
4) 50-João Tubino Nt, à 14.505?
5) 51-Arthur Leme, à 28.924?
6) 19-Rodrigo Rosset, à 29.090?
7) 78-Bruno Leme, à 29.350?
8) 32-Daniel Ebel, à 29.711?
9) 8-Edu Dias, à 31.646?
10) 44-Marco Vale, à 51.059?
11) 18-Ricardo Mangolini, à 53.795?
12) 16-Ricardo Soares, à 56.697?
13) 30-Marcelo Chamma, à 1:28.283
14) 27-Sergio Silva, à 1:30.952?
15) 7-Emilio Padron, à 1 volta?
16) 21-Vinicius Serafim, à 2 voltas?
17) 1-Marcus Leao, à 5 voltas?
18) 89-Glaucio Doreto, à 6 voltas?
19) 11-Marcio Mauro, à 9 voltas?
20) 0-Wanderley Valente, à 9 voltas
21) 14-Matheus Jacques, à 10 voltas?
22) 23-Willian Daulisio Jr, à 13 voltas?
23) 63-Luiz Reis F., à 14 voltas


Melhor Volta: Fernando Monis (34), 2:01.939 (média de 127,214 km/h), na 2ª volta