A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 10 de julho de 2013

ENCONTRO DE GIGANTES

É hoje que meu amigo Caranguejo fica mais velho!  Procurei seu primeiro post no Histórias mas lá se vão quatro anos, 102 posts assinados como Caranguejo e outros tantos como Carlos Henrique Mércio então resolvi mostrar novamente um dos tantos posts sobre Jimmy, uma grande admiração que dividimos. Além de Jimmy ele é fã de carteirinha de dois outros gigantes, Tazio e Fangio, sobre quem também escreveu uma série de posts.
Parabéns meu amigo, um forte abraço! 





Keith Duckworth, Chapman, Clark e Hill olham o Ford Cosworth DFV.

Zandvoort/67


Corrida divisor de águas, foi nela que o mundo das corridas viu estrear o mais vitorioso propulsor da Fórmula 1 de todos os tempos, o motor Ford Cosworth V8, que sob muitos aspectos, foi o componente que garantiu a sobrevivência da categoria e permitiu o surgimento de muitas novas equipes. Zandvoort era uma pista próxima do litoral holandês, com uma estranha característica: proporcionava um novo desafio aos pilotos devido a areia que invadia o asfalto, formando uma perigosa mistura com o óleo dos carros. Nunca se conseguia determinar a quantidade desse “produto” na pista, apenas seu perigo real. Teria sido o fator determinante no acidente fatal de Piers Courage em 1970. Na corrida de 1967 estrearam alguns carros novos como o Brabham BT 20, BRM P83 e Eagle-Weslake T1G, além do Lotus 49-Cosworth. Enquanto Hill já o conhecia e testara, Clark só viu o novo carro na pista holandesa.

Chapman e Clark

 Nos treinos, Graham foi o melhor na sexta-feira (1:25,6). Gurney, o segundo, apenas dois décimos atrás. E Clark, só problemas. G.Hill e “The Great Daniel” continuavam debatendo a pole e Dan, após estabelecer 1:25,1 parou achando que não seria alcançado. Hill continuou e em sua última tentativa marcou 1:25,0 (mas os cronômetros oficiais acusaram 1:24,6). Para Clark, só a terceira fila, ao lado de Hulme e Surtees. No dia do GP, já na largada, Jimmy ganhou duas posições, pois a direção de prova holandesa (sempre inepta) esqueceu que um dos fiscais ainda estava no meio do grid e largou assim mesmo. Hulme e Surtees tiveram que desviar do bandeirinha e perderam tempo.
As primeiras voltas foram num ritmo tranquilo e na volta 7, Gurney parou nos boxes . Ele voltaria só para abandonar na volta seguinte, com problemas na injeção de combustível. Uma volta depois, Hill abandonava na liderança: um dente de uma engrenagem de seu motor quebrou. A Brabham de Old Jack assumiu a ponta, mas após 15 voltas, Clark já estava pegando gosto pela nova barata. Ele havia ultrapassado Rindt e na volta seguinte deixa Black Jack para trás. Rodriguez quebra, Rindt e Stewart também.


Hulme é quem consegue sobreviver. Ele se impõe no terceiro lugar e resiste aos ataques de seu compatriota, Chris Amon. O “Rei do Azar” será o quarto colocado, à frente de Mike Parkes e Ludovico Scarfiotti, todos de Ferrari. Clark vence fácil, 23 segundos à frente de Brabham. Para Clark, Lotus e Cosworth era o começo de uma relação curta, porém marcante e vitoriosa. O grande campeão morreria numa prova de F2 na Alemanha em 68. Já o Cosworth só encerraria sua jornada em 1983.



C.Henrique Mércio


Clark já no grid.
Durante a corrida notem suas mãos a volante e a tocada suave.
Clark e a Lotus em Monaco.
Seu lugar de direito, o alto do podium.

Post de 20 de Abril de 2010

REVISTA ILUSTRADA - Julho 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

GP da Alemanha 2013


De uma brincadeira minha com meus amigos no Facebook veio a oportunidade de escrever sobre a Ferrari e sua posição em relação à Massa e os pilotos brasileiros na equipe, ou seja o próprio Massa e Barrichello.
Desde o trágico acidente de Ayrton vem a emissora oficial que transmite a F Um para o Brasil e seu tresloucado narrador tentando encontrar um substituto para nossos campeões. Vínhamos de oito títulos com três pilotos que antes de mais nada eram talentos naturais, que a cada equipe onde entravam sabiam impor sua condição qualquer que fosse o contrato que assinassem. 
Vai Barrichello para Ferrari e o tal locutor começa com sua verborragia tresloucada a incutir em milhões de brasileiros, que apesar de acompanharem a categoria nunca tiveram acesso à outras publicações muito menos aos bastidores da categoria, a esperança de termos um novo campeão. E Rubens assina um contrato na equipe que tem nada menos que Schumacher como estrela, apoiado por Jean Todt e Ross Brown e com toda a equipe fazendo um carro para ele, para seu estilo de pilotagem e tendo o alemão toda preferência durante as corridas.

 Zeltewg 2002


Rubens caiu na conversa do tal narrador e para o publico brasileiro dizia ser piloto contratado em igualdades de condições e patati e patata...acontece que Rubens foi andando cada vez melhor e se equiparando ao seu companheiro, mas sempre aceitando as ordens da equipe nunca se impondo, ao contrário do que falava. Para mim a gota d`água veio em Zeltweg 2002 quando Rubens ao invés de se impor, depois de ter feito uma corrida perfeita, e entrega o primeiro lugar a Dick Vigarista quase na linha de chegada e mesmo aceitando a imposição e sorrindo no podium, vem ao publico brasileiro chiar. Ora, naquele momento se tivesse pisado no fundo e vencido certamente teria o respeito da equipe que nunca mais teve, poderia talvez o que duvido muito ser despedido, nesta altura para ele a grana falou mais alto, o que não vou dizer se é certo ou errado! O certo é que mesmo depois na Brawn foi contratado como o bom piloto que sempre foi, porém sempre na mesma condição!
Agora Massa na Ferrari, depois do tal locutor dizer que ele era o “irmãozinho” de Dick Schummi e que Alonso chegava à equipe em igualdades de condições, vem toda a lambança que vemos. Alguns dizem que Massa foi afetado pela molada vinda do carro de Rubens na Hungria, acredito que mais do que isso a vitória de Hamilton no campeonato de 2008 desestabilizou o brasileiro, nunca mais foi o mesmo e agora não tinha que competir com um Kimi desmotivado e sim com Fernandinho, um piloto sempre motivado, sempre buscando a vitória, sempre muito rápido e disposto como Dick Schummi à tudo. Um talento muito maior que o do brasileiro e novamente apoiado pela equipe que o trata como ao alemão anos atrás.
Rubens certamente desperdiçou um talento maior que o de Massa, mas mesmo conhecendo a F.Um e suas mutretas não posso aceitar que a Ferrari trate não um piloto, mas o publico brasileiro desta forma, afinal vem do Brasil a maior parcela dos lucros de sua controladora e de seu principal patrocinador.

Na minha tradução abaixo a palavra oficial de Massa e da equipe sobre o ocorrido na Alemanha.

"Felipe Massa:”Estou muito triste por minha corrida, sobretudo por ter andado tão bem todo fim de semana. No começo da quarta volta, quando freei as rodas traseiras bloquearam e o motor continuou funcionando. Quando parei entrou a quinta marcha e o apagou. Foi muito estanho ficar parado desta maneira sem que a equipe encontrasse nenhum defeito no carro. Os pneus Médios hoje não se comportaram como esperávamos depois dos treinos de Sexta-Feira, talvez diferentes fatores tenham contribuído para isso, como o aumento da temperatura. Agora quero me concentrar para próxima corrida e tentar dar o melhor de mim para me recuperar”" 


GP da Alemanha - Calor afeta estratégia engenhosa.

Nurburg, 7 de Julho - Fernando Alonso terminou no quarto lugar o GP da Alemanha enquanto seu companheiro Felipe massa abandonou na quarta volta quando o motor de sua F138 apagou após uma rodada. Sebastian Vettel da Red Bull venceu e subiu ao podium com os dois pilotos da Lotus, Kimi Raikkonen em segundo e Roamain Grosjean em terceiro. No Campeonato de Pilotos a vantagem de Vettel, o primeiro colocado para Alonso o segundo, subiu de 21 para 34 pontos. Felipe está agora em sétimo lugar. No Campeonato de Construtores o Cavallino Rampante permanece no terceiro lugar, apenas três pontos atrás da Mercedes enquanto na ponta a Red Bull aumentou sua vantagem sobre os demais.

link

As traduções são minhas e os links para os originais da Ferrari.


Rui Amaral Jr

PS: De um antigo dito popular que ouvi e guardei..."quem muito abaixa acaba mostrando o traseiro!"

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Seis Horas de Curitiba por Ari Moro

Lá se vão quatro anos desde que a Graziela Rocha me apresentou o Ari e ele me presenteou com alguns exemplares de seu jornal e autorizou a reprodução das matérias. Caros Ari e Graziela é sempre uma honra e um privilégio te-los aqui, um forte abraço e obrigado! 

Post de Quinta-Feira, 13 de agosto de 2009
Assim Ari Moro contou as Seis Horas de Curitiba,


A carretera 27 de Altair Barranco/José Grocoski.
"Se eu tivesse que escolher, preferiria quebrar o carro, mas, sentir o gosto de estar liderando uma prova, do que levá-lo até o final da competição, sem quebrar, mas, terminar a corrida sem ter ponteado um instante sequer." Esta, uma declaração de Altair Barranco, talvez o mais popular, o mais comentado de todos os pilotos de carreteira do Paraná, apesar de ter iniciado sua carreira numa época em que as competições automobilísticas começavam a experimentar uma nova fase, com a entrada em cena dos carros de fabricação nacional e o declínio do uso dos "carros adaptados", as famosas carreteiras.

Carretera Gordini Equipe Willys.
Carretera Gordini e um Ford.
A freada do fim da reta , briga entre Simca e DKW.
Carretera 12 de Bruno Castilho, chassi F 100, motor Mercury Interceptor e cambio Corvette.

AS SEIS HORAS DE CURITIBA


Em 1963, o jornal Gazeta do Povo promoveu a primeira das três emocionantes provas automobilísticas de rua, denominadas Seis Horas de Curitiba, reunindo pilotos locais e de outros Estados, sobretudo de São Paulo, de onde vieram nomes famosos como Bird Clemente e Wilson Fittipaldi, pilotando os Gordini e as Berlinetas Interlagos da equipe Willys. Daqui, além de Barranco, correram pilotos de peso como Bruno Castilho, Adir Moss, Osvaldo Curi (uma das carreteiras mais bonitas já feitas), Johir Parolim:
Cidalgo Chinasso, Orlando Hauer, Conrado Bonn Filho (Dinho), entre outros, além do famoso Angelo Cunha, da cidade paranaense de Laranjeiras do Sul (dono da primeira carreteira a usar aros tipo tala-larga na traseira).
A largada, no final da tarde, foi na avenida Presidente Kennedy, sentido bairro-centro, seguindo depois pela rua Mal. Floriano Peixoto, virando na avenida Presidente Getúlio Vargas, descendo a rua Brigadeiro Franco - na praça do Clube Atlético Paranaense, contornando esta praça e dali em frente por outras ruas até chegar na avenida Presidente Kennedy novamente;
Conta Barranco que, pouco antes da largada, teve um desentendimento com Adir Moss. O caso sofreu a interferência do dirigente de entidade automobilística Anfrísio Siqueira, o qual chamou os dois pilotos e disse-Ihes que só largariam se um apertasse a mão do outro e fizessem as pazes. E assim aconteceu.
Já na terceira volta Barranco liderava a corrida. Na esquina da Kennedy com a Mal. Floriano existiam umas tartarugas no meio da rua. Na primeira volta, Barranco passou por fora; na segunda, passou por dentro; e, na terceira, bateu com as rodas nas tartarugas, tendo que trocar uma delas depois. "Mesmo assim - relata - quando cheguei no final da reta da Mal. Floriano, na terceira volta, olhei para trás e não vi ninguém, nem o Gordini equipado com o motor R-8 francês dos paulistas. "
Mais tarde, Barranco entregou o volante ao piloto José Grocoski, seu companheiro de equipe. Grocoski, por sua vez, também na Mal. Floriano, pegou o meio fio e entortou uma roda da carreteira. O conserto do estrago custou à dupla um atraso de cinco voltas em relação "ao primeiro colocado. Na seqüência, Altair pegou o volante de novo e, ainda na esquina da Mal. Floriano com a Presidente Getúlio Vargas, perdeu uma roda traseira, cujo aro foi cortado por dentro, ficando só o seu miolo. "Várias pessoas correram até meu carro e ergueram-no - conta ele - enquanto eu trocava a roda. Mas, eu só dispunha de roda tamanho menor, que era usada na frente, correndo o risco de quebrar o diferencial. Assim, tive que dirigir a carreteira até o meu box, na Kennedy, a fim de trocar a roda novamente, por uma maior. "
Apesar de todos esses percalços, Barranco conseguiu tocar seu carro até o final da competição e colocá-lo em quarto lugar. A sua carreteira na oportunidade era um Ford cupê 1940 - nº 27, com motor Mercury e equipamento importado, três carburadores, dando-lhe 300 cavalos.

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