A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Haroldo Vaz Lobo por Ari Moro II
1) Nos dias 26 e 27 de novembro de 1960, foi realizada, no autódromo de Interlagos, em São Paulo/SP, a V Mil Milhas Brasileiras, a mais importante corrida de carros do Brasil, reunindo desta vez, 44 carros dos mais famosos pilotos do país. Entre eles estavam as duplas Germano Schlógl e Eugênio Souza, de São José dos Pinhais/PR, com carreteira Ford V8 número 52; Julio Andreatta (irmão de Catarino Andreatta) e Haroldo Vaz Lobo Porto Alegre/RS e Curitiba, com carreteira Ford V8 número 60; Euclides Bastos (Perereca) e José Arnaldo Grocoski, de Curitiba, com carreteira Ford V8, número 86. Isto, além das duplas Catarino Andreatta e Breno Fornari, de Porto Alegre/RS, com Ford V8 número 2; Karl Iwers e Henrique Iwers, de Porto Alegre/RS, com DKW Vemag, número 76; José Ramos e Justino De Maio, de São Paulo/SP, com carreteira Ford V8 número 50; Luis Pompeu de Camargo e Adalberto Aires. De São Paulo/SP, com Volkswagen número 6; e ainda nomes como Raul Lepper e Francisco Said, de Joinvile/SC, com carreteira Ford V8 número 14; Egênio Martins e Bird Clemente, de São Paulo/SP, com DKW Vemag número 18; Francisco Landi e Christian Heins, de São Paulo/SP, com Alfa Romeu JK número 28; e Camilo Christófaro e Celso Lara Barberis, de São PaulojSP, com caneteira Chevrolet V8 número 82.
A foto mostra as carreteiras em frente ao estádio de futebol do Pacaembu/SP - algumas já no solo, outras sendo descarrega das dos caminhões cegonha transportadores - de números 60 (Haroldo Vaz Lobo), 52 (Germano Schlógl), 2 (Catarino Andreatta), 50 (José Ramos) - notem que se tratava de uma carroçaria fordeco, provavelmente 1935; e ainda o Volks número 6 (Luis Pompeu de Camargo); e, o DKW Vemag número 76 - motor 3 cilindros, dois tempos - de Karl Iwers. Ao volante da carreteira 52, que está na rampa do caminhão, quem aparece deve ser Germano Schlógl, que pouco tempo depois faleceria num acidente automobilístico, com essa mesma carreteira, na rua Marechal Floriano Peixoto, em Curitiba. Os carros estavam passando pela vistoria, obrigatória antes da corrida.
Nesta corrida Haroldo Vaz Lobo competiu com a carreteira Ford V8 1940, motor com equipamento Edelbrock. Durante a madrugada, quebrou a caixa de câmbio, mas, mesmo assim, ele e Julio Andreatta fizeram o décimo-segundo lugar.
2)Nesta foto, ainda com a carreteira Ford 1940 e o número 60, Haroldo Vaz Lobo aparece do lado direito do carro, Breno Fornari no centro e, Raul Wigner na esquerda, na véspera do dia da largada da V Mil Milhas Brasileiras, em Interlagos/SP
3) Em Curitiba, na década de 1950, as carreteiras corriam em circuitos como os da rua Marechal Floriano Peixoto, com 5 quilometros de extensão; do bairro do Tarumã, onde hoje está o Colégio Militar e, do Passeio Público, centro da cidade. Aqui, um flagrante da passagem de Haroldo Vaz Lobo com sua carreteira número 5, com a imagem do cachorro galgo pintada na porta equipe Galgo Branco, de Porto Alegre/RS - em frente ao Colégio Estadual do Paraná, já fazendo a curva em direção ao prédio da Reitoria Universidade Federal do Paraná. Isto foi no ano de 1954. Na prova, quebrou uma roda da carreteira. Feito o conserto, Haroldo voltou à pista e conseguiu classificar-se em quarto lugar.
4) Nesta foto, um momento de alegria e glória na vida de Haroldo Vaz Lobo e seu co-piloto José Vera, pai de nosso amigo antigomobilista Vitor Vera. Eles haviam corrido, com o carro que aí aparece - um Chevrolet 1939, com motor Wyne e direito a pneus faixa branca e propaganda do jornal Gazeta do Povo, casa Nickel e Pneus Brasil- na prova de inauguração do Palácio do Café, por ocasião da inauguração da Exposição Internacional do Café, no circuito do bairro do tarumã, em Curitiba e, obtiveram o primeiro lugar. Isto, em 1954.
Do lado direito está Vaz Lobo, ao lado de José Vera, ambos segurando os troféus aos quais fizeram jus. A foto foi operada nas oficinas da Casa Nickel - importadora de veículos da marca Chevrolet - na rua Pedro Ivo. Ao fundo, mecânicos funcionários deste estabelecimento, numa festa de confraternização após a competição.
A vida do curitibano Haroldo Vaz . Lobo, como piloto de carretelras, é mais uma página Importante, gloriosa e cheia de saudade, parte integrante do vasto, emocionante e Implacável livro do tempo, que registra para todo o sempre a história grandiosa do automobilismo de competição paranaense e que nos faz, muitas vezes, chorar ao relembrar os acontecimentos de uma época distante, quando pilotos e mecânicos de carros de corrida superavam as maiores dificuldades para colocar os seus bólidos na pista, por puro prazer e satisfação de proporcionar um belo espetáculo aos amantes da velocidade e, não por Interesses financeiros ou materiais.
Aqui lembramo-nos do que nos disse recentemente outro destacado piloto de carreteira de São Jose dos Plnhais/PR ¬Miroslau Socachewski - a respeito dos seus patrocinadores, no final dos anos 50, Início de 60: "Patrocinador de piloto de carreteira, na minha época"era brincadeira. Um dono de churrascaria, por exemplo, dizia: coloque o nome do meu estabelecimento no teu carro e, depois da corrida venha aqui comer um churrasco de graça: Era assim a coisa e ainda não mudou muito, em boa parte.
Mas,• enfim, Vaz Lobo fez nome e história na direção de uma carreteira e hoje, ele mesmo faz questão de dizer: "Eu não me intimidava com carros mais fortes que o meu. Eu não era daqueles pilotos que deixavam de entrar na pista, quando sabiam que teriam de enfrentar concorrentes melhor preparadqs. Eu participava de todos as corridas, com ou sem chance de vencer.
Dedicamos., hoje um espaço deste jornal a esse memorável piloto e desportista, para que seus fans, principalmente aqueles saudosos que gostavam de ve-lo dirigir um carro de corrida,. das derrapadas, da poeira, do cheiro da gasolina e do ronco dos veoitões, matem a saudade.
Ari Moro
às
15:05
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Rui Amaral Lemos Junior
quarta-feira, 25 de abril de 2012
VELOZ E ETERNO
Em Morro Alto, no dia 17 de fevereiro de 1952, Burlamaque vinha na frente, com o seu Cadillac LaSalle. Próximo a Santa Terezinha uma capotagem tirou-lhe a vida.
Sobre o pedestal, o busto em bronze. Em torno dele, na Avenida Araribóia, de Capão da Canoa, as carreteiras estacionadas roncaram alto, subindo o giro dos seus motores durante um longo minuto. Para homenagear um piloto morto, o silêncio seria inadequado. Antoninho Burlamaque, o piloto que virou estátua, nasceu em Guaporé, em março de 1919. Em 17 de fevereiro de 1952, aos 33 anos, capotou sua "barata" Cadillac LaSalle, próximo à praia de Santa Terezinha, enquanto disputava a prova do 1º Circuito das Praias do Atlântico, e morreu. Antoninho iniciou sua carreira em 1950, quando disputou o 1º Circuito da Zona Sul, ficando com a quinta colocação, depois de adquirir a carreteira Ford 1940 V8 de Alcídio Schroeder. Ainda em 50, participou do 2º Circuito da Pedra Redonda, enfrentando os cobras da Capital, e classificou-se em 3º lugar. Em 1951, competiu fora do Estado, obtendo um nono e um quinto lugares. Com uma carreira ascendente, estava vencendo quando ocorreu o acidente. Diogo Ellwanger ganhou a taça, mandou gravar nela "Ao virtual vencedor do Circuito das Praias do Atlântico" e foi a Caxias do Sul entregá-la à viúva.
O busto de Antoninho Burlamaque na Avenida Araribóia em Capão da Canoa.
O Cadillac LaSalle com a frente ainda quase original.
Curiosidades:
- O município de Capão da Canoa erigiu monumento com o busto do piloto, na Avenida Araribóia no centro- Foto N° 3, a carretera antes da frente ser cortada e substituída suspensão (era ação de joelho) por eixo inteiriço e molas semi-elípticas
- Outra homenagem importante foi da ARVO, chamando a 1ª Prova, a partir de 1953 de 1ª Prova Antoninho Burlamaque
- Na inauguração do busto de Antoninho Burlamaque, seus colegas cercaram-no com suas carreteras e, ao invés do minuto de silêncio, aceleram-nas. O ronco dos motores foi ensurdecedor
Colaboraram: Armando C. Burlamaque e Nelson M. Rocha - Passo Fundo-RS
Fotos Arquivo pessoal de Armando C. BurlamaquePublicado primeiramente no Almanaque Gaucho-Zero Hora
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/?topo=13,1,1,,,13
às
11:31
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Graziela Marques da Rocha
terça-feira, 24 de abril de 2012
CORRIDAS EXTRA-CAMPEONATO II - BRDC International Trophy
Largada 1966, Black Jack dispara!
A Corrida dos Campeões, célebre prova sempre realizada na pista de Brands Hatch era uma das mais conhecidas competições fora do certame mundial, que reunia carros da F1. Tão conhecida quanto e por vezes até confundida com ela, havia também a BRDC International Trophy, que igualmente tinha sede fixa, no caso o histórico Autódromo de Silverstone. Mas ao contrário da Corrida dos Campeões, a BRDC International Trophy ainda existe, mas sem a Fórmula 1. Esta prova, era um prêmio oferecido pelo Clube de Pilotos Britânicos (BRDC – British Racing Drivers Club) e pegou o nome “emprestado” de uma antiga corrida realizada em Brooklands, o oval britânico, nos anos trinta – International Trophy.
Jim Clark 1964
Mais antigo que a própria F1, foi criado em 1949 e teve como primeiros vencedores, Alberto Ascari e sua Ferrari 125. A partir do ano seguinte, com a instituição do então Mundial de Condutores, tornou-se uma prova extra-campeonato, contando sempre com monopostos da F1 e um ou outro F2, a partir de 1952. Podemos notar que o BRDC sempre foi uma competição que proporcionou chances a todos. Em sua relação de vencedores, encontramos além de Ascari, nomes consagrados como Giuseppe Farina (1950); Stirling Moss (1956-61); Peter Collins (1955-58); Jack Brabham (1959-64-66-69); Jim Clark (1963) e Emerson Fittipaldi (1972) ao lado de nomes menos afeitos aos primeiros lugares; Reg Parnell (1951); Mike Hawthorn (1953); Froilan Gonzalez (1954); Jean Behra (1957); Innes Ireland (1960); Mike Parkes (1967); Chris Amon (1970) e James Hunt(1974-76). Em 1977 fez-se uma experiência, abrindo-se a prova apenas para os F2, sendo vencedor o francês Rene Arnoux com seu Renault, retornando a F1 em 1978, ano do grande triunfo de Keke Rosberg e do Theodore TR1.
Keke e o Theodore TR1
De 1979 a 1984, o BRDC tornou-se uma disputa para a Fórmula 2. Sequência natural, a Fórmula 3000 tomou o lugar da F2 de 1985 em diante, período em que os pilotos brasileiros voltaram a ter destaque: Mauricio Gugelmin/ Ralt-Honda (1987); Roberto Moreno/Reynard-Cosworth (1988); Gil de Ferran/Reynard-Cosworth (1993) e Ricardo Rosset/Reynard-Cosworth (1995). Essa fase foi encerrada em 2004, com a vitória de Vitantonio Liuzzi, com Lola-Zytek Judd, sofrendo a competição nova mudança, transformando-se numa disputa para carros históricos da F1.
Carlos Henrique Mercio - Caranguejo
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
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