A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
$$$$$ 30 contos??????
Será que tem tanto otário assim no Brasil?
Hoje chegou às minhas mãos, ou melhor, à minha tela, o regulamento das 24 Horas de Interlagos, prevista para janeiro de 2012.
Com muita expectativa, li o dito cujo. Inicialmente, fiquei feliz com a proposta de corrida, para fazer lembrar a época de ouro das provas de longa duração em Interlagos. Nada melhor do que abrir a prova para carros de turismo de diversas marcas, esperando-se, obviamente, uma razoável diversificação no dia do evento. De fato, poderão participar da tal corrida (se houver), 22 modelos de 8 fabricantes diferentes.
Não vou mencionar a ortografia tchu-tchu usada para identificar a marca Renault logo na página 4. Errar é humano e alguns são mais humanos do que os outros. Nem tampouco vou mencionar os erros de regência aqui e ali. O documento deve ter sido redigido com muita empolgação!!!
A TAXA TÉCNICA, o item 45.10, escondidinha na página 31 do verborrágico documento, teve direito a cabeçalho em letras maiúsculas, e negrito. Não é a toa - a tal taxa é R$ 30.000 (sim, trinta mil reais).
Como os organizadores prevêm até 70 inscritos, em tese, só em taxas técnicas recolher-se-ia a bagatela de R$2.100.000! U-la-lá.
Vou ser justo. Entre outras coisas, a taxa prevê o fornecimento de 1.800 (mil e oitocentos) litros de álcool e 20 pneus de 14 polegadas. Ok, sei que essas coisas são caras no Brasil, mas ainda assim, ficamos bem longe dos 30 paus.
Ainda por cima, os veículos devem deixar espaço para os patrocinadores do evento nos carros. Ou seja, algum empresário (ou empresários) bem intencionado(s) ainda vai(ão) pagar um bom valor para ter o nome divulgado nos carros para as cinquenta pessoas nas arquibancadas e 10 mil nos boxes. Duvido que a prova, se for realizada, terá qualquer cobertura na mídia não especializada, quanto menos televisiva.
Não é a toa que o regulamento prevê o mínimo de quatro e máximo de dez pilotos por carro. Sim leram certo, dez pilotos por carro. Olha, nem na Marathon de la Route, as 84 Horas de Nurburgring, cada carro tinha dez pilotos. Deve ser um recorde mundial. Sem dúvida, para pagar uma taxa dessas é preciso dez manés por carro, dando 3 paus cada, para ter a honra de pilotar numa prova que provavelmente ficará nos mais obscuros rodapés da história do nosso automobilismo.
Gente o Brasil melhorou bastante, mas ainda está longe de ser um país rico assim.
Pega leve, pessoal!
Carlos de Paula
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Agradeço a meu amigo Carlos e hoje em seu blog mais um texto sobre o mesmo tema.
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
O FD01 e a pressão do óleo
Emerson
Depois que escrevi sobre o teste do Emerson com o F6, fiquei lembrando dos teste do Copersucar que eu vi, tinha visto um do FD04, que fiquei na arquibancada e não me lembro o porque, e outro teste muito importante que vi foi o do FD01. Sim, o Emerson testou o FD01. Aí resolvi procurar uma foto deste teste, pois lembro de ter visto na internet há muito tempo, mas não a encontrei, porem, achei um texto, se não me engano, na GPTOTAL, em que se fala do teste. Achei engraçado, pois tratam o teste como uma coisa secreta, que ninguém podia ver, dizem que o Emerson saiu do banheiro já de macacão e com o capacete do Wilsinho, e, que o Wilsinho ficou escondido para que ninguém o visse e achasse que era ele, e não o Emerson que estava pilotando o carro. Balelas.
Estávamos o quintal da casa o Expedito Marazzi, quando meu irmão mais velho disse que o Emerson ia testar o FD01 naquela tarde. Expedito logo se animou e começou a agitar.
-Vamos...vamos...Entra no carro...vamos ver o Emerson, entra, entra na carro, vamos, vamos...
Quem conheceu o Marazzi sabe exatamente do que estou falando. Assim, entramos no seu Dodge Dart preto (belíssimo) e fomos, Gabriel, Marco, meu irmão mais velho, Edilsinho, um primo que estava de férias na minha casa e eu.
Quando chegamos ao autódromo, entramos pelo antigo portão 3, Expedito era muito conhecido e não tivemos dificuldades para chegar nos box. Porem não havia nada nos box, estavam vazios, Expedito comentou:
-É, acho que enganaram a gente.
Mas alguém viu um movimento grande no meio da reta oposta, assim, Expedito entrou na pista e parou no retão, e estava lá o FD01 parado com um monte de gente ao lado. Descemos e caminhamos até lá. O Emerson estava dentro do carro, e deu um aceno de mão para o Marazzi quando o avistou.
Na verdade, o Emerson ainda estava na McLaren, e pediu uma autorização para fazer um pequeno teste com o FD01 e foi liberado. O teste foi feito somente no miolo, pois, o anel externo esta sendo asfaltado. Mas qualquer menção que foi uma coisa escondida é pura ficção, a única coisa que realmente aconteceu, é que o carro estava sem os logos e a pintura do colibri da Copersucar, e não era prata, era cinza fosco, como Primer, e o Emerson usava um macacão cinza bem clarinho sem nenhum patrocínio, que eu reconheci como sendo o que ele usava na Lotus JPS, de resto tudo normal, usou o capacete dele, foi simpático como sempre quando saiu do carro, e deu um autografo para meu primo Edisinho, assim como o Wilsinho. Devia ter umas cinqüenta pessoas na pista, entre eles, o Môco, com toda a sua simpatia e humildade. Mas em especial, um Porsche branco andava na pista, o que deixou o Wilsinho irritado:
-Quem é este imbecil ? Perguntou.
Meu irmão "dedo-duro" respondeu.
-É o Adú...
WF.
-Só podia ser, quando ele passar aqui novamente, manda ele parar. Disse o Wilsinho para alguém ao seu lado, mas o Adú Celso, não voltou, nem ele, nem o Porsche e muito menos a bela loira que estava com ele...Uma pena.
Quando chegamos, Expedito comentou:
-Nossa, nem parece um teste de F1.
Realmente a coisa estava bem improvisada, com o FD01 parado do lado direito da "Reta Oposta", uma camionete com os equipamentos e ferramentas na caçamba e mais nada.
Depois de um tempo finalmente ligaram o carro e o Emerson foi para a pista, na primeira volta, passou na nossa frente, fazendo um zig-zag como carro falhando muito, Wilsinho balançou a cabeça negativamente. Na segunda ele foi bem mais rápido, na terceira, muito mais rápido, e na quarta ele parou.
O dialogo a seguir, foi traduzido posteriormente , quando voltamos para casa pelo Expedito, pois o Wilsinho falava em português, e o Emerson respondia em inglês, e o meu inglês era e ainda é péssimo. O "Cebolinha" do óleo fica por minha conta.
Wilsinho se sentou no pneu dianteiro esquerdo e falou ao Emerson:
-Esta falhando muito, este problema com o "pescador" esta me dando nos nervos.
EF
-O grande problema não é ele falhar, isso uma hora se resolve, o problema é que a pressão do óleo sobe muito quando se freia.
WF
-Sim, pois a temperatura sobe.
EF
-Não. Quando você volta a acelerar, o motor não responde a altura, para mim, o óleo esta circulando muito devagar.
WF
-É um problema com a posição dos radiadores.
EF
-Não acho, pois a pressão sobe, não a temperatura, acho que o óleo tem que circular mais rápido.
WF
-Como ?
EF
-Não sei, talvez um reservatório maior.
WF
-Sim, para baixar a temperatura.
EF
-O problema não é a temperatura, ela não sobe, o que sobe é a pressão.
Môco estava sentado nos Guard-Rail bem ao lado do Emerson e entra na conversa.
JCP
-Emerson, não estou entendendo nada. Mas estou com o Wilsinho, se a pressão sobe, é porque a temperatura está subindo muito, não ?
EF
-Não...a temperatura não sobe.
WF
-Vamos fazer um teste. Darci, tem outra "cebolinha" do óleo ai ?
D
-Tem...
WF
-Então troca.
EF
-Pode trocar, mas não é isso...
O Emerson saiu do carro calmamente enquanto o Darci começou a tirar a carenagem do motor com o auxilio de dois mecânicos.
Meu primo pegou os autógrafos do Wilson e do Emerson, que estavam juntos com o Pace, depois me confidenciou que não reconheceu o Môco, por isso não pegou o seu autografo, erro grave que rendeu uma gozação enorme do Expedito...
Wilson, Pace e Emerson, fizeram uma rodinha e ficaram conversando, eu escutando tudo e não entendendo nada, deu vontade de entrar o meio e gritar:
-Fala em português "carai".
O Expedito deu o "nosso teste" como encerrado, e muito contra a minha vontade fomos embora.
No caminho de volta, ele nos contou o dialogo acima, e disse que concordava com o Wilsinho, que talvez o Emerson estivesse enganado.
O meu conhecimento técnico, não me permite opinar sobre a questão, mas quando um "Emerson", diz o que disse, eu fico com a opinião dele, pois, com o maior respeito que tenho pelo Wilsinho, Pace e pelo Marazzi, acho, que ninguém entendeu realmente o que o Emerson falou, tanto é, que o FD02, foi totalmente descaracterizado, o FD03 nem se fala, se tornou um carro horrível, comum e no final do grid.
Mario Souto-Maior - Cuca
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
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