A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O FD01 e a pressão do óleo

Emerson

Depois que escrevi sobre o teste do Emerson com o F6, fiquei lembrando dos teste do Copersucar que eu vi, tinha visto um do FD04, que fiquei na arquibancada e não me lembro o porque, e outro teste muito importante que vi  foi o do FD01. Sim, o Emerson testou o FD01. Aí resolvi procurar uma foto deste teste, pois lembro de ter visto na internet há muito tempo, mas não a encontrei, porem, achei um texto, se não me engano, na GPTOTAL, em que se fala do teste. Achei engraçado, pois tratam o teste como uma coisa secreta, que ninguém podia ver, dizem que o Emerson saiu do banheiro já de macacão e com o capacete do Wilsinho, e, que o Wilsinho ficou escondido para que ninguém o visse e achasse que era ele, e não o Emerson que estava pilotando o carro. Balelas.
Estávamos o quintal da casa o Expedito Marazzi, quando meu irmão mais velho disse que o Emerson ia testar o FD01 naquela tarde. Expedito logo se animou e começou a agitar.
-Vamos...vamos...Entra no carro...vamos ver o Emerson, entra, entra na carro, vamos, vamos...
Quem conheceu o Marazzi sabe exatamente do que estou falando. Assim, entramos no seu Dodge Dart preto (belíssimo) e fomos, Gabriel, Marco, meu irmão mais velho, Edilsinho, um primo que estava de férias na minha casa e eu.
Quando chegamos ao autódromo, entramos pelo antigo portão  3, Expedito era muito conhecido e não tivemos dificuldades para chegar nos box. Porem não havia nada nos box, estavam vazios, Expedito comentou:
-É, acho que enganaram a gente.
Mas alguém viu um movimento grande no meio da reta oposta, assim, Expedito entrou na pista e parou no retão, e estava lá o FD01 parado com um monte de gente ao lado. Descemos e caminhamos até lá. O Emerson estava dentro do carro, e deu um aceno de mão para o Marazzi quando o avistou.
Na verdade, o Emerson ainda estava na McLaren, e pediu uma autorização para fazer um pequeno teste com o FD01 e foi liberado. O teste foi feito somente no miolo, pois, o anel externo esta sendo asfaltado. Mas qualquer menção que foi uma coisa escondida é pura ficção, a única coisa que realmente aconteceu, é que o carro estava sem os logos e a pintura do colibri da Copersucar, e não era prata, era cinza fosco, como Primer, e o Emerson usava um macacão cinza bem clarinho sem nenhum patrocínio, que eu reconheci como sendo o que ele usava na Lotus JPS, de resto tudo normal, usou o capacete dele, foi simpático como sempre quando saiu do carro, e deu um autografo para meu primo Edisinho, assim como o Wilsinho. Devia ter umas cinqüenta pessoas na pista, entre eles, o Môco, com toda a sua simpatia e humildade. Mas em especial, um Porsche branco andava na pista, o que deixou o Wilsinho irritado:
-Quem é este imbecil ? Perguntou.
Meu irmão "dedo-duro" respondeu.
-É o Adú...
WF.
-Só podia ser, quando ele passar aqui novamente, manda ele parar. Disse o Wilsinho para alguém ao seu lado, mas o Adú Celso, não voltou, nem ele, nem o Porsche e muito menos a bela loira que estava com ele...Uma pena.
Quando chegamos, Expedito comentou:
-Nossa, nem parece um teste de F1.
Realmente a coisa estava bem improvisada, com o FD01 parado do lado direito da "Reta Oposta", uma camionete com os equipamentos e ferramentas na caçamba e mais nada.
Depois de um tempo finalmente ligaram o carro e o Emerson foi para a pista, na primeira volta, passou na nossa frente, fazendo um zig-zag como carro falhando muito, Wilsinho balançou a cabeça negativamente. Na segunda ele foi bem mais rápido, na terceira, muito mais rápido, e na quarta ele parou.
O dialogo a seguir, foi traduzido posteriormente , quando voltamos para casa pelo Expedito, pois o Wilsinho falava em português, e o Emerson respondia em inglês, e o meu inglês era e ainda é péssimo. O "Cebolinha" do óleo fica por minha conta.
Wilsinho se sentou no pneu dianteiro esquerdo e falou ao Emerson:
-Esta falhando muito, este problema com o "pescador" esta me dando nos nervos.
EF
-O grande problema não é ele falhar, isso uma hora se resolve, o problema é que a pressão do óleo sobe muito quando se freia.
WF
-Sim, pois a temperatura sobe.
EF
-Não. Quando você volta a acelerar, o motor não responde a altura, para mim, o óleo esta circulando muito devagar.
WF
-É um problema com a posição dos radiadores.
EF
-Não acho, pois a pressão sobe, não a temperatura, acho que o óleo tem que circular mais rápido.
WF
-Como ?
EF
-Não sei, talvez um reservatório maior.
WF
-Sim, para baixar a temperatura.
EF
-O problema não é a temperatura, ela não sobe, o que sobe é a pressão.
Môco estava sentado nos Guard-Rail bem ao lado do Emerson e entra na conversa.
JCP
-Emerson, não estou entendendo nada. Mas estou com o Wilsinho, se a pressão sobe, é porque a temperatura está subindo muito, não ?
EF
-Não...a temperatura não sobe.
WF
-Vamos fazer um teste. Darci, tem outra "cebolinha" do óleo ai ?
D
-Tem...
WF 
-Então troca.
EF
-Pode trocar, mas não é isso...
O Emerson saiu do carro calmamente enquanto o Darci começou a tirar a carenagem do motor com o auxilio de dois mecânicos. 
Meu primo pegou os autógrafos do Wilson e do Emerson, que estavam juntos com o Pace, depois me confidenciou que não reconheceu o Môco, por isso não pegou o seu autografo, erro grave que rendeu uma gozação enorme do Expedito...
Wilson, Pace e Emerson, fizeram uma rodinha e ficaram conversando, eu escutando tudo e não entendendo nada, deu vontade de entrar o meio e gritar:
-Fala em português "carai".
O Expedito deu o "nosso teste" como encerrado, e muito contra a minha vontade fomos embora.
No caminho de volta, ele nos contou o dialogo acima, e disse que concordava com o Wilsinho, que talvez o Emerson estivesse enganado.
O meu conhecimento técnico, não me permite opinar sobre a questão, mas quando um "Emerson", diz o que disse, eu fico com a opinião dele, pois, com o maior respeito que tenho pelo Wilsinho, Pace e pelo Marazzi, acho, que ninguém entendeu realmente o que o Emerson falou, tanto é, que o FD02, foi totalmente descaracterizado, o FD03 nem se fala, se tornou um carro horrível, comum e no final do grid.

Mario Souto-Maior - Cuca
Recebi do Bruno o novo site em que eles se propõe entre outras coisas a atualizar e mostrar os calendários e corridas, vou acompanhar. Bem vindo Bruno. 






terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sidnei "Grandão" Frigo/Artivinco Racing em Indianapolis-USA

Chegamos em Indianápolis !!!


(Quarta Feira - 31-08-2011 - 14:30 Hrs)


Tudo pronto, motor revisado e pronto para as primeiras puxadas classificatórias de sexta feira.




(Quinta Feira - 01-09-2011 - 15:30Hrs) Tirei o dia de hoje para fazer um reconhecimento na pista, e o que posso dizer é o que todos já sabem, a arrancada aqui é de altíssimo nível, todas as equipes são muito bem estruturadas e os carros são maravilhosos...

(Sexta Feira - 02-09-2011 - 10:45 Hrs) Hoje é o grande dia, Sidnei Frigo entra na pista duas vezes hoje para disputar as classificatórias do dia. Hoje já fica decidido em que chave ele irá correr as Classificatórias de amanhã.
(Sexta Feira – 02-09-2011 – 16:50 Hrs)


Sidnei Frigo acabou de fazer suas duas Classificatórias.


Na primeira Classificação Sidnei destracionou e não conseguiu marcar ponto, e na segunda Classificação Sidnei conseguiu fazer o melhor tempo do dia na sua categoria e terminou em terceiro lugar no geral.



O tempo de Sidnei foi 5.472s e velocidade final de 260.06 milhas por hora. Amanhã teremos mais uma Classificatória que irá acontecer por volta das 14:00 Hrs... Grande abraço a todos até amanhã se Deus quiser...
(Sábado -03-09-2011 - 13:20 Hrs) Sidnei Frigo não treinou neste sábado e terminou o dia na sexta posição dos treinos livres do dia. Amanhã começa as Classificatórias e a equipe Artivinco Racing já está preparada.(Domingo -04-09-2011 - 10:20 Hrs) Sidnei Frigo acabou de fazer sua puxada Classificatória, Sidnei destracionou e teve que aborta sua puxada. Mesmo com esse imprevisto a equipe Artivinco Racing segue firme para as eliminatórias que acontecem as 17:30 Hrs, a disputa será conta o piloto Americano Rich McPhilips. (Domingo -04-09-2011 - 18:20 Hrs)
O piloto Brasileiro Sidnei “Grandão” Frigo acaba de se classificar para as semi finais de amanhã aqui na pista da Lucas Oil Raceway Indianápolis. Sidnei puxou com o piloto Americano Rich McPhilips e venceu com o tempo de 5.359s e velocidade final de 263,51 milhas por hora. Aguardem que amanhã teremos mais informações.




Parabéns ao exímio piloto de arrancadas, Sidnei "Grandão" Frigo e a toda equipe da Artivinco Racing, pelo sucesso nas pistas de arrancadas dos USA.


Agradeço ao amigo Murilo Braz do RZone.com.br a cedência deste.


Cobertura completa no www.rzone.com.br


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COURAGE

Brands Hatch 1968 com a Parnell P126 (BRM)
Silverstone, Maio de 1965, Courage vence na Formula 3.

Sou fã de dois esportes antes de qualquer outro, o boxe e o automobilismo, vistos de fora são violentos, lá dentro para quem se dispõe a leva-los com seriedade e dedicação são até mais violentos do que para quem os vê de fora.
Acompanho o automobilismo desde muito novo, já contei aqui a primeira vez que andei num carro de corridas, minha primeira corrida e por aí vai. Lia os jornais desde meus dez anos e lá conheci uma figura para mim inesquecível, Jim Clark, comecei acompanhar sua carreira e a ler revistas de automobilismo acredito que com meus doze anos e em minha casa circulavam alguns pilotos, amigos de meus irmãos mais velhos.   



Por volta de 1965 estava com treze anos e já lia tudo sobre automobilismo que me caía às mãos e acredito que foi na Autosport que li a primeira vez o nome Courage.
Logo me chamou atenção, pois coragem já sabia era um atributo dos grandes, em cima de um ring ou dentro de uma pista, sem ela no automobilismo pode-se até vencer corridas ou ser campeão, mas é com ela que se leva o carro e você mesmo até o extremo, até o limite, seu ou do carro. Ela foi o atributo dos grandes e acima de tudo é a eles que admiro.    
Senti pela primeira vez o que é a morte na pista nos 500 KM de Interlagos de 1963, estava lá com meus onze anos e quando o Celso se acidentou o clima ficou horrível, muitos anos depois meu amigo Expedito Marazzi me contou que ao ir abraçá-lo antes da corrida notou que estava diferente como se pressentisse algo. Vi a morte de meu ídolo, Jim e depois muitas outras, Rindt, Pace, Pedro, Jô, Ayrton ... Correndo não, apenas alguns acidentes que com a Graça de Deus nada demais houve. Um grande amigo sofreu um no Retão em Interlagos quando um dos outros participantes perdeu a vida, tenho o relato, fotos e recortes de jornais a muito tempo guardados e se um dia ele quiser contamos, mas sei perfeitamente de todo mal que isso causou a ele.

Monza 1968
Watikins Glen 1969 , Courage com uma Willians BT26A (Brabham) lidera Black Jack e Jackie Ickx ambos de Brabham BT26A. 2º lugar na primeira vitória de Rindt na Formula Um com um Lotus 49C.
Silverstone 1969

1970 Kyalami

Piers Raymond Courage nasceu em 27 de Maio de 1942  portanto dez anos antes de meu nascimento e certamente do mesmo signo que eu, Touro. Não vou contar sobre sua carreira isto é atributo de meus amigos historiadores, Carlos, Paulo e Caranguejo, conto apenas a partir da data em que comecei acompanhar sua carreira 1965.
Depois de correr nos campeonatos europeus de Formula 3 em 65 Courage se volta aos campeonatos britânicos da categoria, naquele ano na Ilha foram 75 corridas de Formula 3, entre as de clubes, vários grandes campeonatos e aquelas em que participavam os grande nomes do automobilismo como Clark, Brabham, Hill... 
Obviamente ele não correu em todas, apenas nos campeonatos mais importantes, assim como Emerson, e começou com um segundo lugar em Silverstone. Nesta corrida Courage pilotou um Brabham BT10 Ford Holbay da equipe Charles Lucas e o vencedor foi Roy Pike com uma Brabham BT16 Ford Cosworth. Nesta época os Formula 3 usavam motores de 1.000cc.
Depois dessa corrida vieram muitas vitórias, em Brads Hatch, Silverstone, Oulton Park... Até a última corrida do ano em Brandas Hatch quando já pilotava uma Lotus 41 Ford Cosworth.
Em 66 corre o campeonato europeu de Formula 2 com alguns bons resultados e estréia na Formula Um no GP da Alemanha em Nurburgring pilotando um carro da Formula 2, sendo esta sua única corrida na categoria neste ano.
Em 1967 continua se destacando na Formula 2 e faz três corridas na Formula Um, Africa do Sul e Mônaco quando quebra e Alemanha quando não se classifica.
1968 começa bem o ano chegando em segundo lugar na Itália em Enna correndo na Formula 2, vence Rindt com uma Brabham BT23C Cosworth FVA carro igual ao seu, em terceiro Branbilla vindo a seguir Regazzoni, Derek Bell e Ickx. Termina o ano vencendo a quarta etapa do torneio Argentino de Formula 2 com Rindt em segundo e Jô Siffert em terceiro. Neste ano corre na Formula Um pela equipe de Reg Parnell com uma BRM P126 e tem dois bons resultados, um sexto na França e Quarto na Itália.
1969 junta-se ao antigo amigo e companheiro Frank Willians, e com uma Brabham BT26 . Corre o mundial de Formula Um, seu estilo sempre o mesmo, arrojado, indo para cima mesmo sem contar com um equipamento de ponta sempre no limite, o fio da navalha. Neste ano consegue dois segundos lugares o primeiro em Mônaco, onde sempre fez boas corridas e o outro em Watkins Glenn na primeira vitória de Rindt na F I com a Lotus 49C, fora dois outros quintos lugares. Corre por uma equipe pequena e desde muito já vem mostrando do que é capaz.


A apresentação do DeTomaso 505.



Mônaco 1970 com a DeTomaso 505.

Chega 1970 e Frank e ele fecham um acordo com Alexandro DeTomaso para desenvolverem um carro criado por sua empresa e desenhado por Gianpaolo Dallara. Nas primeiras quatro corridas do ano não corre em Mônaco e não se classifica na Espanha e quebra na Africa do Sul e na Bélgica. 
Aí vem Zandvoort...   


     Zandvoort 1970, Nina Rindt e Sally Courage.
Nina viria a saber tudo que sua amiga sofreu aquele dia três meses depois.
         
A Roger Williamsom, homem e piloto.
A Jimmy que levou a arte de pilotar a seu limite extremo.
A Luiz que apesar de não chegar à Formula Um no seu devido tempo também fez de sua arte algo que nos maravilhou.