A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 18 de junho de 2011

Brasileiro de Marcas estréia em Tarumã




Brasileiro de Marcas: Thiago Camilo e Galid Osman, prontos para a estréia em Tarumã
prova inaugural da categoria multimarcas
São Paulo - 14/06/2011 - Os paulistanos Thiago Camilo e Galid Osman, pilotos da Carlos Alves Competition Team, estão prontos e esperando com muita expectativa o início da temporada do Campeonato Brasileiro de Marcas, que tem sua estréia marcada para o próximo domingo (19/06), no Autódromo Internacional de Tarumã (RS).

Os dois Chevrolet Astra que serão utilizados pela dupla paulistana nesta temporada inaugural da nova categoria, estão na fase final de preparação, e seguem viagem amanhã (15/06) para Tarumã, região metropolitana de Porto Alegre (RS).

O experiente Thiago Camilo, que já correu com um carro similar na categoria TC 2000 argentina, nos conta sua expectativa para a prova do domingo:

"Nós treinamos em Curitiba, onde foi o meu primeiro contato com o Astra e com a equipe do Carlão. Embora tenha sido apenas o início dos trabalhos, fiquei muito satisfeito com o time e me dei muito bem com o Carlão. Com relação ao Astra que tem tração dianteira, não estranhei nada, porque já corri por quatro anos consecutivos na TC 2000 argentina, que tem praticamente os mesmos carros que esses nossos, até com maior potência", contou Thiago Camilo.

"Como os nossos carros são muito estáveis e com menor potência, o trabalho de acerto será mais importante e ao mesmo tempo mais difícil. A pilotagem embora bastante divertida, também exige um estilo diferente. A categoria tem ótimos pilotos, mas, estou muito animado e quero lutar pela vitória já nesta primeira prova", concluiu Thiago Camilo.

Galid Osman, que já pilota pela segunda temporada para Carlão Alves na Copa Montana, relata sua experiência com o Astra da Chevrolet:

"Gostei de andar com o Astra em Curitiba, é um carro muito prazeroso de guiar, porém tenho certeza que até o fim desta temporada será melhor ainda, pois as equipes já terão um acerto melhor e um maior conhecimento. É diferente da Montana, este é um carro com tração dianteira, e com mais tecnologia (freios, cambio, etc.). Estranhei muito pouco, já que uma semana antes do treino de Curitiba eu já havia feito um treino com tração dianteira na Argentina.", contou o paulistano.

"Gosto muito de trabalhar com o Carlão Alves, e mesmo tendo feito somente um treino ao lado do Thiago Camilo, posso dizer que é um ótimo parceiro de equipe. Além do que ele parece ser um grande acertador de carros, que está sempre em cima tentando melhorar. Estou bastante esperançoso para a etapa de Tarumã. Acredito que vamos ser competitivos," concluiu Galid.

Para Carlão Alves o titular da equipe, a cada dia a ansiedade vai aumentando e só vai passar mesmo no momento da largada:

"Temos trabalhado muito para completar a perfeita montagem dos carros. Como é a primeira prova da temporada, obviamente a ansiedade é maior. Mas estou muito feliz porque conto com dois ótimos pilotos e estamos representando uma grande marca que é a Chevrolet", desabafou Carlão.

"Participar de um campeonato multimarcas pela primeira vez é um grande desafio, mas acredito no trabalho da minha equipe e no potencial dos meus pilotos. Temos os ingredientes para lutarmos por vitórias", concluiu Carlão Alves. 

A prova de estréia do Campeonato Brasileiro de Marcas terá transmissão ao vivo pela REDETV, a partir da 13,00 hs do domingo.

Assessoria de imprensa da Carlos Alves Competition Team 
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

‏ENTRE O TRIUNFO E O DESASTRE -1973/1978‏

Ronnie e o Lotus 78 MK III.

No espaço de cinco anos, de setembro de 1973 a setembro de 1978, o sueco Ronnie Peterson viveu o triunfo e o desastre, na pista de Monza. Mas o que houve? Peterson era o queridinho da mídia impressa britânica, pelo seu estilo acrobático de pilotar. Quando foi contratado pela Lotus, em 1973, seus admiradores exultaram. Peterson iria dividir a equipe com o então campeão do mundo, o brasileiro Emerson Fittipaldi, a quem conhecera quando ambos eram pilotos nas chamadas "Fórmulas de Promoção".

Mônaco 1968 com o Tecno Formula 3.

Liderando Patrick Depailler, Alpine A330.

  Mônaco 1971, já na Formula Um com um March 711, segundo lugar atrás de Stewart e volta mais rápida com recorde.

1972 pegando uma carona com Carlos Pace - Willians 711 - 
em Clermont Ferrand.

Emerson e Maria Helena com Ronnie.


Contudo, tão logo teve início o Mundial, Emerson parecia disposto a tornar-se bicampeão logo de imediato. Em quatro GPs, três vitórias, enquanto Peterson amargava um série de quebras. As coisas mudam a partir do GP da França, quando Ronnie obtém sua primeira vitória. O sueco passa então a ser uma constante no pódio. Já Emerson, tido até então como um piloto de muita sorte, só tem dissabores e chega mesmo a se acidentar no GP da Holanda. Quem agradece essa "troca de guarda" é o experiente Jackie Stewart, que assume a liderança do Mundial e parte para a vitória. Mas, como já dissemos, o momento crucial aconteceu na primavera, em Monza. Stewart já é o virtual campeão do mundo. Fittipaldi tem uma tênue chance matemática, se vencer o GP. Chapman então, combina que se os dois Lotus estiverem na frente, dará ordens para Ronnie ajudar Emerson a vencer, ou seja, irá deixá-lo passar. Na corrida, Peterson lidera com folga, com Emerson em segundo e Stewart, bem atrasado, pois teve problemas de pneus. A prova encaminha-se para o fim e a tal ordem não vem. Faltando pouco mais que uma dezena de voltas, Emerson percebe que ela não virá e decide enfrentar Peterson. Emerson tinha um estilo todo próprio de conseguir uma ultrapassagem. Ele costumava tornar-se uma constante nos retrovisores do adversário e ao mesmo tempo em que estudava o melhor ponto de dar o bote, levava o outro piloto à perda de concentração e ao erro. Sistema infalível...quando se enfrenta alguém suscetível. Não muito eficaz, quando se corre contra alguém frio e pouco impressionável. Na última volta, o primeiro lugar ainda era de Ronnie, mas ele quase o perdeu, pois Chapman, que costumava saudar seus pilotos na bandeirada, jogando o boné para o alto, desta vez resolveu ficar alguns metros antes da bandeirada e quando homenageou Peterson com o boné, a corrida ainda não tinha terminado.
Chapman e seu jeito esfuziante de comemorar as vitórias. 

Num reflexo, Ronnie tirou o pé e Emerson, que vinha logo atrás, tirou para o lado e foi indo, indo...mas Peterson reagiu. Tempo dos dois: Ronnie 1h29m17.000  e Emerson 1h29m17.800. Esse foi o dia do triunfo para Ronnie Peterson, o dia em que Chapman o escolheu, sacrificando o piloto que poderia dar-lhe mais um título. Ronnie empatava então em vitórias com Fittipaldi e com mais uma vitória em Watkins Glen, passaria a sua frente. 

1973, Interlagos Ronnie e Emerson ambos de Lotus 72D à frente de Stewart Tirrel 005. Vitória do Rato à frente de Stewart.
1974, Ronnie, Lotus 72E à frente de Emerson MacLaren M23. Outra vitória do Sueco em Monza. Notem que ele corre com o #1 pois apesar da Lotus ter perdido o Mundial de Pilotos em 73 para Stewart foi Campeã dos Construtores.
1974 Interlagos Ronnie e Emerson na vitória do brasileiro.
Interlagos 1976 com a Lotus 77 sendo perseguido pela Ligier JS5 de Jacques Laffite.



Interlagos 1977 Tyrrel P34 à frente Patrick Depailler, ambos quebraram. 

Cinco anos mais tarde, o panorama mudara sensivelmente. Peterson, era mais uma vez piloto da Lotus, mas agora, era claramente o segundo piloto. O queridinho da equipe era Mario Andretti e para voltar à Lotus, Ronnie assinara um contrato leonino: não tinha direito de lutar pela vitória com seu primeiro piloto, não poderia ultrapassá-lo e pensar em vitórias, só se Andretti quebrasse. Além disso, Peterson contava com um patrocinador pessoal que lhe garantia a vaga no time.
O que acontecera desde 73, quando o sueco era "o menino de ouro" de Colin?

Mario Andretti e Ronnie ambos com a Lotus 78 MK III.
Ronnie e a MK III

Peterson correra duas temporadas no Team Lotus. Como acertar carros nunca foi o seu forte, ele fracassou em tornar o complicado Lotus 76 competitivo. Ainda conseguiu vencer com o velho 72, mas na temporada de 1975, foi um mero coadjuvante. Na temporada seguinte, a crise. Às voltas com outro carro "difícil" de Colin, o modelo 77, Peterson só correu o GP do Brasil e na prova seguinte, em Kyalami, optou por um March 761. Talvez o sueco marrento tenha se precipitado. Aos poucos, Andretti e o novo piloto, Gunnar Nilsson vão melhorando o carro e até o final da temporada, a Lotus tem de novo um carro vencedor. Mario Andretti vence o encharcado GP do Japão. Em 1977, enquanto Peterson tenta levar pelo cabresto o Tyrrell P34 seis-rodas, a Lotus impõe o domínio do Lotus 78: cinco vitórias que poderiam ter sido muitas mais, não fosse uma certa fragilidade do motor Cosworth. Ou seja, em resumo, em 78 Peterson estava na posição que Chapman queria: ansioso por retornar e sem grandes opções. Chapman não gostava de ser trocado e pode ter levado isso em conta para acertar o contrato em bases que lhe fossem favoráveis. Em mais um GP em Monza, as coisas estão um pouco diferentes. Andretti, com seis vitórias é quase campeão. Quer ganhar em Monza, pois morou algum  tempo nesse país. Peterson, com duas vitórias, pensa em qual equipe competirá em 79. Nos treinos, enquanto Mario faz a pole, Ronnie marca o quinto tempo. A definição virá no warm-up  domingo de manhã. Peterson acidenta-se e compromete seu carro. Terá de apelar para o reserva, mas para esta prova, ele está destinado a Andretti. A Lotus tem um velho 78, que há alguns meses não sabe o que é manutenção. Peterson acaba se sujeitando e o aceita.

Como ficou a Lotus 78 MK III de Ronnie após o acidente do WARM UP.

Na hora da prova, teria ele pensado naquela grande ironia? Cinco anos antes, ali estava Ronnie, pronto para receber os louros como o preferido do chefe; agora, era humilhado, obrigado a correr com um carro defasado e tinha de pensar unicamente em proteger a corrida de seu companheiro de equipe...Não era hora disso.  A Fórmula 1 é um mundo rápido. Não se deve pensar tanto e sim acelerar e ficar a frente dos que pensam demais...Largada.

Socorrido logo após o acidente da corrida.

O piloto Ronnie Peterson resultou gravemente ferido em um acidente na largada do GP da Itália, que envolveu pelo menos dez carros. O sueco foi resgatado com muitas fraturas em ambas as pernas e apesar de inicialmente ter reagido bem à uma cirurgia, faleceu no dia seguinte.

Caranguejo




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Parabéns Fabiani.

Fabiani Gargioni, piloto da TCC -Turismo Clássico Catarinense.
Parabéns meu amigo um abração.


Imagens: Jimmi Torres - Barulho de Motor

Mais uma história do antigomobilismo paranaense




Há poucos dias, na vizinha São José dos Pinhais, ao reencontrarmos o ex-piloto de carreteira Adir Alcídio Moss ou, simplesmente Adir Moss, filho desta terra, o tempo não só parou, mas, deu marcha-a-ré, levando-nos de volta aos idos de 1950, ao cheiro de gasolina misturado à poeira, ao ronco dos motores Ford V8 envenenados para competição, aos gritos do público postado a poucos metros dos carros em alta velocidade.

E as páginas amareladas da história das carreteiras foram se abrindo como que por encanto...

Imaginem os leitores o que significava, na década de 50, um jovem de apenas 22 anos de idade, recém chegado da Itália, onde esteve na II Guerra como piloto da Força Aérea Brasileira, se dispor a ir aos Estados Unidos sózinho, sem falar a língua inglesa, a fim de comprar equipamentos Edelbrok para envenenar os motores Ford V8.

Foi isso que Adir fez, após frequentar a oficina mecânica do já piloto de carreteira Sãojoséense Germano Schlögl, que convidou-o a atuar como co-piloto numa prova da Festa da Uva, em Caxias do Sul/RS, a bordo de carreteira com motor Ford 8BA V8, conquistando o segundo lugar, atrás do gaúcho Catarino Andreatta.

Foi então que Germano queixou-se da falta de melhor equipamento para seu carro, a fim de competir em igualdade com os pilotos mais famosos do país e participar das Mil Milhas Brasileiras.

Mas como? Quem poderia ir aos Estados Unidos? Adir Moss tomou a iniciativa, muniu-se dos recursos, pegou um Constellation da Real e desembarcou em Los Angeles /EUA.

Jovem, angariou a simpatia das aeromoças da Real, que falavam inglês e com elas foi a uma loja especializada, na qual comprou cabeçotes de alumínio, molas especiais para válvulas, distribuidor especial, coletor de admissão para três carburadores e o mais necessário.

Na saída da loja, o vendedor lembrou que faltavam ainda as varetas para acionar o carburadores em conjunto. De posse do material, Germano, que era bom preparador, deixou o 8BA tinindo e convidou Adir para disputarem as Mil Milhas, em Interlagos/SP.

Obviamente, Adir topou, pois, significava a glória para qualquer piloto. "Numa largada tipo Le Mans (carro de um lado da pista e piloto do outro) - recorda Adir - arrancamos em oitavo lugar a meia-noite e lá pelas 8,00 horas, já com sol, Germano entregou-me o volante do carro que estava perfeito. Mas, a pista estava lisa e numa curva a carreteira derrapou indo com o radiador contra um barranco. Foi o fim da corrida para nós." E mais essa página da história de pilotos e carreteiras paranaenses foi virada, deixando lembranças...




Por Ari Moro



Publicado primeiramente no Jonal Paraná Online



09/06/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 08/06/2011 às 22:20:06