A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 18 de maio de 2011

APENAS UM PROPOSTA

No texto da revista Auto Esporte de Abril de 1971 um pouco do valor que se dava à categoria.
Naquela época AE era realmente um revista. 

A diversidade garantia a beleza da disputa, esta foto foi enviada por meu amigo José Martins Jr que está em segundo na tomada da Ferradura com seu Puma #48.

Posso estar muito enganado no que vou escrever, é apenas minha visão de nosso automobilismo, mesmo assim vamos lá.
Temos no Facebook algumas páginas em que discutimos nosso automobilismo, lá também brincamos e relembramos muitas coisas que ficaram em nossas mentes.
Quem assiste nosso automobilismo pela TV, Stock, Truck, GT3, Porsche Cup e outras vai dizer que estou maluco, afinal temos dois pilotos na Formula Um outros tantos na F. Indy e dezenas de outros correndo em várias categorias mundo afora. 
Agora é só ir até Interlagos para ver nossas categorias que deveriam estar revelando novos pilotos é que podemos ver o abandono que está nosso automobilismo. Não vou descer a lenha em nossos dirigentes, isso já fiz muito, mas vou apresentar minha pequena ideia para trazer novamente pilotos e publico a nossos autódromos.
Correr de Kart nas varias categorias é caríssimo e muitos pais não tem condições de colocar filhos nelas. Depois disso vem as categorias de Formulas que conhecemos, todas também caríssimas e em sua maioria caça níqueis, onde pais endinheirados que sonham ver um dia seus filhos com o bilhão de dólares de um Schumacher, gastam fabulas para eles correrem.
 Minha idéia é antes de tudo a volta das corridas de estreantes e novatos e uma categoria base de formula.
Não acredito que as escolas de pilotagem sejam o caminho de inicio para quem tem muita vontade de estar numa pista, respeito alguns piloto que hoje tem escolas, como o Aldo Piedade e tive um grande amigo o Expedito Marazzi que levou sua escola muito a serio, mas também não acredito que elas tragam para nossas pistas todos que tenham vontade de um dia competir com seriedade.
Comecei em um dia dedicado aos estreantes e novatos e promovido pela escola de meu amigo Expedito, naquele dia foram quatro corridas, duas de Divisão Um, uma de Divisão 3 e outra reunindo todos participantes. Era só colocar um Sto. Antonio bo carro e ir para pista, E vejam que muita gente boa saiu dessas corridas, comigo estreou o Guaraná fora outros pilotos que já corriam, Edo, Jacob Kourosan e outros.
Miha corrida seguinte foi o Torneio União e Disciplina aí os outros e eu pudemos dividir nossos treinos e corridas com grandes campeões, em boxes perto dos nossos estavam apenas Luiz Pereira Bueno, Camilo Christófaro, Bird, Chico Lameirão, Pedro Victor De Lamare e tantos outros, quando parávamos de treinar entravam as feras e ficávamos deliciados de alem de tudo estarmos dividindo o espaço com eles. E posso garantir que alguns deles prestavam atenção em nós. Depois corremos Torneio Sulam também ao lado das feras.
No ano de 1972 o saudoso Agnaldo de Góis Filho realizou através do ano o “Festival do Ronco” apenas para Estreantes e Novatos e muita gente boa apareceu entre elas meus amigo Teleco o campeão e Jr. Lara Campos o vice, fora outros que depois se destacaram em nossas pistas. Na época alguns pilotos correram mais de um ano em E.N. como o amigo piloto/dentista José Martins Jr. E se Puma #48 e os irmãos Yoshimoto da Kinko.
Na época eram poucos os tipos de carros fabricados por aqui, mesmo assim as disputas eram ótimas. Hoje com a grande variedade de carros fabricados aqui certamente teríamos nas pistas disputas belíssimas.
Seriam carros de 1.000cc ou 1.600cc, pneus radias, e todo equipamento de segurança como bons Sto. Antonio, capacetes e macacões. Teria de haver alguma forma de controlar a preparação dos motores que hoje é tão fácil, limitando por exemplo a entrada de ar ou outra forma, isso deixo para meus amigos contribuírem.
Vejam bem há um depoimento do próprio Jr. Lara Campos no blog dele e nesse que ele usava seu VW D3 para andar normalmente no seu dia a dia e é isso que poderíamos trazer para nossas pistas.
Antes de cada prova haveria uma reunião com todos pilotos e nela seria explicada a eles todas as normas de conduta em pista. 
O certo seria fazer essas corridas junto com as grandes categorias, não importa que não houvesse lugares nos boxes, quem está com vontade fica em qualquer canto, e isso seria obrigatório aos organizadores delas.
Outra categoria que nos faz falta é uma categoria de Formula verdadeiramente de base, chassi e motores de fabricação livre, temos muitos motores de 1.000cc que hoje desenvolvem cerca de 95hp e a disputa entre as montadoras seria bem vinda, pneus e tudo mais muito bem regulamentado para que ela ficasse bem em conta e sua disputa assim como a E.N. obrigatória junto com outra grande categoria.
Penso que em cada uma dessas categorias o piloto não pudesse correr mais de dois anos, para justamente haver a renovação. 
Duvido que qualquer dirigente nosso apoie essa iniciativa, pois nem os vendedores de carteirinha se dariam ao trabalho.
Assim acredito que muitos “malucos” com vontade de pilotar aparecessem em nossas pistas, levando com eles familiares e amigos para as arquibancadas e trazendo novamente a alegria para nossos autódromos.   



   

 Dois instantes do Festival do Ronco de 1972 do inesquecivel Agnaldo de Goes Filho, acima Jr Lara toma um ralo no Sol e abaixo ele na frente do Teleco no Sargento.


Os foguetes da Kinko.


Anexo ao Ranking principal da Auto Esporte o de Estreantes e Novatos.

Uma bela largada na década de 1960.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

GP da Itália - Monza 1967

Big John e o Honda RA300


Monza era a nona etapa de um campeonato que teria onze, a Lotus havia estreado  em Zandvoot - terceira etapa - na Holanda o seu 49 com o fantástico motor Ford Cosworth DFV, e vencido com Jimmy Clark, as Brabham BT24 com os motores Repco já não eram as mais velozes porem muito confiáveis. A Ferrari vinha apenas com um carro para Chris Amon, havia perdido Lorenzo Bandini em Mônaco e Mike Parkes se recuperava de um acidente na Bélgica. A Honda apenas com Big John com seu RA300.
No campeonato Hulme liderava com 43 pontos seguido  por seu patrão Black Jack com 34, em terceiro Amon com 20, depois Clark com 19  e Surtees com 7. Clark vencera em Zandvort e Silverstone e marcara apenas mais um ponto na Belgica, enquanto Hulme e Jack Brabham faziam um campeonato com constância marcando pontos em quase todas corridas.

Os Inscritos:

#2 Chris Amon Ferrari 312/67
#4 Bruce McLaren McLaren M5A
#6 Jo Siffert Cooper Car Co T81
#8 Dan Gurney Anglo American Racers T1G
#10 Ludovico Scarfiotti Anglo American Racers T1G
#12 Guy Ligier Ligier BT20
#14 John Surtees Honda RA300
#16 Jack Brabham Brabham BT24
#18 Denny Hulme Brabham BT24
#20 Jim Clark Lotus 49
#22 Graham Hill Lotus 49
#24 Giancarlo Baghetti Lotus 49
#26 Jo Bonnier Anglo-Suisse Racing Team T81
#30 Jochen Rindt Cooper Car Co T86
#32 Jacky Ickx Cooper Car Co T81B
#34 Jackie Stewart Arthur Owen P115
#36 Mike Spence Arthur Owen P83
#38 Chris Irwin Arthur Owen P83


Notem que todos carros correram com números pares.

Jimmy se derrete pela bela loira, belíssima diria eu, Gerard Crombac, seu amigo e jornalista -grande amigo e grande jornalista- de cabeça baixa deve estar pensando "se cuida menino!". 

Na classificação o que se viu foi Clark insuperável, cravando a pole com sua Lótus 49 Cosworth;

Clark                       1m28,5s  média 233,89 km/h
Jack Brabham        1.28,8s
Bruce MacLaren    1.29,31
Chris Amon             1.29,35
Dan Gurney            1.29,38
Denis Hulme           1.29,46
Jackie Stewart        1.29,60
Grahan Hill             1.29,70
John Surtees            1.30,30
Ludovico Scarfiotti    1.30,80



Chris Amon e a Ferrari 312/67. 

Monza o templo italiano da velocidade é uma pista super rápida e na época existia apenas a Variante Ascari para diminuir um pouco sua estonteante velocidade, lá vários carros conseguem andar no vácuo deixado pelos carros dianteiros e a corrida embola mesmo pilotos que largaram com uma grande diferença de tempo.
Na largada Brabham pula na dianteira seguido por Bruce MacLaren e Dan Gurney, Cris Amon cola em Clark agora quarto colocado. 
A primeira volta termina com Gurney na ponta seguido de Brabham, Hill, Clark, MacLaren, Stewart, Hulme e Amon.
Na terceira volta Clark ultrapassa Gurney e assume a ponta com o americano em seu vácuo. Na quinta volta o motor Weslake de Gurney explode e o que se vê é Clark na ponta uma luta brava entre Hill, Brabham e Hulme.


Duelo de Campeões, Hill ultrapassa Black Jack.

Ainda nesta volta alguém avisa  que Clark tem um pneu traseiro murchando - uns dizem que foi Hulme outros Hill _ bem na Parabólica pouco antes dos boxes, ele entra no Box para troca-lo  e volta na mesma volta dos lideres, Hill, Hulme e Brabham. Os três na briga pela liderança viram 1m30s por volta enquanto Clark aproveitando o vácuo de todos pilotos que vai ultrapassando e seu carro mais rápido vira o tempo todo abaixo dos 1m30, estabelecendo a melhor volta da corrida com um tempo igual a sua pole 1.28,5s.
Na volta 59 de 68 Hill vem liderando com folga quando na entrada da Parabólica seu motor explode e deixa Brabham na liderança, a esta altura Hulme já havia quebrado na volta 31, já com Clark em seu vácuo e trazendo Surtees junto. Na volta seguinte Clark já é líder e começa abrir uma pequena vantagem para Brabham que trás em sua cola Surtees.
Na volta 65 Surtees assume o segundo lugar mas Clark já abre mais de um segundo. Quando chega a ultima volta Clark já abre quase dois segundos dos dois quando na Grande Curva seu combustível acaba simplesmente, Brabham numa manobra tenta passar Surtees na freada da Parabólica mas o inglês deixa-o do lado sujo da pista, onde Hill deixara vazar óleo de seu motor, faz a parabólica na frente e recebe a bandeirada apenas a 20/100 de Black Jack.
Clark dançando com o carro para fazer com que o pescador absorva o restinho de combustível do tanque ainda chega em terceiro, deixando mais uma vez de vencer uma corrida ganha como tantas em sua carreira. Parece que até discutiu com seu parceiro e patrão Colin Chapman
Era a estreia do Honda RA300  e Big John um ídolo na Italia por seus cinco títulos mundiais pilotando as italianas MV-Agusta e o titulo mundial de Formula Um vencido dois anos antes pela Ferrari, foi ovacionado pelos tiffosi que comemoraram sua vitória como se ele ainda pilotasse para Casa de Maranello.


A chegada Surtees 20/100 à frente de Brabham.

Resultado

1º   John Surtees           1h43m45s   a media de 226,119 km/h 
2º   Jack Brabham        1h43,45s 20/100
3º   Jim Clark                1h44,08
4º   Jochen Rindt
5º   Mike Spence
6º   Jacky Ickx
7º   Cris Amon   

Apenas sete carros completaram a corrida.


Por Henrique Mércio e Rui Amaral Jr

CORVETTE 1975



Corvette 1975

Powered by 350, V8 de 300 cv,  transmissão automática. 
Equipado com ar condicionado de fábrica, 
freios a disco de energia, direção assistida,
rodas telescópicas
vidros elétricos
piloto automático
rádio original funcionando,
70.000 milhas originais de fábrica,
possui ainda rádio amador
Rodas Rally com pneus bons.
Documentação em dia.

Está no RSR$120.000,00 
 
Graziela Rocha
(54) 9998 4042
grazi1602@hotmail.com

sábado, 14 de maio de 2011

Divisão 3 - O começo.

Nos créditos da foto no jornal está escrito que Wilsinho discute com um guarda, mas o que vejo é Emerson recebendo a bandeirada da vitória e seu pai Wilson o Barão pulando de braços abertos.

A vitória dos irmãos Fittipaldi nas 12 Horas de Porto Alegre disputadas no circuito Cavalhada-Vila Nova foi provavelmente a primeira de um carro nacional enquadrado no Anexo J da FIA na Terceira Divisão, e que mais tarde seria chamada de Divisão 3. Grandes nomes os seguiram como Bird/Moco em segundo com o Corcel da Equipe Bino de Luiz Antonio Greco, Jaime Silva/Hugo Galina de JK, José Madri/José Antonio Madri com Simca e Catharino e Vitório Andreatta em sétimo também com um Corcel.   


Jornal do Brasil 25 de Dezembro de 1968.

Bird Clemente/José Carlos Pace o Moco no Corcel da Equipe Binno de Luiz Antonio Greco.


Recebi muito tempo atrás este recorte do JB e não me lembro se do Leandro Sanco ou Rui Pastor, de qualquer forma agradeço a meus amigos pela lembrança.