No texto da revista Auto Esporte de Abril de 1971 um pouco do valor que se dava à categoria.
Naquela época AE era realmente um revista.
A diversidade garantia a beleza da disputa, esta foto foi enviada por meu amigo José Martins Jr que está em segundo na tomada da Ferradura com seu Puma #48.
Posso estar muito enganado no que vou escrever, é apenas minha visão de nosso automobilismo, mesmo assim vamos lá.
Temos no Facebook algumas páginas em que discutimos nosso automobilismo, lá também brincamos e relembramos muitas coisas que ficaram em nossas mentes.
Quem assiste nosso automobilismo pela TV, Stock, Truck, GT3, Porsche Cup e outras vai dizer que estou maluco, afinal temos dois pilotos na Formula Um outros tantos na F. Indy e dezenas de outros correndo em várias categorias mundo afora.
Agora é só ir até Interlagos para ver nossas categorias que deveriam estar revelando novos pilotos é que podemos ver o abandono que está nosso automobilismo. Não vou descer a lenha em nossos dirigentes, isso já fiz muito, mas vou apresentar minha pequena ideia para trazer novamente pilotos e publico a nossos autódromos.
Correr de Kart nas varias categorias é caríssimo e muitos pais não tem condições de colocar filhos nelas. Depois disso vem as categorias de Formulas que conhecemos, todas também caríssimas e em sua maioria caça níqueis, onde pais endinheirados que sonham ver um dia seus filhos com o bilhão de dólares de um Schumacher, gastam fabulas para eles correrem.
Minha idéia é antes de tudo a volta das corridas de estreantes e novatos e uma categoria base de formula.
Não acredito que as escolas de pilotagem sejam o caminho de inicio para quem tem muita vontade de estar numa pista, respeito alguns piloto que hoje tem escolas, como o Aldo Piedade e tive um grande amigo o Expedito Marazzi que levou sua escola muito a serio, mas também não acredito que elas tragam para nossas pistas todos que tenham vontade de um dia competir com seriedade.
Comecei em um dia dedicado aos estreantes e novatos e promovido pela escola de meu amigo Expedito, naquele dia foram quatro corridas, duas de Divisão Um, uma de Divisão 3 e outra reunindo todos participantes. Era só colocar um Sto. Antonio bo carro e ir para pista, E vejam que muita gente boa saiu dessas corridas, comigo estreou o Guaraná fora outros pilotos que já corriam, Edo, Jacob Kourosan e outros.
Miha corrida seguinte foi o Torneio União e Disciplina aí os outros e eu pudemos dividir nossos treinos e corridas com grandes campeões, em boxes perto dos nossos estavam apenas Luiz Pereira Bueno, Camilo Christófaro, Bird, Chico Lameirão, Pedro Victor De Lamare e tantos outros, quando parávamos de treinar entravam as feras e ficávamos deliciados de alem de tudo estarmos dividindo o espaço com eles. E posso garantir que alguns deles prestavam atenção em nós. Depois corremos Torneio Sulam também ao lado das feras.
No ano de 1972 o saudoso Agnaldo de Góis Filho realizou através do ano o “Festival do Ronco” apenas para Estreantes e Novatos e muita gente boa apareceu entre elas meus amigo Teleco o campeão e Jr. Lara Campos o vice, fora outros que depois se destacaram em nossas pistas. Na época alguns pilotos correram mais de um ano em E.N. como o amigo piloto/dentista José Martins Jr. E se Puma #48 e os irmãos Yoshimoto da Kinko.
Na época eram poucos os tipos de carros fabricados por aqui, mesmo assim as disputas eram ótimas. Hoje com a grande variedade de carros fabricados aqui certamente teríamos nas pistas disputas belíssimas.
Seriam carros de 1.000cc ou 1.600cc, pneus radias, e todo equipamento de segurança como bons Sto. Antonio, capacetes e macacões. Teria de haver alguma forma de controlar a preparação dos motores que hoje é tão fácil, limitando por exemplo a entrada de ar ou outra forma, isso deixo para meus amigos contribuírem.
Vejam bem há um depoimento do próprio Jr. Lara Campos no blog dele e nesse que ele usava seu VW D3 para andar normalmente no seu dia a dia e é isso que poderíamos trazer para nossas pistas.
Antes de cada prova haveria uma reunião com todos pilotos e nela seria explicada a eles todas as normas de conduta em pista.
O certo seria fazer essas corridas junto com as grandes categorias, não importa que não houvesse lugares nos boxes, quem está com vontade fica em qualquer canto, e isso seria obrigatório aos organizadores delas.
Outra categoria que nos faz falta é uma categoria de Formula verdadeiramente de base, chassi e motores de fabricação livre, temos muitos motores de 1.000cc que hoje desenvolvem cerca de 95hp e a disputa entre as montadoras seria bem vinda, pneus e tudo mais muito bem regulamentado para que ela ficasse bem em conta e sua disputa assim como a E.N. obrigatória junto com outra grande categoria.
Penso que em cada uma dessas categorias o piloto não pudesse correr mais de dois anos, para justamente haver a renovação.
Duvido que qualquer dirigente nosso apoie essa iniciativa, pois nem os vendedores de carteirinha se dariam ao trabalho.
Assim acredito que muitos “malucos” com vontade de pilotar aparecessem em nossas pistas, levando com eles familiares e amigos para as arquibancadas e trazendo novamente a alegria para nossos autódromos.
Dois instantes do Festival do Ronco de 1972 do inesquecivel Agnaldo de Goes Filho, acima Jr Lara toma um ralo no Sol e abaixo ele na frente do Teleco no Sargento.
Os foguetes da Kinko.
Anexo ao Ranking principal da Auto Esporte o de Estreantes e Novatos.
Uma bela largada na década de 1960.