A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 12 de maio de 2011

POSTAIS

Mais alguns cartões postais de meu amigo Ricardo Bock, fã da Ferrari elas são a maioria.
312P
Lorenzo
Chris
917 K
Big John

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jochen Rindt - II

Rindt na Lotus 49C.

Ontem após contar um pouco da trajetória de Rindt na Formula Um o Caranguejo e eu trocamos dezenas de e-mails. Ele contando histórias que só mesmo ele lembra, cuidadoso como só ele é ao contar e escrever , ao contrário de mim que penso em algo para escrever e puxando pela memória e consultando alguns arquivos escrevo de pronto. Foi o que aconteceu ontem, lembrei de Rindt, vim para o computador e escrevi, mostrei a ele e a tarde postei. Sabia que tinha mais alguns arquivos sobre o piloto, mas foquei apenas na Formula Um e grande parte do texto veio de minha memória. Esqueci do acidente de Montjuic em 69 e outras coisas que certamente o Caranguejo vai nos contar um dia.
Recebi de meu amigo as fotos que mostro agora,ele na Lotus 49C, na Brabham e outra de Cooper/Maserati, provavelmente no México, pois lá era onde eles corriam com o nariz mais largo para refrigerar melhor por causa do calor.
Alguns livros e artigos apontam a corrida de Formula Dois em Mallory Park no dia 17 de Maio de 1964 como a arrancada de sua carreira para Formula Um. Sabia que tinha a Autosport que mostrava esta corrida  e hoje mostro a vocês. Nela o arrojado Rindt cravou a pole com Clark na pista e na corrida chegou em terceiro atrás de Clark e Arrundel os dois pilotos da Lotus.. No dia seguinte foi para Crystal Palace e venceu diante de Grahan Hill.
Na época a Formula Dois corria com motores de 1.000cc e procedência e preparação livres.
Então vai lá, mais um pouco do grande piloto que nunca teve medo de acelerar. 

   1968 GP de Mônaco em sua temporada na Brabham. 
Com a Cooper Maserati.

Nesta Autosport de 22 de Maio de 1964, duas vitórias do grande Jim Clark no mesmo dia, na Formula 2 e nos carros Esporte. E a vitória do português Mari Cabral em dupla com Tommy Weber em uma corrida de três horas.
17 de Maio terceiro lugar atrás de Clark e Arrundell.
18 de Maio, vitória à frente de Grahan Hill.




terça-feira, 10 de maio de 2011

Jochen Rindt

Com Chapman e equipe na Lotus 72.

Um piloto triste e amargurado, assim era Rindt em 1969, havia perdido vários amigos nas pistas e apesar de uma carreira brilhante e sempre brigando pela ponta desde sua primeira corrida na Formula Um em 1964, pilotando uma Brabham BT11/BRM de Rob Walker - Rob Walker Racing Tean - no GP da Áustria, não havia até então vencido nenhuma corrida.

Formula 3 1965, Outon Park, Denis Hulme lidera seguido de Jim Clark, aquela viseira branca grudada no carro de Jim é Jochem Rindt.


Em 1965 foi contratado pela Cooper para fazer dupla com Bruce MacLaren na pilotagem dos modelos T73 e T77 ambos com motores Climax de 1.5 litros, ano de poucos resultados tanto para ele quanto para Bruce.
Em 66 com a chegada da nova formula de três litros a Cooper sem muitas opções de motores corre em seu novo carro o T81 com o antigo e pesado motor Maserati de 12 cilindros em V. Para seu companheiro de equipe após a terceira corrida da temporada trás ninguém menos que John Surtees campeão do mundo em 1964, correm ainda na equipe e algumas provas Richie Ginther, o jovem Chris Amon e ainda Moisés Solana este apenas no GP do México. Neste ano Rindt começa a mostrar todo seu potencial, já na segunda corrida da temporada o GP da Bélgica em Spa debaixo de um dilúvio lidera 20 das 28 voltas, isso mesmo depois de uma grande rodada a mais de 260 km/h na Masta Straigh. Toma a ponta de Surtees que ainda pilotava para Ferrari e estava com a 312/66 nas primeiras voltas e lidera durante vinte voltas de chuva, com a pista começando a secar Big John com um carro nitidamente mais rápido encosta e deixa Rindt para trás, vencendo sua última corrida pela Ferrari e deixando o Austríaco em segundo.

Spa 1966 com a Cooper T81 Maserati.
 Big John e Rindt com as Cooper T81 Maserati em Brands Hatch.
O Cooper T81 Maserati, um motor pesadissímo, aqui numa saída de frente. 
Denis Hulme, Branham BT26 e Rindt Cooper T81 em Brands.
  Silverstone 1965  Rindt e a Cooper T77 Climax brigando com Lorenzo Bandini de Ferrari.

Neste ano Rindt tem alguns bons resultados, culminando com um bom segundo lugar em Watkins Glen, mas é Surtees quem vence a única corrida para a Cooper, o GP do México.
1967 a Cooper trás o Mexicano Pedro Rodriguez para o lugar de Surtees que logo de cara vence o GP da Africa do Sul em Kyalami, ano de muitas quebras para Rindt consegue apenas dois quartos lugares na Bélgica e Itália.
Em 68 vai para Brabham, , a equipe bi campeã do mundo em 66 com Jack Brabham e 67 com Dennis Hulme e agora contrata  Rindt par substituir Hulme, ainda na equipe Dan Gurney para algumas corridas.  Na Brabham agora enfrentando o novo motor Ford Coswhorth da Lotus consegue apenas dois terceiros lugares na África do Sul e Alemanha.
1969 é enfim contratado pela Lotus que vinha de uma perda irreparável quando im Clark perdeu a vida em uma corrida de Formula 2 e de um campeonato do mundo em que vencera de forma incontestável com Grahan Hill que seria seu novo companheiro de equipe. Mesmo na Lotus foi um ano de muitas quebras, talvez seu pé direito pesado demais e conseguiu apenas um quarto lugar na sexta corrida da temporada na Inglaterra, depois disso um segundo em Monza na Itália e um terceiro no Canadá. Aí veio o GP dos EUA em Watkins Glen e sua primeira vitória na categoria após de cinco anos de batalhas.
Como disse antes em 69 ele pensava em abandonar a carreira, mas... Colin Chapman trouxe ao mundo o novo Lotus, o 72, com um novo conceito de aerodinâmica, suspensão dianteira com anti mergulho, traseira que se mantinha à mesma altura nas freadas, freios um board, barras de torção e o sempre confiável motor Ford Cosworth DFV. Apesar de estranhar muito o carro no inicio, resolveu correr a temporada de 1970 com ele.
Começa a temporada de 70 quebrando na África do Sul e Espanha, mas a partir do GP de Mônaco o que se vê é Rindt dominando a categoria, apesar de apenas um oitavo lugar na corrida seguinte na Bélgica. Vence quatro corridas seguidas Holanda, França, Inglaterra e Alemanha e quebra na Áustria. A partir do GP da Inglaterra tem um novo companheiro na equipe, um jovem brasileiro recém saído da Formula 3, Emerson Fittipaldi.
Lembro perfeitamente que em uma de suas primeiras entrevistas quando testava pela primeira vez um Formula Um Emerson contou que ao testar um Lotus 49C com Rindt, ao reclamar que o carro saia um pouco de frente, Rindt apenas lhe disse “aperta mais o pé direito!” e certamente nosso campeão seguiu o conselho.
Veio o GP da Itália em Monza e nos treinos a tragédia, andando sem o aefolio traseiro Rindt escapa na Parabólica e lá encontra seu fim. Muita coisa foi escrita sobre o acidente, que estava sem a parte que prende as pernas do cinto de segurança, etc. etc. mas a verdade é que os carros de Formula Um na época eram inseguros e a probabilidade do piloto se machucar em um acidente séria.
Nas quatro etapas que faltavam para o fim do mundial ninguém conseguiu chegar aos 45 pontos dele, apesar de Regazzoni vencer em Monza e Ickx vencer as duas das três ultimas corridas , ambos pilotando Ferraris 312B. No GP dos EUA onde conseguiu sua primeira vitória Rindt foi muito bem representado pelo menino que ele havia aconselhado a pisar mais no acelerador, a vitória foi de Emerson pilotando o carro dele.
Rindt Campeão do Mundo de 1970, sem duvida alguma um pé direito pesado, um grande piloto.

Rui Amaral Jr

Caranguejo: 
Rui. Essa é a história desse veloz, temperamental e atirado piloto meio alemão, meio austríaco. Nada a acrescentar, exceto talvez que na Áustria, Rindt virou tema de ópera. Tenho algumas histórias engraçadas sobre ele, mas acho melhor explorá-las mais adiante ou perderíamos o enfoque mais dramático da vida de Jochen.

E com ele, as coisas eram mesmo dramáticas: perdeu os pais num bombardeio na II Guerra Mundial; foi alertado sobre seu destino por Ron Tauranac quando foi para a Lotus e viu sem nada poder fazer, a morte de seu amigo Piers Courage na Holanda em 1970.
ah, e tinha como empresário um inglês baixinho, um certo Bernard...Ecclestone, se não estou errado.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

PERNAS-CURTAS por Henrique Mércio

Paul Richard “Richie” Ginther

Phill Hill e Richie Ginther.

Nascido em 1930 na Califórnia, na infância conheceu alguém de suma importância em sua carreira, o futuro campeão da F1, Phil Hill, que era amigo de seu irmão mais velho. Através de Hill, Ginther teve seus primeiros contatos com as corridas em 1948. Ao terminar os estudos, passou a trabalhar com seu pai na Douglas Aircraft e dividia seu tempo participando de corridas em Laguna Seca ou Riverside. Porém, no começo dos anos cinqüenta, o pequeno californiano teve de largar seu MG, chamado que fora por seu país, para lutar na Guerra da Coréia. Lá aperfeiçoa seus conhecimentos de mecânica, trabalhando com motores de aviões e ao retornar, junta-se ao amigo Phil Hill na famosa Carrera Panamericana, pilotando uma Ferrari 4.1.

Richie e Hill na Ferrari 4.1 na Carrera Panamericana.
Richie e a Ferrari 250 Testarossa na Targa Florio 1960.

 Em 1954 retoma a carreira solo, participando de provas com um Austin Healey. Nessa época, torna-se contemporâneo de um jovem piloto que também era muito participativo, um certo James Dean. Os resultados de Richie chamaram a atenção de Johnny von Neumann, chefe de equipe e revendedor da Porsche para a Califórnia, que confia-lhe um desses carros alemães. Mas sua grande chance surge em 1956 quando passa a pilotar Ferraris. Logo, estava conversando com Luigi Chinetti, chefão da NART (North American Racing Team) e representante de Enzo Ferrari nos Estados Unidos. Esse contato abriu as portas para Ginther tanto em provas européias como as 24 Horas de Le Mans, e também em corridas norte-americanas como as 12 Horas de Sebring ou as 24 Horas de Daytona, sempre com a marca do “Cavalinho Rampante”. 

1961, Richie lidera Von Tripps no GP de Monaco, ambos de Ferrari 156 "Shark Nose".


Em 1960, Richie é chamado para correr na F1 pela equipe italiana, apadrinhado tanto quanto o possível por seu amigo Hill. Estréia com uma sexta colocação em Mônaco, pilotando uma Ferrari Dino 246. Participa em mais três corridas em 60, em uma delas o GP da França, com o pouco conhecido Scarab Type 1, mas é com a Ferrari que obtém o seu melhor resultado: uma dobradinha com Phil Hill em Monza/60. Em 61,divide a equipe Ferrari com Wolfgang von Trips, Phil Hill, Olivier Gendebien e os novatos Giancarlo Baghetti e Ricardo Rodriguez. Consegue boas colocações como um segundo lugar em Mônaco e dois terceiros, em Spa e Aintree, no ano em que Hill vence o campeonato mundial. De 62 a 64, correrá pela BRM, fazendo em 63 sua melhor temporada, com 3 segundos lugares (Mônaco, Monza e Watkins Glen) e 2 terceiros (Nurburgring e México), terminando com a terceira posição no Mundial. 

Oulton Park 1963 Ginther #2 larga na primeira fila ao lado de Grahan Hill #1, Jim Clark #4 e Trevor Taylor ambos de Lotus.
 Honda RA272.
 GP da Holanda, Zanvoort 1965, #10 Grahan Hill BRM P261, Jim Clark #6 Lotus 33, Richie Guinther #22 Honda P261, John Surtees #2 Ferrari 158, Dan Gurney #16 Brabham BT11 e Mike Spence #8 Lotus 25.

   GP do Máxico 1965 Richie e a Honda RA272 largam para vitória.
Comemorando a vitória no México 1965.

Em 65, vai para a Honda com a missão de acertar o modelo RA272 (motor 1.5 litro, 270 cavalos à 12.000 rotações). Apesar da experiência de Ginther, o carro era de difícil acerto e a vitória só veio na última prova do ano, no México, graças ao ar rarefeito da pista de Magdalena (2.245 metros de altitude). Não só é a primeira vitória de Richie na categoria, mas também da Honda e dos pneus Goodyear. Em 66, enquanto espera que o novo motor Honda de 3 litrosfique pronto, atua como consultor do filme “Grand Prix”, de John Frankenheimer, que retrata o mundo das pistas, onde também faz uma ponta. Participa de três corridas com a equipe japonesa sem resultados de relevo e no ano seguinte, une-se a Dan Gurney no projeto do Eagle-Weslake, mas decide abandonar as pistas após um acidente nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis. Daí para frente, o “aposentado” Richie tornou-se um cigano, rodando pelos desertos californianos em seu “Trailer”. Em 1989 está passando uns tempos no sul da França quando um sofre um ataque cardíaco. Tinha 59 anos.

Henrique Mércio

Richie Ginther e a Eagle Weslake 1967.