A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 3 de abril de 2011

Uma volta no Circuito de Tarumã com Pedro Garrafa



Caro amigo Rui

Como não poderia deixar de ser um pedido do Rui, para mim, torna-se uma ordem.Olhem só o que ele me pediu:uma volta pela pista de Tarumã-RS, o circuito mais rápido do Brasil.
Vou tentar relatar uma volta com a experiência que tive com os Speeds, pois na época em que corri lá foi exatamente com o meu Speed 1600, ainda com motor a ar.
Fazer uma viagem saindo de São Paulo, para o Rio Grande do Sul, para correr,pode até parecer para alguns pura loucura, ainda mais puxando uma carreta com um carro de corrida, um monte de tralhas como: motor, cambio, rodas com pneus e mais um monte de peças de reserva, percorrer mais de 1.300 kms, só de ida, pois tem também a volta a mesma distancia, e lembrando somente com recursos próprios, quero dizer sem patrocínio nenhum, realmente é só para quem é louco e muito apaixonado pelo que faz e pelas corridas. Não deixa de ser uma emocionante e cara aventura, mas eu fazia isso com o maior prazer (pois tudo o que vi e participei jamais conseguirei esquecer), e também por profissão.Quero dizer, eu conseguia unir o útil ao agradável, pois não só das corridas eu vivia, e sim da venda dos produtos que fabricava e negociava, e também dos carros que montava, isto é, eu fazia de um hobby a minha profissão, e foi assim por um bom e inesquecível tempo, que me levou a conhecer e andar em todos os autódromos do Pais, que existiam naquela época.
Para uma viagem dessas saímos de São Paulo já na madrugada da 3º feira, pois tínhamos uma longa distancia a percorrer, contando também com possíveis imprevistos na estrada, onde praticamente passávamos durante dois dias viajando, com chegada na pista prevista para a 5º feira. Primeiros passos e contatos feitos com a administração da pista e Federação local, partíamos para reconhecimento da pista, alojamento para todo o material e veículos e também hospedagem para mim e equipe.
Para nossa alegria e sorte, o pessoal do Sul em geral, é altamente hospitaleiro e amigável, por isso que lá se pratica um automobilismo INCOMPARAVEL, a qualquer outro estado no Brasil, (não querendo desmerecer nenhum dos outros estados que tive a oportunidade de estar e participar de provas). É que eles tem muita tradição, eles tem o automobilismo no sangue e no coração, igual a eles não existe outros. Digo isso porque,quando da ocasião dessa corrida fomos muitíssimo bem recebidos por todos de lá ( evitarei citar nomes, pois foram tantos e corro o risco de esquecer de alguém), mas tem um que não posso deixar de citar o inesquecível e querido amigo, o preparador Hamiltom, que nos acolheu como verdadeiros irmãos, e também porque eu era o único louco que vinha de São Paulo para participar com eles de uma prova em Tarumã-RS.
Convém lembrar que na época meu Speed, obedecia ao regulamento paranaense, que era bem diferente do regulamento gaúcho, portanto para me enquadrar e ter condições de participar juntamente com os demais, tive que efetuar algumas modificações em meu carro, portanto tive que também tomar emprestado um jogo de rodas e pneus aro 13, pois originalmente eu corria com aro 14.Não precisa nem dizer que o  comportamento do carro tornava-se bem diferente, inclusive até mais rápido, porem não podia fazer muita coisa pois alterava-se também a relação de cambio, que não pude mexer, então tive que me adaptar com o que tinha no momento.
A volta que o Pedro descreve é deste cockpit.
Templo Gaúcho da velocidade.

Vamos então para uma volta na pista mais rápida do Brasil:

-Saindo dos boxes, já adentramos na reta de chegada bem próximos a temida e assassina curva 1 (lembrem-se do Giovanni Salvatti e alguns outros), ainda não temos uma noção de giro nem velocidade, pois estamos começando a acelerar.
-A curva 1 alem de ser longa e de altíssima velocidade, é também desafiante e temida pela maioria dos pilotos, pois no nosso caso (obedecendo as características técnicas do carro utilizado) tem que ser feita em 4º marcha e com o pé embaixo, pois já estamos vindo na reta em descida e no embalo, é só dar uma pequena aliviada, apontar o carro, sentir se está seguro, e cravar novamente o pé embaixo, trabalhando o volante para dentro, pois ela te joga para fora, fazemos ela a aproximadamente 186/188 kms p/hora a um giro de quase 6.100 rpms.
-Breve alivio na reta pequena que antecede a curva 2, só dá para dar uma rápida olhadinha nos instrumentos, e continuamos acelerando sempre em 4º marcha, seguindo para a curva 3, também suave e rápida,e nessa altura com o motor cheio, giro alto a aproximadamente 5.500 rpms.
-Estamos a frente na entrada da Curva do Laço, freiada forte e redução brusca, alias a única, pois seguindo adiante é só pé embaixo, praticamente sem mudança de marcha, logicamente dependendo do carro e de como o piloto poderá mante-lo dessa forma.
-Saindo da Curva do Laço, um trecho de duas curvas bem suáveis, a curva 5 e a curva 6, praticamente retas e rápidas, que antecede a temida Curva Tala Larga.
-A Tala Larga, é um cotovelo em descida, onde exige-se grande perícia e sangue frio dos pilotos.O giro é bem instável, e não se dá tempo nem de ler os instrumentos, a concentração tem que ser total, pois um instante de desatenção, coloca todo o trabalho da volta em risco e consequentemente na corrida também.
-Feita a Curva Tala Larga , entramos num pequeno trecho também rápido, que antecede a curva 8, giro alto aproximadamente 5.800/5.900 rpms.
-Estamos na entrada da curva 9. Curva bastante desafiante, pois também tem redução brusca, não se pode deixar o motor cair de giro, e será preciso entrar e contornar bem ela, para se poder sair também em velocidade boa, pois a mesma antecede a reta de chegada que tem um trecho em subida, depois muda para descida, giro constante na entrada da reta em torno de 5.900 rpms, e pé embaixo ,aproximando-se da descida, ponto de altíssima velocidade, e tendo pela frente mais uma vez a temida curva 1.
-A volta é tão rápida, que parece que o circuito é pequeno, porem super desafiante e agradável de se pilotar, e também impossível de se esquecer.......

Claro que hoje a época é outra, os carros são ainda muito mais rápidos, eficazes e seguros, mas tentem imaginar a quase 20 anos ou mais atraz, como era empolgante e maravilhoso pilotar numa pista dessa, sem muita tecnologia e sem muito recurso, apenas no braço , apenas na raça e na vontade de se fazer o melhor a cada volta.

É impossível de se esquecer, e quem teve a sorte de viver isso jamais esquecerá.........

PEDRO GARRAFA

Abaixo algumas fotos de Arturo Fernandes em Tarumã, acredito ser no Campeonato Brasileiro da Divisão 3. Agradeço a meus amigos Pedro e Arturo eles bem sabem que este nosso espaço está sempre aberto para suas histórias e fotos. Um abração, Rui.



Arturão na curva UM, Voltaire Moog, Janjão Freire. 

Curva Nove.

Arturão tomando o Laço.

Arturo entre a Um e Dois, #72 Aroldo Bauermann e #47 de Janjão Freire. 







sábado, 2 de abril de 2011

RESTAURAÇÃO



Muito bem, vamos lá! Cerca de dois anos atrás o Orlando comprou de volta o VW Divisão 3 que foi dele na década de 80. Quem fez esse carro para D 3 foi o piloto Mané Simião que com ele correu inclusive as Mil Milhas de 1973 e varias provas do campeonato brasileiro da categoria. Em 82 após comprá-lo o Orlando fez algumas transformações no estilo, mudando os pára-lamas e pintando o carro de preto. Correu com ele na T.E.P - Campeonato Paulista de Divisão 3 - e algumas provas da Divisão 3 e sua intenção era restaurar o carro tal como corria na época para participar das corridas de Força Livre, pois a categoria permite os pneus slack e preparação livre.
Acontece que nesse meio tempo faltou o que falta a maioria dos pilotos desse país, grana, oferecemos o projeto a varias empresas mas nenhuma se interessou. 
Agora com a ajuda de amigos vamos tentar de uma forma diferente, o Mauricio Moraes e o Ararê ofereceram um  pôster do carro para ser vendido, o Orlando vai vender a carreta que veio com o carro, vamos fazer uma rifa dos Weber 48 com os coletores já que vai ser usada injeção e algumas outras ações para tentar colocar o carro na pista ainda esse ano.
O Ferraz já abriu o motor e calculamos uns R$ 5.000 para colocá-lo em ordem e agora falta a funilaria e toda revisão de chassi.
Desde já agradecemos a preciosa ajuda de nossos queridos amigos que estão juntos nessa cruzada; Joel Marcos Cesetti, Francis, Ararê, Mauricio, Fernando Fagundes, Fabio e Carlos Jaqueire, Evandro, Nando que com sua competência organizou nosso espaço no Facebook, Cuca, Tomate, Pedro Garrafa, Jr Lara, Carlos Eduardo ...




A carreta tem documentação apenas o licenciamento está atrasado.
Dois Weber 48 com coletores. 


      

REVISTA ILUSTRADA ABRIL‏


Vale dar uma espiada, alem das belas fotos do Paulo e seu filho ele cita e mostra Vinicius de Morais, Carlinhos Lira e Mario Quintana. Fora uma loira linda por quem me apaixonei, acho que é Marilyn. 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Chico Lameirão

Campeão da Formula Ford 1971.

Chico consolidou sua carreira correndo em protótipos e carros de Turismo nos anos sessenta, passando até mesmo por equipes como a Willys. No começo dos anos setenta, tornou-se o primeiro campeão de uma nova categoria de monopostos do Brasil, a Fórmula Ford. Ajudado pelo Mestre Crispim, ele levantou seu primeiro título depois de muita disputa contra Pedro De Lamare e uma já atuante brigada gaúcha. Lameirão esteve na F/F até 74 e sempre deu mostra de pioneirismo, sendo um dos poucos pilotos na época a utilizar um chassi diferente do Bino; o Polar.


Campeão na Super Vê, 1975.
De 1974 em diante, Chico dedicou-se à nova Fórmula Super Vê, categoria fortemente apoiada pela VW, com grids cheios, boa premiação e grande retorno de mídia. Envolvido com o fabricante carioca Polar, disputou pau a pau com Ingo Hoffmann este primeiro título, mas ambos foram surpreendidos por Marcos Troncon. Em 75 porém, é o grande vencedor. Em 76 no entanto, chega a vez de um certo Nelson Piquet, mas Lameirão defende bem seu título Para 77, fica sem seu antigo patrocinador a Motoradio, mas não deixa de experimentar o novo. Embarca no projeto do novo chassi Kaimann para a categoria, mas voltará aos Polar e na prova extra-campeonato do final do ano no Rio, estreia o patrocínio dos cigarros Marlboro. Daí para a frente, sua presença nas pistas irá diminuindo até envolver-se mais com preparação. Mora na cidade de São Paulo e não deixa de estar envolvido com a velocidade.
Caranguejo






Brigando com Ingo Hoffman e Nelson Piquet na Super Vê.

Com seu grande parceiro Miguel Crispim Ladeira na Equipe Bino-Motoradio.