A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 1 de março de 2010

O "Jeitinho" Argentino - PEDRALBES 1951 - por Henrique Mércio




O "Jeitinho" Argentino- corria o ano de 1951 e Juan Manuel Fangio disputava o título da temporada com aquele que, talvez fosse o único corredor que conseguia peitá-lo: o italiano Alberto Ascari. Fangio era piloto da Alfa Romeo e guiava a Alfetta 159, o melhor carro de corridas do período pré-guerra. Estes modelos haviam sobrevivido ao conflito, passando os anos quarenta escondidos em uma fazenda na região de Piemonte e quando a paz retornou, impuseram seu domínio.Já o carro de Ascari era a Ferrari 375 F1, a legítima sucessora da Alfa nas corridas e notadamente, um carro mais moderno. A Alfa Romeo promovia seu canto dos cisnes nas competições participando de sua última temporada e claro, queria despedir-se com uma vitória. A Ferrari, nascera do sonho de Enzo Ferrari, antigo diretor esportivo da Alfa, e para o engenheiro Ferrari, a vitória sobre a Equipe do Trevo tinha um significado todo especial. Para isso ele depositava sua fé no modelo 375 F1, mais leve, veloz e mais econômico que as Alfettas. Aquela temporada iniciara com Fangio, "mordido" por ter deixado o título do ano anterior escapar, vencendo o GP da Suiça.

 El Chueco depois vencera o GP da França, ainda que tivesse problemas com seu carro e precisasse pegar "emprestado" o monoposto de Luigi Fagioli, seu companheiro de equipe. A Ferrari começou a reagir no GP da Inglaterra, com a vitória de Froilan Gonzalez, a 1ª de uma longa série de vitórias da Ferrari na categoria. Nas provas seguintes, só deu Ferrari, com Ascari ganhando em Nurburgring e Monza. Restava a etapa da Espanha, no circuito de rua de Pedralbes, periferia de Barcelona. Apesar da pequena vantagem de Fangio (3 pontos), o favorito era o homem do casco azul, Alberto Ascari. Principalmente depois que Ascari cravou a pole position. Uma disputa roda a roda com a Ferrari seria suicídio e Fangio percebeu que teria de usar algo diferente: a astúcia. Juntamente com o engenheiro Gioacchino Colombo, o argentino concebeu um plano e na hora de formar o grid, seu carro apareceu com tanques extras de combustível.
Fangio e a Alfetta.

Uma das vantagens da Ferrari ante a Alfa era sua autonomia: consumiam menos gasolina e aguentavam mais tempo na pista até precisar de um pit stop. Com aqueles tanques extras, a Alfa virava o jogo e quem sabe, pudesse fazer a corrida inteira sem parar (naquele tempo, as provas eram longas maratonas de quase três horas, tão demoradas quanto os pit stops, que estavam longe da precisão cirúrgica e rapidez atuais). O pessoal da Ferrari "surtou". Em busca de uma melhor performance , resolveram tornar o carro mais rápido trocando as rodas de aro 18 pelas de aro 16. Largada, Ascari mantém a ponta e Fangio o acompanha. Na sexta volta , Piero Taruffi, piloto da Ferrari recorre aos boxes com problemas de pneus; na volta seguinte, outro ferrarista, Gigi Villoresi tem o mesmo problema e logo depois é a vez do líder Ascari, que deixa a liderança no colo do Fangio. O restante da prova pode ser resumido numa via crucis dos pilotos do Cavalinho Rampante, cujos pneus apresentavam um desgaste rápido causado pelas novas rodas.
 Nem o Cabezon Gonzalez escapou. E enquanto esse drama acontecia, o tranquilo líder Fangio também foi ao boxe para fazer...um pit stop. É verdade que sua Alfa tinha tanques extras, mas não havia uma gota sequer de gasolina neles. Estavam vazios. Tudo o que queria era induzir a Ferrari a um erro, ao tentar algo desesperado. De volta à pista, Fangio "passeou" até o fim das 70 voltas. Ganhou a corrida, o título e ainda fez uma "dobradinha" portenha com Froilan Gonzalez, segundo colocado e o melhor entre os Ferrari.

Fangio chega vitorioso em Pedralbes.

Giusepe Farina e a Alfetta Campeão do Mundo de 1950. 

 O terceiro foi o campeão anterior, Nino Farina com outra Alfa e por fim Ascari, um piloto infalível quando largava na frente, mas que tinha a tendência a desesperar-se quando andava no meio do pelotão. Estava reservado a eles, destinos diferentes. Fangio, sem equipe, procuraria refugio na Maserati. Em maio/52, sofreu um grave acidente em Monza, depois de passar uma noite inteira dirigindo para chegar a Milão. O cansaço o induziu ao erro e Fangio ficou quase um ano de fora das carreras, dando chance para Ascari brilhar. E o grande Alberto aproveitou: venceu o mundial de 1952 com um número absurdo de seis vitórias em 7 GPs. Em 1953, ainda com a Ferrari, foram cinco vitórias e de novo, campeão. Mas Fangio já estava recuperado e no campeonato de 53, tivera uma boa participação conseguindo três segundos lugares e uma vitória. Todavia o destino caprichoso mais uma vez intercedeu, promovendo nova ascensão do argentino e a queda fatal de Ascari. Mas esta é história para outro dia. Henrique Mercio
 
Juan Manoel Fangio e Tazio Nuvolari.
 
 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

                                                         http://shop-luizinho.blogspot.com/  

Um pouco de tudo desse grande ser, piloto rápidissimo uma lenda viva. Um abração Luizinho.

Outro amigão que lá de Fortaleza promove belos encontros dos apaixonados por Fuscas e outros carros antigos. Um abração Fred.



E a Graziela que conta tudo das arrancadas em seu blog. Um abraço aos três amigos, D. Jô, Nelson e Graziela.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

OS BELOS ANOS 60

Quando eles começaram eu tinha sete anos, andava de carrinho de rolemã pelas ruas do Pacaembu, as musicas Ray Charles, Celi e Toni Campelo e milhares de outras, carros só os importados, foram anos de transformação o Brasil cresceu e muita coisa aconteceu. Para mim foram anos maravilhosos, Ciro, Jayme, Toco, Bird, Luizinho, seu Chico ainda corria, Celso, Camilo começava a se transformar em mito. Logo no começo meu maior idolo Jim venceria seu primeiro Campeonato Mundial de Formula Um, em 61 andei pela primeira vez numa pista de corridas, Interlagos. Fui estudar no Colégio Paes Leme, na R. Augusta esquina com Av. Paulista e na fente do colégio conheci no cine Astor, que por sinal tinha o mesmo nome do pastor alemão de casa, onde vi aqueles quatro cabeludos de Liverpool, os Beatles. Não vou fazer uma descrição de tudo que aconteceu naquela época maravilhosa, não tenho essa capacidade. Sei que quase no final da década um Rato maravilhou o mundo com sua tocada rápida e precisa e nos levou tempos depois ao topo do automobilismo mundial. Abaixo apenas algumas fotos da época.

O Simca Tuufão realiza uma maratona para provar sua resistência. Agradeço a foto ao Rui e seu pai João Pastor Junior.  


O protótipo Willys, a história dele em breve vai ser contada pela Graziela, assim que ela se reestabelecer plenamente de pneumonia inesperada. Breve regresso minha amiga.
O grande Jim Clark.


O grande Emerson em 1969 mostrando ao mundo todo seu talento.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Conde

Conheci o Luiz Henrique Pankowski no final dos anos 70 na oficina do João Lindau no bairro de Sto Amaro, ele me apresenta e diz "o Conde" e para mim ficou sendo assim. O João estava com uma revista nas mãos AE ou QR, que na época eram boas revistas, com a foto de um carro andando pela pista de Interlagos e me disse "é o Conde" peguei a revista olhei a foto e disse " está fraco e errado". Acho que nesse exato momento ele percebeu o que seria ser nosso amigo e como se isso não bastasse mais tarde ficou amigo do Duran e Ferraz , é muito para uma pessoa apenas!   

Pankowski e Ferraz podium em Interlagos.
 
Conde, Alvaro Guimarães, Elcio Pelegrini e Sueco.
Na chuva TEP 1982 .

TEP-D3 1982 Conde , João Lindau e "Espanhol" nessa corrida cheguei em 3º.
Andando na frente do Fiat 147 D3.

A vingança, andando na frente de Luiz Eduardo Duran na D3.

No final da década de 80 integrou a equipe  Greco/Ford no Campeonato Brasileiro de Turismo http://www.museudoautomobilismo.com.br/popupacervo.asp?cod=962
No cemeço deste ano correndo com um Spyder chegou em 4º lugar no GP Cidade de São Paulo.