A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 16 de janeiro de 2010

FALANDO EM AMIZADES-RELENBRANDO XI- RICARDONE 10/01/09


Ricardo Bock em corrida noturna em Interlagos, o Manduca sempre ajudando.


O Ricardo (Bock) e eu nos conhecemos a mais de trinta anos, seu sonho era fazer um Passat D 3 igualzinho ao AUDI QUATTRO, na época ele cursava engenharia na FEI onde hoje é professor. Ele queria e quem pagava o pato era seu pai João e sua mãe D. Isabel , pois seus carros eram todos feitos na garagem de casa , uma rua paralela à Av. Bandeirantes .Seu pai era meteorologista da VASP , super conceituado , um gaúcho sério boa gente , e D Isabel aceitava todas loucuras do filho , e amigos.

Vez por outra ia ajudá-lo , serra tico-tico , rebitadeira e outras ferramentas íamos moldando o carro , que por sinal ficou bom , os pára-lamas iguais ao do AUDI . Certa noite estávamos montando a carburação, dois WEBER 40 duplos horizontais e seu João olhava de dentro da casa , quando foi dormir ,nos olhou com aquele jeito de quem não quer ouvir barulho, pois tinha de estar na VASP, lá pelas 5 h da manhã. E nós montando tudo aquilo, coletor, carburadores, acerta daqui e dali, lá pelas 2 h da manhã ficou tudo pronto, aquele olhar do Ricardo me entusiasmou, "vamos dar só uma ligadinha, para ver se funciona”. Contacto , bomba elétrica , partida , o barulho foi ensurdecedor , só mais baixo que o grito de Seu João , Ricardoooooo! Antes do terceiro "o" eu já tinha ido embora, já que o carro e o pai eram dele. Outro dia em sua casa ,quase trinta anos depois ,ele me contou o fim desta história .Uma manhã , depois de testar novamente o motor na madrugada ,ele ia saindo de casa em seu Fusca (azul calcinha) quando colocaram um revolver em sua boca ,"eu te mato" era seu vizinho delegado de policia , "cheguei de um plantão de madrugada e a hora em que ia dormir você ligou esta porcaria , da próxima vez te mato " .O Ricardo saiu de fininho ,e acho que nunca mais ligou aquele motor.


Em 1983 ele e o Adolfo Cilento correram com este carro as Mil Milhas, mais isto já é outra história......................



A foto original, Duran e Ricardo



Ao Tito, Fabio, Fabiano e Caranguejo.                                                                                                  


 

Luiz Pereira Bueno



Hoje é aniversario de nosso grande Luizinho. Para mim que pude vê-lo pilotando tantos carros vencendo tantas corridas é uma honra poder parabenizá-lo. Luiz você que levou a arte de pilotar um carro de corridas ao extremo, encheu nossos olhos com aquela tocada firme, forte e rápida que sempre teve, sua simpatia e humildade, sempre pronto a atender todos e mostrar sua alegria ao fazer o que gosta e sabe, meus parabéns, muitíssimos anos de vida e um dia alegre e feliz, junto aos que te amam.


Um abração

Rui

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

TEMPORADA DE 1991 por Fabiano Guimarães



Fabiano Guimarães e o Voyage. 

No final de 1990 decidimos - eu como piloto e meu pai como chefe de equipe - comprarmos o Passat que havíamos alugado em 1990 e participar novamente do Paulista de Marcas Grupo A, porém descobrimos que o carro já estava sendo superado pelos Voyages e Gols da categoria. Surgiu a oportunidade de dividir a pilotagem com o Voyage do José Baltazar Dias, o "Frango Voador", pois a corrida era em duas baterias sendo obrigatória a formação de duplas. Fizemos um total de 4 provas com um 7º lugar como melhor resultado.


      Fabiano e o Passat.

Após algumas desavenças, decidimos preparar o Passat para o Grupo N, com custos menores e sem a necessidade de formar dupla, ou seja, eu correria as duas baterias. O carro só ficou pronto faltando duas etapas para o término do campeonato e obtive um 10º lugar na penúltima etapa e na última prova corri boa parte em 4º, disputando com o Beto Napolitano e o Ricardo Flaquer entre outros quando perdi a 3ª marcha e finalizei em 8º. Com este mesmo Passat faríamos a temporada de 1992, porém esta história fica para o próximo capítulo.


     "S" do Senna Interlagos Fabiano na frente.


Texto e fotos Fabiano e Luiz Guimarães.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ALICATÃO


Era o termo usado por meu amigo João Lindau ao se referir a certos pilotos mais afoitos no uso do pedal de freio de um carro de corridas. O que vou contar a seguir aconteceu no ano de 1978 ou 79 e à ninguém digo o nome do protagonista.

 
 
 
Lendo no blog de meu amigo Jr Lara Campos um chega para lá que deu em um dos DIMEP lembrei do que aconteceu comigo. 
Um aviso, o Jr ao fazer seu blog postou tudo de uma só vez, então para ler é preciso procurar as deliciosas histórias que ele conta. 
E ainda se faz de desentendido quando o chamo de Portuga!!!
Já havia escrito sobre esta corrida, mas numa conversa com meus amigos foi citado o tal “alicatão” e resolvi contar o resto como foi.

Bonita foto de meu amigo Alex Silva, que nada tem com a história a seguir. D3 1977


Na primeira bateria larguei super bem, com a Caixa 2 o carro pulava que era uma maravilha, e na saída da “Três” estava grudado no João Franco com ninguém menos que o Bambino -Adolfo Cilento Neto - em minha cola, na entrada da “Ferradura” passei o João e ele com seu Passat com no mínimo uns trinta HP a mais retomou a posição na “Reta oposta” grudei novamente no “Sol” e fui tentando ultrapassá-lo, atrás o Adolfo sinalizava freneticamente, achava que queria me distrair, mas era o Álcool do tanque do carro do João que lavava a pista à minha frente, como estava grudado nele não percebi. Na “Junção” aproveitando a freada dele quando fui tirar o carro para a esquerda veio a surpresa, uma rodada que me levou até aquela parte do “Anel externo” e me deixou tonto. Ao sair já era ultimo. Comecei tudo de novo, é cruel, e umas duas voltas depois quando já vinha de novo no meio do pelotão meu pneu furou ao frear para o “Sargento”. Fiquei parado quase na tangencia da curva com aqueles malucos passando pertinho e minha primeira bateria acabava por ai.


O saudoso amigo Expedito Marazzi.

Larguei a segunda bateria em ultimo, “espumando” giro lá no alto e o tempo todo trocando no limite. Aqui uns parênteses, usava um contagiros mecânico Jones com espia, e a chave sempre ficou com o Chapa. Na entrada do “Sargento” já vinha no meio do pelotão e encontrei meu amigo Expedito Marazzi que também tinha largado de traz e seguimos juntos, entramos no “Sol” colados, para no meio encontrarmos o citado senhor andando a uns vinte kilometros mais lento, e devia achar que estava rápido! O Expedito tentou ultrapassar por fora, quando vi a manobra coloquei meu carro por dentro do dele, ai o “alicatão” resolveu abrir, o Expedito tira o pé já de lado e eu perto dele vejo o “alicatão” voltando a sua trajetória, tiro também o pé. Fomos o Expedito e eu até a grama e o causador da confusão foi embora, do Expedito não lembro, fui ultrapassado por vários carros e retomei a corrida com muita raiva.
Queria me vingar dele o “alicatão”, daí em diante corri só para quando o encontrasse dar-lhe um totó de preferência numa curva de alta para que ficasse experto. Encontrei-o na reta dos boxes uns cento e cinqüenta metros a minha frente e pensei vai ser na “Três”, na tomada da “Um” para minha surpresa ele pisa no freio e eu em frente aos boxes imaginei dar-lhe o totó na “Dois” mandá-lo para caixa d água. Mas DEUS com sua infinita sabedoria e misericórdia foi mais uma vez bom comigo e antes mesmo da “Um” meu motor estourou fazendo encher minha cabine com a fumaça do retorno de óleo do motor. Fui parando devagar até encostar meu carro no “Retão” numa pista auxiliar que havia por lá, depois do muro de saída dos boxes que na época ia até o fim da “Dois”. Parado com o bombeiro e o bandeirinha a meu lado, vendo os carros passarem, agradeci a ELE, a meu Anjo da Guarda e a minha Nossa Senhora Aparecida, poderia ter feito algo de que me arrependesse até hoje.

A memória dos saudosos João, Adolfo e Expedito.


Todos citados são amigos queridos com quem tenho ou tive muito prazer em conviver, menos o “alicatão” com quem nunca tive convivência. Ele foi piloto por muito tempo e correu em varias categorias, em uma delas na classificação em Interlagos era com freqüência 12s ( doze segundos) mais lento que o pole.