Vocês já viram por aí um Ford Maverick GT à venda? Difícil, mas existe. Até aí, nenhuma novidade, o que impressiona são os preços pedidos por esse automóvel. Chega a ser irônica a história desse carro no Brasil, que se iniciou em 1973 como um carro grande, de luxo (na América omesmo carro era considerado um compacto popular), rapidamente se tornou o grande vilão das ruas, devido ao alto consumo do seu motor V8 de quase 200 cv, até ninguém mais o querer. Pode parecer inacreditável, mas no começo dos anos 80 tinha gente doando Maverick por aí.
Meu pai tinha um GT 1974, impecavelmente novo, comprado da frota de imprensa da Ford. Ele não usava, pois tinha outros mais econômicos e mais práticos que esse, de forma que o carro ficava sempre na garagem. Eu preferia meu Fusquinha. Mas o carro já era um clássico familiar, uns seis anos conosco, quando ele chegou com a idéia de criar uma categoria de competição para carros com motores de 5.000 cm3 ou mais. Cheguei a argumentar que o carro era muito novo para ser depenado e colocado na pista, mas ele sequer escutou. Em pouco tempo o carro não tinha mais forração, parachoques e bancos, além de ganhar uma gaiola, um par de escapamentos diretos e suspensões rebaixadas. O resto ficou, inclusive um perigoso jogo de rodas de magnésio da Ital, que, sabíamos, quebrariam na curva Três, e o teto de vinil. Fez a primeira prova, pegou gosto pela coisa e começou a depenar outros Mavericks para aumentar o grid. Logo estavam largando mais de 70 carros na Turismo 5000, em provas apenas pelo anel externo do antigo traçado do Autódromo de Interlagos. Entre eles estava eu: meu pai fez tantos Mavericks que me deu o nosso querido membro da família.
Parecia que eu era o piloto mais importante da equipe, pois queria apenas sentar e correr, já que os custos eram todos bancados por ele. Mas tive que trabalhar bastante, pois o carro estava sempre precisando de cuidados, como da vez que eu coloquei um radiador "novo", comprado em um desmanche, para treinar no sábado, e ele estava entupido de terra. Não dormi, procurando e trocando o radiador para a corrida no dia seguinte.
O carro era muito bom, eu estava sempre no pelotão da frente no grid de largada. A suspensão, feita por nós mesmo, era ótima, apenas rebaixada e com amortecedores recondicionados do Rogério. Os pneus, quando sobrava dinheiro, eram Pirelli CN 36 5 estrelas. Quando sobrava mais dinheiro, eles eram torneados. (mas aí duravam apenas uma corrida). Por dentro o carro era feinho, tinha apenas um banco original, daqueles reclináveis, com dois cintos abdominais cruzados no peito. Segurança? Era assim mesmo. Painel original, com o conta-giros na coluna. Aos poucos fomos obrigados a ir equipando os carros da 5000, com equipamentos de segurança como chave geral e outros bichos.
Eu treinava todas as quarta-feiras em Interlagos, e, em fim de semana de corrida, na sexta e no sábado. Depois do treino de quarta eu corria para a Cidade Universitária, com o carro todo pintado, para pegar o final da aula na Escola Politécnica, e, de lá, sempre tinha um "rachinha" com alguns colegas que também tinham Maverick V8.
A última corrida que fiz teve um grid recorde. Larguei em quinto, e logo nas primeiras voltas fui passando quase todos à minha frente, menos o Ney Faustini, que era o mito, ninguém se aproximava dele. Até que eu achei que poderia encostar no seu Maverick branco. Nesse ponto, pensando na glória de vencer a prova, abusei da sorte e, quase chegando no primeiro colocado, rodei na curva Três, parando atravessado na frente de quase 70 outros competidores. O motor apagou, não pegava de maneira alguma, e eu ia perdendo posições. O pior, no entanto, era ficar no caminho de um bando de pilotos doidos, no meio da curva. Até que um deles me acertou em cheio na porta esquerda. Aqueles garotos que ficavam em cima do muro vieram me socorrer, mas, antes que eu pudesse me soltar daqueles cintos assassinos, um deles berrou: - Este aqui já morreu, vamos ver o outro!
Não esperei o rabecão, saí do carro e comecei a caminhada de volta aos boxes. Quando cheguei lá, a corrida já havia terminado. Depois fui ver o carro: perda total, inclusive com o eixo traseiro arrancado pela pancada.
Foi minha última corrida de Turismo 5000: meu paitrocinador suspendeu a verba. tenho saudade desse época e, quando vejo o quanto está valendo atualmente um Maverick V8, penso naqueles tantos carros depenados para as brincadeiras em Interlagos.
A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
domingo, 1 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
BANDEIRINHAS
Recebi do Sergio Berti esta foto da época em que ele era Bandeirinha ,o ano 1976/77 .Hoje o Sergio atua na área de realização de eventos e cursos , sempre ligados ao automobilismo . Criou e desenvolveu campeonatos para o Kartródomo da Granja Viana onde atuou vários anos como Diretor de Provas . Ainda hoje é Diretor de Provas no mesmo Kartótromo e dirige a PORSCHE GT3 CUP . Mais começou como Bandeirinha , ele é o que esta com o pé sobre o pneu .
Este é seu relato
"Esta batida foi na Curva do Sargento , o Formula V , se perdeu na curva e ficou enroscado no alambrado , eram alambrados semelhantes aos de galinheiro , e tinham como objetivo diminuir a velocidade para amenizar as batidas no "guard-rail" , porem as vezes os carros ficavam enroscados e após as provas eram retirados por nós , pois naquela época não havia resgate de pista , a propia equipe que tinha de descer para pegar o carro e retornar aos Box. Enquanto isso ,nós aproveitamos para tirar essas fotos . Notem , que meu amigo Ronaldo está segurando um rádio comunicador , esta foi uma das primeiras provas a ter comunicação entre os Bandeirinhas e o Diretor de Provas via rádio , até então , nós descíamos para pista com pranchetas e folhas de relatórios , e os resultados só eram homologados após a analise desses relatórios .
É .....bons tempos ,ou melhor , bons não , saudosos tempos ."
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
TIGRÃO
Aguia e Paulo Costa o Pardal seu co-piloto , atraz "Pelezão "
Os irmãos Fagundes e Aguia em Curitiba
Eu na oficina de Carlos Mauro com sua equipe .
Recebi outro dia um e-mail do Aguia me perguntando dos irmãos Fagundes , Tigrão , Babalu e Carlos Mauro , dizendo que no começo de sua carreira - e que carreira!!! - havia contado com a ajuda do Tigrão da Torke e por coincidência eu havia começado a minha com a ajuda do Carlos Mauro , irmão do Tigrão . A Torke oficina de preparação antes do Tigrão havia pertencido ao Luizinho Perereira Bueno e seu cunhado Claudio Daniel Rodrigues . O Luizinho para mim um dos maiores pilotos que já vi e o Claudio " inventor do Kart no Brasil". Na foto do Aguia e do Pardal aparece atraz deles de macacão branco o "Pelezão" que conheci na Torke , lá entre outras coisas ele polia os girabrequins com uma tira de couro até eles ficarem tinindo , acho este um dos motivos deles fazerem aqueles motores , verdadeiros foguetes .Espero logo ter uma historia do Aguia para colocar neste blog ,enquanto isto podemos ver a sua incrível carreira contada em www.faspnet.com.br/noticia_exibe.php?noticia_id=3433 .
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
AUSTIN HEALEY
Na capa da revista QUATRO RODAS minha irmã Cida Amaral
No teste se nota que ele vem andando forte.
No teste se nota que ele vem andando forte.
Em 1963 a revista QUATRO RODAS pediu atravez de seu diretor Mino Carta o AUSTIN HEALEY de minha irmã emprestado para uma reportagem , apresentando seu redator Expedito Marazzi , notem que no pedido a revista se responsabiliza por qualquer dano ao veiculo , no texto e na foto 3 podemos perceber o por que , um pneu furado a mais de 155km/h e na foto o Expedito vem num nítido sobresterço em uma das curvas de Interlagos , ou seja de pé embaixo , que era sua forma favorita de dirigir.
Nesta época eu tinha 10 anos e minhas memorias deste carro são poucas , uma em que fui com o namorado de minha irmã Armando Salem até o Guarujá . Na época tínhamos que passar por Santos e lembro perfeitamente de uma ultrapassagem feita pelo Salem em que o comprido capo do Austin passou por baixo da carroçeria de um caminhão , credito esta manobra dele a uma vontade absurda de me assustar , já que eu era um moleque terrível .A outra ia para Campos do Jordão com minha mãe D.Arinda , no Impala 61 dela , quando nos passa o AUSTIN dirigido pelo meu primo Pedro com minha irmã ao lado , bem rápido , diria eu rapidíssimo .
Quando comecei a correr e conheci o Expedito , ele me contou que se impressionou com a forma de minha irmã dirigir , segundo ele " quase tão rápida quanto eu " . O interessante é que não lembro do Expedito em casa nesta época buscando o carro , graças a Deus , pois se ele me leva dar uma volta teria trauma de velocidade até hoje .
No final do ano passado encontrei seu filho Gabriel Marazzi , que não via desde garotinho , 35 anos atrás , e comentando com ele da reportagem , disse-lhe que não tinha a revista e agora ele me enviou esta cópia . O interessante é que o Gabriel é parecido com o "Velho" , gosta de motos , escreve tão bem quanto seu pai , correu de automóvel etc etc etc . Em meus sites e blogs favoritos está o site dele , e agora no www.coisasdeagora.com.br/colunistas.asp?id=3&colunistas=3&acao=ver .
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
Assinar:
Postagens (Atom)