A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Mestres em suas artes...

 

Guaraná por Ararê

 Sim, meus amigos Guaraná e Ararê, são mestres nas artes que adotaram, um desenhando e o outro pilotando. Infelizmente Guaraná já subiu, muito antes do tempo, deixou saudades e lembrança dos que com ele conviveram, e obviamente dos inúmeros admiradores.

Outro dia em seu Facebook Ararê mostrou a arte para o  #29 do Guaraná e nos comentários escrevi o seguinte “Meu irmão, agora me emocionei, Guaraná além de um tremendo bota foi um super ser humano, ficou como sempre lindo demais” mais tarde voltei e completei “Numa noite de março de 1971, nos encontramos na Av. Sumaré em uma esquina onde sempre nos encontrávamos, tirávamos rachas lá, ainda não havia a ligação com a Henrique Schaumann, finalmente tínhamos estreado nas pistas, papos e mais papos, agora finalmente éramos pilotos de verdade, ele fez uma bela carreira, muito aquém do que sua enorme tocada merecia, mas uma grande carreira! Saudades...”

Mais tarde olhando a arte comecei à lembrar; Do Italo Adami e Robertinho, os magos da Autozoom, de “seu” Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga – e muito mais...

Guaraná morava se não me engano no Alto da Lapa, Teleco na Av. Angelica, e era numa esquina da Av. Sumaré, se não me engano novamente, que havia uma lanchonete que era da família ou amigos do Guaraná, e naquela avenida sem movimento que mostrávamos nossos dotes automobilísticos.

Lembro daquela noite como se tivesse acontecido ontem...

Cheguei de moto, meu Dart tinha ficado na equipe, Guaraná, Teleco e eu começamos à conversar, naquele domingo havíamos estreado em Interlagos – hoje Autódromo José Carlos Pace – numa prova organizada pelo Clube Marazzi, de nosso amigo Expedito Marazzi.

Guaraná, que vinha do kart, olha e me diz “vi você freando na entrada da Um!” ao que repliquei “pô Guaraná, foi nos treinos, afinal eu pilotava um barca e ainda não conhecia a pista...”.

Continuamos a papear e de repente um som muito alto de um V8 com escapes abertos vem descendo a avenida, éramos uns dez ou quinze ali, paramos de conversar para olhar, e muito forte vem meu amigo/irmão Waltinho Mujalli tocando meu Dart e passando por nós à milhão!

E a noite continua até hoje em minha memória!

Mês e tanto depois Guaraná e eu nos encontramos novamente na pista, agora em VWs da Divisão 3 e em nossa corrida de estreia na categoria fomos quinto e sexto no meio de mais de trinta carros, na corrida vencida pelo amigo José Martins Jr no Puma Divisão 4 ex Angi Munhoz, quer dizer que na verdade fomos quarto e quinto, e dos carros da Kinko e do Maldonado que vinham há muito na categoria.

Aos saudosos Guaraná, Teleco, Italo, Robertinho e Expedito sempre em minhas agradáveis lembranças e ao Ararê, com meu muito obrigado pelo carinho e consideração.

 

Abraços

Rui Amaral Jr

 

PS: Ararê é um profissional em sua arte, então peço que não copiem suas obras, no endereço abaixo ele as envia no tamanho correto e no padrão para emoldurá-las, obrigado.

  ararenovaes21@gmail.com

 Ia esquecendo, as coleções dele para os carros do Luiz, Wilsinho, Emerson, Pace com todos os carros que pilotaram num único poster é imperdível!

 


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Formula 3 - 1974

 

Jan Balder - March 748 Holbay - SPI, Rodão e Formula 1
Alex com GRD lidera com Hemton #1 em terceiro.

   Tenho vontade de escrever dos anos dourados da F.3, como aliás estou escrevendo aos poucos, então voltemos à 1974, e os atores da categoria, ou seja, pilotos, chassis, motores, equipes e outros.

 

Chassis:

Os principais carros/chassi dos campeonatos europeus de 1974-1986 foram; Chevron, GRD, Lola, March, Modus, Ralt, Reynard, Brabham, Lotus, Tecno. Anson, Argo.  

 

Motores;

Aspirados de 2.000 cc com entrada de ar de 24 mm. Máximo de quatro cilindros, sendo que os Toyota, Ford, Alfa Romeo, Renault, Triumph, Volkswagen, Lancia e BMW, todos derivados de carros de produção, com uma minimo de 5.000 unidades comercializadas. Aqui uma observação; As 5.000 unidades que cito são de carros de produção ao publico mas com caracteristicas e opcionais especias, lembro quando aqui no Brasil a Ford lançou o Corcel GT, e suas “caracteristicas especiais” eram umas faixas pretas, rodas diferentes e mais nada, sendo que a Bino preparava um exelente motor, lá fora as opções eram muitas nos motores, relações de cambio, diferencial e outras que transformavam meros carros de passeio em foguetinhos.   

Os preparadores destes motores; Novamotor, Holbay, Billgren, Schrick, Vegantune, Schnitzer, Spiess, Dudot.


Henton lidera com Julio Caio em quarto.

Alex com Zé Pedro em sua cola. 
Julio Caio e os irmãos Moraes.

Pedro Passadore em Monaco.

  Bem, vinha escrevendo até aqui e então entra o efeito Caranguejo, que ao telefone fala assim: “o Teleco não conseguiu o patrocinio, mas a quipe March correu com outros amigos seus, inclusive seu amigo Jan”.  Neste momento a memoria fica experta e começo à lembrar de muitas conversas, coisas que li e tudo mais. Depois de mais de quinze dias resolvi ligar para o Jan, e depois uma hora de papo com ele, e outra hora e meia com o Caranguejo.

Então vamos lá: Com algumas informações do Jan, outro dia juntos vamos escrever sobre, e lembranças e pesquizas minhas e do Caranguejo.

A March, construtora de carros para várias categorias, tinha uma equipe de corridas para quase todas categorias de formula em que seus carros participavam.

Em 1974 para F.3 fechou o acordo para sua equipe com José Pedro Chateaubriant Bandeira de Mello, que levou os patrocinios da SPI – Sociedade Paulista de Investimentos – de Jayme Levy, do Rodão e da Formula Um – equipamentos esportivos, anteriormente dos irmãos Fittipaldi – o primeiro piloto sera o britanico Brian Henton e Zé Pedro seu companheiro. Este acordo previa que Jan Balder faria três corridas na temporada com o carro de Henton.  

Além de Zé Pedro a F.3 inglesa teve mais alguns brasileiros, meus amigos Julio Caio de Azevedo Marques e Luiz Antonio “Teleco” Siqueira Veiga com um March 733 do ano anterior. Julio correu algumas provas pelo Tean Brasil dos irmãos Moraes, Marcos e Luiz, não consegui conversar com ele, um dia contamos mais, fez três corridas pela equipe, duas com o recém criado MODUS, e a outra com March 743.

Alex Dias Ribeiro com GRD 743 e March 743 Toyota/Novamotor. Leonel Friedrich com March 743, Marivaldo Fernandes March 733 - Ford twin cam Neil Brown.

Assim como a mudança de regulamento dos motores da F.Um no ano de 1968, as equipes da F.3 em 1974 enfrentaram vários problemas no fornecimento de motores, sendo que vários carros usavam o 1.600cc do regulamento anterior e outros preparadores aumentavam a cilindrada deles para 1.7/1.8cc. Quem primeiro encontrou o caminho das pedras foi a Toyota com seu motor de duplo comando de válvulas com quatro por cilindro, preparado pela Novamotor.

Foram vinte e sete corridas dos principais campeonatos, o Lombard North Central Formula Three Championship, Forward Trust Formula Three Championship. Brian Henton da March/SPI nadou de braçada, venceu quinze delas, sendo escudado em várias por Zé Pedro.

O Lombard North Central Formula Three Championship, Henton venceu sete vezes, tendo Alex Dias Ribeiro seu vice com duas vitorias, seguido de Tony Rouff com três vitorias e Zé Pedro Com uma.

O Forward Trust Formula Three Championship, Henton venceu oito vezes, tendo Rouff como vice com uma vitória. As outras vitorias deste campeonato foram divididas entre Danny Sulivan na única do Modus/Ford-Holbay-Vengatune, Alex Dias Ribeiro, José Espirito Santo e Mike Tyrrel.


Henton 


Até que a participação dos brasileiros foi boa, com destaque para Alex Dias Ribeiro e Zé Pedro Chateaubriant. Julio em equipe fraca fez apenas três corridas, Teleco com o carro do ano anterior e sem esquema pouco pode fazer. Jean que faria três corridas fez apenas duas e com seu March, que obviamente levava o #1 mas não era o carro de Henton, já que usava o motor de 1.600cc, também pouco fez. Na que seria a primeira corrida do Jan, em Silverstone, sua licença não chegou a tempo e Pedro Vitor de Lamare iria substitui-lo, aconteceu que os irmãos Pederzani levaram o novo motor Toyota preparado por eles, e tudo desandou não conseguindo Pedro largar.

Só Alex seguiu carreira lá fora, Julio, Zé Pedro, Teleco e Jan encontraram no Brasil a nova coqueluche de nosso automobilismo, a F. Super Vê. Que segundo meus amigos era mais custosa que a F.3 inglesa, creio que devido ao menor número de corridas, mas com maior facilidade de conseguir patrocínio já que a divulgação da categoria era por conta da VW.

No mesmo ano Pedro Vitor de Lamare, com o patrocínio da SPI correu com March 74S-BMW os campeonatos inglês, algumas provas da Interserie e campeonato Europeu de viaturas Sport, seu parceiro em algumas provas foi Antonio Castro Prado.

March 74S de Pedro Vitor.

 

Agradeço depoimentos e fotos aos amigos Jan Balder, Roberto Martinez, ao parceiro Carlos Henrique “Caranguejo”Mércio.

 

Abraços.

 

Rui Amaral Jr



terça-feira, 3 de dezembro de 2024