6ª Etapa do CPVT de Divisão 3 - Interlagos.
Essa etapa teve alguns lances inusitados, trágicos e divertidos. Largando na segunda fila com o quarto tempo na geral, senti que tinha boas chances de subir ao pódio, pelo menos na classe A. Com meu câmbio "caixa 2", minha velocidade final era muito baixa, inferior aos 180 km/h. Cheguei ao fim do retão já em 7º ou 8º. Tinha que recuperar várias posições no "miolo". Na 5ª volta, após vários carros à frente quebrarem, já ocupava a 4ª posição. Ultrapassei o Dabbur no "Bico de Pato", indo para 3º. Quando passei em frente aos boxes, sinalizaram que eu diminuía a diferença para Ingo Hoffmann! Deveria ter problemas. É hoje! Pensei! No meio da reta para a "Ferradura" notei que realmente encurtava espaço para Ingo e forcei ainda mais. Na subida da "Junção", sem ninguém a frente, meu pára-brisa simplesmente virou uma malha de caquinhos. Com a visibilidade 90% prejudicada e também com a própria vista, pois minúsculos pedaços voavam na minha direção e o pior, não alcançar para tirar o restante dos vidros, pois o cinto bem apertado não permitia. Era terrível administrar a situação, pois tinha que defender posição com estilhaços no olho, acelerador que travava e embreagem que não voltava. Tinha que trocar marchas no tempo para evitar que patinasse. Minha porta, com a pressão, nas curvas de alta para direita se abria: "Lago", "Sol" e "Laranja" A sensação de ver o asfalto, dos vidros no banco, em volta do pescoço e no rosto dentro do capacete eram horríveis. Perdi posições para o Fausto Dabbur, Claudio Cavallini e para o Fabio Sotto Mayor, chegando na 5ª posição. Foram três voltas intermináveis. O Ingo realmente teve sérios problemas por respirar grande quantidade de monóxido de carbono e quase desmaiou ao descer da Brasília.
Bem, no meu caso, para tirar o capacete bem apertado e cheio de cacos cortando o rosto foi dificílimo, mas o inacreditável foi a quantidade de vidros dentro da cueca... Rsrsrs!
Depois disso tudo havia a possibilidade de desclassificação por atitude antiesportiva: Abrir literalmente a porta, com propósito de evitar ultrapassagens. O reclamante: Fabio Sotto Mayor! Pô, Fabinho! Manéra aí...
Ricardo Mállio Mansur