A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tito na D3

Indignado meu amigo Tito pergunta o por que de tanta modificação na dianteira do Opala D3 do Campello, então vamos lá!

Tito Tilp

  Ciro Cayres

 Pedro Victor De Lamare
 Luiz Pereira Bueno
Paulo Prata

Como em nossos VW D3 os Opalas e Mavericks era carros com preparação muito avançada para época, dentro do regulamento, em ambos casos os motores eram colocados bem mais para trás do berço original. Originalmente esses motores eram colocados acima da travessa da suspensão dianteira, então para abaixar o centro de gravidade e colocar o motor praticamente entre eixos eles eram afastados cerca de 50cm. 
A maioria desses carros usava o cambio argentino Saens de quatro marchas, e fora o Maverick do Greco, na foto pilotado pelo Paulo Prata, os motores eram preparados pelo mago argentino Orestes Berta. 
Nos motores GM de seis cilindros em linha e 4.000cc era mudado o cabeçote para um de fluxo cruzado e acredito que desenvolviam cerca de 380hp, os Ford 302 de 5.000cc acredito que desenvolviam cerca de 420hp. 
Em alguns carros para refrigeração adequada dos motores eram retiradas grades e tudo mais da frente dos radiadores notem no carro do Prada o radiador de óleo ao lado e no caso do Campello a saída do ar tomado na frente era logo no começo do capô! 
Sobre o Maverick/Berta da Holywood escrevo outro dia.

Taí Tito...

Rui Amaral Jr  

domingo, 1 de dezembro de 2013

D50 a Lancia que virou Ferrari...



Numa foto enviada por meu amigo Chico Pellegrino a Squadra Lancia em Mônaco 1955, #32 Luis Chiron, #28 Liuigi "Gigi" Villoresi, #27 ? e #26 Alberto "Ciccio" Ascari.  

Oficialmente a Lancia não se envolvia em competições mas no começo da década de 1950 Gianni Lancia, filho do fundador da marca Vicenzo Lancia, resolve voltar às origens já que Vincenzo antes de começar a construir foi piloto de competição décadas antes.

Ciccio Ascari vence as Mille Miglia com a D24



E o começo da década foi repleto de vitórias para Lancia, venceu a Targa Florio por três anos consecutivos, 1952 e 53 com a bela Aurelia D20, em 52 pilotada por Felice Bonetto quando fez 1º, 2º e 3º lugares, 53 com Umberto Maglioli. 54 a lancia resolve correr na categoria Esporte e com a D24 vence a Targa Florio com Piero Taruffi, e com o astro contratado Alberto “Ciccio” Ascari vence as Mille Miglia.

Gianni Lancia e Ciccio Ascari

Por volta de 1952/53 Gianni entrega ao conceituado e vitorioso engenheiro Vittorio Jano a tarefa de projetar e construir o Formula Um da marca, e Jano criou uma bela e eficiente maquina de vencer!
Seu motor V8 fazia parte do chassi tubular, algo usado amplamente apenas na década seguinte, dianteiro na posição longitudinal estava à 12º do eixo imaginário do centro do carro, o cambio transversal com diferencial acoplado estava colocado atrás, essa combinação possibilitou à Jano fazer um carro com baixo centro de gravidade passando o eixo cardã ao lado do piloto, não no centro como era habitual nos carros de então. Nas laterais acoplou dois apêndices aerodinâmicos, no começo para os tanques de combustível com cerca de 90l cada, e que depois entre outras coisas serviam para os reservatórios de óleo e tanques  de combustível extras podendo de cada lado transportar 30l de combustível.

GP de Nápoli, corrida extra oficial, primeira vitória com Ascari.
Juan Manuel Fangio com a Ferrari D50.
De Portago

Para pilotar o extraordinário D50 Gianni trouxe ninguém menos que o bi campeão mundial Alberto “Ciccio” Ascari, mas... “A QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO” e "O HOMEM DO CASCO AZUL"
Quebrada a Lancia entrega seus maravilhosos D50 à Ferrari e este carro com a denominação Ferrari D50 foi campeão mundial em 1956 nas mãos de Juan Manuel Fangio e a sucessora Ferrari 801 correu até a estréia da Ferrari Dino 246, claramente inspirada na D50 e que foi campeã do mundo em 1958 com Mike Hawthorn. 


MOTOR:  projetado pelo engenheiro Ettore Zaccone Mina, V8 a 90º de liga leve de alumínio, 2.485.99cc com diâmetro de 76mm x 68.5mm de curso, quatro comandos de válvulas nos cabeçotes, quatro válvulas por cilindro, duas velas por cilindro. A principio Zaccone previa o sistema de injeção direta igual ao das Mercedes Bens W196 mas Jano insiste em um sistema tradicional e adotam a alimentação por quatro carburadores duplo corpo Solex 40 PIJ. Na primeira versão do carro os tanques laterais
levavam 80/90 litros cada. Com cerca de 240 HP no começo chegando aos 265 nas últimas corridas.

CAMBIO, DIFERENCIAL: na traseira com cambio, diferencial e ficção em uma única peça acoplado à ponte De Dion.

SUSPENSÃO: dianteira dois braços triangulares, traseira De Dion. 

CHASSI: Tubular com o motor como parte da estrutura.

Comprimento 3850 mm
Largura 1448 mm
Altura 962 mm
Entre eixos 2280 mm



Ferrari D50, nota-se algumas modificações como a barra estabilizadora na suspensão dianteira. 



Peso 640 kg

Sete vitórias na Formula Um e o campeonato mundial de  construtores e pilotos de 1956 como Ferrari D50 nas mãos de Fangio. 

Ferrari Dino 246 com Peter Collins, uma evolução da D50 campeã do mundo em 1958 com Mike Hawthorn.

Belo vídeo com o incrível Fangio






Aos meus amigos João Carlos Bevilacqua e Ricardo Bock.

Rui Amaral Jr

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Lotus Eleven S2

 
Mackay-Fraser e Jay Chamberlain vencen em Brands, ao volante Chapman.

link



Outro dia mostrei uma Lotus Eleven pilotada por Innes Ireland vencendo no circuito Charade em Clermont-Ferrand e resolvi mostrar o carro que já apareceu aqui em diversos posts.
Desde 1947 Chapman vinha preparando e fazendo carros de corridas, o primeiro grande sucesso foi o Mark VI, o predecessor do Lotus Seven, um biposto com as rodas para fora protegidas por para lamas feito para as tradicionais corridas de clubes inglesas,  110 unidades foram comercializadas.
Com o Mark VIII, que usava um motor MG de 1.500cc, ele entra nas competições internacionais de carros Esporte.
Em 1956 cria a Lotus Cars sendo o nome uma homenagem à Ethel, sua mulher, que apreciava a planta homônima. O primeiro carro com a nova denominação vem a ser justamente o Lotus Eleven S1, obviamente sua décima primeira criação. Usava vários tipos de motores o 1.100cc e um 1.500cc Ford para corridas de clubes, o motor Climax de 1.112cc para corridas na classe S1.1 para corridas na categoria Esporte  com o qual venceu o Índice de Performance em Le Mans (1956) e com o 11º lugar em Sebring 1957 vencendo na categoria S1 chegando atrás apenas dos grandes carros da categoria pilotado por três pilotos entre eles Colin Chapman. 
Ainda em 1957 Chapman constrói o Eleven S2 com algumas modificações na suspensão dianteira, este carro com o motor 1.100cc Climax foi 9º lugar nas 24 Horas de Le Mans vencendo o Index na categoria S1.1 pilotado pelo norte americano nascido em Pernanbuco  Herbert Mackay-Fraser e Jay Chamberlain. Nesta corrida Mackay-Fraser estava inscrito com outro S1 em parceria com Chapman, este carro usava um motor Conventry-Climax FWB e acredito que não largou.
Mackey-Fraser era um constante piloto de Chapman, e com este carro ao lado de Stirling Moss bateu vários recordes, como o de velocidade nos autódromos de Monza, Le Mans e outros. Mackey-Fraser morreu pilotando um Lotus F2.

Le Mans 1957, Lotus Eleven - Coventry Climax FPF 1.100cc, Robert 'Bob' Walshaw/John Dalton, 13º na geral.
 Le Mans 1957,Lotus Eleven Conventry Climax FWA SOHC 744 cc, com Cliff Allison/Keith Hall, 14º na geral.

Nassau 1959

O Eleven era uma parceria de Chapman com Frank Costin ( o “Cos” da Cosworth) que projetou a parte aerodinâmica, seu chassi era tubular com reforço de placas de alumínio, o motor dianteiro era deitado para facilitar a penetração aerodinâmica, eixo traseiro De Dion e na versão para categoria S1 do Campeonato de Veículos Esporte contava com freios à disco Girling. Pesava apenas 410 kg o que com os cerca de 140 Hps do motor o levavam a ser um carro muito rápido.
E foi quando Chapman começou à importunar os grandes e logo logo seria um deles! 

     Na inauguração de Clermont Ferrand a grande vitória com Innes Ireland

        

Lotus Eleven