A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

OS BELOS ANOS 60

Quando eles começaram eu tinha sete anos, andava de carrinho de rolemã pelas ruas do Pacaembu, as musicas Ray Charles, Celi e Toni Campelo e milhares de outras, carros só os importados, foram anos de transformação o Brasil cresceu e muita coisa aconteceu. Para mim foram anos maravilhosos, Ciro, Jayme, Toco, Bird, Luizinho, seu Chico ainda corria, Celso, Camilo começava a se transformar em mito. Logo no começo meu maior idolo Jim venceria seu primeiro Campeonato Mundial de Formula Um, em 61 andei pela primeira vez numa pista de corridas, Interlagos. Fui estudar no Colégio Paes Leme, na R. Augusta esquina com Av. Paulista e na fente do colégio conheci no cine Astor, que por sinal tinha o mesmo nome do pastor alemão de casa, onde vi aqueles quatro cabeludos de Liverpool, os Beatles. Não vou fazer uma descrição de tudo que aconteceu naquela época maravilhosa, não tenho essa capacidade. Sei que quase no final da década um Rato maravilhou o mundo com sua tocada rápida e precisa e nos levou tempos depois ao topo do automobilismo mundial. Abaixo apenas algumas fotos da época.

O Simca Tuufão realiza uma maratona para provar sua resistência. Agradeço a foto ao Rui e seu pai João Pastor Junior.  


O protótipo Willys, a história dele em breve vai ser contada pela Graziela, assim que ela se reestabelecer plenamente de pneumonia inesperada. Breve regresso minha amiga.
O grande Jim Clark.


O grande Emerson em 1969 mostrando ao mundo todo seu talento.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Conde

Conheci o Luiz Henrique Pankowski no final dos anos 70 na oficina do João Lindau no bairro de Sto Amaro, ele me apresenta e diz "o Conde" e para mim ficou sendo assim. O João estava com uma revista nas mãos AE ou QR, que na época eram boas revistas, com a foto de um carro andando pela pista de Interlagos e me disse "é o Conde" peguei a revista olhei a foto e disse " está fraco e errado". Acho que nesse exato momento ele percebeu o que seria ser nosso amigo e como se isso não bastasse mais tarde ficou amigo do Duran e Ferraz , é muito para uma pessoa apenas!   

Pankowski e Ferraz podium em Interlagos.
 
Conde, Alvaro Guimarães, Elcio Pelegrini e Sueco.
Na chuva TEP 1982 .

TEP-D3 1982 Conde , João Lindau e "Espanhol" nessa corrida cheguei em 3º.
Andando na frente do Fiat 147 D3.

A vingança, andando na frente de Luiz Eduardo Duran na D3.

No final da década de 80 integrou a equipe  Greco/Ford no Campeonato Brasileiro de Turismo http://www.museudoautomobilismo.com.br/popupacervo.asp?cod=962
No cemeço deste ano correndo com um Spyder chegou em 4º lugar no GP Cidade de São Paulo. 

Xaropes e Enciclopédicos

 Xarope é o termo usado pelo grande Victório Azzalin quando fala em seus amigos que correram em sua época, ele fala e os olhos brilham.
Depois que comecei a escrever esse blog tive a honra e o prazer de juntar a todos Xaropes que são meus amigos a décadas muitos outros. Hoje escrevo de quatro caras malucos por automobilismo, conhecedores do assunto e com uma memória fantástica. Flávio Tito Tilp, Henrique Mércio o Caranguejo, Fabiano Guimarães e Fabio Poppi são uma enciclopédia de automobilismo ambulante e ainda fazem maravilhas em papelão que transformam em réplicas dos carros em que corriamos.  
Na foto na pista de autorama da Monza algumas de suas fantásticas criações, a Brasilia do Ingo, os VW D3 do João Lindau, José Ferraz o Opala D3 do grande Luiz Pereira Bueno e o VW D3 do Junior Lara Campos.  
 
A oficina de meu amigo Fabio Poppi com as homenagens ao Mestre Luizinho, o Hollywood Berta e o Opala D3.

A criação do Tito para o VW D3 em que o Teleco pilotou com maestria .

Os VW D3 do Expedito Marazzi, Clério de Souza o "Bé" e Alvaro Guimarães.
Carros do Junior Lara Campos
O # 13 do Orlando Belmonte
João Lindau e Sueco.
Luiz Eduardo Duran e Aristides Dalécio.
José Ferraz na versão Mil Milhas de 1984.
Fabio Levorin, Alexandre Benevides e Rui Amaral Mil Milhas de 1984.


Agora como se não bastasse todas as belas criações, fruto de muita pesquiza e trabalho, dos quatro meus totalmente Xaropes e Enciclopédicos amigos eles em "conluio" no blog do Tito mostram como centésima criação o carro em que com o Fabio e o Alexandre corri as Mil Milhas de 1984.  Obrigado de coração e podem ter certaza que falo tambem em nome de meus amigos que vocês com toda sua competência e carinho homenagearam. 

Tito Tilp         http://titotilp.blogspot.com/

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O HOMEM DO "CASCO" AZUL

Nos anos 1950/51 as Alfa Romeo haviam dominado o Mundial de F I, em 50 com Nino Farina e 51 com o incrivel Juan Manuel Fangio. Os motores desses dois primeiros anos da F I eram ou 1.500 cc com compressores ou 4.500 cc aspirados e no final de 51 as Alfas 1.500 cc chegavam a absurdos 410 hp. As Ferraris com um jovem Italiano vinham chegando perto, até andando na frente em alguns circuitos mas uma mudança na categoria se fazia nessessária para que outras marcas pudessem brigar por vitórias. Uns dizem que por medo das Mercedes Bens outros que por força do Comendador o certo é que a FIA através da CSI mudou o regulamento para os campeonatos de 52/53 e como não havia tempo suficiente para novos carros e motores resolveu adotar o regulamento da Formula II para aquelas duas temporadas. Ou seja motores até 2.000 cc aspirados.


Alberto "Ciccio" Ascari cujo pai Antonio havia pilotado junto com Enzo e para Enzo na Alfa Romeo nasceu em Milão no ano de 1918 aos sete anos perde seu pai. Antonio vinha liderando o GP da França em Montlehly com uma Alfa Romeo da equipe comandada por Enzo quando sofreu o acidente fatal.
Começa sua carreira correndo de motos mas logo vai para os carros. A nefasta II Guerra Mundial atrapalhou as carreiras de grandes pilotos entre eles Ciccio que à época começava despontar como um grande piloto.
Logo após o fim da guerra retoma sua carreira incentivado pelo grande Luigi "Gigi" Vilorezi correndo de Maserati. Antes da atual Formula Um venceu correndo com a Maseti A6GCS da Officine Alfieri Maserati alguns GPs. Em 1949 já correndo pela Ferrari,com uma 166C vence o GP de Bari que no ano anterior havia sido vencido por nosso grande Chico Landi.

1950 começa a Formula Um e Enzo tendo perdido Farina e Fangio para Alfa Romeo contrata a jovem promessa junto com Gigi Viloresi e Raimond Sommer para defender as cores da Ferrari. Aquele ano e o seguinte foram da Alfa Romeo com dois grandes pilotos Farina e Fangio embora Farina se condoesse dos anos perdidos para a guerra.



Em 1951 Ciccio vence para Ferrari duas corridas, Nurburgring e enfrentando valentemente as Alfa Romeo consegue uma vitória espetacular no Templo Italiano do automobilismo Monza. Agora já era o idolo que os Italianos procuravam para dar continuidade a seus grandes nomes.





Em 1952 Ciccio Ascari foi arrasador venceu seis corridas do mundial com sua Ferrari 500 e foi finalmente campeão do mundo inconteste. Ainda encontrou tempo para corer as 500 Milhas de Indianapolis que de 1950 à 1960 faziam parte do calendario da Formula Um, classificou bem mas sua corrida com a Ferrari de 4.500 cc durou apenas quarenta voltas.


1953 começou o campeonato de forma arrasadora com três vitóriasa consecutivas ele e sua Ferrari pareciam imbatíveis. Em Bremgarten no GP da Suiça ele parte na pole e logo abre uma distancia enorme sobre Fangio com a Maserati A6SSG que ao final do campeonato começava a ter seu desempenho parecido com as Ferrari. Na metade da corrida um problema em um dos injetores de seus carburadores faz com que entre nos boxes, perdeu 1m30s mas voltou ainda em sexto lugar. Logo depois já está em terceiro atrás somente das duas Ferraris de sua equipe, Giuseppe Farina agora na Ferrari liderava seguido de Mike Hawthorn, pilotando à sua maneira tirava três segundos por volta de Hawthorn e em poucas voltas já encostava e o ultrapassava para ir em busca de Farina. Apesar de Farina saber que os boxes ordenariam a Ciccio manter posição ele vindo em um ritmo alucinante passou seu companheiro de equipe sem que Farina nada pudesse fazer. Dizem que esse foi o principio dos desentendimentos com Enzo Ferrari. Mas ele era novamente campeão do mundo, bi-campeão em duas temporadas em que pode mostrar ao mundo toda sua velocidade, garra e determinação.

Em 1954 Fangio foi arrasador com sua Mercedes Benz W196 tornando-se assim tambem bi-campeão do mundo de Formula Um. E Ciccio se despedia da Ferrari para tentar na Lancia repetir seus feitos. Em 1954 vence com uma Lancia D24 V6 a tradicional e prestigiosa Mille Miglia, era assim o heroi do povo Italiano, verdadeiro herdeiro do grande Tazio Nuvolari falecido em Agosto do ano anterior. As Mille Miglia neste ano passam por Mântua cidade natal de Tazio em sua homenagem.



Em 1955 com a Mercedes Benz se retirando das competições a Lancia vislumbrava alguma possibilidade de competir de igual para igual com as outras marcas. Ascari com 37 anos estava na plenitude de sua forma, dez anos mais jovem que Fangio ainda tinha muito tempo pela frente.



Em Monaco veio aquele acidente em que caiu no mar e nada sofreu e quatro dias após em Monza onde seu amigo Castelotti treinava com uma Ferrari Sport, antes de ir embora resolveu dar algumas voltas com o carro.

Na curva Di Viallone sua Ferrari escapa e Ciccio num treino que não era seu perde a vida. Hoje a curva de Monza é denominada Variante Ascari.

Aos trinta e sete anos, pai dedicado deixa uma filha e o filho Antonio, nome em homenagem a seu pai. Deixa também a Italia sem seu Grande Campeão, herdeiro legitimo de seu vitorioso pai Antonio Ascari e do Grande Tazio Nuvolari.




Por  Henrique Mércio e Rui Amaral : Nossa modesta homenagem ao Grande Campeão.