A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 9 de agosto de 2022

1976 – Parte 1

 

Largada: Notem que Lauda já ficou e Clay vem para tomar a ponta.
Niki - Foto provavelmete da quinta feira.

A partir de 1974 Niki & Clay e o então DT –diretor técnico- e DS -diretor esportivo- Mauro Forghieri conseguiram levar a Ferrari 312 B3 à um nível competitivo. Clay foi vice, apesar de ficar apenas a três pontos do campeão Emerson Fittipaldi com a McLaren M23 venceu apenas uma vez, enquanto Niki vencendo duas vezes ficou em quarto no mundial.

Montjuic
Pace, Mass, Stomellen na outra Brabham, Peterson.

1975 com a 312T, genial criação de Forghieri, o cambio transversal, que já em sua estreia em Montjuic leva Niki à pole e Clay ao segundo posto na largada. Na trágica corrida Niki bateu logo na largada e Clay na 23ª volta.

Até então a liderança do campeonato era de Emerson na McLaren, e para frente uma série de quatro vitórias e um segundo lugar em Zandvoort na primeira vitória de Hunt na F.Um com a Hesket. Emerson só voltou a vencer na decima corrida em Silverstone. Niki tem três corridas apagadas e volta a vencer na última corrida em Watkins Glen, vencendo o campeonato com dezenove pontos e meio à frente do Rato.

Pois bem...no começo da semana recebo um e-mail de meu amigo Walter com uma entrevista de Daniele Audetto, no YouTube, que a partir de 1976 substituiu Forghieri como DS da Ferrari. Senti uma certa “provocação” de meu amigo e abaixo vou mostrar o link para entrevista.

1976, chega Nurburgring décima etapa do mundial e Niki com cinco vitórias, dois segundos e um quarto lugar domina o mundial com 61 pontos contra 26 de Hunt, o substituto de Emerson na McLaren.

No primeiro dia de treinos Hunt faz a volta mais rápida 7`06”500/1000 e Lauda a seguir com 7`07”400/1000, o que para os 23 quilômetros da pista não é muito. O terceiro é Depailler com o Tyrrel P34 com 7`08”800/1000.

No sábado, dia da classificação cai um toró, a volta mais rápida é de Ronnie com a March 761 com  7`27”300/1000 e com a chuva aumentando o segundo é Vittorio Brambilla também de March com 7`47”400/1000 sendo que todos outros rodaram acima dos oito minutos!

Fica valendo os tempos da sexta e com Hunt e Niki nos primeiros postos.

 

Audetto: "Vi racconto il mondiale rubato a Lauda"

Audetto: "Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"


 

Neste instante vou ouvindo o vídeo, e escrevendo com livre interpretação a fala de Audetto. Perdoem alguma falha.

 

Audetto - aos 5 minutos e pouco – “Depois do acidente e com Lauda em coma, na verdade não sabíamos qual a verdadeira situação dele, Enzo Ferrari pede que eu ofereça seu carro a Emerson Fittipaldi, que mesmo na situação difícil da Coopersucar não pode aceitar o convite. Depois a Ronnie Peterson que chegou a ajustar o banco pois eram bem mais alto que Lauda e treinou em Fiorano”. Mesmo no hospital Lauda já veta a ida dele para seu lugar...e nossas relações ficam difíceis, pois acredita que eu ofereci seu carro a Emerson e Ronnie”

 A Ferrari não corre a próxima etapa em Zeltweg, e na próxima em Zadvoort vai só com Clay.

Em Monza quarenta dias após e depois de ficar em uma situação delicada, quando muitos pensaram que não resistiria Lauda volta e chega no quarto lugar depois de largar com o quinto tempo, sendo que Clay, que foi segundo na corrida atrás de Peterson largou em nono e a nova contratação da Ferrari o argentino Carlos Reutmann largar em sétimo! Era Lauda de volta!

E a posição de Enzo!? Bem...Tinha uma grande equipe para cuidar muita responsabilidade, e uma vontade férrea de vencer.

Agora Audetto fala sobre a corrida.

Audetto – aos 22 minutos – “Lauda e outros pilotos não queriam correr, Emerson presidente da GPDA -Associação dos pilotos da F. Um – também não e na reunião deles nada ficou esclarecido e resolveram largar. Chovia em alguns trechos da pista e em outros estava completamente seca”

Aqui Audetto fala da situação de Laudo na corrida.

Audetto – “Niki, campeão do mundo, e com grande vantagem na pontuação do campeonato, psicologicamente não encarou esta corrida com serenidade. Na largada chovia e apenas Jochen Mass, McLaren, largava de slics, já que em alguns lugares a pista estava seca. Trocamos os pneus de Niki e ele partiu furiosamente, Clay assumiu a ponta na largada e ele estava em sétimo. E foi para cima, fazendo várias ultrapassagens e...”

 

Na verdade Niki estava em décimo e quando bateu estava atrás de Pace que terminou em quarto, vinha como digo espumando, ou babando”.

Sobre o Japão, a fala de Audetto é interessante e polemica, vou tentar escrever ainda esta semana.

Muito obrigado Walter, espero quem goste.

Amon chateado com a situação toda resolve abandonar a carreira, fez apenas mais a corrida dos EUA.



Rui Amaral Jr

Fontes:

F1Facts

link

Racing Sports Cars

   link




segunda-feira, 8 de agosto de 2022

CULTURA DO AUTOMÓVEL - Agosto 2022

 



Show de meu amigo Gabriel escrevendo sobre a 750 Four, muita pesquisa e muito do que ele conhece, parabéns velho!

Lendo lembrei de seu pai olhando para mim e falando “posso dar umas voltas com ela?”, era minha BMW R60 e estávamos em Interlagos. Nem respondi e ele já estava saindo dos boxes, incauto fui olhar quando ele descia o Retão, e lá estava a fera em pé sobre o selim com os braços abertos, virei de costas e fui fazer o que tinha me levado lá...

Eu tinha 19 anos e chamava o Expedito de “Velho”, Gabriel era um menino de uns doze anos, hoje digo sempre que ele é mais velho que eu... se tornou um grande jornalista/escritor!

Saudades do Velho.

Rui Amaral Jr    




terça-feira, 2 de agosto de 2022

Em busca de um piloto...

Não é de hoje que o Rui me pede pra escrever aqui, e por diversos motivos acaba ficando pra depois, e essa minha "dívida" com o ALICATÃO-MESTRE só aumenta!
Decidi unir o útil ao agradável para essa postagem: descobrir quem é o piloto do Opala 17 da foto abaixo e contar que uma infinidade de carros de São Paulo acabaram nas pistas de terra aqui em Santa Catarina, e quando digo "acabaram" é nos dois sentidos que a palavra traz!
Era muito comum pilotos daqui partirem rumo a São Paulo para buscar carros com os quais pudessem disputar o Campeonato Catarinense de Automobilismo, inclusive o que considero o mais importante de todos (em termos históricos), o Oggi que foi do Emerson Fittipaldi (neste link tem a história).
O Opala 17 em Interlagos, em 1989...
... e depois em São Carlos (SC), em 1990, já tendo como piloto o Henrique João Damo, o "Grilo", de Frederico Westphalen (RS).
Aqui em outro ângulo, tendo ao fundo o Gol 29 do lageano Mário Lüersen Filho, que venceu na geral as "200 Milhas do Oeste", e o Gol 6 do chapecoense Alessandro Gonsales.

Quem puder ajudar a identificar a quem pertencia o 17, fico agradecido!
 
Fotos: Acervo Alex "Xerife" Fernandes 

domingo, 24 de julho de 2022

FORD COSWORTH DFV

 

Zanvort 1967 o começo das vitórias...

Quanto mais escrevo, mais vou enxergando lacunas em meus textos, sei que não sou um pesquisador, nem o pretendo ser, porém este post demandou horas e horas de pesquisas.

Março de 2010; escrevi sobre o fabuloso motor e nesta semana escrevendo sobre o campeonato de 1969 me dei conta de algo que deixei escapar.

FORD COSWORTH DFV 1967

link



Era o começo do blog, e vi algo escrito por mim no primeiro lugar nas pesquisas do Google, tendo permanecido alguns anos nesta posição. Como vocês poderão notar em 2017 o senhor Rui Silva de Oliveira encontrou um erro que logo corrigi.

Fui e somos copiadíssimos, ainda mais de uns tempos para cá onde escrever sobre automobilismo virou uma febre, infelizmente de muitos que nada, ou quase nada sabem sobre o assunto...é a mudernidade!

Sério, deixei escapar que depois de sua temporada de estreia em 1967, nos anos de 1968/69 todas vitórias na categoria foram com carros que usavam o icônico motor.

Alboreto Tyrrel 011 - Detroit 1983



1968

Kyalami     1968-01-01                           Jim Clark

Jarama      1968-05-12                           Graham Hill

Monte Carlo      1968-05-26                           Graham Hill

Spa Francorchamps    1968-06-09                           Bruce McLaren

Zandvoort 1968-06-23                           Jackie Stewart

Rouen        1968-07-07                           Jacky Ickx

Brands Hatch     1968-07-20                           Jo Siffert

Nürburgring       1968-08-04                           Jackie Stewart

Monza       1968-09-08                           Denny Hulme

Mont Tremblant         1968-09-22                           Denny Hulme

Watkins Glen     1968-10-06                           Jackie Stewart

Mexico City        1968-11-03                           Graham Hill

 

1969

Kyalami     1969-03-01                           Jackie Stewart

Montjuich 1969-05-04                           Jackie Stewart

Monte Carlo      1969-05-18                           Graham Hill

Zandvoort 1969-06-21                           Jackie Stewart

Clermont-Ferrand       1969-07-06                           Jackie Stewart

Silverstone         1969-07-19                           Jackie Stewart

Nürburgring       1969-08-03                           Jacky Ickx

Monza       1969-09-07                           Jackie Stewart  

Mosport    1969-09-20                           Jacky Ickx

Watkins Glen     1969-10-05                           Jochen Rindt

Mexico City        1969-10-19                           Denny Hulme

 

Vejam que foram vários chassis, Lotus, Matra, McLaren, Brabham, todos impulsionados pelo binômio Coshorth DFV/Hewland, duas criações que tiveram o dedo do lendário Colin Chapman.


Rui Amaral Jr




terça-feira, 19 de julho de 2022

1969

 

Kyalami - Jackie e a Matra MS80 Cosworth.
Notem a fragilidade das asas!


  No ano anterior Jackie e Ken Tyrrel com o apoio da Matra montam um esquema vencedor, chegam ao final do campeonato no México apenas um ponto atrás de Graham Hill e a fabulosa Lotus 49B. Hill vence, mas ambos venceram três vezes durante a temporada, no campeonato que em doze corridas teve oito vencedores, sendo que a primeira corrida foi totalmente dominada por Jim Clark que logo depois...

Hill em Kyalami.
Largada e Montjuic, depois dessa corrida as asas foram abolidas e depois regulamentadas.
Amon vem um pouco à frente de Rindt o pole e Hill. Amon liderou grande parte da corrida, e... 
Mister Monaco vence pela quinta vez no Principado, em sua cola Beltoise.
Com a 49B Rindt vence finalmente nos EUA.

Em meia nove três eram as equipes que disputariam a ponta, Lotus, Brabham e Matra. Na Lotus seu grande oponente seria Rindt, pois Hill o campeão do mundo já não era tão combativo quanto seu parceiro. Na Brabham Black Jack teria o combativo e rápido Jackie Ickx como companheiro de equipe. E Stewart teria o rápido francês Jean Pierre Beltoise como parceiro, certamente levado à equipe pela Matra.

Monza, entrada da Parabólica, "briga de cachorro grande" Stewart, Ridt...
Com a Brabham BT26A Ickx vence em Mosport.


Das onze etapas da temporada Stewart venceu seis, tendo mais um segundo lugar na Alemanha e quarto na corrida final no México, foram 69 pontos contra 37 de Ickx o vice-campeão. Na Lotus apesar da vitória de Hill em Mônaco, seu rival natural Rindt só veio à pontuar na sexta corrida da temporada em Silvestone com um quarto lugar e venceu apenas na décima corrida em Watkins Glen.

Foi assim que a grande dupla Stewart & Tyrrel venceram o primeiro de seus três mundiais.


Corridas e vencedores



Campeonato
link




 

Rui Amaral Jr 


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Do Ararê...

 

Tudo era muito diferente!
Foto enviada pelo Celso.




Meu amigo Ararê sempre posta em seu Face essas preciosidades, muitos anos mais velho que eu sua percepção artística sempre nos brinda com belas fotos de anos passados.

É a visão do grande artista para cenas bucólicas do que foi o automobilismo.

Domingo ele posta esta bela foto, dois comentários anteriores apenas exaltando a beleza dela e logo a seguir o meu. Olhei encafifado, notei os pneus pré slick, e os seis canecos da injeção e disparei “acredito ser uma BRM”, logo a seguir meu amigo Zé dispara “pode ser uma Lotus”, eu tinha certeza que não era, respeitei, pois, o Zé também é muito mais velho que eu!

Oliver com ela nos EUA.


Logo a seguir Celso Couto, amigo do Ararê dispara em meu comentário “BRM 139, Jackie Oliver, GP do México, 1969”, corretíssimo!

A BRM 139 foi uma tranqueira feita para substituir a 138, fez duas ou três corridas, sendo que Big John Surtees usou-a apenas duas vezes sem resultados. Entre outros problemas o motor H12 era pesado e beberrão.  

Oliver correu com ela no Canada, EUA e depois no México onde marcou seu único ponto da temporada, ao chegar no sexto lugar, duas ou três voltas atrás de Hulme.  


México 1969 - Pole Jack Brabham com a BT 26A, ao seu lado Stewart e seu companheiro Ickx, logo atrás Rindt e a Lotus 49.
Hulme venceu com a McLaren M7A.
Stewart com a Matra MS80 Cosworth seguido por duas Brabham, se não me engano e Hulme.

George Eaton com a BRM 139 no México, seguido de Pete Lovely com Lotus 49B da equipe de John Walker. Vejam que notei na foto publicada pelo Ararê os canecos e a altura do motor.


Na verdade, verdade verdadeira, meus amigos Ararê e Zé nasceram uma década depois de mim, mas, porém, todavia como estou com caneta na mão...

Valeu Celso, Ararê e Zé Carlinhos, baita abração.


Rui Amaral Jr

   








CULTURA DO AUTOMÓVEL - Junho e Julho 2022

 



quinta-feira, 7 de julho de 2022

Conta Ronaldão...

 




Junho de 1972. O "namoro" já vinha a quase um ano. Desde a vitória no GP da loteria em Monza 1971 numa prova de fórmula 2 não válida pelo campeonato europeu, o Comendador Enzo Ferrari, ficou interessado naquele brasileiro com sobrenome "oriundi", José Carlos "PACE", o nosso querido Moco. Após esse período , finalmente um teste foi marcado em maio de 1972 na pista particular da Ferrari em Fiorano.  Moco pilotou a Ferrari 312 P, líder do mundial de Marcas. Bastaram 10 voltas para que Pace igualasse o recorde da pista que era do italiano Arturo Merzario. Antes do recorde, Moco deu 10 voltas, voltou aos boxes e pediu ajuste no banco que estava muito próximo do volante, e modificações na suspensão dianteira. Aí foi voltar pra pista, percorrendo mais 10 voltas e o recorde estava igualado. Além de mostrar um incrível poder de adaptação e velocidade em um carro onde nunca tinha andado, Moco tinha assegurado a sua participação nos 1000 km da Áustria onde faria grande corrida e seria 2º colocado ao lado do austríaco Helmut Marko. Ao final do teste o próprio Comendador Ferrari, foi à pista e comentou com o chefe de equipe Peter Schetty. Olha só quem está aqui Peter. Veja se dessa vez vc não o deixa escapar, disse em tom de brincadeira. Os meninos brasileiros estavam encantando o mundo... Há 50 anos. Na foto podemos ver Jacky Ickx na Ferrari 312 F1 tendo ao lado direito de terno e chapéu o Comendador Enzo Ferrari. Na Ferrari 312 P atrás está José Carlos Pace  no volante conversando com a equipe .

Ronaldo Nazar





quarta-feira, 6 de julho de 2022

Com Plínio e Gildo...





terça-feira, 5 de julho de 2022

Baixinho genial...

 

Ele colocava a alma e o coração em tudo que fazia...

Cadu e sua mãe ao lado do pai, Avallone e seu Lola-Avallone.




O Pandoro era um lugar agradável na Avenida Cidade Jardim, alguns metros antes da Dacon e da Avenida Faria Lima, nesta deliciosa São Paulo, que hoje ficou um pouco distante do que era.

Vez ou outra quando lá estava bebendo um Caju Amigo ou um scotch o Avallone me via e parava, com aquela Mercedes 450S amarela, ou a moto BMW 1000 que queria fazer aqui no Brasil, também amarela e outras vezes aquela maravilhosa réplica do MG. Papeávamos horas, sempre rindo muito quando ele contava suas “aventuras”, ele não bebia ...

Avallone era muitos...Advogado, jornalista, político, comerciante de autos, dirigente de clube de automobilismo, piloto, construtor e muito mais!

Conheci a fera no longínquo 1971 em corrida organizada por seu clube. Guaraná chega para mim e diz que a organização não forneceria combustível para nós os Novatos, falei “vamos lá”. E naquele tanque que ficava no final dos boxes, perto da curva Um lá estava ele, falei “Baixinho, e o nosso combustível?” – aos dezoito anos todos se arriscam! -  Ele apenas olhou meu macacão e disse “você é filho do Rui Amaral?”, apenas confirmei e ele virou-se para o encarregado e disse “liberado para eles!”, nascia ali uma bela amizade.

Dias depois nos encontramos e ele me contou um pouco de sua amizade com meu pai.

Avallone era de Jundiaí, onde tínhamos uma loja das Cestas de Natal Amaral e alguns grandes fornecedores, como a CICA dos Bonfigliolli, e ele uma revenda Willys, fora o jornal. No final da década de 1950 as Cestas distribuam como prêmios dezenas de carros, e com a pequena produção de nossas montadoras nossos dirigentes iam buscar os carros em várias localidades e foi aí que Avallone vendia seus Gordinis para nós, eu não podia saber pois ainda tinha cinco ou seis anos.

Depois em 1961 ele como dirigente partidário cedeu a legenda para que meu pai concorresse à Câmara Federal por seu partido. Meu pai se elegeu com uma enxurrada de votos para quem era totalmente desconhecido levando para Brasília cinco ou seis deputados pelo voto de legenda, mas Avallone, que se não me engano, candidato a deputado estadual não se elegeu.

E já que comecei a escrever, vou lembrar um pouco de nossos papos...

Sobre a corrida descrita pelo Sidney no post anterior, me contando ele lembrava, foi uns dez anos depois, “Ruizinho foi uma loucura, não me deixaram largar e parti dos boxes, e na curva Três...” , aqui fico com a narração do Sidney, de forma alguma vou narrar o que ele me contou, respeitando o contado pelo Sidney.

Continuando a conversa com o Baixinho...” Depois de tudo meus mecânicos e eu trancados nos boxes com muitos nos xingando do lado de fora e de repente uma enxurrada de chaves de fenda e outras ferramentas jogadas em nós...lá fora encontraram uma MB 450S amarela e quebraram toda, só que não era a minha!”

Combativo Avallone contestava nas páginas de jornais a politica do poderoso Delfin Netto, e com ele trocava farpas.

Certa vez em seu jornal em Jundiaí, escreveu sobre um desafeto que pediu direito de resposta e quando não obteve entrou na justiça com o pedido, que concedido estipulava uma multa diária pelo não cumprimento, com progressão geométrica, certamente o juiz sabia com quem lidava!

Em suas palavras “a multa depois de algum tempo estava bilionária, foi quando o juiz me chamou e calmamente me pediu para que terminasse toda aquela confusão, foi quando obedeci”

 

Avallone era tudo isto e muito mais, um guerreiro, alguém que faz falta, muita falta!

 

A você meu amigo.

 

Rui Amaral Jr


Os Gordini, eram sorteados aos montes.
Na época os VW eram muito disputados.
Silvio Santos antes do Baú tinha um programa de rádio patrocinado pelas Cestas de Natal Amaral e como grande garoto propaganda com seu grande sorriso entrega um Gordini sorteado pelas Cestas ao senhor Mario Sposito.

Recebi um pouco antes da pandemia, ainda não fui visita-los, fica na vila Arens em Jundiaí.

Hoje pela manhã recebi esta foto de ... A casa sorteada pelas Cesta, ganhador o senhor Elcio de Almeida, que aparece na foto ao lado de familiares e do gerente da loja de Jundiaí o senhor Clovis, de terno claro. A família ... comprou esta casa pouco tempo atrás   da viúva do senhor Elcio e hoje mantém nela o escritório de advocacia do Dr. ....  A família Almeida conservou a foto por mais de sessenta anos, tempo em que viveu na casa. Fico feliz, que a ideia de meus pais tenha trazido à esta família e a milhares de outras a satisfação e tranquilidade de ter uma casa própria. Ao Felipe e seu pai Regis meu muito obrigado pelo consideração e carinho, logo irei conhece-los.



  

Dois grandes nomes disputaram a eleição para governador aquele ano, Adhemar de Barros o eleito e Jânio Quadros. Jânio que havia renunciado à presidência e teve poucos votos a menos que Adhemar, mas alavancou seus representantes no senado e parlamento. No caso do federal o campeão de votos foi Emilio Carlos e meu pai um desconhecido que num partido pequeno teve para época muitos votos.   



  



domingo, 3 de julho de 2022

UM DIA EM JUNHO...

 

Aqui, o Sidney, com o carro ligeiramente desalinhado, volta aos boxes, onde será 'protegido' pela equipe JOBI...

Dia desses, estávamos eu e o Rui Amaral Jr, meu sócio, conversando sobre a carreira do piloto Antonio Carlos Avallone e lá pelas tantas, pintou a lembrança do dia em que o AC tentou acabar com a 4ª etapa do Torneio Rio-S.Paulo de Stock cars, no distante ano de 1981. Papo vai, papo vem, lembrei que o amigo Renaldo Ival, ex-mecânico do campeão Marcos Troncon, me disse uma vez que conhecia o piloto Sidney Alves, a melhor testemunha desse dia, posto que estava lá e tornou-se protagonista  de todo o lance. Sugerido pelo Ruizão, entrei em contato com o Rei, que gentilmente, me apresentou de forma virtual ao gentil Sidney, cuja memória ainda tem vivos aqueles acontecimentos. Mas primeiro, sua carreira. Como começou tudo, Sidney? 


Sidney Alves (#163) na caça ao AC (#6)...

-“Começou nos Rachas. Aposta entre amigos. Um dia em 1973, resolvemos ir a Interlagos para ver quem era o bom. Fui com meu ‘Fuscão’. Preparação muito simples, tudo improvisado, um cano como santantônio, fita crepe nos faróis e pronto. Os resultados foram aparecendo. Vitórias. Foram dois anos nessa categoria. Em 74, passei para o Chevette, o qual não gostei. Posteriormente, fui atraído pela categoria Turismo/Classe C, que englobava Opalas, Mavericks e Dodges. Optei pelo Opala e junto com  meu  amigo  Wilson, comprei o carro que pertencera ao pai do inesquecível José Carlos Pace, o Moco. O carro não podia ser  muito  mexido,  exceto  a  remoção de parachoques. O resto, eram pneus radiais, tapeçaria interna e estepe, como carro de rua. Meu Opala 71 era um dos “velhinhos” da categoria e assim fiquei por dois anos até comprar a parte do Wilson, meu amigo e correr ‘solo’. Fiz uma pintura em três cores e continuei até 1979, quando finalmente surgiu a Stock-cars. Sempre fui competitivo apesar de não contar com patrocínio, pois para mim, corrida era hobby, tinha meu trabalho. E foi assim que em 1981, correndo na Stock-cars, encontrei meu amigo Antonio Carlos Avallone. O AC chegou com sua bela Mercedes amarela e trouxe um Stock e ainda um Dodge da categoria Turismo 5000. Queria correr conosco, mas a inscrição tinha sido feita em nome de seu filho (que tinha o mesmo nome). Tendo alinhado no grid, Avallone começou a mover o carro, quando viu que iriam barrá-lo. O pessoal o procurava no fundo do grid; ele ia para a frente; procuravam-no na frente; ele retornava para o fundo. Até que o seguraram. O carro do AC levado para o box, começou a prova. Eu, largava em terceiro ou o quarto naquele dia. De repente, em pleno Retão, quem aparece? O Avallone. Ele havia conseguido acionar o Stock e aparentemente, queria acertar o  Paulo Gomes ou o Ingo Hoffmann. Na Curva 3, nos achamos. Ele me prendeu atrás dele por uma volta. Como éramos amigos, não sei se me viu ou não. Na volta seguinte, irritado pela provocação, o acertei na Ferradura. Grudei em seu carro na Reta Oposta e no “Sol”, o acertei outra vez. Na Curva do Sargento, o peguei de novo e desta vez fiquei empurrando seu carro na proteção, até que dei ré   e  fui  para  os boxes. Quando cheguei, a equipe do Waltemir Spinelli, o “Bolão” me tirou do carro e me protegeu. De lá vi quando  os mais exaltados que estavam por ali  quebraram  os  carros  do Avallone, que teve de deixar o autódromo escoltado por dez viaturas da ROTA. Quando já estava pensando em ir embora, o sistema de alto-falantes chamou meu nome, durante a entrega dos troféus. Eu tinha sido escolhido o “Piloto do Dia”. Só então lembrei que naquele dia, meu amigo o cantor Antonio Marcos, estava presente em Interlagos, acompanhado de um empresário que pensava em patrocinar meu carro. Depois da confusão, continuei sem patrocínio...Seis ou oito meses depois, estava eu na Oficina do preparador Anésio Hernandes, quando vejo em minha frente, Antonio Carlos Avallone. Ele, apesar de baixinho, era lutador de artes marciais e adorava uma encrenca. Na ocasião, porém, só me perguntou se eu estava louco quando o tirei da prova, naquele dia. Respondi que ele devia saber, já que eu continuava na ativa e ele havia sido suspenso por seis anos. O tempo havia passado e a coisa não foi além. Só tornei a vê-lo mais uma vez, quando estava na Balsa de São Sebastião, na travessia para Ilhabela e o AC se meteu numa briga com uns gaiatos que se engraçaram com sua esposa. Mais tarde, soube que falecera...”  


Caranguejo-Carlos Henrique Mércio 









quarta-feira, 22 de junho de 2022

UM POUCO DOS BELOS ANOS 60

 

Hill, Clark e Rindt em Goodwood 1966 Formula 3.


  Foi uma grande década para o automobilismo mundial, Black Jack começou como Campeão do Mundo de Formula I pilotando uma Cooper-Climax, aliás Bi já que venceu também em 1959. Foi o começo da F I de 1.500cc, regulamento que valeu até 65, quando começou a F I de 3.000cc.

Seguiram a ele Phil Hill de Ferrari 1961, Grahan Hill de BRM em 62 que repetiria o feito em 68 de Lotus-Cosworth. 63 consagrou meu maior ídolo Jim que outra vez foi Campeão em 65 com Lótus, em 64 vindo das motos onde venceu de tudo Big John levou a Ferrari a seu quarto título Mundial. 66 e 67 Black Jack resolve construir seu próprio carro de Formula I o Brabham, usava um motor Australiano o Repco desenvolvido a partir de um bloco de série e em 66 se torna Tri Campeão Mundial de F I fazendo Hulme Campeão no ano seguinte. 68 vê a chegada do provavelmente melhor motor de F I de todos os tempos, o Cosworth, dois gênios Ingleses foram os responsáveis, o projetista Keith Duckworth e Mike Costin, este último vindo da Lótus, logo a Ford viu no Cosworth DFV V8 um vencedor e encampou todo projeto vindo o motor a ser Ford-Cosworth. Também foi o ano em que os aerofólios começaram a ser usados. Em 69 o Campeão foi o piloto que mais batalhou pela segurança nas pistas Jackie Stewart correndo com um Matra-Cosworth chefiado por Ken Tyrrel. Ah... 1969 foi também o ano que mostrou Emerson Fittipaldi ao mundo.


Jack Brabhan e Denny Hulme Formula 2 em Goodwood 1966.

 

As histórias desses campeonatos vou com o tempo mostrar todas, hoje quero mostrar que esses super pilotos nessa época corriam em várias categorias, às vezes no mesmo dia. Eles não levavam para as pistas massagistas, psicólogos, assessores de imprensa, simplesmente sentavam em carros de Turismo, Formula 3 e 2, Protótipos e sentavam a bota, algumas vezes brigando com pilotos mais novos se lançando ao mundo e com muita vontade de vencê-los.

Clark como já mostrei corria de Turismo com o Ford-Cortina-Lotus de protótipos com um maravilhoso Lótus e de Formula 2 e 3. Hill, Brabham, Stewart, Hulme enfim todos, para inclusive completar seus orçamentos corriam nas categorias menores e nelas desempenhavam e lutavam com bravura, talvez até esquecendo que já tinham chegado ao topo.

 

Mike Spence de Parnell seguido de Mike Beckwith de Willment 1966.

Logo após a largada na F2 o grande pega entre Clark e Jack Brabham. Golden Coup 1962 Outon Park
 

A todos eles meu respeito e admiração.


Rui Amaral Jr


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PS: O ano 2010, começava escrever o Histórias, sempre fuçando em meus arquivos de Autosport, tentando lembrar muitas coisas, foi quando escrevi este post. Não sabia que nos próximos anos escreveria sobre tantos amigos queridos, muitos que se juntaram a mim escrevendo suas memorias e o muito que sabem sobre o automobilismo. Sinto que deixo de escrever muito, aliás que deixamos, mas tenham a absoluta certeza que tudo que aparece nestas páginas é feito com carinho, muito carinho.

Tomando a liberdade de falar por todos nós agradeço de coração os milhões de acessos que tivemos desde então. E aproveito para agradecer os próximos milhões.

Abraços

Rui Amaral Jr