A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Jackie Stewart - A primeira vitória na Formula Um


Jackie Stewart e BRM

Silverstone Maio de 1965, no Daily Express International Trofy estava reunida a nata da Formula I para uma corrida extra-campeonato no mesmo autódromo em que seria corrido o GP da Inglaterra daquele ano. Como era costume na época varias outras categorias correram naquele dia, Esporte-Prototipos, Formula 3, Turismo. E como também era costume pilotos de Formula I correram também em outras categorias.


Começo da corrida John Surtees com Ferrari a frente de Jackie de BRM. Surtees vem em nitido sobrêsterço andando muito forte à frente do Escocês.

A Formula I corria o seu ultimo ano com os motores de 1.500cc. John Surtees havia sido Campeão do Mundo no ano anterior com Ferrari,na Owen Racing Organisation Grahan Hill e Jackie Stewart suas BRM, Jack Brabhan corria com sua Brabhan com motores Conventry-Climax, a equipe Lotus vinha com Mike Spence com a Lotus 33 Climax e Pedro Rodrigues com uma 25, sem o seu grande astro Jim Clark. Bruce MacLaren ainda não tinha feito seu carro para Formula I e correria de Cooper-Conventry-Climax. Ao final deste ano o grande Jim Clark e a Lotus 33 Conventry-Climax eram os campeões do mundo.


O GRID DE LARGADA
  


Na corrida Hill assumiu a ponta com Brabhan em segundo, Surtees em terceiro brigando com Stewart, liderou até a décima segunda volta, com Brabhan assumindo a ponta após a perda de rendimento de seu carro. Brabhan liderou até a trigésima oitava volta quando cedeu a liderança a Stewart que não se intimidando com o campeão do mundo Surtees, já vinha em segundo. Recebendo a quadriculada em primeiro após cinqüenta e duas voltas.
Foi a primeira vitória daquele que venceria vinte sete corridas oficiais na Formula I e seria três vezes campeão do mundo em 1969, 1971 e 1973.



Jack Brabhan - Brabhan Conventry Climax
  
10 Paul Hawkins, Lotus 33 Conventry Climax e 2 Lorenzo Bandini Ferrari 158/63 V12.


Pedro Rodrigues, Lotus 25 Conventry Climax.
 
Richard Attwood, Lotus 25 Conventry Climax


Bob Anderson, Lotus 25 Conventry Climax



                           CLASSIFICAÇÃO FINAL

1º-Nº4 Jackie Stewart, GB Owen Racing Organisation BRM P261 V8 2617 1:21'47.0"


2º-Nº1 John Surtees, GB SpA Ferrari SEFAC Ferrari 158/63 V8 0006 1:21'50.0"


3º-Nº 5 Mike Spence, GB Team Lotus Lotus 33 - Climax VWMV V8 33-R9 1:22'43.4"


4º-Nº 6 Pedro Rodriguez, MX Team Lotus Lotus 25 - Climax FWMV V8 25-R6 1:23'20.6"


5º-Nº 11 Jo Bonnier, S R.R.C. Walker Racing Team Brabham BT7 - Climax FWMV V8 F1-2-63 51


6º-Nº 9 Bruce McLaren, NZ Cooper Car Co Cooper T77 - Climax FWMV V8 F1-2-65 51


7º- Nº 2 Lorenzo Bandini, I SpA Ferrari SEFAC Ferrari 158/63 V12 0007 51


8º-Nº 18 Richard Attwood, GB Reg Parnell (Racing) Lotus 25 - BRM V8 25-R3 51


9º-  Nº17 Mike Hailwood, GB Reg Parnell (Racing) Lotus 25 - BRM V8 25-R7 51


10º- Nº14 Paul Hawkins, AUS DW Racing Enterprises Lotus 33 - Climax FWMV V8 33-R8 51

VOLTA MAIS RÁPIDA: John Surtees 1.33.00s


                                                      ESPORTE-PROTÓTIPOS



Nos Esporte-Protótipos a grande briga se deu entre Bruce MacLaren e seu MacLaren-Elva-Olds de 4.500cc automático e John Surtees com uma Lola T70 motor Chevrolet de 7.000cc. A vitoria ficou para Bruce depois de Surtees enfrentar problemas em seu carro e terminar em sétimo lugar. O primeiro até dois litros foi Dennis Hulme.





terça-feira, 19 de janeiro de 2010

TEMPORADA ARGENTINA DE FORMULA 3 - 1966 - II



















Revista AutoEsporte - Março de 1966. FC Editora.

 Agradeço a meu amigo Orlando Belmonte Jr a digitalização e envio da reportagem, sei que deu muito trabalho. Resolvi mostrar a matéria completa pois se trata da entrada do automobilismo Brasileiro nas grandes competições internacionais, com o grande Luiz Antonio Greco e Wilsinho levando um carro feito por Toni Bianco a enfrentar o automobilismo de ponta mundial.
 Agradeço tambem a meus amigos Romeu e Fernando os depoimentos na postagem anterior e vou anexa-los abaixo. São importantes na medida que os dois são profundos conhecedores de nosso automobilismo e o Fernando na época era estagiario na FORD.


F250GTO disse...

Lembrando que esse nosso Fomula 3, que foi pilotado pelo Wilson na Argentina, tambem tinha o nome de Willys Gavea.


Orlando Belmonte Jr. disse...
Rui , é isso mesmo ,essa materia é da Revista AUTO ESPORTE numero 17de Março de 1966, tenho essa revista inteira ..


Hiperfanauto disse...
Este Formula 3 foi lançado com o nome de Willys Gavea no ano de 1965 estreando com vitoria nos 500 Km de Interlagos. Segundo os cronistas especializados da época, foi o primeiro carro de corrida totalmente projetado e construído no Brasil com o patrocínio da Willys e as mãos do T.Bianco (para mim continua sendo o Formula Jr.da Tubularte, de 1961 com motor PORSCHE 1500 do Landi e Gimenez). Este carro tinha tudo para deslanchar na Europa nas mãos do W. Fittipaldi, mas também segundo "fontes" (eu ainda não era estagiário lá ) o esquema foi melado por um tal de Jean Redelé da Renault Francesa que era quem fornecia a mecanica.


F250GTO disse...
O Redèlé foi tambem um dos responsaveis pelo acordo Renault/Willys para o lançamento do Alpine A 108 por aqui, que foi batizado de Willys Interlagos, pelo grande Mauro Salles.

Romeu

domingo, 17 de janeiro de 2010

TEMPORADA ARGENTINA DE FORMULA 3 - 1966


Wilson Fittipaldi Jr  Willys Monoposto/Renault. No Brasil Willys Gavea.


Começo de 1966, Luiz Antonio Greco e Wilson Fittipaldi partem para Argentina para correr a Temporada de Formula 3 que ia ser realizada naquele país em quatro etapas. Foram com apoio da Willys do Brasil e Renault, o carro foi denominado Monoposto Willys/Renault e acredito ser um chassi igual aos Alpine A210/Renault R8 que corriam na categoria. Foi a arrancada da família Fittipaldi rumo ao automobilismo mundial. Wilsinho não foi bem nas quatro etapas, terminando na corrida de Rosario em sua melhor posição um 9º lugar. Mas estava lançado o embrião do que seria depois a Formula Ford Brasileira e apenas seis anos depois Emerson seria Campeão do Mundo de Formula I. E apesar da participação apenas modesta de Wilsinho logo depois os Brasileiros invadiriam a Formula 3 internacional trazendo para nós inúmeras glorias e vitórias em todos campeonatos em que participaram.





Carlo Facetti  Brabham BT10/Ford



Gran Premio Internacional Ciudad de Buenos Aires 1966



XV Temporada Argentina,  1ª corrida.


Autódrom Municipal Alte. Brown, Buenos Aires, Argentina



Janeiro 23 2 x 20 voltas x 3921 m = 78.42 km + Final 35 voltas = 137.235 km Pole Position; Heat 1: Jonathan Williams, 1'41.0"


Pole Position;  Chris Irwin, 1'41.2" volta mais rápida: Chris Irwin, 1'40.8"


FINAL


 1 30 Chris Irwin, GB The Chequered Flag Brabham BT16 - Ford/Cosworth 59'57.6"

 2 20 Charles Crichton-Stuart, GB Stirling Moss Auto Racing Team Brabham BT10 - Ford/Cosworth 1:00'29.1"

3 6 Nasif Estefano, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham - Ford 1:00'35.4"

4 18 Jonathan Williams, GB Charles Lucas (Engineering) Brabham BT10 - Ford 1:00'45.5"

5 26 Eric Offenstadt, F Stephen Conlan Motor Racing Lola T60 - Ford/Cosworth 1:01'32.2"

6 2 Jorge Cupeiro, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham BT15 - Ford 1:01'35.7"



 Wilsinho terminou em 15º .

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Gran Premio Internacional Ciudad de Rosario ACINDAR S.A. 1966

XV Temporada Argentina, 2ª corrida.

Parque Independencia, Rosario, Argentina



Janeiro 30. 3 x 10 voltas x 2779 m = 27.8 kms + Final 30 voltas = 83.37 kms.
Pole Position;  volta mais rápida: Silvio Moser, 1'27.7"


FINAL


 1 36 Silvio Moser, CH Martinelli + Sonvico Racing Team Brabham BT16 - Ford/Cosworth 48'35.4"

 2 6 Nasif Estefano, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham - Ford 48'53.4"

 3 48 Mauro Bianchi, B Société des Automobiles Alpine Alpine A270 - Renault R8/Mignotet 49'15.0"

 4 24 Picko Troberg, S Picko Troberg Brabham BT15 - Ford/Cosworth 49'30.0

 5 22 John Cardwell, GB Goodwin Racing Brabham BT15 - Ford/Cosworth 49'49.3"

 6 8 Juan Manuel Bordeu, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham - Ford 49'50.0"

 Wilsinho terminou em 9º.
 
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Gran Premio Internacional Yacimentos Petroliferos Fiscales 1966
XV Temporada Argentina, 3ª corrida;

Autodromo General San Martin, Circuito No. 2, Mendoza, Argentina



Fevereiro 6. 2 x 25 voltas x 2645 m = 66.125 km + Final 50 voltas = 132.25 kms Pole Position;  Jonathan Williams, 1'08.7"

Volta mais rápida: Chris Irwin, 1'08.5"

  Final


 1 20 Charles Crichton-Stuart, GB Stirling Moss Auto Racing Team Brabham BT10 - Ford/Cosworth 58'13.6"

 2 30 Chris Irwin, GB The Chequered Flag Brabham BT16 - Ford/Cosworth 58'15.1"

 3 6 Nasif Estefano, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham - Ford 58'54.9"

 4 26 Eric Offenstadt, F Stephen Conlan Motor Racing Lola T60 - Ford/Cosworth 58'58.9"

 5 22 John Cardwell, GB Goodwin Racing Brabham BT15 - Ford/Cosworth 59'01.1"

 6 42 Carlo Facetti, I Scuderia Sant'Ambroeus Brabham BT10 - Ford 59'13.5"

Wilsinho terminou em 20º , Clay Regazzoni em 22º e Piers Courage em 25º.
 
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Gran Premio Internacional Yacimentos Petroliferos Fiscales 1966
XV Temporada Argentina, 4ª corrida.

Autodromo General San Martin, Circuito No. 2, Mendoza, Argentina

Fevereiro 6. 2 x 25 voltas x 2645 m = 66.125 km + Final 50 voltas = 132.25 kms Pole Position; Jonathan Williams, 1'08.7"


Volta mais rápida: Chris Irwin, 1'08.5"

  Final


 1 20 Charles Crichton-Stuart, GB Stirling Moss Auto Racing Team Brabham BT10 - Ford/Cosworth 58'13.6"

 2 30 Chris Irwin, GB The Chequered Flag Brabham BT16 - Ford/Cosworth 58'15.1"

 3 6 Nasif Estefano, RA Escuderia Argentina Automondo Brabham - Ford 58'54.9"

 4 26 Eric Offenstadt, F Stephen Conlan Motor Racing Lola T60 - Ford/Cosworth 58'58.9"

5 22 John Cardwell, GB Goodwin Racing Brabham BT15 - Ford/Cosworth 59'01.1"

 6 42 Carlo Facetti, I Scuderia Sant'Ambroeus Brabham BT10 - Ford 59'13.5"

  Wilsinho terminou em 20º e Clay em 16º.
 

  As fotos dessa postagem são de um album de recortes meu de 1966, da revista AUTOESPORTE, Nº 17 .
 Agradeço ao Romeu e Orlando.

sábado, 16 de janeiro de 2010

FALANDO EM AMIZADES-RELENBRANDO XI- RICARDONE 10/01/09


Ricardo Bock em corrida noturna em Interlagos, o Manduca sempre ajudando.


O Ricardo (Bock) e eu nos conhecemos a mais de trinta anos, seu sonho era fazer um Passat D 3 igualzinho ao AUDI QUATTRO, na época ele cursava engenharia na FEI onde hoje é professor. Ele queria e quem pagava o pato era seu pai João e sua mãe D. Isabel , pois seus carros eram todos feitos na garagem de casa , uma rua paralela à Av. Bandeirantes .Seu pai era meteorologista da VASP , super conceituado , um gaúcho sério boa gente , e D Isabel aceitava todas loucuras do filho , e amigos.

Vez por outra ia ajudá-lo , serra tico-tico , rebitadeira e outras ferramentas íamos moldando o carro , que por sinal ficou bom , os pára-lamas iguais ao do AUDI . Certa noite estávamos montando a carburação, dois WEBER 40 duplos horizontais e seu João olhava de dentro da casa , quando foi dormir ,nos olhou com aquele jeito de quem não quer ouvir barulho, pois tinha de estar na VASP, lá pelas 5 h da manhã. E nós montando tudo aquilo, coletor, carburadores, acerta daqui e dali, lá pelas 2 h da manhã ficou tudo pronto, aquele olhar do Ricardo me entusiasmou, "vamos dar só uma ligadinha, para ver se funciona”. Contacto , bomba elétrica , partida , o barulho foi ensurdecedor , só mais baixo que o grito de Seu João , Ricardoooooo! Antes do terceiro "o" eu já tinha ido embora, já que o carro e o pai eram dele. Outro dia em sua casa ,quase trinta anos depois ,ele me contou o fim desta história .Uma manhã , depois de testar novamente o motor na madrugada ,ele ia saindo de casa em seu Fusca (azul calcinha) quando colocaram um revolver em sua boca ,"eu te mato" era seu vizinho delegado de policia , "cheguei de um plantão de madrugada e a hora em que ia dormir você ligou esta porcaria , da próxima vez te mato " .O Ricardo saiu de fininho ,e acho que nunca mais ligou aquele motor.


Em 1983 ele e o Adolfo Cilento correram com este carro as Mil Milhas, mais isto já é outra história......................



A foto original, Duran e Ricardo



Ao Tito, Fabio, Fabiano e Caranguejo.                                                                                                  


 

Luiz Pereira Bueno



Hoje é aniversario de nosso grande Luizinho. Para mim que pude vê-lo pilotando tantos carros vencendo tantas corridas é uma honra poder parabenizá-lo. Luiz você que levou a arte de pilotar um carro de corridas ao extremo, encheu nossos olhos com aquela tocada firme, forte e rápida que sempre teve, sua simpatia e humildade, sempre pronto a atender todos e mostrar sua alegria ao fazer o que gosta e sabe, meus parabéns, muitíssimos anos de vida e um dia alegre e feliz, junto aos que te amam.


Um abração

Rui

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

TEMPORADA DE 1991 por Fabiano Guimarães



Fabiano Guimarães e o Voyage. 

No final de 1990 decidimos - eu como piloto e meu pai como chefe de equipe - comprarmos o Passat que havíamos alugado em 1990 e participar novamente do Paulista de Marcas Grupo A, porém descobrimos que o carro já estava sendo superado pelos Voyages e Gols da categoria. Surgiu a oportunidade de dividir a pilotagem com o Voyage do José Baltazar Dias, o "Frango Voador", pois a corrida era em duas baterias sendo obrigatória a formação de duplas. Fizemos um total de 4 provas com um 7º lugar como melhor resultado.


      Fabiano e o Passat.

Após algumas desavenças, decidimos preparar o Passat para o Grupo N, com custos menores e sem a necessidade de formar dupla, ou seja, eu correria as duas baterias. O carro só ficou pronto faltando duas etapas para o término do campeonato e obtive um 10º lugar na penúltima etapa e na última prova corri boa parte em 4º, disputando com o Beto Napolitano e o Ricardo Flaquer entre outros quando perdi a 3ª marcha e finalizei em 8º. Com este mesmo Passat faríamos a temporada de 1992, porém esta história fica para o próximo capítulo.


     "S" do Senna Interlagos Fabiano na frente.


Texto e fotos Fabiano e Luiz Guimarães.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ALICATÃO


Era o termo usado por meu amigo João Lindau ao se referir a certos pilotos mais afoitos no uso do pedal de freio de um carro de corridas. O que vou contar a seguir aconteceu no ano de 1978 ou 79 e à ninguém digo o nome do protagonista.

 
 
 
Lendo no blog de meu amigo Jr Lara Campos um chega para lá que deu em um dos DIMEP lembrei do que aconteceu comigo. 
Um aviso, o Jr ao fazer seu blog postou tudo de uma só vez, então para ler é preciso procurar as deliciosas histórias que ele conta. 
E ainda se faz de desentendido quando o chamo de Portuga!!!
Já havia escrito sobre esta corrida, mas numa conversa com meus amigos foi citado o tal “alicatão” e resolvi contar o resto como foi.

Bonita foto de meu amigo Alex Silva, que nada tem com a história a seguir. D3 1977


Na primeira bateria larguei super bem, com a Caixa 2 o carro pulava que era uma maravilha, e na saída da “Três” estava grudado no João Franco com ninguém menos que o Bambino -Adolfo Cilento Neto - em minha cola, na entrada da “Ferradura” passei o João e ele com seu Passat com no mínimo uns trinta HP a mais retomou a posição na “Reta oposta” grudei novamente no “Sol” e fui tentando ultrapassá-lo, atrás o Adolfo sinalizava freneticamente, achava que queria me distrair, mas era o Álcool do tanque do carro do João que lavava a pista à minha frente, como estava grudado nele não percebi. Na “Junção” aproveitando a freada dele quando fui tirar o carro para a esquerda veio a surpresa, uma rodada que me levou até aquela parte do “Anel externo” e me deixou tonto. Ao sair já era ultimo. Comecei tudo de novo, é cruel, e umas duas voltas depois quando já vinha de novo no meio do pelotão meu pneu furou ao frear para o “Sargento”. Fiquei parado quase na tangencia da curva com aqueles malucos passando pertinho e minha primeira bateria acabava por ai.


O saudoso amigo Expedito Marazzi.

Larguei a segunda bateria em ultimo, “espumando” giro lá no alto e o tempo todo trocando no limite. Aqui uns parênteses, usava um contagiros mecânico Jones com espia, e a chave sempre ficou com o Chapa. Na entrada do “Sargento” já vinha no meio do pelotão e encontrei meu amigo Expedito Marazzi que também tinha largado de traz e seguimos juntos, entramos no “Sol” colados, para no meio encontrarmos o citado senhor andando a uns vinte kilometros mais lento, e devia achar que estava rápido! O Expedito tentou ultrapassar por fora, quando vi a manobra coloquei meu carro por dentro do dele, ai o “alicatão” resolveu abrir, o Expedito tira o pé já de lado e eu perto dele vejo o “alicatão” voltando a sua trajetória, tiro também o pé. Fomos o Expedito e eu até a grama e o causador da confusão foi embora, do Expedito não lembro, fui ultrapassado por vários carros e retomei a corrida com muita raiva.
Queria me vingar dele o “alicatão”, daí em diante corri só para quando o encontrasse dar-lhe um totó de preferência numa curva de alta para que ficasse experto. Encontrei-o na reta dos boxes uns cento e cinqüenta metros a minha frente e pensei vai ser na “Três”, na tomada da “Um” para minha surpresa ele pisa no freio e eu em frente aos boxes imaginei dar-lhe o totó na “Dois” mandá-lo para caixa d água. Mas DEUS com sua infinita sabedoria e misericórdia foi mais uma vez bom comigo e antes mesmo da “Um” meu motor estourou fazendo encher minha cabine com a fumaça do retorno de óleo do motor. Fui parando devagar até encostar meu carro no “Retão” numa pista auxiliar que havia por lá, depois do muro de saída dos boxes que na época ia até o fim da “Dois”. Parado com o bombeiro e o bandeirinha a meu lado, vendo os carros passarem, agradeci a ELE, a meu Anjo da Guarda e a minha Nossa Senhora Aparecida, poderia ter feito algo de que me arrependesse até hoje.

A memória dos saudosos João, Adolfo e Expedito.


Todos citados são amigos queridos com quem tenho ou tive muito prazer em conviver, menos o “alicatão” com quem nunca tive convivência. Ele foi piloto por muito tempo e correu em varias categorias, em uma delas na classificação em Interlagos era com freqüência 12s ( doze segundos) mais lento que o pole.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

UM BELO DOMINGO


 Hoje foi um dia triste, mas nada melhor do que falar dos amigos para afastar tristeza então vamos lá.


Ferraz com o alicate sobre sua cabeça, não sei de onde veio, eu, Dú que deve ter contado para todo mundo que foi o mais rápido na pista sem contar que estava com o Berta Hoolywood do Luizinho que era o mais rápido dos carros, Fabiano Guimarães que ainda não tem idade suficiente para ouvir as histórias do Ferraz, e os incríveis Luiz Guimarães e Fernando Fagundes.
    
Agora o Dú foi bater a foto e quem estava a meu lado era ninguem menos que o articulador dessa loucura toda, Fabio Poppi, imaginem a bobagem que o Ferraz disse para todo mundo estar rindo desse jeito? Nas fotos só não aparece meu filho Francisco que teve de sair antes.


Nós estavamos na Monza, pista de autorama no Ibirapuera, para andar pela primeira vez com  a criação dos meus amigos Tito, Fabiano, Caranguejo e Fabio, numa pista. Para meu orgulho o Fabio escolheu meu carro, o Ferraz só perguntava: E o meu?
     

Foi uma tarde maravilhosa, inesquecível. Conversamos a vontade e rimos muito, combinamos sobre as Mil Milhas de autorama que faremos e muito papo rolou. No dia seguinte fiquei sabendo por fontes fidedignas que o Luiz e o Fernando tramaram longe de nós a participação deles nas MM com nada menos que um SIMCA e com o motor fora do regulamento!!!! Outra coisa fiquei sabendo tambem por fontes confiaveis, parece que até saiu num site de famosos, junto com o Orlando, que estava na praia, combinamos uma corrida de kart mas parece que fugindo às regras tal como Schumi o Ferraz andou treinando às escondidas, as fotos abaixo provam o que digo.  






Na tomada de uma curva tal qual uma foto da tomada da "Ferradura" que causou tanta polemica, Ferraz ultrapassa um concorrente.

A todos, Luiz, Fernando, Fabio, Fabiano, Ferraz, Dú meu forte abraço e a expectativa de um novo encontro.

Zilda Arns


Vitima do terremoto que abalou o Haiti, a Dra. Zilda Arns faleceu.



Medica pediatra, sanitarista, esposa e mãe estava no Haiti certamente para levar ao povo daquele país toda sua força e luta para ajudar os mais necessitados. E isso ela soube fazer como poucos. Aprendi admira-la conhecendo seu trabalho e esforço para levar a crianças de nosso país, tão abandonadas por nossas autoridades, um pouco de dignidade.


Apesar de não compartilhar das posições de seu irmão d. Paulo Evaristo Arns e seu sobrinho Flávio, deixo a eles e toda família dessa grande mulher e magnífico ser humano minha solidariedade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Gwenda



Escrevendo sobre o GP da Suíça encontrei a foto de uma figura seria a bordo de um DERBY-Maserati antes da largada, algumas mulheres correram aquelas provas. Até o advento da FORMULA UM em 1950 os GP eram disputados com carros da categoria FORMULA DOIS ou VOITURETTE e era nessa categoria que Gwenda então Stewart competiu aquele GP.


Pesquisando encontrei uma mulher incrível, filha do Major-General Sir Frederic Manley Glubb nasceu no ano de 1894. Irmã de Glubb Pasha chefe da Legião Árabe de 1930/56 sua família era de grandes aventureiros. Durante a Primeira Guerra Mundial 1914/18 Gwenda dirigiu ambulâncias na frente Russa, e na Segunda Guerra voltou a dirigi-las em Londres quando a cidade foi duramente atacada pelas V-2 Alemãs.
Mas sua paixão maior era mesmo a velocidade, e sua especialidade os recordes, e ela estabeleceu muitos. Casou-se três vezes, competiu com o nome de seu primeiro marido como Gwenda Janson. Com seu segundo marido o Major Stewart competindo como Gwenda Stewart estabeleceu vários recordes mundiais, em motocicletas, triciclos e automóveis. Ao final da década de 20 casa-se pela terceira vez, então com o Major Douglas Hawkes outro grande parceiro de sua carreira.


Com essa Triumph-Jap na pista de Brooklands rodou 24 horas em dois períodos de 12horas e estabeleceu o Recorde de 44.65 MP/h. Isso nos anos vinte do século passado, ao termino o povo que aquela altura já era numeroso carregou-a em delírio.


Com esse Derby-Miller estabeleceu no ano de 1930 um Recorde para as 10 milhas, 137 MP/h.



O Derby com tração nas quatro rodas projetado e construído por seu marido Douglas Hawkes.


Com seu marido Douglas Hawkes, foi viver na França perto do circuito de Montheri, tinham uma indústria de componentes automobilísticos e naquela pista ela se dedicou a bater vários recordes, que ficaram em suas mãos por décadas. Faleceu no ano de 1990 aos 95 anos de idade.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Breve HISTÓRIA DOS GRANDES PILOTOS CATARINENSES DE CARRETERA e Raid RIO DE JANEIRO/PORTO ALEGRE, novembro de 1940

Voltaremos no tempo até início do ano de 1940. Os nomes mais evidentes eram: Clemente Rovere de Florianópolis, Iberê Correa de Lages, Raulino Miranda, Francisco Said, Raul Lepper, todos de Joinville e Ernesto Ranzolin de Antônio Prado-RS (morou por mais de 40 anos em Lages-SC e representou-a, nesta e em várias provas).
O primeiro encontro coletivo deles com os pilotos gaúchos de carreteras que dominavam esta categoria no automobilismo do Brasil aconteceu por ocasião do raid Rio de Janeiro a Porto Alegre, capital gaúcha que comemorava o bi-centenário.
Os concorrentes foram rodando de seus Estados (R.G.S. – SC – PR – SP) para o Rio de Janeiro, exceção feita aos argentinos e uruguaios que partiram de seus países.
Esta decisão foi muito importante, pois o trajeto a partir de Curitiba e pela região montanhosa do Paraná-São Paulo-Rio de Janeiro, sinônimo de muita curva, peral, barranco e poeira e com chuva muita lama o que aumentava muito o perigo do trajeto. (caminhoneiros de Passo Fundo-R.G.S. levavam 4 dias viajando para atingirem São Paulo capital).
O grande dia chegou era 14 de novembro de 1940 da frente do Automóvel Club do Brasil que promovia e controlaria a grande prova junto com a secção do Rio Grande do Sul e ainda o Touring Club do Brasil foi dada a largada para as quatro etapas pelo gaúcho Oscar Bins, seguido a cada minuto pelos pilotos: Antônio Perez, Iberê Correa, Norberto Jung, Hector Suppici Sedes, Júlio Vieira, Fernando Alves, Clemente Rovere, Chico Landi, Salvador Pereira, Quirino Landi, Milton Brandão, Ernesto Ranzolin, José Lugeri, Ary Cortese Santos, Luiz Tavares Moraes, Adalberto Moraes, Raulino Miranda, Carlos Frias, Catharino Andreatta, Eitel Cantoni e Belmiro Terra.
O trajeto a seco já era um horror, com a chuva que caiu constantemente tornou-se um pesadelo. O grande Norberto Jung foi a primeira importante baixa ao bater em um barranco ainda na primeira etapa. Outro candidato a vitória, Catharino Andreatta abandonou em Blumenau quando ele liderava a terceira etapa.
Rovere surpreendente liderava perseguido por Suppici – o ás uruguaio que parou por quebra em Sapucaia do Sul já próximo a capital gaúcha.

Porto Alegre recebeu calorosamente os pilotos heróicos que conseguiram terminar a prova de obstáculos que foi o raid.
Grid chegada:
1˚ lugar: Clemente Rovere
2˚ lugar: Ernesto Ranzolin
3˚ lugar: Adalberto Moraes
4˚ lugar: Oscar Bins
5˚ lugar: Antônio Perez
6˚ lugar: Iberê Correa

* Clemente Rovere: nesta corrida classificou-se em 6° lugar na primeira etapa, em 5° na segunda etapa e em 1° na série principal. Foi o campeão desta prova - a mais concorrida da América do Sul em sua época.



Palmas para Rovere e Ranzolin e Iberê que suplantaram as ”feras” gaúchas: Catharino, Jung, Bins. As “feras“ paulistas Quirino e Chico Landi e o campeãoníssimo uruguaio Suppici depois de 2070 km muito complicados.


rota do Raid Rio de Janeiro a Porto Alegre


* Quando meu pai e eu decidimos escrever sobre o raid Rio de Janeiro/Porto Alegre em 1940 -comemoração do bi-centenário de Porto Alegre-RS não sabíamos que o Sr. Fernando J. Fernandes escreveria sobre a primeira prova... que bacana ficaram as postagens. Parabéns Sr. Fernandes pela belíssima postagem!

Jornal Correio de Santa Catarina, Itapema - 09 de janeiro de 2010.

P.S.:

Em 17 de abril de 1938 – acontecia o Circuito Cristal em Porto Alegre-RS prova de 500 km Ganho por Júlio Carvalho com Ford V/8, em segundo Clemente Rovere com Ford V/8, terceiro Norberto Jung com Ford V/8, quarto Oscar Bins com Ford V/8, Desta vez o ótimo Rovere bateu a gaúchada em seu próprio território.

Em 26 de setembro de 1948 – acontecia a Copa Rio Grande do Sul em 840 km.


Com saída e chegada em porto Alegre e retorno em Passo Fundo. O Leão da Serra – Alcídio Schröeder recebeu a bandeirada do governador Valter Jobim. O ótimo Ernesto Ranzolin de Lages-SC venceu a 1ª etapa, chegando em 2˚ na geral, com Ford 1947.

Em 20 de novembro de 1953 – acontecia o 1˚ Circuito Automobilístico de Lages-SC.

Ganho por Francisco Said de Joinville com Ford 40 em 2˚ Orlando Menegaz de Passo Fundo-RS, com Ford 40, 3˚ Júlio Andreatta de Porto Alegre-RS com Ford 51, 4˚ Raulino Miranda e 5˚ Raul Lepper ambos de Joinville-SC e com Ford.
Mais uma vez os exímios pilotos gaúchos perderam para os grandes pilotos catarinenses.

Por: Nelson e Graziela Marques da Rocha