A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Carreteras no Tarumã 1998






No vídeo que recebi da talentosa Graziela Rocha com arquivos de seu pai Nelson Rocha , achei essa preciosidade , no dia 23 de Maio de 1998 no autódromo do Tarumã homenagearam nossos grandes pilotos de carreteras , grandes pilotos e grandes carros , o Gaúcho sabe como enaltecer seus ídolos e de todos nós. Consegui tirar essas fotos do vídeo , com minha conhecida incompetência para lidar com essa máquina , mas acredito que valeu pelo valor histórico . Obrigado Nelson e Graziela e obrigado a todos pilotos que um dia correram com esses bólidos . Obrigado por podermos recordar .

Alcidio Schröeder , Paulo Afonso Trevisan , Breno Fornari e de boné branco Orlando Menegaz .

Orlando Menegaz mostra à repórter Hickmann sua carretera Chevrolet com motor Corvette . Com este carro em dupla com Ítalo Bertão escreveram uma das mais belas páginas do automobilismo Brasileiro ao vencerem em Interlagos as Mil Milhas Brasileiras no ano de 1961 .


No vídeo quando o motor Corvette urra , ficamos arrepiados !

Acima "Brigite" carretera Ford nº 2 de Catharino Andreatta e abaixo a carretera Ford nº 6 de Julio Andreatta , as lendárias " Galgos Brancos " dos não menos lendários irmãos Andreatta .


A nº 4 carretera Chevrolet Corvette de Aristides Bertuol .

A carretera Ford nº 5 de Haroldo Vaz Lobo .
À D. Jô e Nelson Rocha e a meu amigo Victório Azzalin testemunhas dessa época de glorias .
Escrito com muita emoção por Graziela Rocha e Rui Amaral .

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 - III por Rui Amaral Jr

Opala de João Lindau/Roberto Ferreira/Sebastião Santos .

No final de 1983 os amigos Marcos e Arno Levorin da retífica SALECAR, convidaram-me a correr as MM com Fabio filho de Marcos, usaríamos meu carro que, havia sido deles e estava parado desde o final de 1982. Correríamos na cat. Hot Car, eles tinham como patrocinador, uma indústria de café, teríamos de mudar a cor do carro para amarelo. Motor poderíamos usar o 1.800 cc. Carro amarelo para mim nunca deu certo de umas oito corridas que fiz com essa cor não terminei nenhuma.
Início de janeiro e dos treinos com 1.800 cc, o torke do carro ficava muito bom e começamos a andar bem rápido, acertamos chassi, agora poderia usar meus amortecedores Koni e iríamos correr com pneus da Peneubras na medida de altura de 20, pois a caixa três já estava com as relações acertadas para eles.
A equipe da rede Record chegou para fazer a chamada da corrida que transmitiriam e seus repórteres viram aquele VW andando uma barbaridade, quiseram gravar as cenas da chamada... apareci vestindo a touca o capacete e meu nome e depois o carro na pista. Aí o amarelo começou a funcionar. A indústria de café, apesar de já termos pintado o carro, deu para trás.
José Ferraz/Julio Miglioli
Os Levorin receberam uma oferta do Amadeu Rodrigues para dividir a tocada do carro comigo e o Fabinho e, apesar de gostar do Amadeu acabei não aceitando, até hoje me arrependo, e veio o Alexandre Benevides para dividir o carro conosco. O Alexandre, bi-campeão Brasileiro de gaiola nunca havia pilotado em pista de asfalto muito menos com pneus slick. Lembro em um treino ao levá-lo dar uma volta na pista, eu amarrado ao banco com cinto de seis pontas e ele sentado ao lado provavelmente na bateria. Não andaria forte, ia só mostrar a pista a ele, mas quando a 1ª encheu e fui descendo o “Retão” enfiando as marchas em sequência seus olhos estavam bem maiores que o normal, afinal aqueles Fusquinhas aceleravam uma barbaridade!
Mas além de super simpático o Alexandre não era bobo, afinal era bi-campeão de uma categoria que na época era super disputada. Correríamos com o patrocínio da Ind. de Pneus Levorin e verba levada pelo Alexandre.
Na classificação ficamos esperando um jogo de rodas que havia sido levado para dar um passe e de repente o organizador diminuiu o tempo do treino e tivemos de sair com pneus usados, faltando uns 5 min. para o final. E nós que achávamos que largaríamos lá na frente acabamos por largar na 4/5 fila.
Recordando a fantástica equipe de profissionais da CIBIÉ, quando foram instalar os seis faróis, quis dar um palpite e o chefe deles, que já havia feito 20 MM me disse que se não gostasse do modo que colocariam os faróis eles usariam meu palpite! Ficou simplesmente ótimo, e eu que já amava aquela pista de dia fiquei maravilhado de poder andar à noite praticamente no mesmo ritmo.

A CORRIDA.

Chovia “canivetes”, eu largaria, lembro de conversar com o Fabinho e o Alexandre e ver a preocupação em seus rostos, fomos para o grid. O único senão era que usaria pneus PIRELLI de F 3 cuja altura era de 22 o que tornaria o câmbio muito mais longo e a largada bem mais lenta até encher à 1ª.
Ao contrário do que escrevi antes, estava bem atrás da Alfa Romeo do Paulão e ele teimava em não fechar a porta, certamente para refrescar e eu preocupado. Ao acender a luz vermelha os carros das filas de trás já largaram e, olha que eram mais de 60, esperei o sinal verde, largando com toda dificuldade, pois a 1ª marcha com aquela relação e pneus 22 atingia mais de 120 KM/H e tirar o carro da imobilidade não foi fácil. Não vi o acidente da largada, estava no lado esquerdo da pista e preocupado com aquele enxame de Fiat, Passat e etc. da D1 que iam ultrapassando-me. Na descida do “Retão” comecei a tomar as posições desses carros que eram muito mais lentos que eu, os Pirelli grudavam na pista e até a junção tinha retomado muitas posições. Aí encontrei o Fiat Hot Car amarelo nº 25 do Chico Lameirão/Paternostro, quando fui ultrapassá-lo no “Café” notei algumas bandeiras já dentro da pista, tirei o pé preocupado com os que viam atrás , felizmente nada aconteceu, eram nossos “Anjos da Guarda” fazendo seu trabalho, cuidando de nossa segurança. Só ao chegar aos boxes fiquei sabendo do que ocorrera na largada, uma alicatada de um piloto inexperiente e a afoiteza de quem vinha atrás. Graças a Deus ninguém se feriu com gravidade.
Acredite se quiser, apesar de toda tensão em nosso Box, fui buscar um telefone para ligar a minha mãe, que assistia e devia estar preocupada, com ajuda do grande amigo Carpinelli.
A segunda largada foi mais tranquila, com a perda de muitas posições, mas logo recuperadas – dos Divisão 1 no “Retão” passei um monte e, no final da 1ª volta já vinha entre os 15. Os Pirelli grudavam no chão e o motor empurrava muito, com o câmbio me ajeitei, usando uma marcha mais curta que o normal e a 4ª somente na “Reta oposta”, “Reta dos Box” e “Retão”. Duas ultrapassagens lembro bem, o Capeta Palhares/Murilo Piloto de Alfa Romeo nº 33 que encontrei na freada da “TRÊS” e apesar de vir bem mais rápido só ultrapassei-o na freada do “Sargento”. A “Alfona” vinha o tempo todo de lado, da “Quatro” até a “Ferradura” o tempo todo derrapando, quando dava motor saia de traseira aí corrigia - grande piloto o Capeta . A outra foi quando ultrapassei o Paulão/Fabio Souto Mayor com a outra Alfa nº 22 , foi na curva depois do “Bico de pato”, coitada aquela curva nunca teve nome, ele vendo que eu vinha muito mais rápido fez um sinal com a mão e tomei a curva antes dele. Campeão é campeão até cedendo a posição ele foi um grande piloto.
Lá pela 8ª volta já estava entre os dez, e ao chegar na “Junção” notei a pressão de óleo a zero e entrei no Box - motor havia estourado. O interessante é que por conta do câmbio longo não o havia forçado, andando mais em cima dos pneus e freios
Motor foi trocado rapidamente e voltei à pista. Não tinha completado meu turno.
Na freada da “Três” uma desagradável surpresa, a ambulância que estava parada no Retão, atrás do Guard Rail havia saído, e como era meu ponto de referência quase estampo ali mesmo.
José Ferraz/Julio Miglioli

Saindo da “Subida do lago” notei óleo saindo de meu motor novo, tentei ir até o box, mas o motor apagou na freada do “Sargento” e lá ficou meu carro!
Ao parar logo veio um bandeirinha, deles escrevi neste blog “Anjos da Guarda” e segurando meu braço levou-me até um lugar seguro, para logo a seguir com seus companheiros sinalizar ao lado do carro, e veja bem um lugar dificílimo onde os Stock, Maverick e outros carros vinham numa freada forte, dificultada pelas condições do tempo.
Ao atravessar a pista, subindo pelo lado do “Sargento” algumas pessoas que assistiam dali a corrida aplaudiram-me - devo ter feito umas 5 ultrapassagens naquela freada. Chateado agradeci-lhes e um deles com o carro junto à cerca além dos aplausos ofereceu-me um copo de Congnac, agradecido bebi. Agora já podia, para chegar a meu box e ver o Fabinho e o Alexandre cabisbaixos, nossa corrida tinha acabado.
Confesso a vocês que fiquei muito chateado. Em momento algum forcei os motores, o conta-giros JONES com espia foi prova disso, confesso também que com os Stock parando para reabastecer muito antes de nós tinha a esperança de entregar o carro ao Fabinho numa boa colocação, talvez até na ponta.
Nunca mais corri, já tinha 32 anos, e se alguém algum dia me convidar a pilotar um carro de corridas que, por favor, não seja amarelo!
O detaque negativo dessas MM foi o atrolelamento de um espectador por um Maverick em pleno "Retão" , o bandeirinha que veio me contar quando voltei a Interlagos quase no final da corrida ainda estava emocionado .

Agradeço à Graziela Rocha , Fabiano Guimarães , José Ferraz , Duran , Romeu , Cláudio , Rui , Bifulco , Joel pelo apoio .
Dedico esta postagen à memória de dois amigões , os saudosos Arno Leverin e João Lindau Neto .

A seguir o relato do Romeu para a largada .
F250GTO disse...
Nessa Mil Milhas de 84 eu estava lá.
Exatamente na linha onde estava o Opala do Beto.
Na hora da largada desabou um verdadeiro toró em Interlagos.
A largada erroneamente numa situação dessas, foi dada com os carros parados no grid.
O carro apagou justamente na hora de largar, e o piloto ficou com o braço levantado acenando desesperado e já prevendo o pior, pois atras dele largavam mais de 60 e tantos carros.
Alguns, que vinham log atrás, perceberam e desviaram e por milimetros não acertaram o Opala.
Mas o pessoal que vinha detrás mesmo, sem visão por causa do "spray" e em maior velocidade encheu a traseira do Opala e bateram uns nos outros, algun tiveram inclusive principio de incendio.
Se não me engano, apesar dos estragos (grandes) dos carros, ninguem se feriu gravemente, felizmente.
Poderia ter sido bem pior.
Romeu.


domingo, 15 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984- II por Fabiano Guimarães

"A expectativa para estas Mil Milhas era enorme. Desde que a prova voltou a ser disputada em 1982 eu e meu pai seguíamos sempre o mesmo ritual: Assistíamos a largada, ficávamos até umas duas da manhã voltávamos para casa e retornávamos ao autódromo por volta das 10:00 hs para assistir ao final da prova e fotografar os "sobreviventes". Em 84, na época com 14 anos respirava o mês todo apenas Mil Milhas, aguardando ansioso para assistir aquele que era o maior espectáculo do automobilismo brasileiro.
Camilinho/Bel/Bertini

Ferraz/Miglioli

Dalecio/Santos
Naquela época havia grande interação entre o público e os veículos que corriam, pois eram carros como os que utilizávamos na rua, Passats contra Escort, Fusca ultrapassando Voyage na reta, muitos não acreditavam como isso poderia acontecer, Opalas rugindo na reta e muitos pegas interessantes, bem diferente de hoje, com protótipos contra Porsches, Lister, Viper, ou seja carros que dificilmente teremos em nossas garagens.
Com 66 carros alinhados e muita chuva a adrenalina para a largada era enorme, um espectáculo magnífico para os olhos e ouvidos, na primeira fila o pole acho que era o Opala do trio Ingo/Affonso/"Pequepê", não me lembro e tenho certeza que algum blogueiro irá ajudar, na 2ª posição o Opala do trio Yoshikuma / Aliperti / Beto Nogueira. Não sei por qual motivo o Yoshikuma, proprietário do veículo optou em deixar o Beto largar. Pelo que me lembro sua experiência resumia-se em algumas provas de Turismo Opala e Marcas com um Escort, ou seja, muito pouco para tocar um Stock naquelas condições. Ao acender a luz verde, todos saíram exceto o Opalão do Beto. Chegou a dar um "pulinho" mas apagou ali mesmo. Claro que os primeiros que vinham atrás desviaram mas outros 8 veículos não tiveram a mesma sorte: o primeiro a atingir foi o Fiat da equipe Galileo, provavelmente passando de 3ª para 4ª marcha, pé embaixo, pilotado pelo Marcelo Toldi, que inclusive sofreu um princípio de incêndio, muito bem lembrado pelo blogueiro Romeu em seu comentário. O Marcelo foi removido pelo pára-brisa e levado ao hospital. Lembro ainda do Voyage do Josué, o Fiat do Nelson Silva e o Chevette do Marechal envolvidos no acidente. O barulho da pancada nas arquibancadas foi apavorante e os anjos da guarda dos pilotos envolvidos estavam mesmo de plantão, pois as consequencias poderiam ser piores. Dos 8 carros envolvidos, 2 tiveram condições de relargar inclusive o Chevette do trio Marechal / Magra / Dal Pont chegando até o final da prova.

A segunda largada foi normal e no final o trio Zeca Giaffone / Reinaldo Campello / Maurizio Sala com Opala sagrou-se campeão, com Leonel / Alencar em 2º e Camilo / Bel / Bertinni em 3º, todos com Opala. Quem quiser o resultado dos 10 primeiros é só consultar o excelente blog do Carlos de Paula. Estou enviando junto com o texto 4 fotos da prova, uma delas o Escort do trio Tucano / Louzão / Florenzo com o primeiro empurrando seu veículo na linha de chegada após uma possível pane seca. Até hoje esta pane é contestada com alguns afirmando que não passou de jogada de marketing para o patrocinador aparecer em revistas especializadas. Na outra foto, o Opala 3º colocado com o patrocínio da Ford!!?? na porta, algo impensável nos dias de hoje, por se tratar de um veículo Chevrolet. Em mais uma foto o Chevette do trio Marechal / Magra / Dal Pont, que apesar de bastante avariado com o acidente na largada foi até o final da prova.


E em outra o Passat nº 9 do trio Adalberto Ayres / Adalberto Ayres Jr. / José Versa . O Ayres Jr. é o "Chupeta" falecido ano passado com problemas cardíacos e gostaria de publicar esta foto para prestar uma homenagem afinal foi meu parceiro na tocada do Gol nº 17 no Paulista de Marcas em 1992. A história era sempre a mesma, eu largava na 1ª bateria e ele quebrava na 2ª, porém aprendi bastante com ele, era um grande cara e aonde estava era diversão garantida, mas isto é assunto para outra ocasião."
Tucano recebe a bandeirada empurrando o carro do trio com Florenzo/Louzão .

Ferraz/Miglioli recebem a bandeirada com Tucano empurrando seu carro .

Fotos Luiz Guimarães Jr e Fabiano Guimarães .

sábado, 14 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 por José Ferraz

Serão três postagens da Mil Milhas Brasileiras de 1984 , a 1ª do José Ferraz e depois o Fabiano Guimarães e eu contaremos o que vimos e vivemos da corrida , o Fabiano trara ainda depoimentos de quem como ele assistiu a corrida das arquibancadas . Quero deixar só um recado ao Ferraz , como alguém já escreveu aqui eu também sou seu fã .


"RUI QUE EU SAIBA EU CHEGUEI EM 13º NA GERAL E 1º NA CATEGORIA , AGORA SE VC TEM OUTROS DADOS EU NÃO SEI .......MAS FOI UMA BAGUNÇA TOTAL .JÁ NA LARGADA COM AQUELA PORRADA E PRA VARIAR EU ESTAVA LARGANDO, PORQUE O JÚLIO NÃO ENXERGAVA DIREITO Á NOITE POR CAUSA DA CLARIDADE DOS FARÓIS....E EU ESTAVA LARGANDO SE NÃO ME ENGANO DO LADO OU ATRAZ DO WILSON FITTIPALDI EM 26º E COM TODA AQUELA CHUVA , EU VIM TIRANDO DE TODO MUNDO E QUANDO CHEGUEI NA CURVA DO CAFÉ PRA FECHAR A PRIMEIRA VOLTA ESTAVA EM 13º E ME DEPAREI COM OS CARROS DE RESGATE E BOMBEIROS NA PISTA...
AI PAROU TUDO E TEVE NOVA LARGADA......EU TIVE MUITOS PROBLEMAS, PRIMEIRO COMO ESTAVA CHOVENDO MAS NÃO ERA MUITO FORTE TÍNHAMOS QUE PROCURAR A AGUA PARA OS PNEUS, PORQUE O CARRO COMEÇAVA A VIBRAR MUITO COM OS PNEUS SE ACABANDO.....FOI UM TAL DE ACABAR COM PNEUS...E ENQUANTO O JÚLIO ANDAVA, EU TINHA QUE ANDAR ATRÁS DE PNEUS ......PRA VC TER UMA IDEIA EU CHEGUEI A COMPRAR PNEUS DO DÁRCIO QUE TINHA QUEBRADO E DO TIDE QUE TINHAM PARADO......ESSA FOI A PRIMEIRA DOR DE CABEÇA E DEPOIS VEIO AS DEMAIS ....COM A VIBRAÇÃO DEPOIS DE UMA PARADA NO BOXE
SAI E JÁ NA CURVA 3 O CARRO BIXOU E EU JÁ DESCOBRI LOGO QUE ESTAVA EM 3 CILINDROS QUE ALGUM FIO TINHA ESCAPADO, PAREI NO BOXE E JÁ NEM FECHEI VOLTA ...REALMENTE ERA O FIO DE VELA QUE ESCAPOU ..COLOCARAM DE VOLTA E SAÍ , E NESSA VOLTA EU ESTAVA NA RETA OPOSTA E A MESMA COISA SE REPETIU, VOLTEI PRA BOXE E NÃO FECHEI VOLTA....OLHARAM E FOI UMA VELA QUE TINHA QUEBRADO A PORCELANA E FICOU PENDURADA PELO FIO , TROCARAM E SAI E QUANDO ESTAVA SUBINDO A JUNÇÃO BIXOU OUTRA VEZ, MAS MAIS UMA VEZ EU JÁ SABIA O QUE TINHA ACONTECIDO , POIS O PEDAL DO ACELERADOR TINHA FICADO MUITO LEVE, VIM ME ARRASTANDO PARA O BOXE, MAS O CARRO NÃO TINHA FORÇA POIS ESTAVA SÓ COM UM CARBURADOR FUNCIONANDO, TINHA CAÍDO O ACIONAMENTO E ENROSCOU NA LATARIA DO MOTOR E NÃO ME DEIXAVA ACELERAR . FOI QUANDO EU PAREI EM FRENTE A UM DOS PRIMEIROS BOXES QUE NÃO ERAM OS MEUS E UM DOS MECÂNICOS MEUS ME VEIO AUXILIAR E EMPURRANDO O CARRO PARA OS MEUS BOXES E ARRUMANDO AO MESMO TEMPO.....ARRUMOU E SAÍ, DAI PRA FRENTE FOI SÓ ALEGRIA, VINHA QUERENDO RECUPERAR O TEMPO PERDIDO E NO LARANJA PUNHA O CARRO ESCORREGANDO NAS QUATRO E A GALERA NO BARRANCO E ARQUIBANCADAS SE LEVANTAVAM EM TODA A VOLTA QUANDO EU APONTAVA NA SAÍDA DO SARGENTO PRO LARANJA
E TAMBÉM NA JUNÇÃO....ERA A MESMA COISA QUANDO EU CHEGAVA ALI, ERA UMA ALEGRIA PARA OS CARAS ......FORAM ESSES CARAS QUE NO FINAL DA PROVA ME TIRARAM DO CARRO E ME FALARAM VC GUIOU MUITO E ME LEVANTARAM .....AI ME PEDIRAM PRA TIRAR FOTO NO CARRO E ELES FICARAM TODOS CONTENTES ...ENTRARAM NO CARRO E FICARAM Á VONTADE....
COM TUDO ISSO NO FINAL EU CHEGUEI COM 15 VOLTAS A MENOS MAS VALEU .......
AGORA VOU DEIXAR UMA DEIXA E UMA MÁGOA ( FUI O PRIMEIRO DA CATEGORIA E O 13º NA GERAL EM UMA ÉPOCA QUE SÓ DAVA OPALA, ENTÃO O PRESIDENTE DA VW QUE ERA UM TAL DE RONALD BERG.......ESSE CARA NEM CHEGOU PERTO DE MIM......E SABE O QUE FOI QUE EU GANHEI....UMA MEDÁLHINHA ESCRITO EU TAMBÉM PARTICIPEI DAS MIL MILHAS ) ISSO QUE NOS TIRA TODO O INTERESSE DE PARTICIPAR COM UM CARRO DE MONOMARCA NO QUAL A MONTADORA NÃO RECONHECE....PELO MENOS UM APERTO DE MÃO E UM VC FOI GUERREIRO ....PARABENS......MAS SÓ EXISTE QUEM CHEGOU NAS MIL MILHAS ATÉ AO 10º DAÍ PRA FRENTE NÃO VALEMOS NADA.......QUEM EXISTE SÃO SEMPRE OS MESMOS , LUIZ PEREIRA BUENO , INGO , GUARANA , PAULÃO E TANTOS OUTROS ......QUE EU NÃO TIRO OS MÉRITOS DELES, MAS EU APRENDI QUE COMPETIÇÃO É COMPETIÇÃO NINGUÉM É PRIMEIRO SE NÃO TIVER OS ÚLTIMOS E OS ÚLTIMOS TAMBÉM QUEREM SER OS PRIMEIROS, POIS TEM MUITOS DELES QUE GASTARAM TALVEZ MAIS QUE OS PRIMEIROS E FOI MUITO MAIS SACRIFICANTE......E NINGUÉM LHES DÁ UM PEQUENO EMPURRÃO........ESTOU FALANDO ISSO PORQUE EU JÁ FUI UM DELES.....E NEM POR ISSO DEIXEI DE AJUDAR ALGUNS QUE PARTICIPARAM DE VÁRIAS CATEGORIAS QUE PASSEI .....
CHEGUEI A AJUDAR A PAGAR A INSCRIÇÃO VARIAS VEZES DE AMIGOS PRA PODER CORRER....SIM EU FIZ ISSO JÁ E NÃO ME ARREPENDO AO PASSO QUE MUITOS DELES FALARIAM MENOS UM .........

ESTA FOI UMA DAS MIL MILHAS QUE PARTICIPEI QUE TRABALHEI MUITO E APRENDI TAMBÉM E SÃO ESTAS QUE NOS DÃO BAGAGEM DE TODA UMA VIDA AUTOMOBILISTICA QUE TANTO GOSTAMOS .......UM ABRAÇO ........FERRAZ."

Rally das Serras SC: João Franciosi e Rafael Capoani fecham o primeiro dia na frente




A dupla venceu as duas especiais do dia. Competição fecha
com mais duas especiais neste domingo, a partir das 7h.

São Joaquim (SC) - A dupla formada pelo piloto João Franciosi e navegador Rafael Capoani, da categoria Protótipo, foi o destaque do primeiro dia de competições do Rally das Serras SC/Copa Baja Santa Catarina. Neste sábado de muita chuva pela manhã e tempo encoberto de tarde, eles venceram, com um Sherpa, as duas especiais programadas, com 86,07 km e 120,27 km, respectivamente, fechando o dia com 3h18min34seg. A segunda colocação ficou com Roberto Reijers e Rogério Almeida (Ford Ranger), também da Protótipo, com o tempo de 3h20min03seg, enquanto Mauricio Bortolanza e Gustavo Bortolanza (Mitsubishi Evo), outro da Protótipo, completou o primeiro dia na terceira posição, com 3h20min38seg.
O Rally das Serras/Copa Baja Santa Catarina prossegue neste domingo com mais duas especiais entre as cidades de São Joaquim e Urupema. Pela manhã, a partir das 7h, acontecerá a largada simultânea para todos os participantes no Parque Nacional da Maçã. A primeira especial, Campos da Serras, terá 100,23 km, um terreno com bastante pedras, trail e pista molhada. A segunda, a SS Pericó, terá 51,83 km, com muita terra batida, piso liso, serras e pastos. A chegada está prevista para 11h e 11h30, respectivamente.
A programação do primeiro dia do Rally das Serras começou, como era previsto, com muita chuva. O primeiro desafio foi de 86,07 km, saindo de Urubici para Lauro Muller e passando pela Serra do Corvo Branco. De tarde, já sem muita chuva, os participantes enfrentaram 120,27 km, entre Lauro Muller e São Joaquim, desta vez pegando as trilhas e estradas da Serra do Rio do Rastro, com chegada em São Joaquim.
Franciosi e Capoani tiveram um dia perfeito, conseguindo vencer a primeira especial com vantagem de três décimos para Reijers e Almeida. No segundo trecho cronometrado a diferença acabou sendo ainda maior, de 49 segundo, o suficiente para lidera a competição com 1min28seg.
O líder da categoria Protótipo, Jean Azevedo/Youssef Haddad, fez um prova cautelosa, já que precisa de um terceiro lugar para garantir o titulo de 2009. Depois de fechar a primeira prova em terceiro lugar, a dupla teve uma pane elétrica e sofreu para conseguir voltar à prova. Para sua sorte, Riamburgo Ximenes e Stanger Eler, principais adversários na briga pelo titulo, acabaram caindo em uma vala no final da segunda especial e facilitaram as coisas para os primeiros colocados, que são os novos campeões da temporada (resultado extraoficial)

Os melhores do dia foram os seguintes:
1°) João Franciosi/Rafael Capoani - Sherpa* - 3h 18m 34s9
2º) Roberto Reijers/Rogério Almeida - Ford Ranger* - 3h 20m 03s5
3º) Maurício Bortolanza/Gustavo Bortolanza - Mitsubishi Evo* - 3h 20m 38s8
4°) Marcos Moraes/Edu Sachs* - Sherpa - 3h 23m 30s6
5°) Julio Bonache/Lourival Roldan - Mitsubishi Evo* - 3h 24m 35s9
6°) Reinaldo Varela/Marcão Macero (1º Super Production) - Mitsubishi RS - 3h 28m 15s9
7º) Paulo Lima/Daniel Andrade - (2º Super Production) - Mitsubishi RS 3h 29m 03s1
8°) Jean Azevedo/Youssef Haddad - Mitsubishi Evo* - 3h 36m 17s8
9º) Luiz Facco/Silvio Deusdará - Mitsubishi Evo 3h 38m 57s2
10°) Carlos Policarpo/Rômulo Seccomandi (1º Production) - Mitsubishi Triton 3h 42m 08s8

O Rally das Serras/Copa Baja Santa Catarina é uma realização da Racing Adventure e São Joaquim Eventos Radicais, com organização da Federação de Automobilismo do Estado de Santa Catarina e Federação de Motociclismo Catarinense, com supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. O patrocínio é do Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio da Rio Água de Coco e das prefeituras de São Joaquim, Grão Pará, Orleans, Urubici, Lauro Muller, Bom Jardim da Serra e Urupema.
Mais informações no site oficial, www.copabja.com.br

Rally das Serras SC

Chuva deve ser a surpresa das especiais deste sábado .


São Joaquim (SC) - As duas etapas especiais do Rally das Serras SC deste sábado deverão ter um ingrediente a mais. Depois de um longo período de seca e calor, com temperaturas passando dos 30 graus, a previsão de chuva se confirmou já nesta sexta-feira em São Joaquim, dando um sabor a mais para as duas especiais previstas para este sábado, a partir das 9h. O Rally das Serras SC é válido pelas 13a e 14a etapas do Brasileiro de Cross Country para carros e caminhões, além da 1a e 2a etapas da Copa Baja Santa Catarina. A competição terá um total de 280 quilômetros, divididos em quatro especiais (trechos cronometrados).
A primeira especial começará às 9h, em Urubici, no Posto Texaco, com as motos, enquanto os carros sairão um pouco mais tarde, às 10h30. Ambas terminarão no Ginásio de Esportes em Lauro Muller. Dalí terá início a segunda especial do dia, na Serra do Rio do Rastro, um dos locais mais bonitos do país e perfeito para a disputa do cross country. O primeiro carro deverá chegar ao Parque da Maçã, em São Joaquim, por volta das 15h. A programação do dia terminará com o briefing para as provas de domingo, a partir das 20h, também no Parque da Maçã.
As etapas do Rally das Serras SC/Copa Baja Santa Catarina têm tudo para a agradar aos participantes. Afinal, a região proporciona uma variedade de pisos e condições, que exigirão bastante dos pilotos e navegadores. As especiais do Rio do Rastro e Pericó serão os destaques do primeiro dia, com terra batida, pastos, serras, cascalho e piso molhado. Ou seja, o evento já começa a todo o vapor e com muita adrenalina.
"A prova está muito legal. Para quem gosta de cross country será uma verdadeira festa. Com a chuva, a situação ficará ainda mais emocionante", destaca Albert de Oliveira, coordenador técnico do Rally das Serras SC.
Vistoria e Prólogo
A sexta-feira foi marcada pela vistoria dos veículos participantes, bem como pela realização do Prólogo, com dois quilômetros, que definiu a ordem de largada para as especiais deste sábado. Os dois eventos aconteceram no Parque Nacional da Maçã.
O Rally das Serras/Copa Baja Santa Catarina é uma realização da Racing Adventure e São Joaquim Eventos Radicais, com organização da Federação de Automobilismo do Estado de Santa Catarina e Federação de Motociclismo Catarinense, com supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. O patrocínio é do Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio das prefeituras de São Joaquim, Grão Pará, Orleans, Urubici, Lauro Muller, Bom Jardim da Serra e Urupema.

Mais informações no site oficial, www.copabja.com.br
Foto Cronospeed.com

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

RALLY DAS SERRAS - SC

Jean Azevedo/Youssef Haddad .

Guido Salvini /Wiedner Moreira/Fernando Chwaaigart .



São Paulo (SP) - A primeira edição do Rally das Serras SC/Copa Baja Santa Catarina, marcada para o período de 13 a 15 de novembro, em São Joaquim e região, tem tudo para ser muito disputada. A competição, válida pela 13ª e 14ª etapas do Campeonato Brasileiro de Cross Country para carros e caminhões, e 1ª e 2ª provas da Copa Baja Santa Catarina, reunirá alguns dos melhores nomes da modalidade no país, muitos entre os primeiros colocados no ranking nacional. A programação oficial começa nesta sexta-feira, com a largada promocional e Prólogo noturno no Parque Nacional da Maçã, em São Joaquim.

Penúltima competição da temporada, o Rally das Serras SC contará com o que há de melhor na atualidade, muitos entre os primeiros colocados do ranking nacional. Entre os confirmados estão as duplas Reinaldo Varela/Marcão Macedo, José Jorge Sawaia/André Sawaia, Luiz Facco/Silvio Deusdará, respectivamente os três primeiros colocados na categoria Super Production; Carlos Policarpo/Rômulo Seccomandi, líderes da Production.

Na categoria protótipo a briga também promete ser boa, com a presença das três melhores duplas no momento: Jean Azevedo/Youssef Haddad, Riamburgo Ximenes/ Stanger Eler e Roberto Reigers/Rogério Almeida, respectivamente. Já na categoria Caminhões estão confirmados dois trios, Guido Salvini/Weidner Moreira/Fernando Chwaigart, primeiros do ranking, e Amable Barrasa/Evandro Bautz/Raphael Bettoni.

“Estamos de volta a São Joaquim em grande estilo. A presença de tantas feras é uma honra e, certamente, proporcionará um grande espetáculo para o público da região. Serão três dias de muita emoção e técnica”, explica Dionysio Malheiro, diretor da Racing Adventure, organizadora do Rally das Serras SC e criador do Rally dos Sertões e Copa Baja Brasil.

O apoio mecânico será no Parque Nacional da Maçã, em São Joaquim, e estará liberado para as equipes a partir desta quinta-feira (12). Ali também está marcada a vistoria técnica, a partir das 14h de sexta-feira, dia 13, simultaneamente para carros e motos. O prólogo noturno será no mesmo local, na sexta-feira.

A competição terá um total de 280 quilômetros, divididos em duas especiais no sábado e duas no domingo, com variedade de pisos. A SS de Campos das Serras tem um terreno com bastante pedra, trail e pista molhada; já a SS de Corvo Branco apresenta terra batida, piso liso e ruim. A SS do Rio do Rastro, um dos locais mais bonitos do país, terá piso de minério (20%), asfalto, pedra cascalho e piso molhado, e finalizando, a SS Pericó é de terra batida, piso liso, serras e pastos.

O Rally das Serras/Copa Baja Santa Catarina é uma realização da Racing Adventure e São Joaquim Eventos Radicais, com organização da Federação de Automobilismo do Estado de Santa Catarina e Federação de Motociclismo Catarinense, com supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. O patrocínio é do Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio das prefeituras de São Joaquim, Grão Pará, Orleans, Urubici, Lauro Muller, Bom Jardim da Serra e Urupema.

Mais informações no site oficial,
www.copabja.com.br
Fotos Donizzetti Castilho .

terça-feira, 10 de novembro de 2009

500 KM de Porto Alegre 1962 -PROLOGO II

Enquanto a Graziela e eu pesquisamos todos detalhes da corrida assisto sempre que posso o vídeo , e não poderia deixar de compartilhar com vocês alguns instantâneos que vou retirando , como pouco sei mexer em computadores talvez não fiquem com uma super qualidade , mas como eu , tenho certeza que vocês vão sentir a mesma emoção ao ver um pedaço importante da história de nosso automobilismo .
Depois vou identificar cada nome , mas na foto acima quantas vitórias ? Quanto esses homens nos fizeram vibrar ? Vitórias em MIL MILHAS , 500 KM de Porto Alegre , 500 KM de Interlagos , mil vitórias !





No vídeo essa rodada aparece com todo seu esplendor , vocês vão ver , vinha forte e rápido e rodou a partir do ponto de tangencia da curva .




Quem faz o trabalho dos fiscais de pista são homens da Força Publica que ajudam o carro que aparentemente apagou .Simplesmente sensacional !!!!!










Pode parecer que estou protelando , mas vamos estudar a fundo a corrida , e acredito que do vídeo vamos tirar mais de 300 instantâneos , mostrar a vocês cada detalhe da corrida , cada nome , cada carro .
Deixo meu abraço carinhoso a D. Jô , Nelson e Graziela .

domingo, 8 de novembro de 2009

As carreteras de Passo Fundo e seus audazes pilotos

Carratera Chevorlet/Corvette Nº.1 de Orlando Menegaz com as 4 rodas no ar

Inicio descrevendo-as

As carreteras, carros de corrida que iniciaram as competições automobilísticas em Passo Fundo derivaram das "baratas" (coupes) Ford e Chevrolet dos anos 1937 a 1940, de onde eram retirados pára-lamas, pára-choques, bancos e outros itens, com modificações em suspensões, freios e motores num primeiro estágio. Seu nome, herdado dos "hermanos" argentino-uruguaios significa estrada/rodovia.


Um pouco da história

Quarta-feira, 14 de abril de 1926, o jornal O Nacional então bi-semanário noticiava a vitória fácil de uma baratinha amarela (possivelmente uma Ford), num desafio em plena Avenida Brasil centro.

Em 15 de junho de 1928 o mesmo jornal, O Nacional, noticiava a mais longa disputa automobilística do Estado, até então.

Itinerário

Júlio de Castilhos a Passo Fundo com retorno a Júlio de Castilhos até a praça central.

Distância
586 km por um caminho ao longo da via férrea.

Vencedor

Carlos Fumagalli, com Ford contra Cyrus Bastos, com Chevrolet.

A relação entre as notícias, Passo Fundo entrando de pé embaixo nas competições. E no noticiário jornalístico sobre automobilismo, desta vez com repercussão estadual.

Como seria o futuro

O Desenrolar

O próximo evento, envolvendo nossa cidade, ocorreu no circuito do Cristal, em Porto Alegre, no dia 18 de julho de 1943, quando realizou-se a prova para carros movidos a gasogênio - gás pobre produzido pela queima de lenha ou carvão em equipamento pesadão, anti-estético, anti-aerodinâmico, colocado geralmente na traseira das baratas.

Com todos os anti-contra, o gasogênio possibilitou que parte dos automóveis, pick-ups e caminhões continuassem rodando sem a gasolina que era toda importada, consequência da 2ª Grande Guerra Mundial.

O grid de largada foi ótimo, pois 20 e tantos carros alinharam. Ary Burlamaque foi exceção correndo por Passo Fundo com Oldsmobile 1942 e gasogênio à lenha, fabricado pela Indústria Menegaz de nossa cidade. Outro passo-fundense que alinhou foi Guaraci Almeida Costa. Nossos representantes não conseguiram as melhores colocações. Mas os futuros pilotos da terra começaram a fazer o dever de casa. Adquiriram suas baratas, desenvolveram conhecimentos mecânicos, testaram, experimentaram e deram-se por preparados para os embates que aconteceriam ali na frente.


A consolidação

E o grande dia chegou. Era 29 de setembro de 1948, domingo de manhã quando foi dada a largada para a Copa Rio Grande do Sul, na distância de 824 km com saída em Porto Alegre, passando por Caxias, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo retornando à capital do Estado. O grande vencedor foi Alcídio Schröeder representando Passo Fundo com carretera Ford, que lutou quase 9 horas contra chuva, barro, pouca visibilidade e um ferrenho piloto adversário. Recebeu a bandeirada do então governador do Estado, Walter Jobim. O Leão da Serra, como era conhecido Alcídio, foi o piloto pioneiro da capital do Planalto Médio e passou para os demais, seus predicados, na condução dos bólidos.No ano seguinte, 1949, Aido Finardi, o Rei das Curvas, deu continuidade à participação de pilotos de Passo Fundo em provas automobilísticas.


Governador Walter Jobim dá bandeirada de largada, a carretera nº 2 arranca na frente
(Foto cedida pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre-RS)


A Evolução dos Motores

As carreteras Ford que usavam motores V8 59A e 8BA, inicialmente, passaram a usar o equipamento EDELBROOK com dois ou três carburadores o que elevava substancialmente os HP. Usaram depois os motores Ford 272, 292 e 302. A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.

Outras melhorias
Endureceram-se as suspensões, colocando-se mais um amortecedor por roda. A luta com os freios continuava inglória, bem como, contra o aquecimento. Colocaram-se tanques e bomba manual para injetar água no circuito na tentativa de resfriar os motores. Lá pelas tantas apareceu a câmara de ar dupla, que em caso de furo dava um tempo extra para o piloto/co-piloto.
As caixas de câmbio originais de três marchas foram substituídas algumas vezes pelas caixas de quatro marchas dos carros Jaguar.

A grande mexida no Chassi/Carroçaria
Aconteceu com a vinda do ótimo piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre - em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro". As carreteras gaúchas transportavam mais ou menos 300 kg dispensáveis completamente e que foram eliminados com rapidez depois do ensinamento de Galvez com o uso de furadeiras elétricas portáteis e brocas afiadas.

A quadriculada agitou-se mais seguidamente
Somando-se as participações dos nossos pilotos, competimos no período de 1948 a 1962, em 73 provas disputadas, com 14 vitórias, 12 segundos lugares, 18 terceiro lugares, 11 quarto lugares e 9 quinto lugares como resultados mais expressivos, para os pilotos de Passo Fundo.

Ficaram na história os seguintes pilotos
Aido Finardi - Alcídio Schröeder - Daniel Winik - Ítalo Bertão - Orlando Menegaz - Sinval Bernardon.

As vitórias que mais ecoaram foram
- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;
- novembro de 1961: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet Corvette da dupla passo-fundense;
- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas de Interlagos, a prova mais importante do País.

O fim da era gloriosa
Aconteceu a partir da vitória da dupla Chico Landi e Jan Balder com BMW-2002 no circuito da Pedra Redonda (Porto Alegre) em 11 de agosto de 1968. O carro importado, de ótima mecânica, freio a disco nas quatro rodas e caixa de cinco marchas e pesando pouco.
A superioridade da BMW foi flagrante. Simultaneamente, por causa de acidentes, em provas anteriores era proibida a realização de corridas em ruas.Assim brusca e melancolicamente encerrou-se fase importante do automobilismo gaúcho, não sem antes revelar competentes mecânicos preparadores e exímios e audazes pilotos. Com isto abriu-se o caminho para os autódromos de Guaporé e Tarumã. As carreteras ainda hoje despertam os mais variados sentimentos. Nas crianças: medo (pelo ronco) e espanto. Nos jovens: curiosidade dada à aerodinâmica, e nos contemporâneos muitas lembranças que mexem com as emoções, não raras vezes levando às lágrimas.
Daniel Winik é o único piloto ainda vivo. Ele garante que relembrar é viver, sem dúvidas, ainda que as emoções sejam demais, ainda hoje, meio século passado.


Histórias e mais histórias, as brincadeiras que estes audazes e corajosos pilotos faziam, no mínimo, nos deixa saudade

Curiosidades ligadas as carreteras e seus audazes pilotos

- Orlando Menegaz foi o primeiro piloto gaúcho a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó à Passo Fundo). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;

- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 ou 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;

- Orlando com a poderosa carretera Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.Orlando que ouvia mal, alegou que não ouviu o tiro, da largada, de revólver. Como desculpa;

Orlando Menegaz e parte de seus troféus - fazenda no Espírito Santo

- Winik ganhou outra aposta desta vez do Aido Finardi, cuja carretera disputava a Força Livre. Estabelecidos handicap (vantagem), hora e local os contendores apresentaram-se. A condição era que Winik não mexesse no motor de sua carretera que era Standard o que ele cumpriu, mas em compensação retirou a carroçaria completa, por recomendação do Orlando. Como o tiro era curto, Winik ganhou mesmo sentado num caixote e acelerando através de um arame. Aido pagou o churrasco alegando sempre que foi enganado;
- Winik disputou a 1ª Mil Milhas Brasileiras em Interlagos em novembro de 1956 com sua carretera Ford Nº. 34. Como foi rodando de Passo Fundo à São Paulo e para não ter problemas na estrada municiou-se com licença especial... O exímio Sinval Bernardon foi o co-piloto;
- Outra do Winik: usou metade de uma melancia como capacete e uma soga (corda grossa) como cinto de segurança e exibiu-os para o fiscal do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul que vistoriava as carreteras e pilotos, quanto às novas exigências de itens de seguranças.
Winik confirma tudo;

- Orlando perdeu outra, na tomada de tempo para uma das provas, circuito da Boa Vizinhança-RS, seu tempo foi igual à de piloto de Porto Alegre, concordaram resolver no cara/coroa, Orlando escolheu coroa e perdeu. A moeda tinha duas caras. Anos depois, ele ficou sabendo da 'marmelada';

- Antoninho Burlamaque, residiu em Passo Fundo entre 1943 e 1948, trabalhava com o irmão Ari Burlamaque, dono da concessionária GMC: Cadillac, Buick, Oldsmobile e Pontiac, onde conheceu entre outros, os pilotos de carretera e naturalmente, já foi 'contaminado' pelo vírus da velocidade.
Mudou-se para Caxias do Sul-RS e agora, sócio do Ari inauguraram a Auto Palácio Revenda GMC. As plantas da construção civil vieram da GMC dos Estados Unidos.
- Antoninho Burlamaque em 1950, por ocasião da prova Automobilística da Festa da Uva, adaptou um Oldsmobile 1950, novo do ano, para disputá-la, contra as carreteras inscritas.
No treino de adaptação, um pneu dianteiro estourou e o carro desceu um barranco. Depois de marteladas pra cá e pra lá, o Oldsmobile disputou a prova, entrando em 7º lugar. Drama maior viria depois, o Oldsmobile era do João Burlamaque, da concessionária Chevrolet de Guaporé-RS, irmão mais velho.
Em seguida, Antoninho adquiriu a carretera Ford do Alcídio Schröeder, com qual disputou algumas provas, sempre com problema de superaquecimento do motor que tentou resolver com a instalação de uma serpentina de canos d'água, por cima da capota, ligada ao radiador.

Agradeço aos meus queridos mãe e pai Jucélia Anna e Nelson M. Rocha a colaboração neste artigo.

Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS


MEMORIAS DE UM FÃ

"As fotos que enviei são de temporadas diversas, vou tentar puxar na memória datas e pilotos. O fusca nº 37 parado na entrada do "Laranja" é do "Tide Dalécio" e foi fotografado pelo meu pai, Luiz Guimarães Jr., em 1980 durante um treino de Sábado para a última prova de Divisão 3, assim como o Fusca do Lara que estava acelerando nos boxes improvisados na curva do Sargento. Estes boxes eram utilizados pela categoria "Estreantes e Novatos".


MIL MILHAS 1984 João Lindau/Sebastião Santos/Arlindo Camargo .


Outras 3 fotos são das Mil Milhas de 1984: o fusca nº 91 do José Ferraz em dupla com o Julio Migliori, outro fusca, o nº 61 da dupla Carlos Manzetti / Julio Borella e o Opala nº 54 do João Lindau compondo o trio com o Sebastião Santos e Arlindo Camargo. Essa prova foi caracterizada por um violento acidente na largada, com chuva, quando o Opala do Beto Nogueira que largava em 2º ficou parado, provocando a colisão de 8 veículos dentre os 70 que largavam.





MIL MILHAS 1984 Julio Borella/Carlos Manzetti .

MIL MILHAS 1984 José Ferraz/Julio Migliolli .

Tide Dalécio quebrado no "Laranja"

As demais fotos são de uma prova de Hot Car em 1984, quando poucos fuscas ainda resistiam na categoria, já dominada pelos Opalas da extinta Classe C, empobrecendo o espetáculo e minando os mais belos carros de competição que já vi correr. O nº 1 é do Amadeu Rodrigues, veículo reconstruído após o incêndio na penúltima etapa de 1983. O nº 37 é novamente o "Tide Dalécio", com o carro que pertencia ao Laércio dos Santos e anteriormente era do Amadeo Campos. O nº 66 é do Carlos Manzetti e o n° 13 do Isnaldo Bezerra, da Jovem Car de Santo André, veículo que em 82 e 83 pertenceu ao Orlando Belmonte. Em 1985 havia apenas um fusca correndo regularmente na categoria, do José Forcolin que posteriormente também trocou o carro por um Opala e o "Sueco" que participou de uma ou duas provas para em 86 correr com um Fiat 147 e depois também optou pelo Opala. O último fusca que presenciei em Interlagos foi este mesmo que pertencia ao "Tide" quando o Marcio Sciola correu na temporada de 90 pela categoria Força Livre." Fabiano Guimarães .
Junior Lara Campos .

NT : As fotos e texto do Fabiano Guimarães são do tempo em que ele incentivado por seu pai era um fã , depois vai nos contar de sua carreira . E juntos vamos escrever das MIL MILHAS de 1984 em que corri em parceria com Fabio Levorim e Alexandre Benevides . As fotos mostram meus amigos Ferraz , Junior e o saudoso João Lindau , valeu Fabiano !