A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 31 de julho de 2013

BESOUROS NO ASFALTO -2º Capítulo.

Amadeo, Arturo, Amadeu e Mogames.

Em abril, mês seguinte após a abertura do Campeonato, reuniu-se o “circo” da Divisão 3, na pista de Interlagos e o fato da sede da maioria das equipes ser na Paulicéia logo se fez sentir: 37 carros inscritos num grid puxado por Amadeu Rodrigues, ainda mordido pela desclassificação no Rio. Rodrigues foi o mais veloz, dividindo a primeira fila com o campeão Arturo Fernandes e depois vinham José Romano, Jr.Lara Campos, J.Franco ( o melhor dos Passats), Amadeo Campos e Rick Mogames seguidos dos outros três Passats, de Vicente Correa, Yoshikuma e Júdice. 

Amadeu larga na pole.

No domingo, um público pequeno, assustado pelos 200 cruzeiros (!!) do ingresso, assistiu Amadeu Rodrigues dar uma largada fulminante e tomar o primeiro lugar enquanto Arturo perdia posições para Romano e Lara Campos. Mas ainda no fechamento da primeira volta, Turito assumia a liderança, acompanhado de Amadeo Campos. Revezando-se na frente, eles distanciaram-se do grupo formado por João Franco, Lara Campos, Mogames e Amadeu Rodrigues. Franco e Lara abandonaram a disputa com problemas, o que beneficiou Rodrigues e Mogames que assumiram suas posições. Na ponta, o pega foi até a última volta, quando Arturo Fernandes decidiu a parada. 

 Arturo, Amadeo e Mogames.
Arturo, Mogames, Amadeu e Amadeo.
 Arturo, Amadeo, Jr Lara, Amadeu, Mogames e João Franco.
 Arturo e Amadeo.
 A rodada de Amadeu.


Na segunda bateria foi a vez de Ricardo Mogames largar muito bem, seguido por Arturo e Amadeu Rodrigues. Mas Turito mais uma vez foi para a frente. Amadeo Campos, um pouco mais atrás, começou a pressionar seu companheiro na Equipe Cetil/Presidente, Mogames, para perseguir Fernandes. A briga pela ponta desta vez seria entre três carros (casualmente, o #1,#2 e #3).Percebendo que estava ficando para trás, Amadeu Rodrigues acabou rodando na Ferradura na ânsia por recuperar-se. Já entre os ponteiros, a briga era de foice no escuro. Mogames assumiu o primeiro lugar na freada da Curva 3 na última volta, contudo Arturo devolveu a ultrapassagem no Sargento e venceu outra vez, com pequena vantagem. Com o terceiro lugar na prova, Rick Mogames era o novo líder do Brasileiro com 27 pontos, secundado por Arturo e Lara Campos, empatados com 20. Recuperando-se, Amadeu Campos aparecia na quarta colocação com 15 pontos. As Brasílias de José Antonio Bruno (5º) e Dimas Pimenta (7º), chamaram a atenção por terem terminado melhor que os Passats, mas a disputa estava só aquecendo.

 Romano, Amadeu, Amadeo, Arturo, Mogames...


CARANGUEJO

segunda-feira, 29 de julho de 2013

BESOUROS NO ASFALTO -1º Capítulo.

Novelas...história em capítulos, suspense, clímax. Seria possível transportar todos esses elementos para um Post no” Histórias...” e não matar de tédio aqueles que o prestigiam? Vale tentar. De cara pensei que o jeito era tratar de um tema de interesse mútuo, algo que agradasse a maioria e o que poderia ser melhor do que o Campeonato Brasileiro de Turismo Especial –Divisão 3 de 1980? Esse foi um ano marcante, pois tratava-se da última disputa com os combativos VWs ainda em forma, numa categoria em que eles eram os ícones. A partir da temporada seguinte, uma chusma de Passats aportaria na D3 e alteraria seu nome para Hot-Car. Nada mais seria como antes. Pretendo então, contar o que houve naqueles dias agitados, trinta e três anos atrás, baseado em artigos da época, um pouco da memória e com a vantagem que muitos dos protagonistas – meus personagens – estão por aí e podem vir a público e esclarecer ou mesmo me puxar as orelhas. Vamos lá então, sinal verde.

CARANGUEJO






Início da década de 80, movimentavam-se pilotos, preparadores, mecânicos para a disputa do Brasileiro de Turismo Especial. No ano anterior o Campeonato iniciara em setembro e tivera somente quatro etapas. Desta vez, com o patrocínio de uma instituição financeira e o dobro de corridas, começando em março, pensava-se em resgatar o público fiel da categoria e buscar o espaço que ela vinha disputando com a FVW1600 ou a Stock Cars. Etapa inaugural no Rio de Janeiro, na pista de Jacarepaguá e de cara, pole position do gaúcho Fernando Moser, uma cria de Tarumã e que sempre tinha boa performance na pista carioca. Após o Gordo Moser e na ordem, José Carlos Romano, Arturo Fernandes, Amadeu Rodrigues, José Antonio Bruno (com a Brasília frente limpa-trilho), Amadeo Campos, Lara Campos (este apresentava seu VW novo, com suspensão traseira McPherson), Ricardo Mogames, Yoshikuma e Gonzales. 


Arturo, Amadeu e Romano.
Romano
Jr Lara
Além do calor escaldante, praticamente todos queixavam-se do uso obrigatório das bobinas nacionais. Largada da primeira bateria, Moser saltou na frente enquanto Campos e Bruno tinham problemas. Amadeu Rodrigues logo deixava para trás Romano e Arturo, enquanto Rick Mogames e Lara Campos recuperavam-se. Romano abandonava com problemas na carburação e Rodrigues assumia a liderança. Ele venceria sem grandes problemas, acompanhado por Moser e Arturo Fernandes. Na segunda bateria, Amadeu continuou dando as cartas; ele voltou a assumir a ponta, deixando Fernando Moser brigando com Lara Campos. O motor do gaúcho o deixaria na mão e Lara começou uma boa disputa pela ponta com Rodrigues. 


Chegada, Amadeu e Moser

Enquanto o VW de Amadeu era veloz nas retas, o #5 Pocket-rocket de Lara Campos o alcançava nas curvas e acabou vencendo. Mogames foi o terceiro. E houve então a última surpresa. Pela soma de tempos, Amadeu Rodrigues ganhara a etapa, mas ele terminou desclassificado pois na pesagem seu carro acusou um peso de 685 quilos em vez dos 691 permitidos. E assim Lara Campos venceu, assumindo a ponta do campeonato com 20 pontos, cinco à frente de Mogames e oito sobre Claudio Gonzales. Mas tudo estava apenas no seu início...

Caranguejo


Alguns dos personagens...
Entre José Antonio Bruno e Tide Dalécio está Amadeu Rogrigues.


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NT: A Divisão 3 como todo automobilismo é regida pelo Anexo J da FIA, qualquer modificação no texto original tem que ser aprovado pelo CTD - Conselho Técnico Desportivo. No caso a categoria está inserida no item três do anexo e era disputada com carros de turismo onde a preparação de motores era quase livre, mantendo-se a cilindrada para Classe A até 1.600cc, os câmbios podiam ter suas relações de marchas trocadas, mas como regia o regulamento os sistemas teriam que permanecer os mesmos, ou seja para exemplificar; suspensões com barras de torção não poderiam ser trocadas por sistema McPherson como no caso da Brasília do Dimas que usava a frente enxertada da Variant II trocando a barra de torção original do VW pela McPherson.
No caso do peso do carro do Amadeu, o mínimo para categoria era 685 kg e sua alegação de troca de bateria é verossímil pois nos VW usávamos a ventoinha apenas para refrigeração das camisas dos cilindros, tirando delas o alternador. Alguns pilotos como eu dispunham de tomadas externas para ligar o carro.
Outro dia vi um comentário de um piloto que na D3 era tudo válido ou seja Força Livre, nada disso, existia um regulamento e era rígido como podemos ver no relato do Caranguejo, quem quiser disponho do Anexo J e pedindo envio por e-mail.

Rui Amaral Jr     

sexta-feira, 26 de julho de 2013

1975

Algumas fotos de meu amigo Marcos Sá me "obrigaram" à mostrar este dia de glória de nosso automobilismo, como já comentei aqui eu também estava lá, a lembrança nos basta!

À Carlos Pace

Obrigado Marcos, um abração

Rui

  Interlagos lotado!
Emerson chega para alinhar, na foto a McLaren M23 #2 de Jochen Mass, a Tyrrel 007 #4 de Patrick Dapailler, a Hesckeht 308B de James Hunt e a Tyrrel  #3 de Jody Scheckter.
 Carlos chega, para ocupar o 6º lugar no grid, o povo aplaude!
As fotos acima são do arquivo pessoal do Marcos.
J.P. Jarrier vai embora seguido das Brabhan de Pace e Reutmann.
Clay Regazzoni, Ferrari 312B3 quarto colocado e Emerson, McLaren M23 segundo colocado.
   Wilsinho Fittipaldi e o Fittipaldi FD02.
Na foto que recebi de minha amiga Ana e do acervo da família de Sérgio Mattos, Tite Catapani, Pace e Sérgio.
Foi indescritível!


Pole: Jean Pierre Jarrier, Shadow DN5 - 2`.29.880
Foi a primeira vez que um F.Um abaixou dos 2`30 em Interlagos.

Resultado final

quarta-feira, 24 de julho de 2013

500 KM de Interlagos 1961

Meus sinceros agradecimentos à Mariana e seu marido Luiz David Ribeiro, a filha deles Lina e seu marido Luiz Carlos Whitaker Sobral.

Rui Amaral Jr


Troféu dos 500 KM de Interlagos de 1961 de meu irmão Paulo.
 IV 500 KMS DE INTERLAGOS
AUTOMÓVEL CLUB DO BRASIL
FOLHA DE SÃO PAULO S.A
CATEGORIA ATÉ 2.500 CC
CAMPEÃO
7 DE SETEMBRO DE 1961
COMISSÃO DESPORTIVA ESTADUAL



 Paulo correu com Luciano Mioso e ao contrário do que está na Quatro Rodas eles chegaram em sexto lugar na geral e primeiro na categoria.  


terça-feira, 23 de julho de 2013

7ª Etapa Campeonato Paulista de F. Vee - Heitor Luciano Nogueira Filho

Acabei "pulando" o relato da sexta etapa por ter sido muito polêmico o seu desfecho mas como ainda não terminou o dito " processo", vou contar o que aconteceu na 7a Etapa do Paulista de F.Vee disputada no último sábado dia 20/7.
Como nosso motor já estava com 7 corridas, fui " convencido" (kkkk) a montar um novo motor pelo meu preparador o Humberto Guerra da HT Guerra. Compramos todos os " ingredientes" da receita para fazer um bom bolo ( ops....motor) e logo depois da sexta etapa começamos a montá-lo, e como diversos processos envolvem trabalho de terceiros, a montagem sempre é demorada, mas foi finalizada na segunda feira da semana da corrida e o motor montado no carro na terça feira. 
Após a montagem fizemos a primeira " ligada" e demos vida ao novo motor. Feitas todas as checagens de pressão, temperatura, vazamentos etc... constatamos que estava tudo perfeito o que já viabilizava o amaciamento na quinta feira de treinos livres.
Paralelo à montagem do novo motor, fizemos uma revisão no motor original ( não é velho não..kkkk) e trocamos as bronzinas que já apresentavam alguns sinais de desgaste e deixamos ele de stand-by para caso de alguma emergência.
Quinta feira pela manhã participamos do primeiro treino as 8:00h e rodamos praticamente durante todo o treino de 40 minutos em velocidade bem moderada, fazendo algumas paradas para ajuste de mapa de injeção e adicionando álcool no tanque. Tudo perfeito, pressão Ok, temperatura Ok.
Segundo treino as 11:00h saímos já exigindo mais do motor, mas logo no início do treino tivemos um acidente de um F.Vee que interrompeu o treino durante vários minutos e com isso pudemos rodar cerca de 15 minutos apenas....
As 14:00h participamos do treino final e já começamos a fazer voltas mais rápidas e simulamos uma corrida perfazendo 14 voltas sem parar a fim de testar a durabilidade e performance do motor, embora ainda não estivéssemos exigindo toda a rotação permitida para uso na F.Vee que é de 6200rpm...
Final do dia, estávamos bem contentes com os resultados e confiantes para os treinos oficiais da sexta feira.
Sexta feira, o primeiro treino iniciou-se as oito horas e fomos os primeiros a entrar na pista. Como de costume iniciei a primeira volta em velocidade moderada, porém quando contornei o Laranjinha senti o motor " amarrar levemente" e imediatamente a pressão de óleo foi a zero, instintivamente cortei o motor e encostei o carro na grama para sair da zona de escape , acenei para os fiscais e acabei seguindo de reboque para os boxes. Quando lá cheguei reportei o fato aos membros da equipe que ligaram o motor e constataram que a pressão oscilava demasiadamente, embora o motor não apresentasse nenhum sinal de " batida" e resolveram checar o sensor de pressão do óleo. Acabei desistindo desse primeiro treino e trocamos o tal sensor, mas mesmo depois da troca a pressão continuava muito inconstante. Resolvi sair assim mesmo para o segundo treino e dar uma volta devagar para ver o que acontecia, mas dei a volta toda devagar e o problema persistia, acabei retornando aos boxes ( sem reboque...kkk) e desisti novamente do treino procurando localizar qual a razão do problema. Há muito se fala de eventuais problemas dessas carcaças de motor " mexicanas" com duas válvulas reguladoras de óleo e focamos nossos esforços para essa direção, procurando localizar alguma falha nesse componente. Retiramos as válvulas e até achamos sinais de eventuais travamentos. Isso nos deixou de certa forma contentes pois possivelmente localizamos a fonte dos problemas....
Após retirarmos as mesmas e fazermos um polimento nas mesmas recolocamos as tais nos seus devidos locais e demos partida novamente....para nossa tristeza o problema persistiu e aí nesse instante , tomamos a decisão de trocar esse motor pelo velho e bom " original" ...
O maior problema com o " original" é que ele estava com bronzinas novas e não teríamos tempo hábil antes da classificação para realizar o amaciamento do mesmo.


Largando na pole...

No sábado pela manhã deixamos o motor funcionando o quanto foi possível, e embora fosse ainda muito pouco não tínhamos outra opção que não fosse participar da classificação com esse motor...
Entrei na classificação rodando com o motor inicialmente a 3000rpm, depois subindo para 3500, 4000, 4500, 5000, 5500 e finalmente na última volta eu acelerei tudo que era possível e minha paciência com o "original" foi recompensada pois assinalamos a POLE POSITION, sendo os únicos a rodar na casa de 2:01, com 2:01.810, oito décimos mais rápidos que o segundo colocado que assinalou 2:02:600 !!!!
Comemoramos bastante essa P1 pois a sexta feira foi muito ruim para nós e o trabalho da Equipe HT Guerra foi perfeito durante a sexta à noite deixando o carro 100% para o sábado !!!
Bom, largamos na P1 e fizemos uma ótima largada, mantendo a P1 no fechamento da primeira volta, porém o Fernando Monis vinha num ritmo muito forte e acabou encostando e aí começou uma troca de posições que durou até a 14 ( !!!!????) volta, quando ele que estava em primeiro fez a curva do Mergulho e eu colado no seu câmbio, quando acendeu a luz de pressão de combustível e meu carro falhou, permitindo que ele abrisse aproximadamente a distância de 1 carro na entrada da Junção, tentei pegar seu vácuo na subida do Café e consegui só que tardiamente e pouco antes da bandeirada tirei de seu vácuo desviando para a direita mas ele acabou cruzando 26 milésimos de segundo na minha frente !!!


A chegada à 27/1.000...



Infelizmente ocorreu uma falha do Clube Organizador o São Paulo Auto Motor Clube, que colocou no Adendo de Prova da 7a Etapa, a duração da F.Vee com 30 minutos ao invés dos regulamentados 12 voltas ou 25 minutos, com isso a corrida acabou estendendo-se até a 15a volta, o que ocasionou essa falha no meu sistema de alimentação já que a previsão era para 12 voltas e não 15 como acabou sendo. Tivemos inclusive piloto que parou sem combustível na última volta !!!!!!
Finda a corrida subi juntamente com o organizador nosso grande Roberto Zullino para falarmos com o Sr. Ernesto Costa e Silva , Diretor de Prova e o mesmo disse que o Adendo havia sido publicado há mais de 20 dias e não houve nenhuma reclamação sequer...resumindo a história, NINGUÉM leu essa parte do cronograma, muito provavelmente pelo fato de já ser tão comum o tempo de duração, que não passou pela cabeça de ninguém uma possível mudança.....
E assim acabou a prova mais longa da história da F.Vee ...com
15 voltas...vamos pra próxima...

Abraço a todos  

Heitor Luciano Nogueira Filho    

FOTOS E VÍDEO: Ana Luiza Andreoni

Resultado da 7a etapa do Campeonato Paulista

1) 34-Fernando Monis, (15 voltas) 31:03.115
2) 55-Heitor Nogueira Filho, à .024
3) 36-Flavio Matheus, à 14.472
4) 50-João Tubino Nt, à 14.505?
5) 51-Arthur Leme, à 28.924?
6) 19-Rodrigo Rosset, à 29.090?
7) 78-Bruno Leme, à 29.350?
8) 32-Daniel Ebel, à 29.711?
9) 8-Edu Dias, à 31.646?
10) 44-Marco Vale, à 51.059?
11) 18-Ricardo Mangolini, à 53.795?
12) 16-Ricardo Soares, à 56.697?
13) 30-Marcelo Chamma, à 1:28.283
14) 27-Sergio Silva, à 1:30.952?
15) 7-Emilio Padron, à 1 volta?
16) 21-Vinicius Serafim, à 2 voltas?
17) 1-Marcus Leao, à 5 voltas?
18) 89-Glaucio Doreto, à 6 voltas?
19) 11-Marcio Mauro, à 9 voltas?
20) 0-Wanderley Valente, à 9 voltas
21) 14-Matheus Jacques, à 10 voltas?
22) 23-Willian Daulisio Jr, à 13 voltas?
23) 63-Luiz Reis F., à 14 voltas


Melhor Volta: Fernando Monis (34), 2:01.939 (média de 127,214 km/h), na 2ª volta


segunda-feira, 22 de julho de 2013

COURAGE

Brands Hatch 1968 com a Parnell P126 (BRM)
Silverstone, Maio de 1965, Courage vence na Formula 3.

Sou fã de dois esportes antes de qualquer outro, o boxe e o automobilismo, vistos de fora são violentos, lá dentro para quem se dispõe a leva-los com seriedade e dedicação são até mais violentos do que para quem os vê de fora.
Acompanho o automobilismo desde muito novo, já contei aqui a primeira vez que andei num carro de corridas, minha primeira corrida e por aí vai. Lia os jornais desde meus dez anos e lá conheci uma figura para mim inesquecível, Jim Clark, comecei acompanhar sua carreira e a ler revistas de automobilismo acredito que com meus doze anos e em minha casa circulavam alguns pilotos, amigos de meus irmãos mais velhos.   


Por volta de 1965 estava com treze anos e já lia tudo sobre automobilismo que me caía às mãos e acredito que foi na Autosport que li a primeira vez o nome Courage.
Logo me chamou atenção, pois coragem já sabia era um atributo dos grandes, em cima de um ring ou dentro de uma pista, sem ela no automobilismo pode-se até vencer corridas ou ser campeão, mas é com ela que se leva o carro e você mesmo até o extremo, até o limite, seu ou do carro. Ela foi o atributo dos grandes e acima de tudo é a eles que admiro.    
Senti pela primeira vez o que é a morte na pista nos 500 KM de Interlagos de 1963, estava lá com meus onze anos e quando o Celso se acidentou o clima ficou horrível, muitos anos depois meu amigo Expedito Marazzi me contou que ao ir abraçá-lo antes da corrida notou que estava diferente como se pressentisse algo. Vi a morte de meu ídolo, Jim e depois muitas outras, Rindt, Pace, Pedro, Jô, Ayrton ... Correndo não, apenas alguns acidentes que com a Graça de Deus nada demais houve. Um grande amigo sofreu um no Retão em Interlagos quando um dos outros participantes perdeu a vida, tenho o relato, fotos e recortes de jornais a muito tempo guardados e se um dia ele quiser contamos, mas sei perfeitamente de todo mal que isso causou a ele.

Monza 1968
Watikins Glen 1969 , Courage com uma Willians BT26A (Brabham) lidera Black Jack e Jackie Ickx ambos de Brabham BT26A. 2º lugar na primeira vitória de Rindt na Formula Um com um Lotus 49C.
Silverstone 1969
1970 Kyalami

Piers Raymond Courage nasceu em 27 de Maio de 1942  portanto dez anos antes de meu nascimento e certamente do mesmo signo que eu, Touro. Não vou contar sobre sua carreira isto é atributo de meus amigos historiadores, Carlos, Paulo e Caranguejo, conto apenas a partir da data em que comecei acompanhar sua carreira 1965.
Depois de correr nos campeonatos europeus de Formula 3 em 65 Courage se volta aos campeonatos britânicos da categoria, naquele ano na Ilha foram 75 corridas de Formula 3, entre as de clubes, vários grandes campeonatos e aquelas em que participavam os grande nomes do automobilismo como Clark, Brabham, Hill... 
Obviamente ele não correu em todas, apenas nos campeonatos mais importantes, assim como Emerson, e começou com um segundo lugar em Silverstone. Nesta corrida Courage pilotou um Brabham BT10 Ford Holbay da equipe Charles Lucas e o vencedor foi Roy Pike com uma Brabham BT16 Ford Cosworth. Nesta época os Formula 3 usavam motores de 1.000cc.
Depois dessa corrida vieram muitas vitórias, em Brads Hatch, Silverstone, Oulton Park... Até a última corrida do ano em Brandas Hatch quando já pilotava uma Lotus 41 Ford Cosworth.
Em 66 corre o campeonato europeu de Formula 2 com alguns bons resultados e estréia na Formula Um no GP da Alemanha em Nurburgring pilotando um carro da Formula 2, sendo esta sua única corrida na categoria neste ano.
Em 1967 continua se destacando na Formula 2 e faz três corridas na Formula Um, Africa do Sul e Mônaco quando quebra e Alemanha quando não se classifica.
1968 começa bem o ano chegando em segundo lugar na Itália em Enna correndo na Formula 2, vence Rindt com uma Brabham BT23C Cosworth FVA carro igual ao seu, em terceiro Branbilla vindo a seguir Regazzoni, Derek Bell e Ickx. Termina o ano vencendo a quarta etapa do torneio Argentino de Formula 2 com Rindt em segundo e Jô Siffert em terceiro. Neste ano corre na Formula Um pela equipe de Reg Parnell com uma BRM P126 e tem dois bons resultados, um sexto na França e Quarto na Itália.
1969 junta-se ao antigo amigo e companheiro Frank Willians, e com uma Brabham BT26 . Corre o mundial de Formula Um, seu estilo sempre o mesmo, arrojado, indo para cima mesmo sem contar com um equipamento de ponta sempre no limite, o fio da navalha. Neste ano consegue dois segundos lugares o primeiro em Mônaco, onde sempre fez boas corridas e o outro em Watkins Glenn na primeira vitória de Rindt na F I com a Lotus 49C, fora dois outros quintos lugares. Corre por uma equipe pequena e desde muito já vem mostrando do que é capaz.

A apresentação do DeTomaso 505 com Alexandro De Tomaso.

Mônaco 1970 com a DeTomaso 505.

Chega 1970 e Frank e ele fecham um acordo com Alexandro DeTomaso para desenvolverem um carro criado por sua empresa e desenhado por Gianpaolo Dallara. Nas primeiras quatro corridas do ano não corre em Mônaco e não se classifica na Espanha e quebra na Africa do Sul e na Bélgica. 
Aí vem Zandvoort...   

     Zandvoort 1970, Nina Rindt e Sally Courage.
Nina viria a saber tudo que sua amiga sofreu aquele dia três meses depois.
         
A Roger Williamsom, homem e piloto.
A Jimmy que levou a arte de pilotar a seu limite extremo.
A Luiz que apesar de não chegar à Formula Um no seu devido tempo também fez de sua arte algo que nos maravilhou.

Rui Amaral Jr


Post original de 5 de Setembro de 2011

NT: No You Tube cenas do acidente que vitimou Piers, preferi não mostrar.


Rui Amaral Jr

  

“Glamour e tragédia na origem de Interlagos”



Justificativa:

A história do automobilismo brasileiro é pobre em publicações, existem alguns livros que discorrem sobre provas ou carros, recentes, mas pouquíssimas que versem sobre o resgate da história do automobilismo brasileiro. Um pouco do que existe é sobre a prova “Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro”, o famoso “Circuito da Gávea”, mas e sobre São Paulo? Sobre as primeiras provas internacionais em solo paulista? Sobre o primeiro autódromo brasileiro? Quase nada. Com esse livro procuro preencher parte importante dessa lacuna.



O Autódromo José Carlos Pace, Interlagos, não tinha sua história devidamente contada para que as novas gerações soubessem a origem do moderno automobilismo nacional.

Objetivo da obra:

O trabalho procura resgatar e preservar parte importante da memória (história) do automobilismo nacional: a construção do primeiro autódromo em terras brasileiras. Mas para isso é preciso recuar um pouco e contar também sobre a prova que aconteceu em 1936, nas ruas e avenidas do bairro do Jardim América (Av. Brasil), que terminando em tragédia se transformou em um dos grandes motivadores para a construção da pista de Interlagos em 1940.

Então o livro está dividido em duas partes, a primeira contando e desmistificando algumas inverdades da prova no Jardim América, e a segunda, toda a história do projeto, construção e inauguração de Interlagos.

Na primeira parte é resgatada toda a história daquele que foi o primeiro grande evento automobilístico internacional realizado em São Paulo “I Grande Prêmio Cidade de São Paulo”. Com prefácio de Wilson Fittipaldi, o “Barão”, testemunha ocular do evento, e fotos originais da época, cedidas por Pedro Bittencourt, além de reproduções de jornais. Muitas ilustrações, pois esse é um assunto essencialmente iconográfico.

Na segunda parte é resgatada toda a história do autódromo, desde 1926 quando foram lançados os planos de construção do bairro “Balneário Satélite da Capital”, que incluía a construção de um autódromo, mas que em função da I Grande Guerra e das revoluções de 1930 e 32, no Brasil, foi engavetado, só sendo desengavetado após o trágico desfecho da prova no Jardim América. Seu projeto, sua construção e sua inauguração que acabou acontecendo com a realização do “I Grande Premio São Paulo”, a segunda corrida internacional em terras paulistas.

Aqui o prefácio é do ex-piloto dos anos 60, Bird Clemente.

Meu objetivo é que este livro possa ser útil na preservação da memória automobilística brasileira e sirva de fonte de consulta para as novas gerações de aficionados.

Paulo Peralta


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Ótimo Paulo, lá estarei e aproveito agora para estender o convite à todos que gostam de automobilismo.

Até lá

Rui