Quando a Fórmula Super Vê tornou-se uma categoria
interessante, era natural que a gente optasse por este ou aquele piloto. Eu, aqui das
coxilhas, via o paulista Ingo Hoffmann como a grande força da categoria, além do Chico
Lameirão, do Ricardo Mansur e do Benjamin Rangel. Mas claro, acabei torcendo pelo
brasiliense sacana do carro #12. Havia também um Magrão bom de braço, vindo da
querida Divisão 3.
Por volta de 1976, Piquet dominando o campeonato brasileiro, com
destino à Europa para novas conquistas, para quem torcer na então FVW1600?
A lógica
nos fez escolher o "Magrão" Alfredo Guaraná Menezes. Guaraná logo torou-se o
substituto de Piquet na Equipe Gledson, fundada por Benjamin Rangel, vencendo
magistralmente dois campeonatos brasileiros e participando das 24 Horas de Le Mans em
1978, num trio com Paulo Go-
mes e Marinho Amaral, obtendo uma belíssima sétima
colocação, com o Porsche 935.
Perguntávamos na época: o que este homem ainda faz no
Brasil? Seu lugar é no exterior, tentando vôos maiores, brilhando ao lado de
Piquet. Entretanto, não podemos manipular as vidas das pessoas, mesmo as que admiramos.
Nosso Magrão por aqui ficou. Venceu o campeonato brasileiro de F2-BR e os Mil
Quilômetros de Brasília em 1982, com Aldo Pugliese e Paulo Valiengo. Atuou como chefe de equipe,
ensinou a outros, como Helio Castro Neves, o tricampeão de Indianápolis, a sua arte de
pilotagem.
Realizou feitos importantes, escreveu seu nome entre os maiores do automobilismo e
então nos deixou.
Porém, sabemos que pessoas com essa dimensão, não desaparecem. Tem o
dom de estarem sempre presentes, de correrem cada melhor. Pessoas que
são...inesquecíveis, como Tazio Giorgio Nuvolari, Juan Manuel Fangio, Jim Clark, José Carlos Pace...e
Alfredo Guaraná Menezes. Homens diferenciados.
A eles, que tantas alegrias proporcionaram,
nosso tributo. E ao grande Guaraná, que agora está entre eles, o nosso muito obrigado.
Caranguejo