A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

HERMANOS...

Luiz Di Palma e Luiz Pereira Bueno, dois grandes pilotos com dois grandes carros.

  Confesso que sempre fui fã do automobilismo praticado na Argentina, ia muitas vezes com minha mãe a Montevideo onde morava um tio dela, o maestro Raphael Angrisani, e de lá sempre íamos à Argentina. Com dez/onze anos lia a Parabrisas Corsa, a excelente revista sobre automobilismo, coisa que só teríamos aqui alguns anos mais tarde com a antiga AutoEsporte.

Comparar o automobilismo deles com o nosso na década de 1960 era impossível. Não sou fã de futebol, mas seria algo como comparar meu grande São Paulo Futebol Club ao Ibis, que pelo que ouvi dizer nunca venceu nada, três mundiais e outros milhares de títulos contra nenhum.

Sim, na década anterior tivemos “seu” Chico, Fritz D`Orey e outros andando muito bem mundo afora, e eles tinham o Quintuple. Ao parar Fangio fez muito pelo automobilismo de lá, o profissionalizou de forma séria, sem mutretas ou preferidos, muitos autódromos, enquanto nós só tínhamos Interlagos caindo em pedaços. Muitos campeonatos de várias categorias, com prêmios de largada e chegada, uma imprensa séria e atuante, muita divulgação. É triste, mas fora o Nelson que tentou, nenhum de nossos campeões fez nada por nosso automobilismo, principalmente o de base que revela tantos talentos.

Comecei a escrever provocado por um comentário de meu amigo Walter para comparar o Berta LR x Porsche 908/2, e já que estou divagando vou continuar, perdoem-me.

Divagando lembro muito bem que no Torneio Sulam de 1971, correndo como Novato, tive o privilégio da amizade de um casal argentino dono de uma das equipes que aqui vieram, ela muito simpática lembro bem, ele afável e profundo conhecedor. Eles queriam me levar para correr lá, sem custo algum, apenas com meu trabalho em sua equipe, um dia sentados no box conversávamos e me disseram “lá você vai fazer mais de quarenta corridas em uma temporada, enquanto aqui....”. Em 1971 tivemos se tanto dez corridas. Nunca tive autorização de meus pais e o sonho se esvaiu, ainda mantive contato com eles por quase dois anos, depois a vida me levou para outros caminhos, muito longe do que eu amava fazer.

Berta LR-Cosworth

 Logo após o show portenho nas 84 Horas de Nurburgring 1969, capitaneado por Fangio tendo Berta como preparador, quando levaram o três Torino 380W quase à vitória. Gostaria muito de escrever sobre a corrida, mas teria que ter a inspiração de Gardel, o Autódromo Municipal de Buenos Aires receberia, no começo de 1970, uma corrida com os carros do Mundial de Marcas extracampeonato para a homologação da pista.

Um dos Torino e Nurburgring.


Conta a lenda que Berta projetou e construiu o carro em três meses, o certo é que ele já tinha o caminho das pedras, construía protótipos que lá corriam. Cambio Hewland, motor Ford-Cosworth DFV e o sonho deles correrem o Mundial de Marcas estava pronto.

Luiz Di nPalma e o Berta-Cosworth em Buenos Aires 1970.


Com a nata dos carros e pilotos que disputavam o mundial Luiz Di Palma/Carlos Marincovich fazem o terceiro tempo na classificação, atrás do Porsche 917K de David Piper/Brian Redman e da Alfa Romeo T33/3 de Piers Courage/Andrea de Adamich, e uma posição à frente do Porsche 908/2 de Jochen Rindt/ Alex Soler Roig. Não vou pesquisar, mas se não me falha a memoria pularam na frente e lideraram por algum tempo, quebraram.

84 horas de Nurburgring

link

http://www.marambio.aq/torinonurburgring.html

Berta LR Tornado x Porsche 908/2, Torneio Sulam 1971 continuo...

 

Rui Amaral Jr

 PS: Onze anos atrás eu já reverenciava aqui o Mago de Alta Gracia...

Oreste Berta

link

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Equipe Z

 

Luiz observa Anísio, ao lado Chico, e ainda na primeira fila Antonio Carlos Avallone em p´pe ao lado de sua Lola.

 A equipe Z foi uma iniciativa ousada de Walter Uchoa, Anísio Campos e Luiz Pereira Bueno, compraram o Porsche 908/2, que pertencia ao piloto espanhol Jorge Bragation. Logo a seguir foi agregado à equipe o Porsche 910 de Lian Durte. 

Meu irmão Paulo me contou certa vez que Walter Uchou contou-lhe que na largada da primeira corrida do 908/2, no Torneio União e Disciplina, que já narrei aqui, ao ver o grande Luiz largando no último pelotão e acelerando para tomar a ponta ele quase teve um ataque cardiaco! Eles haviam investido muito naquela iniciativa, e o medo era uma panca já na estréia! Essa eu assisti da mureta dos boxes, maravilhado com a soberba tocada do Luiz.

Como Equipe Z foram algumas corridas, inclusive na Argentina, que mais tarde vou mostrar, agora as Seis Horas de Interlagos, já com o 910 de Lian com o grande Chico como seu parceiro.

Seis Horas de Interlagos 1971

A pole foi da dupla Luiz/Anísio com o 908/2 com Lian/Chico ao seu lado, Avallone com a Lola T70 e alguns Divisão 4, como o belo Furia-BMW de Jaime Silva e o protótipo Alfa construido por Anésio Hernandes e pilotado por Nathanael Touwsend. Outro dia bati um longo papo com o Anesio sobre este carro que tinha tudo para dar certo, mas se não me engano agora fez apenas uma ou duas corridas.

Luiz se prepara para largar na primeira das três baterias.

 Lian pulou à frente de Luiz, para logo a seguir ser ultrapassado, em terceiro chegou Jaime Silva com o Furia-BMW.

Anésio conversa com Nathanael antes da largfada.

Jaime e o Furia-BMW

 


Segunda bateria, Chico Lameirão e o 910.

Chico pulou na frente de Anísio para logo ser ultrapassado, algums voltas depois o 908/2 parava com um rolamento de roda danificado. Chico vence com Jaime em segundo e Abílio Diniz com a Alfa romeo GTAM em terceiro.

Lian e o 910.

Na terceira bateria Lian reinou absoluto, parte da corrida foi com chuva, Jaime bateu, Abílio foi sugundo com o Puma de Waldir Olio em terceiro.



Uma volta com Lian e o 910.

FINAL

Graziella, Artur Bragantini e Regina Calderoni.

 A Graziella, que subiu semanas atrás, ao Artur que também subiu alguns meses atrás, minha eterna adimiração.

A Regina, minha querida amiga um beijão. 

Obrigado ao Chico, Anésio e Caranguejo -Carlos Henrique Mércio. 

Feliz 2022 a todos, que seja um ano muito mais leve que este que nos deixa, um ano de encontros.



Rui Amaral Jr   















 


   


  



terça-feira, 7 de dezembro de 2021

500 Quilômetros de Interlagos 1971

 

A tocada de Luiz era soberba!
Chico com a viseira aberta.



 Confesso a vocês, outro dia meu amigo Walter fez uma referencia sobre os 500 Quilômetros de Interlagos de 1971 e fiquei boiando, perplexo nada lembrava da corrida. Hoje fui até minha coleção de antigas revistas Quatro Rodas e acabei encontrando a edição de outubro de 1971 o relato e as fotos da corrida.

Duas coisas me chamaram atenção, o segundo lugar do Chico e depois o resultado da Uma Hora de Calouros, quando meu amigo João Carlos Bevilacqua chegou nem quinto na vitória de outro amigo o Jacob Kourouzan.

Logo mandei o recorte ao João e ao Chico via WhatsApp. Depois num longo papo com o Chico, lembramos de muitas coisas, e aqui sentado tentando escrever para vocês muito me veio à lembrança, e agora conversando com o João muito mais.

Tenho uma coleção da QR, revista que fora os grandes testes que meu amigo Expedito Marazzi fazia com os carros de então, eu pouco lia, seus relatos de corridas eram parecidos com aquelas novelas onde o campeão para na última volta e recupera trinta posições para vencer no final. Expedito escrevia sobre o que conhecia e com muita propriedade, faz falta o amigo.

E fui lembrando...Não corri a Uma Hora de Calouros, mas estive lá com os amigos, depois obviamente assisti os 500 Quilômetros, que se não me falha a memoria foi a estreia da Hollywood patrocinando a Equipe Z de Luiz e Anisio, onde também corria o Chico, que por ela foi Campeão Brasileiro de Formula Ford no mesmo ano.

Agora mesmo conversando com o João ao telefone lembrei de estar no grid da Uma Hora de Calouros cumprimentando os amigos, muitos perguntando o motivo pelo qual eu não iria correr, havia corrido semanas antes no Torneio União de Disciplina. Lembro dele, do Jacob, Guaraná e tantos outros...Lembrar é viver novamente bons momentos.

Nos boxes fuçava em tudo, ainda não era amigo do Chico e do Anisio, mas fui cumprimentar o Luiz, Avallone e outros que já conhecia.

Lembro do acidente do Casari com a T70 na curva Três, as Lolas, Porches, os belos protótipos da Bhrama, os Pumas, o Royale de Celidonio e do incrível Carlinhos Aguiar e sua carretera.

Tarde da noite pergunto ao Caranguejo – Carlos Henrique Mércio – sobre uma foto que procurava, era a tomada da curva Um com Luiz, Carlinhos, Avallone e infelizmente não encontramos. Em compensação recebi dele a edição da Auto Esporte com uma bela cobertura da corrida.  

A corrida...Bem a corrida foi de inúmeras quebras, a T70 do Baixinho quebrava muito, os protótipos do Rio, com Casari à frente também, mas foi sem duvida alguma um grande espetáculo que Mestre Luiz soube conduzir com maestria, como sempre.

Eduardo Celidôneo, que infelizmente nos deixou há pouco tempo, com o Royale-Alfa.
Aqui à frente do Puma de Valdemyr Costa.
Avallone e a T70, notem a tocada do Baixinho.
Acredito que na curva Um, Avallone, o Puma de Artur Bragantini, o Furia de Olavo Pires e a carretera de Carlinhos Aguiar. Carlinhos para mim foi uma surpresa, tocada firme e segura era muito rápido, Expedito me apresentou a ele no ano seguinta.
NT: Na AE o motor da carretera é designado como 3.800cc mas na Sports Cars como 4.500cc que acredito mais correto.
Os belos protótipos da equipe Brahma, a esquerda Norman Casari e à direita o REPE 227 de Renato Peixoto.
Jacob no grid.
Jacob, João Carlos Bevilacqua e Edo Lemos, três amigos do coração.



A Auto Esporte que o Caranguejo enviou. 
Na semprte confiavel Racing Sports Cars a relação dos inscritos entre eles meu amigo Benjamim "Biju" Rangel..
link


Aos amigos que fiz nestes cinquenta anos meu fraterno abraço, ou abraçalhão como diz o João.

Obrigado Caranguejo  

 

Rui Amaral Jr

 

OS: Mais tarde conto sobre as Seis Horas de Interlagos, quando ainda como Equipe Z Chico e Lian venceram com o 910.



sexta-feira, 19 de novembro de 2021

GP do Brasil 1973 - Interlagos - a saga de Luiz...

 

Uma "leve" saída de frente no Bico de Pato!





 Confesso a vocês que escrevi um longo texto sobre a participação do Luiz neste GP. Quanto mais escrevia mais situações vinham em minha memória, deletei tudo.

Deletei ao lembrar de um advogado que tive, membro de um grande escritório, era sábio e ponderado e me dizia sempre “falar é prata, calar é ouro”, e nesse instante lembrei de outra dele “é ouro sobre azul”.

Luiz era ouro sobre azul.

Dedico este aos queridos amigos que foram muito próximos ao Luiz em seu final de vida; Bird, Chico e ao casal Sonia e Ronaldão Nazar.

 

 

Rui Amaral Jr














domingo, 24 de outubro de 2021

GP Brasil 1972 - O recorde e a corrida de Luiz Pereira Bueno

 


A ideia de colocar Luiz no grid da corrida que homologaria o Autódromo de Interlagos, hoje José Carlos Pace, no calendário da Formula Um era excelente, e a ela num evento antes da corrida, no sábado após a classificação em algumas voltas Luiz andaria pelo Anel Externo na tentava de estabelecer uma nova marca.

Tudo muito bem orquestrado por Antonio Carlos Scavonne com o apoio da Hollywood, rede Globo, e acredito que da Ford.

 

“Cavalo dado não se olha os dentes”

 

O carro alugado da March era o mesmo pilotado por Lauda e outros pilotos no ano anterior, se não me engano Niki apenas no GP da Áustria, quando Ronnie com o primeiro carro da equipe largou em decimo primeiro e Lauda em vigésimo primeiro!  Era o carro, assim como outros que a March alugava a pilotos iniciantes ou sem equipe, e à cada GP era um que pilotava.

A corrida foi mais um espetáculo para a homologação da pista, tanto que o campeão do ano anterior e sua equipe não vieram. A March veio com quatro carros, para Carlos Pace, um nome em ascensão na Europa e Henri Pescarolo, com boa experiência na F.Um, que corriam pela equipe de Frank Williams. Na equipe de fábrica o vice-campeão da Formula Um no ano anterior Ronnie Peterson, e o carro alugado para Luiz.

Carro alugado é geralmente decepcionante em 99.999% das vezes. Obviamente que o carro de Ronnie recebeu toda atenção da equipe, fora o que de melhor ela trouxe ao Brasil, assim como motores, pneus e outras coisinhas mais. A Luiz coube o que deram, certamente um motor com menor potência...

Os dois mecânicos designados para o carro pouco sabiam, e recebiam ordens da equipe, fora a troca de relações do cambio, que estavam erradas, pouco ou nada mais fizeram. (nas fotos os relatos dele)



O tamanho deste arquivo é grande, salvando vocês poderão ler.

No sábado após a classificação que o colocou em decimo segundo no grid, foram se me lembro umas dez voltas pelo Anel Externo, o suficiente para virar 52`0140/1000 (cinquenta e dois segundos e quatorze milésimos) à média de 221.963 km/h, sendo que o recorde anterior era seu com o Porsche 908/2, acredito que nos 500 Km de 1971, com   53`860/1000 (cinquenta e três segundo e oitocentos e sessenta milésimos).

Este recorde permanece, até por que nosso Autódromo foi descaracterizado, para mim violentado.

Para quem não conheceu Luiz posso afirmar que era um ser afável, apesar do vozeirão, educado e muito consciente do que fazia e de quem era, pouco esta corrida iria acrescentar ao seu Curriculum e acredito que viu que nada mais podia fazer, sentou no carro e fez o que fazia com grande maestria, sentou a bota. Luiz era um ser do bem, uma alma pura.

Da corrida pouco à acrescentar, parou duas vezes com problemas e terminou em sétimo ou oitavo, como disse antes, nada à acrescentar ao seu Curriculum.

 

Campeão, não esquecemos de você, sempre em nossos papos e lembranças, e cada vez que vemos um talento natural acelerando excepcionalmente lembramos que tivemos a honra de vê-lo pilotando. 

Ao Ronaldão e Chico.

 

Rui Amaral Jr

Fotos e texto do livro “Paixão e Tecnica ao Volante” Luiz Pereira Bueno.


 

PS: Desculpem as fotos com a narrativa dele, o livro não ajeitava no scanner e não quis danifica-lo, vou tentar melhorar na corrida de 1973.   


quarta-feira, 30 de junho de 2021

500 Km de Interlagos 1966 - por Ronaldo Nazar

 


A realização da 9ª edição dos 500 km de Interlagos, foi no dia 07 de setembro de 1966, uma 4ª feira com o anel externo sendo o palco da grande disputa, agora todo reformado em virtude da equipe Willys ter recapeado o mesmo para poder realizar o recorde dos 50 000 km do Gordini no final de 1965. Com o retorno à Europa das Abarth Simcas, a equipe Willys era a grande favorita e os pilotos Bird Clemente e Luiz Pereira Bueno, comandariam seus novos Alpines A 1300, apesar de a recém surgida equipe Dacon com seus Karman Guia Porsche que seriam pilotados por Wilson Fittipaldi e Marivaldo Fernandes estarem desafiando o seu domínio. A equipe Vemag surgia como a 3ª força com os novos GT Malzoni e os sempre confiáveis DKW belcar tendo no comando Mário César Camargo o Marinho, José Ramos, José Contijo. A 4ª força viria da equipe Jolly, com Piero Gancia no comando da Alfa Giulia. 

Wilsinho, José Ramos e Bird.

Nos treinos a pole position ficou com Wilsinho Fittipaldi , tendo ao seu lado na 1ª fila José Ramos e o Pássaro Bird Clemente. A largada no estilo Indianápolis , foi dada às 14 hs com o dia ensolarado e a pista propícia à uma grande corrida. Na hora do larga, José Ramos pegou a ponta sendo ultrapassado por Wilsinho na curva 2 . Bird Clemente fez o mesmo na entrada da curva 3. Ao final da 1ª volta Wilsinho liderava , com Luizinho Pereira Bueno nos seus calcanhares em 2º, Marivaldo na 3ª posição, Bird em 4º , Marinho em 5º, Piero Gancia em 6º, José Ramos em 7º. José Contijo entrou nos boxes com o para brisa de seu Malzoni quebrado. Uma pedrada involuntária de um adversário era a razão da pane. 

Wilsinho, Bird e Luiz.

Na 2ª volta Bird Clemente ultrapassa Marivaldo Fernandes assumindo a 3ª posição. Os carros andam mais ou menos juntos , com destaque para a recuperação de José Contijo no Malzoni após o reparo do para brisa. Wilsinho vai liderando e na 6ª volta Luizinho quase o ultrapassa , aproveitando-se do tráfego dos retardatários. Os dois carros entram na curva 3 lado a lado , tendo Wilsinho resistido por fora . Lindo pega entre os cobras. Com esse pega , Luizinho virou em 1m15"2, que acabou sendo a volta mais rápida da corrida. Na 9ª volta Wilsinho entra nos boxes com vazamento de óleo no motor Porsche do Karman Ghia .O carro 77 ficou nos boxes por cerca de 3 minutos para fazer o reparo,Wilsinho voltou disposto a recuperar o terreno perdido. Lá na frente liderando os dois Alpines de Luizinho e Bird diminuem o ritmo e passam a virar em 1m18s. Marivaldo os segue, também mantendo o mesmo ritmo dos líderes. Só Wilsinho que virando em 1m16s , vai descontando e é o carro mais rápido da pista. O resultado é que na volta 30 Wilsinho já corre em 4º lugar, tendo acabado de ultrapassar o DKW de Marinho. Quem também resolve apertar o ritmo é Piero Gancia que após ultrapassar Marinho e Contijo aloja-se na 5ª posição na mesma volta dos líderes, só aguardando algum entrevero para ganhar posições. Bela corrida do ítalo-brasileiro da equipe Jolly. Na volta 54 , Bird entra nos boxes em parada inesperada. O pneu traseiro direito o mais solicitado dechapou obrigando o pássaro a entrar nos boxes para troca-lo e reabastecer. Na 60ª volta , é Wilsinho quem entra nos boxes para trocar o mesmo pneu traseiro . O resultado é que quando ele retornou à pista para buscar velocidade , notou que havia algo na suspensão traseira que foi afetada pelo furo do pneu. Com isso Wilsinho abandonou. Bird retornou na 3ª colocação. 

Marivaldo....
...saindo da Dois.
José Ramos, o grande Marinho e o Gordini de Pelicciotti.

Com essas mudanças , Marivaldo Fernandes passa a baixar a bota e cola em Luizinho, ultrapassando o Alpine na 66ª volta. Passou e foi embora . Depois dos reabastecimentos , Luizinho reassume a ponta graças ao belo trabalho de boxe da equipe Willys. Marivaldo tb perde a 2ª posição para Bird . Marivaldo vai recuperando na pista o tempo perdido nos boxes e cola na traseira de Bird até que na 112ª volta , ultrapassa o Alpine 46. Na 114ª volta , Bird recorre aos boxes novamente com o pneu traseiro direito dechapado. Na troca a equipe verifica que o rolamento da roda do pneu trocado precisa de cuidados , e a qsuspensão está torta. Grecco fala para Bird desistir , mas este não cede e volta para a pista , mostrando toda a sua garra e coragem . Na 126ª volta Luizinho lidera com cerca de 30 segundos de vantagem para Marivaldo que vem descontando cerca de 1 segundo por volta , Marivaldo vai ultrapassar Luizinho antes do final e vencer a corrida. Só que na volta 128 o Karman Ghia passa em frente aos boxes soltando fumaça do motor e na volta 130 abandona com o cabeçote rachado. Aí coube á dupla da Willys diminuir ainda mais o ritmo para receberem a bandeira fazendo a dobradinha vencedora dos amarelinhos. Na 3ª posição ,fechando o pódium Piero Gancia coroa a sua bela corrida.Marinho finaliza em 4º com o Dkw , que foi assim o 1º colocado conduzindo um carro de fabricação nacional. Após a volta de desaceleração , Luizinho e Bird foram carregados pela torcida que invadiu a pista. Uma verdadeira apoteose para os ases da equipe Willys. 

Mestre Luiz.


A classificação da prova foi a seguinte:

1º Luiz Pereira Bueno, Alpine 1300, 154 voltas, 3h28m1s, média horária 145,163 km/h

2º Bird Clemente, Alpine 1300 149 voltas.

3º Piero Gancia , AlfaGiulia TI, 147 voltas

4º Mário Cesar de Camargo Fº DKW, 142 voltas

5º José Ramos DKW Malzoni , 142 voltas

6º Jota , Simca- 139 voltas


Ronaldo Nazar

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 Delicia de texto do Ronaldão!

Ligo para ele, atende a querida Sônia, lá de trás ele já grita "grandãooooooo!"

"Ronaldão, posso postar seu texto e fotos, do Velocult no Histórias?"

Velocult no Facebook - link

"Pode mulekeeeeeeee!"

Bem; o papo não foi só bem este, como sempre repleto de bobagens, para terminar comigo emocionado, sinto falta dos amigos e Sônia, Ronaldão e Pandora são daqueles que estão sempre num canto especial do coração.

Lendo me emocionei, não vejo o Bird desde o começo da pandemia, eles também.

Ainda liguei para o Chico Lameirão perguntando o por que dele não ter corrido, um dia lembramos direitinho.

E tem Mestre Luiz, de quem fomos fãs e amigos, e faz uma baita falta!

Beijão fraterno meus amigos.

E a vocês que nos acompanham um abraço e  desculpem meu blá blá blá ao final do texto, foi apenas escrito do coração.


Rui Amaral Jr


 

 

  



domingo, 22 de novembro de 2020

FLAT...

Luiz de Porsche 908/2 e Reinold Joest com o 908/3 nos 500 KM de Interlagos 1972.

 Algumas curvas são referencia, ou eram, a Parabólica, Eau Rouge, a Um do Tarumã e a Um de Interlagos, a curva Sul do Rio...

 Outro dia conversando com o Chico - Lameirão - comentávamos sobre a Um de Interlagos, de F. S. Vê e com o Porsche 907 ele fazia cravado. Daí a conversa descambou, como sempre, para amigos, e ele se referindo ao sempre presente em nossos papos Luiz Pereira Bueno, comentou que Mestre Luiz disse à ele que com o 908/2 de tanque cheio dava uma aliviada na entrada da Um, mas depois de algumas voltas vinha cravado. Na foto acima o 908/3 de Joest era um carro muito mais avançado que o 908/2. Vejam que Luiz rola muito mais enquanto Joest rola muito pouco. Joest ficou tão impressionado com a tocada de Luiz  naqueles 500 KM que o convidou para fazer parte de sua equipe na Europa. Luiz com a Hollywood aqui, e muitos afazeres, declinou o convite.

 Li tempos atrás, em alguma revista ou livro, não lembro onde, uma conversa entre Mario Andretti e Emerson Fittipaldi. Deve ser do final dos anos 1970 ou começo dos 80, Mario dizia ao Emerson que dava para fazer a Um de Interlagos cravado, ao que o Rato retrucava que dava sim, mas o carro saia um pouco desequilibrado para a entrada da Dois...Acredito que os F.Um naquela época chegavam à Um a cerca de 320 km/h.

Emerson e o FD04 1977, provavelmente em Long Beach.
Mario, Lotus 78 , Interlagos 1977.

 Outro dia num longo papo com meu amigo Elcio Pelegrini, comentávamos sobre um corrida que fizemos com os D3 em 1982, nossos carros chegavam na Um à cerca de 200/205 km/h, e voces podem ter certeza que a fazíamos cravado!   
Na largada ele havia disparado à frente de Mogames e do Laercio, eu que também largava na primeira fila, errei ao engatar a segunda marcha e cai umas quatro posições. Na segunda volta já vinha perto do Elcio, que havia perdido a posição para o Mogames e Laercio. 
 Na primeira volta que encostei nele notei que na tomada da Um sua lanterna de freio acendia, mas sua velocidade não caía, na segunda...
 Bem, em nossa conversa de outro dia ele me confirmou, na entrada da Um ele colocava de leve seu pé esquerdo no freio, o direito no fundo do acelerador. Quem havia lhe ensinado o macete foi "um certo Nelson", que mais tarde seria tri campeão mundial de F.Um!
  Mas...continuando naquela corrida, na segunda volta que vinha atrás dele já vinha embutido, ali seria difícil ultrapassa-lo, não impossível, mas aproveitaria seu vácuo e na Três a história seria outra!
Virávamos nos 3.209 metros do circuito Externo em 1`4``, à média de 180 km/h.  
 Tomada da Um, três ou quatro metros atrás dele, notei a luz vermelha mas não tirei o pé...de repente estou olhando o gajo nos olhos, ele havia rodado. Foi um baita susto, saí ileso, mas já bastante atrasado em relação aos dois primeiros.

Eu na tomada da Um, atrás um retardatário.

 Eu tinha um vídeo desta rodada, mas se perdeu no tempo, o Elcio diz que tem fotos, um dia encontramos.
 Sobre a rodada ele acredita que algo aconteceu no carro, ou talvez tenha pisado com o pé esquerdo no freio com mais força e o carro se desequilibrou.
 De minha parte, acredito que ao me ver tão perto pensou "não...outra vez ele vai me passar na Três, vou ficar por aqui para assistir a corrida!"rsrsrs Tá vendo Elcio, eu que escrevo, posso dar minha versão dos fatos! rsrsr
 Elcio foi bicampeão brasileiro de F. Vê, três ou quatro vezes campeão do Torneio Norte-Nordeste e bicampeão Paulista da categoria, um senhor piloto, rápido e experiente, em 1982 para minha honra, batalhamos várias vezes.


Rui Amaral Jr