A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma pequena mudança

Desde que tentei mudar a aparência do blog uns quatro meses atrás e quase me perdi , queria fazer uma alteração no visual , aumentar o tamanho da página talvez colocar as fotos em tamanhos maiores . Espero que com esse modelo a leitura fique mais fácil e depois de tentar talvez consiga com que as fotos fiquem em bom tamanho . Qualquer reclamação por favor deixem comentários , talvez em alguns monitores o nível do zoom tenha que ser abaixado . Espero que todos gostem.
E prometo ao amigo Luan que desta vez não vou perturba-lo .
Mudando de assunto , ontem minha amiga Elisa do blog do ANTYQUA me deu a oportunidade de escrever em seu blog . E surpresa maior , ao ver a atualização dos blogs dos amigos notei no PLANETA FUSCA do super Fred uma foto de um Fusca , parecida com a que havia enviado a ele , quando entrei em seu blog havia um link direto para a postagem que havia feito dos VW nas corridas Brasileiras , grande honra a um simples contador de histórias .
A Elisa e Fred meu carinho e agradecimento .

ABRAÇOS

Rui

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Carlos de Paula



Ontem foi aniversário de meu amigo Carlos , ele que andava sumido apareceu . Parabens amigão , para você muitas Alfas e belas postagens .

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Evolução do VW-Fusca nas pistas Brasileiras

As primeiras aparições do VW-Fusca nas pistas Brasileiras correndo com competitividade frente aos possantes carros da época se deu no ano de 1956 .
Neste ano Jorge Lettry preparou um VW para correr a I Mil Milhas Brasileiras , seu motor de 1.500 cc tinha na época 74 hp -DIN e segundo Lettry usava bloco original VW com todas partes internas do Porsche . Com este carro Christian Heins/Eugênio Martins chegaram em 2º lugar , chegando a liderar a corrida .
Do Rio Grande do Sul , também no ano de 1956 começou a correr este VW-Porsche com o piloto Aldo Costa e seu companheiro Haroldo Dreux . Acredito que seu motor fosse um Porsche 1.500 Super , tinha dois carburadores , 1588 cc e 70 hp . Com ele Aldo venceu diversas corridas sendo a primeira no Circuito Farroupilha no ano de 1956 . Correram na época de igual para igual com carreteras com potencia superior aos 300 hp e quando o circuito era mais travado dava trabalho . Pelo que sei o carro foi usado até o meio da década seguinte .
Já na década de 70 chegou a Divisão 3 , com a vitória de Emerson/Wilsinho nas 12 Horas de Porto Alegre de 1972 evoluiu muito a preparação desses carros . Acima o ano de 1971 uma corrida de Estreantes e Novatos com os rapidíssimos VW D3 preparados pela KINKO . Abaixo meu amigo Teleco , piloto rapidíssimo , quando corria em EN no VW D3 preparado pelo competente Robertinho da AUTOZOOM .
A partir de 1972 já no Campeonato Brasileiro de D3 , os Fuscas começaram a apresentar uma evolução rápidissima , chegando em alguns circuitos andar na frente dos Opalas com motores de mais de 300 hp . Abaixo meu amigo Jr Lara Campos que com seus VW D3 deu vários shows em nossas pistas .
Abaixo uma largada da categoria Turismo Especial Paulista no ano de 1982 , nada mais que a D3 , que pela persistencia de meu amigo José Ferraz voltou a se chamar D3 no ano seguinte .

Tomada da "Ferradura" no Interlagos Original , dá para perceber que as disputas eram muito boas , palmo a palmo . O carro do "Alicatão" que vos escreve é o ultimo nesta foto a minha frente meus amigo Bé , Amadeu , Duran , acho que Dalécio , Alvaro e Marco DeSordi .


MOTORES : Acompanhando a evolução dos motores em todo automobilismo o VW avançou e muito . Com seu comando de válvulas no bloco e varetas para acionar o balanceiro é impressionante o que alguns preparadores conseguiram extrair de potencia desses motores com uma configuração tão antiga . Nos anos 50 eles giravam 6.000 rpm , seus dois carburadores Zenith de 32 mm de diâmetro alimentavam a entrada única do cabeçote , sua refrigeração era feita por radiadores na dianteira do carro sua potencia 75 hp . Em 1971 quando corri pela primeira vez em D3 -EN-os motores já usavam um comando de válvulas P3 desenvolvido pela MM encima dos Iskanderyan 12/12 , o carter trabalhava seco com bomba de óleo Schadek , e alguns carros já usavam os carburadores Weber 48 com o cabeçote desenvolvido pela mesma MM . Acredito que os melhores motores dessa época tivessem uns 100/110 hp .
A partir dos cabeçotes de dupla entrada , da evolução dos comandos de válvulas , das bombas elétricas de combustível , dos pratos de molas de titânio , das molas de válvulas , das varetas de válvula , ponto fraco desses motores , do sistema de balanceamento e muitas outros componentes passaram esses motores a girar na casa dos 8.000 rpm e com alguns comandos 9.000 rpm . Sua potencia como relata Jr Lara Campos em seu blog chegou a incríveis 152 hp e posso dizer que o Chapa meu preparador tirava deles potencia parecida , verdadeiros canhões !
CAMBIO : Não tenho informação do cambio usado nos carros de Lettry e Aldo/Dreux , mas a partir de 1970 começou a ser usado cambio de quatro marchas com diversas relações desenvolvidas pela MM - um abraço Crispim - e parceiros , escrevi uma postagen intitulada "Caixa três" com maiores informações . Alguns carros usavam uma caixa de cambio Hewland de cinco marchas feita numa carcaça VW .
CHASSI : Só que pilotou um carro desses sabe do prazer . Lettry conta que seu carro para as Mil Milhas 1956 não tinha nenhuma modificação , correndo inclusive com pneus diagonais Spalla di Sicurezza !!!! Quando comecei em 71 já usávamos rodas 6 pol. na dianteira e 7 pol. na traseira com pneus Pirelli Cinturato 165 na frente e 185 na traseira , ao contrario dos primeiros carros já usávamos barras estabilizadoras na frente e atrás , a cambagem das rodas traseiras era bem acentuada chegando a 3/4 graus negativos .
A partir de 72 tudo mudou muito com a chegada dos pneus Slick , os freios a disco nas quatro rodas , amortecedores importados . A primeira vez que pilotei com os slick fiquei impressionado , as freadas eram muito mais próximas , o limite muito mais alto , eles simplesmente grudavam a pista . Eram verdadeiros carros de corrida e o prazer de pilota-los imenso .

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SERPENTES , LOBOS , BRIGITES E BOTAS , MUITOS BOTAS

Orlando Menegaz e Aldo Costa .
Orlando , Breno Fornari , ? , Alcídio Schröeder e Aido Finardi .

Galgos Brancos , Julio Andreatta nos 500 KM de Porto Alegre de 1962 .

José Asmuz e sua carretera Ford 500 KM de Porto Alegre 1962 .

Camilo Christófaro , Catharino Andreata , ? e Orlando Menegaz na festa de entrega dos troféus dos 500 KM de Porto Alegre 1962 . Como escrevi anteriormente , nesta foto cinco vitórias nas Mil Milhas Brasileiras .

Catharino nº2 e José Asmuz nº 32 disputam a ponta dos 500 KM de Porto Alegre 1962 logo Orlando viria se juntar a eles tornando a briga pela ponta sensacional .

Agora era Asmuz que liderava seguido de Catharino , briga bonita os dois andando no limite .

Ainda nos 500 Km de Porto Alegre 1962 o incrível Aldo Costa e seu VW-Porsche nº 36 chegaram em 4º lugar correndo em parceria com Haroldo Dreux . Nesta pista de alta velocidade média a briga com as carreteras foi difícil .
Mas com este carro obteve inúmeras vitórias . Estreou com ele vencendo o IX Circuito Parque Farroupilha no ano de 1956 , foi 7º lugar nas I Mil Milhas Brasileiras correndo com Haroldo Dreux , venceu o circuito de Hamburgo e muitas outras corridas .
Notem o carro era muito veloz para época , mas parece pela foto que não tinha Sto Antonio muito menos cinto de segurança . Assim eram nossos heróis .
A carretera de Orlando Menegaz chamada de Caninana , Camilo o Lobo do Canindé , Brigite a carretera do Catharino . Enquanto vamos pesquisando e tentando descobrir tudo sobre III 500 KM de Porto Alegre de 1962 , Graziela e eu vamos encontrando algumas preciosidades . Essas fotos do encontro dos pilotos 30 anos depois dessas corridas são acervo de Nelson Rocha pai da Graziela que com sua incrível memoria vem nos contando tudo que sabe , e é muito . Botas , eram todos Grandes Botas , pilotar esses carros não era fácil e eles o faziam com maestria . Já separei umas 40 fotos e a Graziela começou a escrever , enquanto isso vamos dividindo com vocês nosso grande prazer , que tem sido conviver com nossos heróis como se fosse hoje .

domingo, 22 de novembro de 2009

CANINANA

Caninana serpente ágil e muito rápida , agressiva mostra sua garra e velocidade quando provocada .
Orlando Menegaz e sua Caninana caminhando para vitória nos 500 KM de Porto Alegre em 1962 .
A Caninana mostra sua velocidade e rasga a reta do lendário Tarumã pilotada por Orlando Menegaz no ano de 1998 .



A serpente que com sua agilidade e velocidade inspirou o nome da carretera .
Ítalo Bertão , um amigo e Orlando Menegaz com a Caninana Orlando e Ítalo venceram a VI Mil Milhas Brasileiras de 1961 .


Fotos : Instantaneos do video dos 500 KM de Porto Alegre e Tarumã 1998 .
Caninana autoria de de Paula F J em www.flick.com/fotos/fjota

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Carreteras no Tarumã 1998






No vídeo que recebi da talentosa Graziela Rocha com arquivos de seu pai Nelson Rocha , achei essa preciosidade , no dia 23 de Maio de 1998 no autódromo do Tarumã homenagearam nossos grandes pilotos de carreteras , grandes pilotos e grandes carros , o Gaúcho sabe como enaltecer seus ídolos e de todos nós. Consegui tirar essas fotos do vídeo , com minha conhecida incompetência para lidar com essa máquina , mas acredito que valeu pelo valor histórico . Obrigado Nelson e Graziela e obrigado a todos pilotos que um dia correram com esses bólidos . Obrigado por podermos recordar .

Alcidio Schröeder , Paulo Afonso Trevisan , Breno Fornari e de boné branco Orlando Menegaz .

Orlando Menegaz mostra à repórter Hickmann sua carretera Chevrolet com motor Corvette . Com este carro em dupla com Ítalo Bertão escreveram uma das mais belas páginas do automobilismo Brasileiro ao vencerem em Interlagos as Mil Milhas Brasileiras no ano de 1961 .


No vídeo quando o motor Corvette urra , ficamos arrepiados !

Acima "Brigite" carretera Ford nº 2 de Catharino Andreatta e abaixo a carretera Ford nº 6 de Julio Andreatta , as lendárias " Galgos Brancos " dos não menos lendários irmãos Andreatta .


A nº 4 carretera Chevrolet Corvette de Aristides Bertuol .

A carretera Ford nº 5 de Haroldo Vaz Lobo .
À D. Jô e Nelson Rocha e a meu amigo Victório Azzalin testemunhas dessa época de glorias .
Escrito com muita emoção por Graziela Rocha e Rui Amaral .

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 - III por Rui Amaral Jr

Opala de João Lindau/Roberto Ferreira/Sebastião Santos .

No final de 1983 os amigos Marcos e Arno Levorin da retífica SALECAR, convidaram-me a correr as MM com Fabio filho de Marcos, usaríamos meu carro que, havia sido deles e estava parado desde o final de 1982. Correríamos na cat. Hot Car, eles tinham como patrocinador, uma indústria de café, teríamos de mudar a cor do carro para amarelo. Motor poderíamos usar o 1.800 cc. Carro amarelo para mim nunca deu certo de umas oito corridas que fiz com essa cor não terminei nenhuma.
Início de janeiro e dos treinos com 1.800 cc, o torke do carro ficava muito bom e começamos a andar bem rápido, acertamos chassi, agora poderia usar meus amortecedores Koni e iríamos correr com pneus da Peneubras na medida de altura de 20, pois a caixa três já estava com as relações acertadas para eles.
A equipe da rede Record chegou para fazer a chamada da corrida que transmitiriam e seus repórteres viram aquele VW andando uma barbaridade, quiseram gravar as cenas da chamada... apareci vestindo a touca o capacete e meu nome e depois o carro na pista. Aí o amarelo começou a funcionar. A indústria de café, apesar de já termos pintado o carro, deu para trás.
José Ferraz/Julio Miglioli
Os Levorin receberam uma oferta do Amadeu Rodrigues para dividir a tocada do carro comigo e o Fabinho e, apesar de gostar do Amadeu acabei não aceitando, até hoje me arrependo, e veio o Alexandre Benevides para dividir o carro conosco. O Alexandre, bi-campeão Brasileiro de gaiola nunca havia pilotado em pista de asfalto muito menos com pneus slick. Lembro em um treino ao levá-lo dar uma volta na pista, eu amarrado ao banco com cinto de seis pontas e ele sentado ao lado provavelmente na bateria. Não andaria forte, ia só mostrar a pista a ele, mas quando a 1ª encheu e fui descendo o “Retão” enfiando as marchas em sequência seus olhos estavam bem maiores que o normal, afinal aqueles Fusquinhas aceleravam uma barbaridade!
Mas além de super simpático o Alexandre não era bobo, afinal era bi-campeão de uma categoria que na época era super disputada. Correríamos com o patrocínio da Ind. de Pneus Levorin e verba levada pelo Alexandre.
Na classificação ficamos esperando um jogo de rodas que havia sido levado para dar um passe e de repente o organizador diminuiu o tempo do treino e tivemos de sair com pneus usados, faltando uns 5 min. para o final. E nós que achávamos que largaríamos lá na frente acabamos por largar na 4/5 fila.
Recordando a fantástica equipe de profissionais da CIBIÉ, quando foram instalar os seis faróis, quis dar um palpite e o chefe deles, que já havia feito 20 MM me disse que se não gostasse do modo que colocariam os faróis eles usariam meu palpite! Ficou simplesmente ótimo, e eu que já amava aquela pista de dia fiquei maravilhado de poder andar à noite praticamente no mesmo ritmo.

A CORRIDA.

Chovia “canivetes”, eu largaria, lembro de conversar com o Fabinho e o Alexandre e ver a preocupação em seus rostos, fomos para o grid. O único senão era que usaria pneus PIRELLI de F 3 cuja altura era de 22 o que tornaria o câmbio muito mais longo e a largada bem mais lenta até encher à 1ª.
Ao contrário do que escrevi antes, estava bem atrás da Alfa Romeo do Paulão e ele teimava em não fechar a porta, certamente para refrescar e eu preocupado. Ao acender a luz vermelha os carros das filas de trás já largaram e, olha que eram mais de 60, esperei o sinal verde, largando com toda dificuldade, pois a 1ª marcha com aquela relação e pneus 22 atingia mais de 120 KM/H e tirar o carro da imobilidade não foi fácil. Não vi o acidente da largada, estava no lado esquerdo da pista e preocupado com aquele enxame de Fiat, Passat e etc. da D1 que iam ultrapassando-me. Na descida do “Retão” comecei a tomar as posições desses carros que eram muito mais lentos que eu, os Pirelli grudavam na pista e até a junção tinha retomado muitas posições. Aí encontrei o Fiat Hot Car amarelo nº 25 do Chico Lameirão/Paternostro, quando fui ultrapassá-lo no “Café” notei algumas bandeiras já dentro da pista, tirei o pé preocupado com os que viam atrás , felizmente nada aconteceu, eram nossos “Anjos da Guarda” fazendo seu trabalho, cuidando de nossa segurança. Só ao chegar aos boxes fiquei sabendo do que ocorrera na largada, uma alicatada de um piloto inexperiente e a afoiteza de quem vinha atrás. Graças a Deus ninguém se feriu com gravidade.
Acredite se quiser, apesar de toda tensão em nosso Box, fui buscar um telefone para ligar a minha mãe, que assistia e devia estar preocupada, com ajuda do grande amigo Carpinelli.
A segunda largada foi mais tranquila, com a perda de muitas posições, mas logo recuperadas – dos Divisão 1 no “Retão” passei um monte e, no final da 1ª volta já vinha entre os 15. Os Pirelli grudavam no chão e o motor empurrava muito, com o câmbio me ajeitei, usando uma marcha mais curta que o normal e a 4ª somente na “Reta oposta”, “Reta dos Box” e “Retão”. Duas ultrapassagens lembro bem, o Capeta Palhares/Murilo Piloto de Alfa Romeo nº 33 que encontrei na freada da “TRÊS” e apesar de vir bem mais rápido só ultrapassei-o na freada do “Sargento”. A “Alfona” vinha o tempo todo de lado, da “Quatro” até a “Ferradura” o tempo todo derrapando, quando dava motor saia de traseira aí corrigia - grande piloto o Capeta . A outra foi quando ultrapassei o Paulão/Fabio Souto Mayor com a outra Alfa nº 22 , foi na curva depois do “Bico de pato”, coitada aquela curva nunca teve nome, ele vendo que eu vinha muito mais rápido fez um sinal com a mão e tomei a curva antes dele. Campeão é campeão até cedendo a posição ele foi um grande piloto.
Lá pela 8ª volta já estava entre os dez, e ao chegar na “Junção” notei a pressão de óleo a zero e entrei no Box - motor havia estourado. O interessante é que por conta do câmbio longo não o havia forçado, andando mais em cima dos pneus e freios
Motor foi trocado rapidamente e voltei à pista. Não tinha completado meu turno.
Na freada da “Três” uma desagradável surpresa, a ambulância que estava parada no Retão, atrás do Guard Rail havia saído, e como era meu ponto de referência quase estampo ali mesmo.
José Ferraz/Julio Miglioli

Saindo da “Subida do lago” notei óleo saindo de meu motor novo, tentei ir até o box, mas o motor apagou na freada do “Sargento” e lá ficou meu carro!
Ao parar logo veio um bandeirinha, deles escrevi neste blog “Anjos da Guarda” e segurando meu braço levou-me até um lugar seguro, para logo a seguir com seus companheiros sinalizar ao lado do carro, e veja bem um lugar dificílimo onde os Stock, Maverick e outros carros vinham numa freada forte, dificultada pelas condições do tempo.
Ao atravessar a pista, subindo pelo lado do “Sargento” algumas pessoas que assistiam dali a corrida aplaudiram-me - devo ter feito umas 5 ultrapassagens naquela freada. Chateado agradeci-lhes e um deles com o carro junto à cerca além dos aplausos ofereceu-me um copo de Congnac, agradecido bebi. Agora já podia, para chegar a meu box e ver o Fabinho e o Alexandre cabisbaixos, nossa corrida tinha acabado.
Confesso a vocês que fiquei muito chateado. Em momento algum forcei os motores, o conta-giros JONES com espia foi prova disso, confesso também que com os Stock parando para reabastecer muito antes de nós tinha a esperança de entregar o carro ao Fabinho numa boa colocação, talvez até na ponta.
Nunca mais corri, já tinha 32 anos, e se alguém algum dia me convidar a pilotar um carro de corridas que, por favor, não seja amarelo!
O detaque negativo dessas MM foi o atrolelamento de um espectador por um Maverick em pleno "Retão" , o bandeirinha que veio me contar quando voltei a Interlagos quase no final da corrida ainda estava emocionado .

Agradeço à Graziela Rocha , Fabiano Guimarães , José Ferraz , Duran , Romeu , Cláudio , Rui , Bifulco , Joel pelo apoio .
Dedico esta postagen à memória de dois amigões , os saudosos Arno Leverin e João Lindau Neto .

A seguir o relato do Romeu para a largada .
F250GTO disse...
Nessa Mil Milhas de 84 eu estava lá.
Exatamente na linha onde estava o Opala do Beto.
Na hora da largada desabou um verdadeiro toró em Interlagos.
A largada erroneamente numa situação dessas, foi dada com os carros parados no grid.
O carro apagou justamente na hora de largar, e o piloto ficou com o braço levantado acenando desesperado e já prevendo o pior, pois atras dele largavam mais de 60 e tantos carros.
Alguns, que vinham log atrás, perceberam e desviaram e por milimetros não acertaram o Opala.
Mas o pessoal que vinha detrás mesmo, sem visão por causa do "spray" e em maior velocidade encheu a traseira do Opala e bateram uns nos outros, algun tiveram inclusive principio de incendio.
Se não me engano, apesar dos estragos (grandes) dos carros, ninguem se feriu gravemente, felizmente.
Poderia ter sido bem pior.
Romeu.


domingo, 15 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984- II por Fabiano Guimarães

"A expectativa para estas Mil Milhas era enorme. Desde que a prova voltou a ser disputada em 1982 eu e meu pai seguíamos sempre o mesmo ritual: Assistíamos a largada, ficávamos até umas duas da manhã voltávamos para casa e retornávamos ao autódromo por volta das 10:00 hs para assistir ao final da prova e fotografar os "sobreviventes". Em 84, na época com 14 anos respirava o mês todo apenas Mil Milhas, aguardando ansioso para assistir aquele que era o maior espectáculo do automobilismo brasileiro.
Camilinho/Bel/Bertini

Ferraz/Miglioli

Dalecio/Santos
Naquela época havia grande interação entre o público e os veículos que corriam, pois eram carros como os que utilizávamos na rua, Passats contra Escort, Fusca ultrapassando Voyage na reta, muitos não acreditavam como isso poderia acontecer, Opalas rugindo na reta e muitos pegas interessantes, bem diferente de hoje, com protótipos contra Porsches, Lister, Viper, ou seja carros que dificilmente teremos em nossas garagens.
Com 66 carros alinhados e muita chuva a adrenalina para a largada era enorme, um espectáculo magnífico para os olhos e ouvidos, na primeira fila o pole acho que era o Opala do trio Ingo/Affonso/"Pequepê", não me lembro e tenho certeza que algum blogueiro irá ajudar, na 2ª posição o Opala do trio Yoshikuma / Aliperti / Beto Nogueira. Não sei por qual motivo o Yoshikuma, proprietário do veículo optou em deixar o Beto largar. Pelo que me lembro sua experiência resumia-se em algumas provas de Turismo Opala e Marcas com um Escort, ou seja, muito pouco para tocar um Stock naquelas condições. Ao acender a luz verde, todos saíram exceto o Opalão do Beto. Chegou a dar um "pulinho" mas apagou ali mesmo. Claro que os primeiros que vinham atrás desviaram mas outros 8 veículos não tiveram a mesma sorte: o primeiro a atingir foi o Fiat da equipe Galileo, provavelmente passando de 3ª para 4ª marcha, pé embaixo, pilotado pelo Marcelo Toldi, que inclusive sofreu um princípio de incêndio, muito bem lembrado pelo blogueiro Romeu em seu comentário. O Marcelo foi removido pelo pára-brisa e levado ao hospital. Lembro ainda do Voyage do Josué, o Fiat do Nelson Silva e o Chevette do Marechal envolvidos no acidente. O barulho da pancada nas arquibancadas foi apavorante e os anjos da guarda dos pilotos envolvidos estavam mesmo de plantão, pois as consequencias poderiam ser piores. Dos 8 carros envolvidos, 2 tiveram condições de relargar inclusive o Chevette do trio Marechal / Magra / Dal Pont chegando até o final da prova.

A segunda largada foi normal e no final o trio Zeca Giaffone / Reinaldo Campello / Maurizio Sala com Opala sagrou-se campeão, com Leonel / Alencar em 2º e Camilo / Bel / Bertinni em 3º, todos com Opala. Quem quiser o resultado dos 10 primeiros é só consultar o excelente blog do Carlos de Paula. Estou enviando junto com o texto 4 fotos da prova, uma delas o Escort do trio Tucano / Louzão / Florenzo com o primeiro empurrando seu veículo na linha de chegada após uma possível pane seca. Até hoje esta pane é contestada com alguns afirmando que não passou de jogada de marketing para o patrocinador aparecer em revistas especializadas. Na outra foto, o Opala 3º colocado com o patrocínio da Ford!!?? na porta, algo impensável nos dias de hoje, por se tratar de um veículo Chevrolet. Em mais uma foto o Chevette do trio Marechal / Magra / Dal Pont, que apesar de bastante avariado com o acidente na largada foi até o final da prova.


E em outra o Passat nº 9 do trio Adalberto Ayres / Adalberto Ayres Jr. / José Versa . O Ayres Jr. é o "Chupeta" falecido ano passado com problemas cardíacos e gostaria de publicar esta foto para prestar uma homenagem afinal foi meu parceiro na tocada do Gol nº 17 no Paulista de Marcas em 1992. A história era sempre a mesma, eu largava na 1ª bateria e ele quebrava na 2ª, porém aprendi bastante com ele, era um grande cara e aonde estava era diversão garantida, mas isto é assunto para outra ocasião."
Tucano recebe a bandeirada empurrando o carro do trio com Florenzo/Louzão .

Ferraz/Miglioli recebem a bandeirada com Tucano empurrando seu carro .

Fotos Luiz Guimarães Jr e Fabiano Guimarães .

sábado, 14 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 por José Ferraz

Serão três postagens da Mil Milhas Brasileiras de 1984 , a 1ª do José Ferraz e depois o Fabiano Guimarães e eu contaremos o que vimos e vivemos da corrida , o Fabiano trara ainda depoimentos de quem como ele assistiu a corrida das arquibancadas . Quero deixar só um recado ao Ferraz , como alguém já escreveu aqui eu também sou seu fã .


"RUI QUE EU SAIBA EU CHEGUEI EM 13º NA GERAL E 1º NA CATEGORIA , AGORA SE VC TEM OUTROS DADOS EU NÃO SEI .......MAS FOI UMA BAGUNÇA TOTAL .JÁ NA LARGADA COM AQUELA PORRADA E PRA VARIAR EU ESTAVA LARGANDO, PORQUE O JÚLIO NÃO ENXERGAVA DIREITO Á NOITE POR CAUSA DA CLARIDADE DOS FARÓIS....E EU ESTAVA LARGANDO SE NÃO ME ENGANO DO LADO OU ATRAZ DO WILSON FITTIPALDI EM 26º E COM TODA AQUELA CHUVA , EU VIM TIRANDO DE TODO MUNDO E QUANDO CHEGUEI NA CURVA DO CAFÉ PRA FECHAR A PRIMEIRA VOLTA ESTAVA EM 13º E ME DEPAREI COM OS CARROS DE RESGATE E BOMBEIROS NA PISTA...
AI PAROU TUDO E TEVE NOVA LARGADA......EU TIVE MUITOS PROBLEMAS, PRIMEIRO COMO ESTAVA CHOVENDO MAS NÃO ERA MUITO FORTE TÍNHAMOS QUE PROCURAR A AGUA PARA OS PNEUS, PORQUE O CARRO COMEÇAVA A VIBRAR MUITO COM OS PNEUS SE ACABANDO.....FOI UM TAL DE ACABAR COM PNEUS...E ENQUANTO O JÚLIO ANDAVA, EU TINHA QUE ANDAR ATRÁS DE PNEUS ......PRA VC TER UMA IDEIA EU CHEGUEI A COMPRAR PNEUS DO DÁRCIO QUE TINHA QUEBRADO E DO TIDE QUE TINHAM PARADO......ESSA FOI A PRIMEIRA DOR DE CABEÇA E DEPOIS VEIO AS DEMAIS ....COM A VIBRAÇÃO DEPOIS DE UMA PARADA NO BOXE
SAI E JÁ NA CURVA 3 O CARRO BIXOU E EU JÁ DESCOBRI LOGO QUE ESTAVA EM 3 CILINDROS QUE ALGUM FIO TINHA ESCAPADO, PAREI NO BOXE E JÁ NEM FECHEI VOLTA ...REALMENTE ERA O FIO DE VELA QUE ESCAPOU ..COLOCARAM DE VOLTA E SAÍ , E NESSA VOLTA EU ESTAVA NA RETA OPOSTA E A MESMA COISA SE REPETIU, VOLTEI PRA BOXE E NÃO FECHEI VOLTA....OLHARAM E FOI UMA VELA QUE TINHA QUEBRADO A PORCELANA E FICOU PENDURADA PELO FIO , TROCARAM E SAI E QUANDO ESTAVA SUBINDO A JUNÇÃO BIXOU OUTRA VEZ, MAS MAIS UMA VEZ EU JÁ SABIA O QUE TINHA ACONTECIDO , POIS O PEDAL DO ACELERADOR TINHA FICADO MUITO LEVE, VIM ME ARRASTANDO PARA O BOXE, MAS O CARRO NÃO TINHA FORÇA POIS ESTAVA SÓ COM UM CARBURADOR FUNCIONANDO, TINHA CAÍDO O ACIONAMENTO E ENROSCOU NA LATARIA DO MOTOR E NÃO ME DEIXAVA ACELERAR . FOI QUANDO EU PAREI EM FRENTE A UM DOS PRIMEIROS BOXES QUE NÃO ERAM OS MEUS E UM DOS MECÂNICOS MEUS ME VEIO AUXILIAR E EMPURRANDO O CARRO PARA OS MEUS BOXES E ARRUMANDO AO MESMO TEMPO.....ARRUMOU E SAÍ, DAI PRA FRENTE FOI SÓ ALEGRIA, VINHA QUERENDO RECUPERAR O TEMPO PERDIDO E NO LARANJA PUNHA O CARRO ESCORREGANDO NAS QUATRO E A GALERA NO BARRANCO E ARQUIBANCADAS SE LEVANTAVAM EM TODA A VOLTA QUANDO EU APONTAVA NA SAÍDA DO SARGENTO PRO LARANJA
E TAMBÉM NA JUNÇÃO....ERA A MESMA COISA QUANDO EU CHEGAVA ALI, ERA UMA ALEGRIA PARA OS CARAS ......FORAM ESSES CARAS QUE NO FINAL DA PROVA ME TIRARAM DO CARRO E ME FALARAM VC GUIOU MUITO E ME LEVANTARAM .....AI ME PEDIRAM PRA TIRAR FOTO NO CARRO E ELES FICARAM TODOS CONTENTES ...ENTRARAM NO CARRO E FICARAM Á VONTADE....
COM TUDO ISSO NO FINAL EU CHEGUEI COM 15 VOLTAS A MENOS MAS VALEU .......
AGORA VOU DEIXAR UMA DEIXA E UMA MÁGOA ( FUI O PRIMEIRO DA CATEGORIA E O 13º NA GERAL EM UMA ÉPOCA QUE SÓ DAVA OPALA, ENTÃO O PRESIDENTE DA VW QUE ERA UM TAL DE RONALD BERG.......ESSE CARA NEM CHEGOU PERTO DE MIM......E SABE O QUE FOI QUE EU GANHEI....UMA MEDÁLHINHA ESCRITO EU TAMBÉM PARTICIPEI DAS MIL MILHAS ) ISSO QUE NOS TIRA TODO O INTERESSE DE PARTICIPAR COM UM CARRO DE MONOMARCA NO QUAL A MONTADORA NÃO RECONHECE....PELO MENOS UM APERTO DE MÃO E UM VC FOI GUERREIRO ....PARABENS......MAS SÓ EXISTE QUEM CHEGOU NAS MIL MILHAS ATÉ AO 10º DAÍ PRA FRENTE NÃO VALEMOS NADA.......QUEM EXISTE SÃO SEMPRE OS MESMOS , LUIZ PEREIRA BUENO , INGO , GUARANA , PAULÃO E TANTOS OUTROS ......QUE EU NÃO TIRO OS MÉRITOS DELES, MAS EU APRENDI QUE COMPETIÇÃO É COMPETIÇÃO NINGUÉM É PRIMEIRO SE NÃO TIVER OS ÚLTIMOS E OS ÚLTIMOS TAMBÉM QUEREM SER OS PRIMEIROS, POIS TEM MUITOS DELES QUE GASTARAM TALVEZ MAIS QUE OS PRIMEIROS E FOI MUITO MAIS SACRIFICANTE......E NINGUÉM LHES DÁ UM PEQUENO EMPURRÃO........ESTOU FALANDO ISSO PORQUE EU JÁ FUI UM DELES.....E NEM POR ISSO DEIXEI DE AJUDAR ALGUNS QUE PARTICIPARAM DE VÁRIAS CATEGORIAS QUE PASSEI .....
CHEGUEI A AJUDAR A PAGAR A INSCRIÇÃO VARIAS VEZES DE AMIGOS PRA PODER CORRER....SIM EU FIZ ISSO JÁ E NÃO ME ARREPENDO AO PASSO QUE MUITOS DELES FALARIAM MENOS UM .........

ESTA FOI UMA DAS MIL MILHAS QUE PARTICIPEI QUE TRABALHEI MUITO E APRENDI TAMBÉM E SÃO ESTAS QUE NOS DÃO BAGAGEM DE TODA UMA VIDA AUTOMOBILISTICA QUE TANTO GOSTAMOS .......UM ABRAÇO ........FERRAZ."