A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 1 de junho de 2019

Dois cliques do Ingo...

Camilão parado no grid, Chico Lameirão observa a fabulosa #18, segundo Ingo foi a última largada dela. Gigi de Lamare, de chapéu espera que Pedro assuma seu lugar no grid.



O Porsche 910 no GP Shopping Center Iguatemi - 1971 - nem Ingo muito menos o Chico Lameirão sabem se o piloto é o próprio Chico ou Lian Duarte, eles venceram uma corrida com este carro, um dia conto.

 Ingo Hofmann em foto de Dibe Grelak.

De uma conversa à três, Ingo e eu no Facebook e eu e Chico ao telefone saiu este post...obrigado Ingo, um abraço. 








Fotos: Ingo Hofmann e Dibe Grelak.

Rui Amaral Jr 

NT: Ingo Hofmann o fotógrafo é homônimo do piloto Ingo Hoffmann, dois grandes nomes em suas respectivas atividades!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Silverstone 1973...


 O Caranguejo e eu estamos escrevendo um post, mais um, sobre o GP da Inglaterra de 1973 em Silverstone, tenho certeza que vai ser algo polemico, mesmo 46 anos após.
Gostaríamos muito de saber a opinião de vocês...

Abraços

Rui Amaral Jr 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

...E JIMMY NÃO PASSOU.

Dá um jeito Beaky...
Mike Gregory e Dave Sims...a equipe Lotus.


Um dos primeiros pontos que nos chama a atenção nos acontecimentos que cercaram a primeira etapa do europeu de Fórmula 2 em 1968, na pista de Hockenheim (a prova em Montjuich Park fora extracampeonato) é o número  de integrantes da equipe Gold Leaf Team Lotus  envolvidos.



Já no grid Jimmy e Beaky.

Jim Clark contava com Dave "Beaky" Sims para preparar seu carro e Graham Hill tinha Mike "Carnoustie" Gregory para cuidar do seu e era tudo. Dois pilotos, dois mecânicos.
E algum desavisado diria que eram muitos, para um evento onde nada parecia dar certo para a Lotus. Um fim de semana a ser esquecido, mas não mais do que isso, até a quinta volta da  primeira bateria. " Quando não o vimos passar, não percebemos de imediato", conta Sims. "Teria havido uma quebra com Jimmy?" 




Então um dos carros de serviço apareceu e um fiscal de pista perguntou: "Você é o mecânico de Jim Clark?" Sims quis saber o que ocorrera e foi informado do acidente. Quando foi ao local da batida, viu uma ambulância e questionou: "Ele está bem?" "Não posso dizer", foi a resposta. Então viu o carro. Não havia sobrado muita coisa. Onde estavam a caixa de velocidades, o motor? A resposta: "Ah, pela floresta. Ele atravessou a mata ao sair da pista". Perplexo, Beaky perguntou se poderia ver Clark. A resposta foi não. 
Sem certeza do que causara tudo aquilo, Sims teve a idéia de pedir ao fiscal que o levara até o local do acidente, que voltasse aos boxes e dissesse a Michael Gregory que chamasse G.Hill de volta aos boxes. 

Quando Graham chegou disse:"OK, Beaky. O que temos de fazer é pegar o caminhão e carregá-lo com tudo isso. Venha e sente-se por alguns minutos. Acalme-se. É isso o que vamos fazer, está bem?" E assim foi. Eles encheram o caminhão da equipe com os destroços do Lotus 48 e voltaram ao paddock. Restava a Hill identificar o corpo de Jimmy. Antes de realizar a triste tarefa, ele determinou que o caminhão não deveria ser aberto para ninguém. Beaky e Carnoustie retornaram ao Hotel Luxhof onde estavam, com o pesado veículo. 
Mas logo a Polícia chegou e lhes deu uma contra-ordem. Ninguém poderia sair do hotel ou deixar a Alemanha. O pesadelo particular de Sims continuou com a chegada de Colin Chapman. Era uma da manhã e todos continuavam de pé. "Que diabos você fez?", vociferou Colin a Dave, que retrucou: "Por Cristo. Foi um acidente". Chapman pareceu conter-se. "Certo. Está bem". Fiel da balança, Graham pediu calma. Chapman então disse: "Quero o caminhão fora daqui. Agora". Sims alertou que não poderiam e que o carro da polícia estava bloqueando a saída. Colin não queria saber: "Não importa. Temos que tirá-lo da Alemanha". Meia hora depois, o pequeno Volkswagen da Polícia tinha  desaparecido. Dave e Gregory assumiram o volante e Chapman lhes disse: "Vão para o oeste, para a costa; até Zeebrugge na Bélgica". Ao chegarem à costa belga, o passo seguinte seria fretar um barco que transportaria o caminhão até a Inglaterra. Sims recorda:"Então fomos. Subimos uma colina, outra, depois outra. Até chegarmos a uma barreira vermelha e branca. Era a alfândega, mas não havia ninguém lá. Nós prosseguimos, encontramos Zeebrugge no mapa e chegamos. O cara do barco já estava sabendo da tragédia e parecia interessado. Perguntou se conhecíamos Jim Clark. Disse que éramos seus colegas de equipe. Foi quando o sujeito falou que queria olhar o caminhão, tirar fotos". Dave protestou e respondeu que não era possível. O barqueiro foi irredutível: "Sem fotografias, sem barco". Sims e Gregory decidiram rapidamente. Dave abriu a porta do caminhão."Era só uma bagunça, mais nada. Havia uma lona cobrindo o que restara do carro, mas o homem não desistiu e fez algumas fotos". Satisfeito, a última etapa da viagem enfim começou. Em seu destino encontraram a polícia britânica esperando-os no porto. 
Mas estavam ali para escoltá-los, pois havia a imprensa por todo o lado e muitos curiosos. De volta à sede da equipe, Sims ficou sem aparecer por algum tempo. Quanto ao que restara do Lotus 48, Colin enviou o motor à Cosworth, o câmbio para a Hewland, os pneus à Firestone  e qualquer outro fragmento para a Farnborough Aircraft. Tudo foi examinado e nada encontrado, embora a Firestone apontasse para a deflação do pneu traseiro direito como uma possível causa. Mas os tablóides escolheram Beaky para apontarem seus dedos acusatórios. Quem tocara por último no carro? Sims, aos vinte e sete anos era pouco experiente e deixou-se levar por essa onda, até o dia em que falou com Colin Chapman outra vez e perguntou-lhe o que faria. "O que quer dizer com o que vai fazer?" Beaky retrucou: "Eu era o mecânico do Jimmy e ele morreu. O que faço?" A resposta de Chapman foi direta: "Você vai à Jarama amanhã, levando o novo chassi para o Graham, que o usará no Grande Prêmio".

E assim Dave Sims começou a tentar superar o trauma da morte do terceiro Gigante... 

Dave Sims  

CARANGUEJO 

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 NT: "Terceiro Gigante" = Tazio Nuvolari, Juan Manuel Fangio e Jim Clark.

 Fotos internet.



segunda-feira, 29 de abril de 2019

Marazzi e o Porsche 917 do Wilsinho. Conta Cuca


No final de 1974, o Expedito já sabia que o Wilsinho Fittipaldi iria montar  uma equipe brasileira para disputar o Mundial de Formula 1 com o seu próprio carro. Marazzi, foi uns do primeiros entusiastas do projeto. Dizia-me ele, que com um bom chassis, um motor Cosworth e pneus Goodyear, a equipe poderia ter sucesso. E ele não estava errado, pois era a época dos kit-cars, só não contava com que os ingleses, fariam tudo para o Copersucar-Fittipaldi não andar na frente dos carros deles. E fizeram. Mas esse é assunto para outro texto.  

         O Expedito, escreveu diversas matérias, sempre defendendo o projeto, enquanto os "especialistas", só o detonavam. Porem, o Wilsinho, que adorava as matérias dele, o chamou, e disse que o Marazzi, era muito importante para divulgar positivamente a equipe, e que, ele era o único jornalista automobilismo, que tinha habilidades para testar o FD01. O Expedito ficou muito orgulhoso, e, a bem da verdade, muito entusiasmado com o convite. Ele foi até a minha casa para conversar com meu pai sobre o convite, afinal, não era para qualquer um ser convidado para testar um F1 de um grande projeto brasileiro. Na época do convite, o carro ainda estava na prancheta de desenhos. Passaram-se meses até o carro ficar pronto e o Wilsinho ligar para o Marazzi e dar a triste noticia. Infelizmente, a Copersucar vetou o teste pois achavam que o Expedito poderia destruir o carro, o que na minha opinião, até faz sentido, mas, quem conheceu o Expedito, sabia que ele jamais andaria acima do seu limite e responsabilidade. Como premio de "consolação", o Wilsinho ofereceu o Brabham BT34 para ele testar, triste e contrariado, mas vendo a possibilidade de pilotar um F1 pela primeira vez, ele aceitou.

        
         Dias depois, o teste da Brabham foi realizado. Marazzi, foi para a oficina da Copersucar, e estava conversando com o Wilsinho, quando chegou o Emerson com o Porsche 917, o doido do usava o carro como carro de rua. Expedito então, perguntou se ele não poderia testar o 917 também. Wilsinho disse que sim, mas em outro dia.
         Naquele dia, eu estava esperando o Marazzi na casa dele para saber como foi pilotar um F1? Resposta dele:
-Nada demais, nada assustador. tem acelerador, cambio freio, mas achei que seria muito mais rápido...
         Aqui, vale uma adendo: com certeza o Brabham não estava com a potencia máxima. Nem sei se este teste foi publicado na revista Manchete. Mas com o Porsche, a coisa foi diferente.
         Algumas semanas depois, foi marcado o teste com o  Porsche, e esse saiu na revista Manchete. Pouco depois, perguntei como andava o Porsche?
Respostas dele:
-Eu nunca vi o retão acabar tão rápido, foi impressionante...
-Vocês que estão acostumados a entrar na curva do Sol de pé em baixo, é porque nunca pilotaram um 917. Você chega tão rápido no final da reta oposta, que você tem que frear, reduzir uma marcha e entrar acelerando...
-Foi o carro mais rápido que dirigi na minha vida...
         Esta no texto da matéria da Manchete, que ele pediu para o fotografo ir para a curva do laranja, para fazer umas fotos mais emocionantes, pois ele ia "entortar" o carro... Duas ou três voltas depois, o fotografo começa a abrir os braços reclamando... Marazzi para depois do Laranja, desce e diz para o fotografo:
-Não adianta, o carro é muito bom, toda vez que eu tento jogar a traseira, ele me responde malcriadamente e coloca a traseira no lugar...

         Sempre que tentei conversar com o Marazzi sobre  teste do F1, ele sempre falava que era um carro comum, mas que o Porsche 917 do Wilsinho era absurdo. E eu acredito nele.
         Lembro-me, do primeiro GP oficial de F1 no Brasil. Fui aos treinos do primeiro dia com meu irmão Marco Souto Maior. Quando voltamos, o Expedito estava chegando do autódromo também na porta da sua casa (éramos vizinhos)... Paramos o carro ao seu lado, e descemos para conversar:
-E ai Expedito, o que achou?
-Nada demais, não são o super heróis que eu imaginava. Se me derem um carro daquele, e um tempo para treinar, ando junto com eles. Não digo na frente, pelo amor de Deus, mas, ficar próximo deles, eu fico. O único que me impressionou realmente. foi o tal do Tom Price. Aquele tira leite da pedra do carro...
Engraçado, eu achei a mesma coisa...
Forte abraço a todos...

Mario Souto Maior