A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A CURVA DO HOMEM MORTO

 Mônaco 1958, Hawthorn e a Ferrari Dino 246.
Porto 1958
Monza 1958, largando entre Tony Brooks #28 e Staurt Lewis-Adans #30, ambos de Vauxwall, a caminho do titulo...
Que conselho daria o Grande Vitorio Jano ao futuro campeão? 

Se alguém morre jovem, no auge da carreira, é o bastante para que surjam teses as mais diversas, versões as mais desencontradas para justificar-se o ocorrido. Embora tenha uma queda por História, não sou um profissional da área, então, vamos nos ater ao mundo das pistas. Nosso personagem era jovem (29 anos), estava no auge de sua carreira e era um estigmatizado. Sempre associado ao grande desastre da história do automobilismo mundial, Le Mans/1955. Naturalmente estou falando de John Michael Hawthorn, o Mike Hawthorn, primeiro britânico campeão mundial da F1 em 1958. Mike venceu o Mundial e anunciou sua aposentadoria. Apesar dos louros da vitória, ele contabilizara perdas: seu amigo Peter Collins morrera em Nurburgring; Hawthorn sofria de uma doença renal considerada crônica em uma época sem diálise ou medicamentos adequados. Agora, ele tinha planos de tocar o negócio da família, a oficina em Farnham que cuidava da preparação de carros. Incluia seu casamento com Jean Howarth e viver, fosse por quanto tempo fosse. Em 22 de janeiro de 1959, dia para variar, ventoso e com chuva, Hawthorn estava saindo de Farnham, quando na estrada, encontra o manager Rob Walker e seu Mercedes Benz 300SL. Teria a visão do carro prateado e com um estrela de três pontas despertado o velho espírito revanchista de Mike, o qual já lhe causara grandes problemas?


 1957 Nurburgring, Hawthorn na última volta à frente de Fangio, #1 Maserati 250F e de seu companheiro de equipe e amigo Peter Collins, ambos de Ferrari 801. No final desta volta Fangio venceria seu 5º titulo! 
 Hawthorn e Ciccio Ascari
 Walker e Stiling Moss
 Rob Walker
Foi da equipe de Rob Walker a primeira vitória da Lotus na Formula Um. Innes de Ireland pilotando a Lotus21 Climax venceu em Watkins Glen 1961

Hawthorn poderia ter pensado: “Da outra vez que liberei minha ira contra esses malditos carros alemães, os resultados foram atrozes. Dor e destruição. Se acontecer de novo, o que poderá resultar?” Mas Mike não era um tipo razoável. E ali estava Robert Ramsey Campbell Walker, provocando-o para um racha. O campeão mundial de 1958 pensava que não viveria por muito mais tempo e a sua doença já apresentara sintomas mais fortes como apagões. A estrada, molhada e o vento forte apresentava um desafio a mais e Mike acelerou seu Jaguar Sedã 3.4 MKI. Ele era esperado em Londres, mas daria tempo para ensinar uma lição ao Rob. 





Local do acidente


Inconsequente, como os adolescentes da canção Dead Man`s Curve, mas Hawthorn não chegaria a conhecê-la. Os dois se lançaram a uma disputa, sabe-se lá quando terminaria. Rob Walker um dia fora piloto, mas afastara-se das competições a pedido da esposa, tornando-se um chefe de equipe. Tinha recursos, sabia dominar um carro em alta velocidade, mas estava medindo forças com um campeão de F1 aposentado três meses atrás. Mike o alcançou e passou mas então...Walker contou que o Jaguar de repente pareceu perder o controle e curiosamente, não desacelerou. Bateu em um caminhão que vinha em sentido contrário e por fim em uma árvore. Perplexo, Rob Walker parou para socorrê-lo, mas era tarde. Hawthorn tinha ido parar no banco traseiro do Jaguar. Ele não resistiu aos ferimentos. Os relógios ainda não marcavam meio-dia. O que teria acontecido que fizera com que um piloto não tivesse meios de safar-se de uma situação de risco ao volante? O próprio Rob Walker ficara surpreso que Mike não diminuira a velocidade quando o Jaguar iniciou sua derrapagem sem controle. Ao contrário, continuara como antes levando tudo pela frente. Seu condutor poderia ter perdido a consciência, o que tornaria tudo mais difícil e pessoas próximas já haviam percebido essas súbitas perdas dos sentidos no piloto. Chegou a pensar-se na época, mesmo na possibilidade de atentado à bala, todavia não foi encontrado nenhum vestígio de pólvora no carro. Outra teoria dizia que Hawthorn possuía no Jaguar um dispositivo que lhe permitia acelerar o carro sem usar o pedal. Se esse acelerador manual ficasse travado, explicaria o comportamento do automóvel. Sempre acelerado e desgovernado. Seu condutor teria virado um passageiro. Mike não estaria vivo para conhecer seu sucessor, Jack Brabham, e levou com ele o segredo de seu último pega. E a certeza, de que ninguém volta da Curva do Homem Morto.


Caranguejo



A tragédia de Le Mans 1955


O  Jaguar D-Type #6 que passa logo após o acidente é o de Hawthorn/Ivor Bueb




REVISTA ILUSTRADA -Janeiro 2013

domingo, 6 de janeiro de 2013

LEMBRANÇAS...

Interessante a forma como nosso pensamento divaga, ontem à noite aqui sentado comecei a pensar num papo com o Jr Lara quando voltávamos de Campos do Jordão a semana passada. Passei um semana incrível na casa dele e de Jacqueline sua patroa com mais dois casais, e quase nada falamos de automobilismo. Conversamos muito, jogamos e principalmente comemos soberbamente, já que ele se mostra há muito um excelente cozinheiro e depois com a chegada de dois casais de amigos, Andréa e Ronaldo, e Patrícia e André, ficou tudo melhor ainda. Ronaldo outro bom cozinheiro, fez um Bobó de Camarão das estrelas ao que o Jr rebateu no dia seguinte com um Camarão à Paulista de se comer orando. Do André pouco a declarar, pois ele é um grande Chef e nos dois dias que lá ficou pouco saiu da cozinha, dá para imaginar!? Por conta deles engordei uns três quilos!  

Jr com a camiseta do Francis e eu em Campos. 

Na estrada conversávamos sobre acertos de nossos carros e o Jr me contava da barra estabilizadora com regulagem que ganhou do Wilsinho  Fittipaldi e da regulagem que tinha dos freios traseiros, ambos à sua mão. Falamos de Jacarepaguá e Tarumã, da vantagem dessas regulagens nestas pistas e depois ele conta que na freada da curva do Sargento em Interlagos, aumentava a pressão dos freios traseiros, para na tomada da curva já chegar em um leve sobresterço e naquela posição acelerar fundo. 
Vejam, nossos VW D3 depois de sair muito rápido do Sol chegavam à freada do Sargento certamente à mais de 200 km/h, quando de 4ª ou 5ª engatávamos 2ª, para contornar a curva acredito à 125/135 km/h, pois da saída perfeita dessa curva dependia a velocidade que chegávamos à curva do Laranja, Fera o Alicatão!   

Um carro preparado com muito capricho!
 As belas brigas do Arturão-Arturo Fernandes- e Jr

Arturão freando para o Sargento.
Quase na tangencia com a traseira escapando, belo sobresterço Campeão!

Saída do Sargento, Arturão briga com Mogames, atrás Amadeo Campos e rodando acredito que Amadeu Rodrigues.
 Tomando a verdadeira curva do S em Interlagos no limite, vejam os pneus!

E para completar, ontem à noite olhando alguma fotos de meus arquivos, lembrei como era bela e renhida nossa luta na D3, grandes disputas que ainda trago na memória, como da vez em que, para variar, largando atrasado, cheguei no Marco e Tide na freada da curva Três, e derrepente um para lamas voa em minha direção, acredito que Tide tocou alguém na briga por posições.   

 Largada, Marco ao seu lado Alvaro Guimarães e Tide ainda com o paralama. Elcio Pelegrinni, Bruninho, e Amadeu largam na frente...   
 Quando o paralama voou na Três, Duran, Amadeu, e Bé estavam à minha frente.
Tide, Marco e eu, dois grandes pilotos, nas brigas com eles só aprendi!


À Jaqueline e Junior e à todos meus amigos, os presentes nas fotos e nas minhas lembranças.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Chris Amon

1972 de Matra-Simca MS120D em Mosport 

Chris não venceu na Formula Um, mas deixou sua marca no automobilismo como um grande bota!