A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O AUTODROMO DE CASCAVEL E A SAUDOSA PROVA CASCAVEL DE OURO


Quando falo de Cascavel, sinto até um friozinho na barriga, mas de satisfação e não de medo, pois foi nesse autódromo que sem duvida nenhuma passei grande parte das minhas melhores emoções nos meus tempos de automobilismo.
É gratificante e super prazeroso saber e ver que esse tradicional autódromo foi ressuscitado e revitalizado com muito empreendorismo e boa vontade daqueles que realmente gostam e sabem discorrer sobre automobilismo, enfim um ato de muita coragem e heroísmo de todos os envolvidos nessa empreitada, que sem duvida nenhuma deve servir de exemplo a todos os demais Estados, e administradores dos autódromos deste Pais, e que jamais façam o que está sendo feito no autódromo do Rio de Janeiro, que agoniza e já está condenado por essa corja de cartolas inúteis e ávidos de lucros, sem escrúpulos, sem memória e até sem sentimentos, enfim sem moral e sem vergonha. Ficaria aqui horas e horas descrevendo adjetivos para essa cambada e eles poderiam até pensar que eu os estava elogiando.




Mas quero falar também que alem do renascimento e revitalização do Autódromo de Cascavel, seria bom também que retornassem com a tradicional prova Cascavel de Ouro, que sem duvida nenhuma era uma das mais tradicionais e empolgantes provas do Calendário Automobilístico Brasileiro e não apenas Paranaense, pois nessa prova se encontravam pilotos de varias regiões e estados, e até de fora deste Pais.
Enfim essa era uma prova aonde corriam com todos os tipos de veículos , de varias categorias e de vários estilos, desde o mais antigo até o mais moderno. Em uma mesma prova podia-se ver desde o piloto profissional, até o amador, desde que devidamente documentado, é claro, e quero dizer que tanto o amador (que não participava regularmente de campeonatos), quanto o profissional tinham a mesma atenção e o mesmo valor por parte dos organizadores e diretores de prova. Enfim era uma verdadeira festa de confraternização, era um espetáculo digno do nome "Cascavel de Ouro".
Portanto quando se fala de uma prova desse porte parece que a saudade é muito maior, pois nessa época que eu participava, contava-mos os dias para estar lá presente nesse espetáculo, e ainda mais gratificante era saber que fazíamos parte desse espetáculo.
A preparação para essa prova começava muitos meses antes, com treinos esporádicos e com revisões constantes nos carros para que nada de errado acontecesse, enfim era trabalho duro muito tempo antes da prova, pois sempre queria fazer o melhor possível, já que a prova era de muita importância e muito destaque não só na mídia como também na Cidade, que nos recebia calorosamente e com muita hospitalidade.






Em uma edição que no momento não sei exatamente precisar o ano se foi 1993 ou 1994, fui participar com o meu protótipo, e tenho algo a lhes contar bastante interessante e também bastante trágico para mim, pois passei por um acidente incrível e inesquecível, enfim um fantástico acidente que para mim ficou marcado como trágico e humorístico ao mesmo tempo.
Para quem não conhece ou nunca andou no traçado de Cascavel (que felizmente foi preservado, ao contrario de Interlagos que infelizmente foi destroçado), a pista é sensacional com retas curtas mas fantásticas (apesar de poucas) e curvas maravilhosamente desenhadas e bastante desafiadoras, destacando-se a curva do Bacião, sendo a mais desafiadora curva de todos os demais autódromos do Pais, basta dizer que é preciso ter muita coragem e fé para fazê-la bem feita, ou melhor quase que com o pé embaixo, pois ela apresenta três tangencias numa mesma curva, o que é simplesmente fantástico pois exige uma concentração fora do comum para fazê-la bem feita.



E foi nessa desafiante curva que me aconteceu um também fantástico acidente, pois durante a prova, que por sinal eu estava bem colocado, ao entrar nela me furou um pneu dianteiro esquerdo do meu protótipo. Não sei exatamente a que giros estava, mas creio que por volta de uns 6.200 a 6.300 rpm, num ponto de bastante velocidade, pois foi bem na entrada da curva e final da reta (que hoje é a nova reta dos boxes),com o estouro do pneu meu carro ficou parecendo um pião e girava em seu próprio eixo de uma forma quase que interminável, não sei exatamente quantas voltas eu dei, mas o carro não parava de rodar e num determinado ponto, devido a saída da pista, o carro foi se despedaçando, ou melhor foi perdendo partes, e uma delas foi justamente o assoalho que era de alumínio, que foi o primeiro a se soltar, e foi assim que no continuar das rodadas eu senti meu traseiro esquentando, foi por causa das raspadas no chão que chegaram a atingir o fundo do meu banco, então fiquei super preocupado, achando que o carro estava pegando fogo, o que felizmente não aconteceu, mas uma coisa eu tinha certeza, que estava queimando o meu traseiro, isso estava. Então a única saída era rezar para que o carro parasse e eu pudesse sair, o que foi uma espetacular saída rápida, pois quem tem C....tem medo, e eu não queria sair com o meu queimando. Felizmente tudo ocorreu de uma forma que só tive prejuízo material, e já saia pensando na próxima edição dessa sensacional prova, que mesmo com o traseiro queimado eu com certeza estaria lá novamente. Até o ano que vem.....
Pedro ajuda seu filho Rodrigo












Pedro Garrafa

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Pedrão, meu amigo, muito obrigado, todo de bom e um forte abraço!

Rui

Alfa Romeo Bimotore - vídeo



Gran Premio di Tripoli 1935


Agradeço ao Lauro o envio do vídeo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Alfa Romeo Bimotore


As belas fotos da Bimotore, no Museu Ferrari, feitas pelo Milton Bonani


1935, a Alfa Romeo e sua equipe de competições, a Ferrari, estavam preocupadas com seus concorrentes alemães, a Mercedes Benz e a Auto Union, fortemente amparadas pelo governo.
A Mercedes com seu W25B e seu motor de 3.900cc mais compressor desenvolvia 430 HP, enquanto a AU com seu Type B de motor traseiro de 4.900cc com 375hp, já eram mais rápidas que a fabulosa Alfa Romeo P3, que tantas vitórias deram à marca italiana.
Foi então que Enzo Ferrari e o engenheiro Luigi Bazzi tiveram a idéia de construir um carro, com dois motores, um na frente e outro na traseira, para isso usaram dois motores da Alfa P3 de 3.165cc que na época desenvolvia 270hp. Ficou então a Alfa Bimotore, com 6.330cc e 540hp.
Para pilotar o carro e encarar os pilotos das concorrentes, que na Mercedes eram Rudolf Caracciola,  Manfred Von Brauchitsch e Luigi Fagioli, e na Auto Union eram Hans Stuck, Achille Varzi e Bernd Rosemeyer, a Alfa e sua equipe Ferrari trouxeram novamente Tázio Nuvolari.

 Tazio na Bimotore, ao seu lado Enzo


Como seu peso, 1.000kg, ultrapassou os 750kg estabelecidos para categoria GP, a Bimotore foi usada para competir na Formula Livre, em corridas como em Trípoli e na Tunísia, Avus. Era rápido, mas consumia muito e seus pneus, primeiro, os Dunlop e depois os Englerbert, não agüentavam, sendo que em Avus, não duraram mais que duas voltas.
Por fim como era moda na época a Bimotore foi usada para recordes de velocidade, tendo com Tázio, em 16 de Junho de 1935 batido o recorde mundial, à uma velocidade de 321km/h de média no quilometro, tendo alcança como máxima incríveis 364km/h, no trajeto Florença-Livorno na Itália. E logo depois o da Milha com 323km/h.
Conta a história que este foi o primeiro carro da equipe Ferrari a usar a imagem do Cavallino Rampante.
Dois exemplares dele foram conservados, um na Inglaterra, totalmente original, e este que o Milton fotografou no Museu Ferrari, feito com muitas peças originais.   

Um motor à frente e outro atrás, ligados ao diferencial, que distribuía a tração para as rodas traseiras por dois eixos.  
Nas laterais os enormes tanques de combustível. Esta a versão para recordes.  



Agradeço ao Milton, pelas fotos e o carinho da lembrança.

Dois links interessante sobro a Bimotor



Rui Amaral Jr



MONSTROS SAGRADOS

Juan Manuel Fangio
Às vezes quando escrevo parece que estou escrevendo só para mim, tento passar a emoção que senti e acabo não sabendo se consegui. Peço perdão por minhas falhas, pois alem de escrever apenas à seis meses, a grande maioria das vezes escrevo com o coração na ponta dos dedos.
Quantas vezes li sobre a vitória de Fangio que descrevi na postagem anterior? Talvez uma centena desde meus doze anos. Quando vi o vídeo fiquei maravilhado, com Fangio freei no limite, entrei naquelas curvas muito alem do limite possível, ultrapassei e venci. Ver o sorriso de Hawthorn no podium, e saber que ao ser indagado sobre Fangio disse " Fangio ? Ele é um deus!", dito pelo piloto que seria campeão do mundo no próximo ano. Sabia Hawthorn que estava vivendo um momento mágico, único.

Jim Clark e o Lotus 33

Com Clark foi uma admiração mais presente, lia sobre suas corridas vezes sem conta. Pilotei com ele aquele Cortina em Brands, quando não satisfeito com suas vitórias na F1 e Protótipos, pilotava num mesmo dia em três categorias, e dava show nas três.
AH!! Aquele Cortina, com a roda que tangenciava a curva no ar e fora do asfalto, um metro dentro da grama que margeava a pista! 
Clark dizia que Dan Gurney era o único piloto que se comparava a ele em velocidade, e Gurney falou após o acidente de Hockenheim "Se ele morreu o que será de nós".

Ayrton e o MacLaren

Com o Ayrton venci dezenas de vezes em Silverstone, de F.F e F 3. Segurei o Patrese em Interlagos e o Manssel em Magni. Não tirei o pé no Japão, batendo na traseira de quem não teve a devida competência de fazer aquela curva de pé embaixo. Num livro que li sobre o Ayrton ele diz que a volta perfeita é como dar o nó na gravata e as duas pontas ficarem iguais, muito difícil, só que para ele não era impossível, lembro de inúmeras, a mais marcante aquela em Mônaco, onde começou cada vez a andar mais rápido, até colocar mais de dois segundos em seu companheiro de equipe, Alain Prost.
As vezes começo a escrever alguma coisa e meu pensamento voa, ai deixo algo de lado, espero que entendam.

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NT: Post original de 29 de Junho de 2009, continuo escrevendo da mesma forma, agora após quase quatro anos, com a companhia competente de meus amigos, Graziela, Gabriel, Fabiano, Carlos e o sempre presente Caranguejo - Carlos Henrique Mércio.
Ainda hoje, sempre penso que falta alguma foto, ou que poderia escrever algum detalhe que me vem à mente do fato descrito, depois de escrever e arquivar algum texto.
Mas continuo da mesma forma, apenas agora com a companhia de muita gente que todos dias acompanha nossos posts.
A cada um de vocês, meu muito obrigado...  

Rui