A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Caveira - Celso Afonso Oliveira


Desde que comecei a escrever  esse blog sempre tive em mente contar nossas histórias, vista por todos que participam ou participaram desse esporte inebriante, quando entra em nosso sangue na maioria dos casos nunca mais sai.
Sábado contei feliz de um telefonema que recebi do Caveira - Celso Afonso Oliveira - e ontem recebi dele este e-mail. 
Talvez quem olhe de fora não consiga sentir como é próxima e intensa a convivência entre todos os envolvidos em uma equipe de competições, um sempre dependente dos outros. Um grande preparador nada é sem um grande piloto e mecânicos e por aí vai.
Depois de trabalhar com o Ricardo, Adolfo e comigo o Caveira se tornou preparador de Formulas e isso logo ele vai contar para nós.
Fora um ou outro entrevero tive e tenho a grande felicidade de ser e continuar amigo de todos que participaram de minha carreira 
Valeu Caveira um abração.  
Rui Amaral Jr

O VW Divisaõ 3 de Ricardo.

O prazer foi todo meu! Tremenda felicidade ver meu nome  no seu blog. São essas coisas que fazem a gente dizer "VALEU A PENA!!!". Noites sem dormir não são nada diante do da alegria de falar com amigos e saber que eles estão bem e lembram da gente! Por isso, vou lembrar de dois amigos agora, por que tudo começou com eles. O primeiro é o Ricardo Acosta, o "Porcó", infelizmente já falecido, foi ele que me apresentou o Ricardo Bock, dizendo que ele precisava de alguém pra trocar os amortecedores traseiros de um carro de corrida. Até então, eu só assistia F 1 pela TV e ia a Interlagos assistir o Adú Celso correr de Yamaha TZ. Foi então que houve um momento mágico em minha vida... O momento em que eu cheguei com o Acosta na casa do Bock e vi o DIVISÃO 3 vermelho do Ricardo. Eu não me lembro, quando casei, do momento em que o Padre mandou eu dizer SIM, mas lembro quando vi aquele carro. Fui infectado naquele momento, antes mesmo de tocar naquele carro. Se eu tenho histórias para contar, a minha história começou ali, nas mãos de RICARDO ACOSTA  e RICARDO BOCK, que SEMPRE, e digo sempre por que até hoje me lembro das lições, exemplos, determinação, honestidade, vontade de fazer bem feito, mesmo com pouquíssimos recursos, ferramentas necessárias para trabalhar na Vida, que aprendi com o Ricardo e com pessoas que conheci com ele, nas quais incluo VOCÊ, Rui. Vocês talvez não saibam, mas ajudaram o formar o profissional e o ser humano que sou hoje, porque vcs faziam parte do meu sonho de ser um mecânico de competição (bonito, heim?), sonho esse que se realizou. Por isso, hoje , a minha história é de gratidão especialmente a vocês. Posteriormente contarei outras histórias em agradecerei a contribuição que muitíssimas outras pessoas fizeram e fazem por mim. E agradeço sempre a Deus, por ter o privilegio de conviver com vocês. Grande abraço a todos.

Caveira - Celso Afonso Oliveira



domingo, 5 de junho de 2011

PASSATs D3

Carlos Fernandes alinhando no grid Mil Milhas 92.
Ricardo Bock
 MM 83, Ricardo Bock
João Franco largada MM 82.

Troca de pilotos sai Adolfo Cilento entra Ricardo Bock





sábado, 4 de junho de 2011

Rui é o Celso, o Caveira!

Brasília branca do Bruninho, # 77 do Adolfo e o #14. Será que é o Caveira que fala comigo?


Sexta feira comecinho da noite ligo a TV para tentar assistir algum jornal, quando dá gosto de ver o da Band e depois o da Globo, sempre as mesmas noticia em versões tão diferentes, dou mais credibilidade à TV de meu amigo. Passei o dia tentando escrever sobre a temporada 59/60 da Formula Um, antes havia contado ao Caranguejo minha intenção, pobre de mim, veio uma enxurrada de e-mails, “ o Moss mudou de equipe”,”Fritz D`Orey correu em algumas etapas”, “ um certo escocês começou em 60” e por aí vai, foram uns 57 e-mails apenas e vejam bem nesta época eu tinha apenas 6/7 anos e o Caranguejo nem era nascido! Como pode ele saber de tantas coisas!
Então ligo a TV e minha cuca fervilha, o Fritz amigo do Marazzi fez as fotos de minha irmã no Austin Healey para Quatro Rodas, Moss correu com um Cooper mas da Rob Walker, Behra correu com uma Ferrari e por aí vai, pego um baralho para fazer uma paciência talvez consiga coordenar as idéias, ledo engano, fico pensando em meu filho que a esta hora deve estar chegando à faculdade “onde ele vai estacionar?” “será que comeu bem?”, “Moss nunca mais acertou depois da saída da Mercedes”, “preciso escanear a foto do Brooks em Heins”, “ e a nova namoradinha?”...
Toca o telefone e uma voz grave diz “Rui é o Celso, o Caveira” de pronto me vem a imagem do amigo que não vejo a trinta anos, parece que foi ontem, começamos a conversar como se nem um átimo desse tempo houvesse passado, o papo flui.
Sábado passado no Box do Ferraz ele me apresenta um amigo e diz que ele está sempre com o Caveira, peço que dê meu telefone a ele e agora estamos conversando. 
Conheci o Caveira acredito que em 1978 o Ricardo - Bock- nos apresentou, e naquele ano fizemos algumas corridas na Divisão 3.
Lembro de uma corrida em Interlagos, não ia correr, meu carro estava pronto, os motores no Chapa tudo certo mas estava sem vontade e cheio de problemas. Chegam em casa o Adolfo - Cilento - e o Ricardo dizendo que iriam me ajudar e que eu iria correr sim. O Ricardo refez todo visual de meu VW #14 e o Adolfo e o Caveira me ajudavam a colocar o carro na pista. Lembro perfeitamente que o Adolfo me disse que meu escapamento 4 em 1 estava com a corneta muito longa e que não passaria na vistoria, acontece que aquele motor e cambio estavam acertados para aquele escape e não iria experimentar um cruzado, aííí o Adolfo resolveu colocar atrás embaixo da saia um aplique de alumínio, parecia uma asa, ficou horroroso mas a corneta estava coberta.
No sábado tivemos problemas e trabalhamos até tarde e fomos para minha casa na R. Hadock Lobo para tentar descansar, não sei o que mas o Caveira precisava fazer ainda alguma coisa e o Adolfo abrindo um pote que eu tinha com Guaraná da Amazônia tirou de lá de dentro duas colheres grandes cheias misturou em um copo com água e deu ao Caveira. Aquilo era para uma colherinha de chá e ainda mais para ele que pesava no máximo 50 kg, ficou acordado a noite toda e no dia seguinte na corrida estava ainda ligadão, trabalhou o dia todo ...
Valeu Caveira, foi ótimo ter conversado com você ontem a noite é muito bom tê-lo reencontrado e aguardo um monte de historias suas.
Um forte abraço a você e sua família, que Deus os mantenha firmes e fortes e continue a iluminá-los.

PS: Acordei 5.30 h mais ligadão que o Caveira querendo escrever sobre o telefonema que encheu meu coração de alegria.                       

sexta-feira, 3 de junho de 2011

TRÊS,QUATRO e FERRADURA - III


"Briga de cachorro grande", Arturo Fernandes, Jr Lara Campos, Amadeo Campos, ? , e Ricardo Mogames.

Vou tentar descrever esse trecho da maravilhosa pista que foi Interlagos antes da mutilação, o carro um VW D3 na configuração em que corri na TEP em 1982. Motor 1.600cc, o cambio de quatro marchas era uma caixa 3, freios a disco nas quatro rodas.


Saída da curva "Quatro" Mogames, Duran, Ferraz, Tide e Bruno.


Descendo o “Retão” à chegada a “Três” era bem rápida uns 200/205 km/h, a freada começava depois da placa dos 50m, ai era pendurar nos “alicates” ao mesmo tempo em que colocava a 3ª marcha. As ultrapassagens ali tinham de ser cuidadosas, pois no fim do “Retão” na parte de dentro existiam “costelas de vaca” o que fazia o carro tremer todo e tirava aderência, mas era uma delicia quando se saia de trás de algum outro carro freava-se no limite, pendurando-se nos “alicates” e deixava-o para trás. Ali tive oportunidade de fazer belas ultrapassagens, em uma das primeiras corridas do ano um piloto campeão em várias categorias por que passou, ultrapassou-me ali, eu vinha com um problema de fricção depois de uma largada forçada por causa da 1ª marcha muito longa e dava-lhe sinal desde o começo do “Retão” para me passar, ele escolheu a freada da “Três” talvez para levantar a galera. Pois bem duas ou três voltas depois minha fricção voltou a funcionar bem e fui chegando nele. Grudei em sua traseira na saída da “Um” e ele me acenava para ultrapassá-lo no meio do “Retão”, só que alem dele vir bem rápido eu queria devolver-lhe a ultrapassagem. Freei no limite, coloquei meu carro ao lado do seu, 3ª marcha e na “Quatro” já estava na frente. Depois no pódio ele veio me perguntar se não havia visto os sinais disse-lhe que não entendi!!!! Para minha satisfação ainda maior veio o chefe de equipe de um amigo me cumprimentar por ter feito a melhor volta da corrida e comentar da ultrapassagem na “Três”.


"Ferradura" Marco de Sordi já entrando na segunda perna a esquerda, atrás Álvaro Guimarães, Tide Dalécio no lugar onde eu colocava segunda marcha, depois Duran e Amadeu Rodrigues fazendo a primeira perna à direita, Bé no 28 e eu lá atrás, ali era quarta marcha de pé embaixo.
Eu, Marco e Tide, aí já em segunda começando a acelerar para contornar a Ferradura.

 Em outra época  Arturão, o grande Arturo Fernandes, contorna a Ferradura.

Saia da “Três” quase no muro e tomava a “Quatro” ainda em 3ª marcha, na saída ia até lá fora num afunilamento que a curva tinha, 4ª marcha e numa meia curva que existia na reta tomava à esquerda para tomada da primeira perna da “Ferradura”. Ah! A “Ferradura” chegava em 4ª marcha com o motor bem cheio, ali onde o Ferraz, Duran e Bruno se estranharam. Tomava à esquerda de pé embaixo e logo após da tangencia da primeira perna à direita, com o carro em linha reta, pisava fortíssimo nos “alicates” reduzia de 4ª para 2ª marcha e completava a segunda perna da curva com seu longo ponto de tangencia, para na saída beslicar a “zebra” do lado de fora. Na entrada dessa curva em 78/79 ultrapassei um Passat D3 de um amigo que andava na ponta, Adolfo Cilento na minha cola viu tudo, depois da corrida o piloto do Passat veio me dizer que não havia me visto. Ora não viu mesmo, pois no lugar onde ele freava eu ainda estava em 4ª de pé no fundo! O Bambino – Adolfo Cilento – só me olhou de lado, seu olhar dizia tudo!