A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Há 50 anos - Nurburgring 1973 - por Ronaldo Nazar

Primeira volta.... Stewart lidera após largar da pole position, por sinal a sua última da carreira. É seguido por Cevert, Peterson, Lauda, Ickx, Reutemann, Revson, Hulme , Pace, Wilsinho , Beltoise, Regazzoni, Stommelen, Emerson , Pescarolo e Haillwood.

Início de corrida . No retão espetacular de Nurburgring , com subidas e descidas, o argentino Carlos Reutemann lidera um pelotão , com Pace, Hulme , os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi o alemão Jochen Mass e mais atrás Clay Regazzoni.

 Após uma semana do fatídico GP da Holanda que culminou com a estúpida morte do jovem piloto inglês Roger Williamson, foi disputado no dia 5 de agosto de 1973, o GP da Alemanha no espetacular, porém perigoso, circuito de Nurburgring. Esse GP ao contrário de Zandvoort, ficou marcado por vários fatos e curiosidades esportivos, graças a Deus. O primeiro e mais importante foi que a corrida foi vencida pelo escocês Jackie Stewart, que assim obtinha a sua 27ª e última vitória. O companheiro de equipe do escocês, o francês François Cevert chegou na 2ª posição, fazendo a dobradinha da equipe Tyrrell. Esse foi o último pódio do piloto francês que morreria 2 meses depois. O 3º colocado foi o belga Jacky Ickx que aproveitou a ausência da equipe Ferrari e foi convidado pela McLaren que alinhou um 3º M23 para o belga. Resultado foi que, sem ter tempo de treinar para adaptar-se ao carro, Ickx fez treinos e corridas magnificas, mostrando que seu talento continuava intacto ao ser durante todos os treinos e corrida o piloto mais veloz da equipe McLaren, suplantando com larga margem seus companheiros de equipe, Denny Hulme e Peter Revson. A corrida do belga também chamado de Rei de Nurburgring, por sempre andar muito lá, só foi suplantada pela do brasileiro José Carlos Pace, que após treinos discretos, acertou o seu Surtees e largando de uma distante 11ª colocação, foi ganhando posições e conseguiu um brilhante 4º lugar e bateu  o recorde de volta por 3 vezes seguidas. Se Pace não tivesse demorado tanto para ultrapassar o Brabham do argentino Carlos Reutemann o que só aconteceu na 7.ª volta, metade da corrida, Moco certamente teria chegado e ultrapassado Jacky Ickx. Wilson Fittipaldi Jr, também fez uma brilhante corrida ao terminar na 5ª posição, após largar da 13.ª posição.  Essa foi tb a última corrida que o Tigrão conseguiu marcar pontos na sua carreira. E para fechar com chave de ouro, Emerson Fittipaldi, conquistou o 6º lugar obtendo o último ponto para a classificação do campeonato, depois de largar na 14ª posição e num esforço tremendo com dores no tornozelo lesionado, conseguiu vencer o duelo com o jovem alemão Jochen Mass que fez boa estreia terminando na 7ª posição. Essa foi a 1ª vez que 3 pilotos brasileiros, marcaram pontos em uma prova do campeonato mundial de F1. 


A briga nervosa com Carlos Reutemann segurando o qto pôde o seu futuro companheiro de equipe Carlos Pace, com Wilsinho Fittipaldi colado no Surtees e Emerson Fittipaldi um pouco mais atrás. Reutemann abandonou com o motor quebrado.
José Carlos Pace nos boxes durante os treinos. Finalmente o Surtees TS 14A não deu problema e Moco pôde mostrar o seu incrível talento no desafiador circuito alemão.
José Carlos Pace contornando a famosa curva do Karrousell . Moco fez até então a sua melhor apresentação na F1.
Moco... literalmente voando em Nurburgring...quebrou 3 vezes o recorde de volta.
Wilson Fittipaldi voando para a conquista da 5ª colocação. Depois da brilhante corrida em Mônaco o Tigrão andou muito no desafiador circuito alemão , mostrando todo o talento que tem.
Emerson Fittipaldi fez ótima corrida dadas as suas condições físicas. O 6° lugar foi conseguido com muita luta e determinação.


Jackie Ickx conversa com Teddy Mayer o chefão da McLaren. Grande corrida do belga.
Jacky Ickx... adaptação maravilhosa ao McLaren M23.
O belga Jacky Ickx mandou a bota no McLaren M23.. Andou muito.

O "escocês voador". Fazendo juz ao apelido, Jackie Stewart rumando para o seu 27º e último triunfo. Além da pole position nos treinos, que também foi a sua última, Stewart também liderou todas as voltas . Grande vitória . Praticamente selou a conquista do seu 3º título mundial.

Jackie Stewart recebe a bandeirada de vencedor. Um passeio do escocês ...grande vitória.

O podium ... Ken Tyrrell ergue os braços de Stewart e Cevert após vitória triunfal da sua equipe . Foi a última vitória de Stewart, a última dobradinha da dupla Stewart , Cevert. Uma corrida que após os acontecimentos de outubro de 1973 no GP dos EUA , foi uma despedida.



Há 50 anos.

Ronaldo Nazar



sábado, 28 de janeiro de 2023

GP da Argentina 1973 por Ronaldo Nazar

 

Stewart, Emerson e Cevert


E foi no dia 28 de janeiro de 1973, que escreveu-se uma das mais belas páginas das corridas em todos os tempos. Local, Autódromo Municipal de Buenos Aires. A corrida , prova inaugural do campeonato mundial de fórmula 1 . Os protagonistas... Emerson Fittipaldi, François Cevert e Jackie Stewart. O início da mais esperada temporada de F1 com o duelo direto entre Emerson Fittipaldi o novo campeão mundial e o escocês Jackie Stewart bicampeão mundial 1969/1971, que queria porque queria ganhar o tri em 1973 e assim encerrar a sua brilhante carreira como tricampeão. Havia ainda mais atrativos para engrossar o caldo.  O recorde de vitórias de outro escocês voador Jim Clark estava perigosamente ameaçado pelo compatriota Stewart. Faltavam apenas 3 vitórias para que Jackie igualasse o recorde de Jim.  O regulamento mudava em favor da segurança. A CSI resolveu se mexer após tantas mortes de pilotos. Esses mesmos pilotos liderados por Jackie Stewart vinham num movimento cada vez maior em prol desse importante quesito. Sendo assim as equipes deveriam a partir da 4ª etapa , Espanha , apresentar seus carros com a estrutura do chassi deformável quando em colisões frontais. Os tanques de combustível, deveriam ser de borracha ao invés dos até então metal rígido, usados desde os primórdios. Tentava-se assim diminuir os tão frequentes incêndios. O que se veria é que como sempre a teoria e a prática nem sempre convergem. A prova foi o pavoroso acidente de Clay Regazzoni no GP da África do Sul e o acidente fatal da jovem promessa inglesa Roger Willinson com transmissão via TV ao vivo para todo planeta das cenas horríveis durante a disputa do GP da Holanda . Do lado técnico, após anunciar a sua retirada a Firestone, que era o pneu campeão pois equipava a Lotus, resolveu continuar. Só que aí já era tarde. As duas grandes forças foram para a Goodyear, Lotus e Ferrari. O fabricante americano de pneus começava com grande vantagem sobre sua concorrente tb dos EUA. A equipe campeã JPS Lotus, tinha como principal piloto o brasileiro Emerson Fittipaldi o vencedor do título de 1972. O seu companheiro equipe seria outra fera, o sueco Ronnie Peterson, que substituiria o medíocre australiano David Walker, que após brilhantes temporadas nas fórmulas menores, simplesmente parece que esqueceu como andar rápido.  Colin Chapman, faria alterações nas suspensões para que a vencedora Lotus 72, continuasse seu reinado. E parece que o Gênio acertou a mão mais uma vez. Os pneus Goodyear caíram como uma luva na 72 D. Na Tyrrell apesar de fechar a temporada de 1972 com duas dominantes vitórias nas derradeiras corridas no Canadá e EUA, o competente projetista Derek Gardner passou os meses de novembro e dezembro debruçado sobre a prancheta desenhando novas atualizações para a nova Tyrrell agora denominada 005/2 a de Stewart e 006/2 a de Cevert. A ordem de Tio Ken Tyrrell era ser campeão de preferência com o super escocês Jackie Stewart. Cevert seria o fiel escudeiro. Com toda certeza o promissor piloto francês seria o 1º piloto a partir da temporada de 1974, com Stewart atuando como consultor técnico. Mas como quase sempre a teoria diverge da prática. Que pena Cevert. No resto do grid, tínhamos mais uma vez uma claudicante Ferrari com seus eternos problemas internos, com o Comendador Enzo Ferrari dispensando Clay Regazzoni e contratando o pequeno mas bom piloto Arturo Merzario para ser o companheiro do belga Jacky Ickx, que já não tinha aquela MOTIVAÇÃO TODA. Iniciariam a temporada com velha e confiável 312 B2 em seu 3º ano, aguardando a tão sonhada 312 B3, que era conhecida nos bastidores como a Ferrari Lotus, dado o seu desenho em cunha.... seria um grande e estrondoso fracasso. A Mclaren veio para a América do Sul do mesmo jeito que terminou a ótima temporada de 1972. Os pilotos, Denny Hulme e Peter Revson e o M19C. Era aguardada o novíssimo M23 que estrearia na 3ª etapa na África do Sul. A BRM após uma temporada em que desperdiçou importantes chances com excesso de carros, devido ao polpudo patrocínio da Marlboro, agora vinha enxuta, com apenas 3 carros. Jean Pierre Beltoise continuava sendo o principal piloto, secundado por Clay Regazzoni e a jovem promessa Niki Lauda. O modelo P160 revisado e prometendo um motor mais potente. A Brabham dispensou os serviços do bi campeão Graham Hill que resolveu montar o seu próprio time, seguindo o caminho de Jack Brabham, Dan Gurney, Bruce Mclaren, John Surtees. Graham estrearia na Espanha, junto com outra equipe a americana Shadow. Carlos Reutemann e Wilson Fittipaldi Jr seguiriam junto com o projetista Gordon Murray, que finalizava o esperado BT42. Bernnie Ecclestone o dono do time, cada vez mais usava a sua astúcia para ir dominando os bastidores do circo da F1, e a partir de então, transformando-o e um negócio altamente lucrativo. O baixinho de bobo não tinha NADA. A equipe Surtees vinha de um ano mediano e já tinha feito a lição de casa, estreando na Argentina o novíssimo TS14A para Mike the Bike Haillwood e seu novo companheiro de equipe o brazuca José Carlos Pace que tinha feito ótima estreia na corrida dos campeões em Brands Hatch, onde chegou na 2ª colocação. Pace deixou o time de Frank Williams que por pouco não faliu de vez. O perspicaz inglês, juntou-se à empresa italiana Iso Rivolta. Juntos conseguiram o patrocínio da Marlboro italiana e reestruturaram a equipe que contava agora com o neozelandês Howday Ganley e o italiano Nanni Galli. A March depois da perda do sueco Ronnie Peterson e de Niki Lauda e um mal campeonato em 1972, estava praticamente na roça. Veio para a Argentina com apenas um carro para o novo integrante da equipe, o francês Jean Pierre Jarier. No carro particular continuava o inglês Mike Beuttler. A grande ausência seria a equipe Matra que declinou da F1 para focar no campeonato mundial de Marcas. Com isso por enquanto o neozelandês Chris Amon estava a pé. Nos bastidores havia rumores que ele seria a grande cartada da equipe Tecno que preparava um novo modelo. Ao todo apresentaram-se para disputar o gp argentino, 19 carros. Nos treinos classificatórios as surpresas já começaram acontecer. Clay Regazzoni cravou a pole, provando mais uma vez que mandava o sapato onde sentasse. A BRM ainda comemorou o 7º tempo de Jean Pierre Beltoise. E a Firestone tb estava VIVA. Com o 2º tempo, a 3 décimos do pole, o campeão mundial Emerson Fittipaldi mostrou que não estava para brincadeira. Abrindo a 2ª fila, e como sempre veloz o belga Jacky Ickx ladeado pelo escocês Jackie Stewart numa não tão costumeira 4ª posição. Na 3ª fila Peterson estreando relativamente bem na Lotus e François Cevert que não gostou nada do seu posicionamento. O francês deixou escapar que tinha ótimo carro para a corrida. Os brasileiros Wilson Fittipaldi fez o 12º tempo, dentro do esperado no BT 37 que ele usava pela 1ª vez. José Carlos Pace após um monte de problemas conseguiu o 15º tempo. O novo Surtees tinha que ser ainda bem desenvolvido. 


Clay na pole.
Na largada o Rato pula na frente, Ickx tenta enfiar a Ferrari entre eles.
Clay já na ponta com Cevert e Emerson.







Na largada Emerson conseguiu um ótimo pulo, ponteou os primeiros 100 metros que foi ultrapassado simultaneamente por Clay Regazzoni e François Cevert que veio babando da 3ª fila.  Ao fecharem a 1ª volta das 96 voltas previstas, Regazzoni liderava, seguido de Cevert, Emerson, Peterson, Beltoise, Ickx, Hulme, Stewart que fez péssima largada, Reutemann e Revson.  Wilsinho em 11º e Moco em 13º. Na 3ª volta Stewart começa e sua ascenção, ultrapassando o campeão mundial de 1967 Denny Hulme. Logo atrás Peter Revson passa Carlos Reutemann que passa a correr secundado por Wilson Fittipaldi e Niki Lauda que fazia uma boa estreia na BRM. Estamos na 7ª volta e Stewart passa Ickx indo para a 6ª posição. Lá na frente tudo igual. Todos economizando pneus, esperando os tanques baixarem, já que naqueles tempos não havia pit stops. Piloto tinha que se virar com o mesmo jogo de pneus e acertar nos ajustes de suspensões para que o carro tivesse desempenho satisfatório do começo ao fim da corrida. Regazzoni liderava sóbrio seguido de Cevert,Emerson,Peterson, Beltoise,Stewart. Todos juntos. Um pouco mais atrás, Ickx começou a ficar seguido de Hulme, Revson, Reutemann, Wilsinho, Lauda. Na 11ª volta abandono simultâneo tirando a equipe Surtees da corrida. Moco com várias vibrações dos pneus Firestone sobre a suspensão que não resiste e quebra, Hailwood tem o diferencial quebrado. Muito trabalho pela frente para o time. Na 13ª volta Stewart passa Beltoise e assume a 5ª posição colado em Peterson. O escocês como sempre fazendo uma bela corrida. Na 16ª volta Carlos Reutemann abandona com pane na caixa de marchas. A torcida argentina fica frustrada. A corrida segue sem novidades com os 5 primeiros andando juntos até que na 24ª volta Stewart passa Peterson assumindo da 4ª posição. O sueco começa a ter problemas no motor da Lotus. 


Cevert passa Clay e Stewart encosta em Emerson.
Wilsinho e a Brabham.




Na 29ª volta François Cevert ultrapassa Clay Regazzoni. O suíço tem mais uma vez um azar danado. Assim como no GP de 1972, Regazzoni passa na reta de chegada e um pedaço de papel aloja-se no bico do BRM, fazendo o motor perder rendimento devido alteração na temperatura do mesmo. O suíço começa a perder posições até ter que recorrer aos boxes. Na 30ª volta Stewart faz uma manobra espetacular e ultrapassa Emerson Fittipaldi indo para a 3ª posição. Na 32ª volta Stewart passa por Regazzoni fazendo a dobradinha da Tyrrell. Depois de passar a 1ª volta na 9ª posição fez uma recuperação estupenda. Na 33ª volta Emerson finalmente passa Regazzoni fixando-se na 3ª posição. Na 34ª volta é a vez do sueco Ronnie Peterson ultrapassar Regazzoni. Assim tínhamos nesse momento da corrida as 2 Tyrrell, as 2 Lotus e as duas BRM nas 6 primeiras posições. Depois vinham Ickx já bem atrasado com sua Ferrari, as duas Mclarens de Hulme e Revson e já bem atrasados, mas correndo juntos Wilsinho e Lauda. Cevert liderava com maestria e começava a abrir de Stewart que começava a perder terreno para Fittipaldi. O esforço do escocês para voltar para o bloco dianteiro começava a cobrar o preço devido ao maior desgaste de pneus. Na 47ª volta o Belga Jacky Ickx finalmente ultrapassa seu ex companheiro de equipe Clay Regazzoni alojando-se no 5º lugar, mas distante 30 segundos do quarteto líder da corrida. Na 58ª volta Regazzoni vai aos boxes devido a um furo no pneu traseiro. Faz a troca os mecânicos tiram o papel que tanto atrapalhava o desempenho do BRM e o suíço retorna à prova na 12ª posição. Na 60ª volta Emerson já está colado no câmbio de Stewart e os dois iniciam uma tremenda batalha pela 2ª colocação. O escocês apesar do desgaste de pneus vai fechando a porta para o brasileiro e assim Cevert vai abrindo na ponta. A vantagem do francês sobre a dupla já é de 3 segundos. Ronnie Peterson já vem a 10 segundos dos ponteiros com sua Lotus perdendo cada vez mais rendimento. Na 67ª volta o austríaco Niki Lauda encerra sua estreia na BRM abandonando com o motor estourado. Na 75ª volta Wilson Fittipaldi ultrapassa Beltoise ganhando a 7ª posição. Na 76ª volta Emerson Fittipaldi após 40 voltas de luta intensa consegue ultrapassar Jackie Stewart, não antes de ser espremido pelo escocês, que vendeu caro a posição. Emerson teve que pôr os dois pneus direitos na grama para consolidar a ultrapassagem. Agora o brasileiro tinha que ir buscar Cevert que abrira 4,6 segundos na ponta. Estava difícil, mas não impossível. 


Cevert, Stewart e Emerson indo a sua caça.
Já colado...
Lauda sai para as Feras...

Vindo com tudo num belo sobresterço para cima de Cevert.





Na 79ª volta Emerson Fittipaldi na sua caça a Cevert crava a melhor volta corrida, 1'11¨22'" novo recorde da pista argentina. Na volta 82 Emerson cola na traseira de Cevert . Faltando 14 voltas para o término da corrida esse duelo estava pegando fogo. Todos os 10 mil brasileiros que se deslocaram para a Argentina, que estavam assistindo a corrida das arquibancadas estavam de pé torcendo muito por Fittipaldi. Na volta 86, na curva La Horquilla, Emerson retarda a freada em manobra radical, conseguindo surpreender Cevert que nada pode fazer para defender-se. O francês é inapelavelmente ultrapassado pelo brasileiro, que vai para a ponta e começa abrir vantagem. 


Se cuida François...




Nas 10 voltas restantes Emerson roda num ritmo seguro controlando Cevert que se contenta com a 2ª colocação. O brasileiro cruza a linha de chegada ganhando uma corrida de forma espetacular com 4.5 segundos de vantagem sobre Cevert. Jackie Stewart chega na 3ª colocação a mais de 30 segundos. O belga Jacky Ickx resiste com sua Ferrari terminando na 4ª colocação a mais de 40 segundos de Emerson. Em 5º lugar o velho urso Denny Hulme , seguido por Wilson Fittipaldi que com o 6º lugar marca o seu primeiro ponto no campeonato mundial em espetacular corrida com o já ultrapassado Brabham BT37. Pela 1ª vez em uma corrida válida pelo mundial dois irmãos marcam pontos numa mesma prova.  Após o pódio a torcida brasileira levou Emerson nos braços celebrando essa brilhante vitória. Foi uma grande vitória do campeão mundial Emerson Fittipaldi. O automobilismo estava devidamente emplacado no coração do torcedor brasileiro, que iria ficar mais feliz ainda com nova vitória de Emerson, só que agora no GP Brasil. Tudo isso há 50 anos.... EEeeehhhh saudadeeeeee....




 

Ronaldo Nazar

 

Post original do Ronaldo no Facebook.


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Ronaldão, meu irmão do coração, não lembro o motivo, mas não assisti esta corrida e lendo seu relato parece que estava ao seu lado na mureta dos boxes em Buenos Aires com você berrando ao meu lado a cada momento. Quem assistiu diz que foi a corrida da vida do Rato e lendo seu relato concordo.

A Sonia e a você, o querido casal, um beijão no coração.

 

Ronaldão, Caranguejo – Carlos Henrique Mércio e eu escrevemos sobre o GP da França 1973... 

GP DA FRANÇA 1973 




terça-feira, 20 de setembro de 2022

A CARAVANA PASSA E OS CÃES LADRAM

 


  Amigo de amigos conheci Emerson muitos anos depois da Formula Um, sete ou oito anos mais velho que eu perdi sua companhia nos rachas do Pacaembu, ele se não me engano morava nas Perdizes e eu no Pacaembu, ao lado da rua do “pecado”, a Itápolis, minha casa na Morro Verde, um só quarteirão que começa na Buri e termina nela. A Itápolis desce da Paulista e serpenteia até o muro do estádio Paulo Machado de Carvalho o Pacaembu, era lá que Emerson e outros play boys iam “competir”, de forma alguma vou citar nomes de amigos, e mais tarde esse que vos escreve.

Mais tarde em 1971 quando aos dezoito anos estreei nas pistas já havia visto o Rato vencer na Formula Ford, depois com a Lola T210, Formula 2...E era seu fã, tocada firme e técnica, muito rápido, talento natural, talhado para as grandes vitorias e conquistas, e assim foi, e eu apesar de não ser seu amigo continuo a admira-lo.

Ontem ao abrir o Facebook vejo meu amigo Águia indignado com uma matéria veiculada por um site contando sobre as agruras que o Grande Campeão passa em suas finanças. Além do texto jocoso e com algumas inverdades, coisa de um nível baixíssimo, sei que tentam por motivos políticos atingi-lo.  

Nunca neste espaço onde tantos me prestigiam, e aos meus amigos, toquei no tema política, pois respeito os que aqui me ouvem, ou melhor leem, e sei que muitos pensam diferente de mim. Esporte e politica não devem se misturar.

O referido site, que vem de um jornal que no passado teve muita credibilidade, hoje perdida, e só não caiu na mesma situação do Campeão pois o tal site deu-lhe um novo folego,  que parece agora vai se esvair no meio de um jornalismo de tão baixo nivél.

É a caravana passa...

 

Ao Emerson e aos muitos amigos que são jornalistas de respeito.

 

A SAGA DE UM SER ESPECIAL

A primeira vitória na Formula Um, na arte de meu amigo Ararê Novaes.
Na arte de meu amigo Mauriciom Moraes.
Já com o #1 do campeonato de 1972.
1974 o segundo titulo mundial.
1989 primeira vitória nas 500 Milhas de Indianapolis.
1993 segunda vitória nas 500 Milhas de Indianapolis.

Rui Amaral Jr



 








 

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Em busca de um piloto...

Não é de hoje que o Rui me pede pra escrever aqui, e por diversos motivos acaba ficando pra depois, e essa minha "dívida" com o ALICATÃO-MESTRE só aumenta!
Decidi unir o útil ao agradável para essa postagem: descobrir quem é o piloto do Opala 17 da foto abaixo e contar que uma infinidade de carros de São Paulo acabaram nas pistas de terra aqui em Santa Catarina, e quando digo "acabaram" é nos dois sentidos que a palavra traz!
Era muito comum pilotos daqui partirem rumo a São Paulo para buscar carros com os quais pudessem disputar o Campeonato Catarinense de Automobilismo, inclusive o que considero o mais importante de todos (em termos históricos), o Oggi que foi do Emerson Fittipaldi (neste link tem a história).
O Opala 17 em Interlagos, em 1989...
... e depois em São Carlos (SC), em 1990, já tendo como piloto o Henrique João Damo, o "Grilo", de Frederico Westphalen (RS).
Aqui em outro ângulo, tendo ao fundo o Gol 29 do lageano Mário Lüersen Filho, que venceu na geral as "200 Milhas do Oeste", e o Gol 6 do chapecoense Alessandro Gonsales.

Quem puder ajudar a identificar a quem pertencia o 17, fico agradecido!
 
Fotos: Acervo Alex "Xerife" Fernandes 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

GP Brasil 1973- Algumas lembranças...

 

#1

 Foi a primeira prova válida para o Campeonato Mundial de Formula Um disputada aqui, graças ao empenho de Antonio Carlos Scavone e Mario Patti (pai).

Desta vez fui a todos os treinos, e na corrida não faria como na anterior, que homologou o circuito, quando com uma amiga chegamos tarde e mesmo com credenciais assistimos a corrida do barranco da Subida dos Boxes, isto depois de só conseguir parar o carro na Avon, quando tivemos que subir toda avenida, totalmente congestionada, e conseguir à duras penas encontrar um lugar naquele morro.

Linda foto, não sei de qual autódromo.
O tiro de Ronnie foi curto, cerca de cinco voltas...


Agora o Rato era rei, corria com o #1 de campeão e ainda Pace, Wilson e Luiz lá estavam.

Eu já tinha feito cerca de 7/8 corridas lá como Novato, mal sabia que voltaria a correr apenas na segunda parte do ano já como graduado.

Nos dias que antecederam a corrida fucei e olhei bem em tudo, alguns pilotos já conhecia das corridas da F.Dois e Três em temporadas de anos passados, alguns como Jackie Stewart, o bi campeão do mundo nunca havia chegado perto. 

Nas duas fotos com Ickx e Pace o malabarismo para pilotar os carros de então. Ickx vem saindo de traseira em ambas, na segunda talvez tenha se perdido um pouco, a 312 B2 era um carro complicado. Já Pace com a TS14A vem em ambas saindo muito de frente. 


Se Pace sofria com a TS14A imaginem Luiz com a TS9B, acredito que contemporânea das Alfettas de 1950/51! Notem a "parede" que era a asa traseira! Bico de Pato, Luiz deve ter batido o volante no batente para fazer a curva!   


Sempre gostei de assistir treinos em alguns de meus lugares favoritos, onde podia captar a técnica dos grandes pilotos. Em Interlagos alguns desses lugares me maravilhavam. O barranco da curva do Sol, aquela curva maravilhosa que separava os homens dos meninos, ou pouco antes da linha de chegada, naquele barranco, onde podia ver a descida do Retão, a Três, a Ferradura, Subida do Lago e Reta Oposta, a saída do Sargento, o Laranja, o S até o Bico de Pato e depois virando ver eles passando muito rápido na Reta dos Boxes. Outras vezes ficava na parte de dentro da curva Um ou lá embaixo na Três...Interlagos era intenso, forte e desafiador.

Na Ferradura sempre me impressionou o traçado que Luiz fazia, já tinha visto com inúmeros carros que pilotou, vinha mais aberto que os outros para tomada da segunda perna a esquerda e começava acelerar antes dos outros. Ronnie, Emerson, Stewart, Clay e outros já vinham pendurados, sendo que o Rato deixava o carro escorregar do meio para saída e rumava forte para a Subida o Lago. Outra coisa que nunca vou esquecer, a telegrafada que Lole dava no contorno da perna a esquerda.

Pode ser que deixe de escrever muitas coisas que vi, mais tarde na certa vou lembrar de tantas outras, mas nunca vou esquecer quando em algum dos treinos estava um pouco antes da Ferradura, acredito que tenha parado o carro ou moto naquele estacionamento, no meio da reta que ligava o Sol ao Sargento,  quando vejo Srewart saindo do Sol com Emerson grudado nele e bem na minha frente o Rato tira seu carro para a esquerda e toma o Sargento na frente... é nunca vou esquecer!

A corrida? Bem sobre a corrida talvez um dia lembre muita coisa, apesar da decepção da quebra de Luiz que mesmo naquela tranqueira que Surtees lhe entregou vinha bem, e também com as quebras de Pace e Wilsinho.

 Tudo foi compensado pela brilhante vitória do Rato, e o êxtase de todos e toda alegria de vê-lo no lugar mais alto do pódio.

 

 

Rui Amaral Jr


 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Chapman x Fittipaldi...ou Emerson x Colin

 


Colin
Ronnie

Comecinho de 1973,  estava no Rodeio, ótima churrascaria daqui de São Paulo, com alguns amigos, bebíamos alguns Scoths e esperávamos a maravilhosa carne que até hoje lá é servida. 
Eu estava entusiasmado, pois naquele ano completaria 21 anos e poderia correr sem ter que “fals...” ops, adulterar nenhuma autorização, além disso meu pai prometia finalmente me apoiar, e além disso tínhamos um Campeão do Mundo na Formula Um, um cara sensacional, pilotasso, nunca fomos amigos, afinal ele é uns 8 anos mais velho que eu, e nunca frequentou a turma que frequentava minha casa, amigos de meu irmão, que é 12 anos mais velho, mas tínhamos alguns amigos em comum, e amigos caros de ambas as partes.  
Aí chega um amigo meu, publicitário conhecido e entrosado em tudo que dizia respeito ao automobilismo e me segreda, “o Emerson fechou com o Teddy Mayer e leva com ele a grana da Marlboro, vai de McLaren em 74, existe até a possibilidade dos Fittipaldi ficarem com a equipe”. 
De cara eu disse “é loucura, ele briga pelo Bicampeonato e tem toda as chances de conquistar, assim  fica difícil!”











Notem que na época já se falava “à boca pequena” do projeto brasileiro da FI.   
Aqui um parêntese; Colin e Emerson...o inglês contratou o brasileiro ainda na Formula 3, apesar da vitória nos EUA, Emerson amargou o ano de 1971 com um pouco da falta de experiência e a grande carga de levar uma equipe cujo Campeão do Mundo havia perecido. E Colin sempre o apoiou!
Outro parêntese; Emerson ao contrário de nossos pilotos de hoje, nunca teve medo de cara feia, e sempre foi para qualquer equipe disputando com quem quer que fosse o lugar de primeiro piloto, e isso, ao contrário de hoje não era dito por nenhum assessor de imprensa, mas por seu pé direito e sua enorme capacidade técnica! 
Não dou razão a um ou outro, o certo é que Emerson em 74 foi para McLaren com a Marlboro e foi Bi.
Quanto à briga de 73 foi entre dois CACHORROS GRANDES, dois GRANDES PILOTOS, e a meu ver DOIS GRANDES HOMENS; Emerson e Ronnie. E quem tirou vantagem nisso foi um certo Jackie Stewart, vocês conhecem?


Ao Emerson, um herói de verdade, ontem e hoje! 

Escolhi as fotos aleatoriamente em meus arquivos, vocês melhor que eu saberão  identificar cada uma.

Um forte abraço à todos

Rui Amaral Jr

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NT: Escrevi este post em 18 de setembro de 2012, ontem conversando com o Caranguejo resolvemos escrever sobre este campeonato, ainda vamos tentar convencer o Ronaldo Nazar à participar, com dados técnicos e tudo mais, vamos ver...

Rui 

Link para o post de 2012 com comentários do Caranguejo e Ronaldão.