A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

#1

Sim, acreditem, em longos 20 anos três pilotos brasileiros levaram o #1 em seus carros por oito temporadas! Era uma época em que as corridas eram disputadas, vários carros tinham condições de vitória, e lá estavam Emerson, Nelson e Ayrton, brigando e vencendo...   

Emerson 
 Interlagos 1973
Zolder 1973
Monza 1975

Monza 1972, primeiro titulo. 


Nelson
Montreal 1982
Zeltweg 1984
Imola 1988

Monza 1983


Las Vegas 1981


Ayrton
Hockenheim 1991

Adelaide 1991

Suzuka 1990



Rui Amaral Jr










domingo, 10 de fevereiro de 2013

ALGUMAS FOTOS E COMENTÁRIOS

CAMPEONISSIMO - Brands 1972
1973, amigos amigos, negócios à parte!
 Revson e Ronnie, duas gerações, duas belas carreiras, dois botas, o mesmo fim.
Interlagos 1973, perplexo com a arrancada de Emerson, talvez nem ele acreditasse que ao final daquele ano seria tri!
Watkins Glen 1973, depois da tragédia nos treinos o show tinha que continuar. Para quem será que sorriam o Lord e seu pupilo?



sábado, 9 de fevereiro de 2013

1972

Ontem para comentar uma foto que recebi do Caranguejo, e que depois vou postar, procurei e achei o GP da Inglaterra de 1972. Confesso a vocês que minha lembrança da corrida era um pouco diferente, nunca havia assistido o vídeo, estava na arquibancada da Paddock Hill Bend, e na minha imaginação de 40 anos após Emerson liderava seguido de Ickx, quando na verdade foi ao contrário. Quem se dispuser à assistir toda corrida vai assistir um show de nosso campeão,  controlando a corrida ao seu modo, recuperando o 2º lugar de Stewart após uma escada e depois notando a fumaça do escapamento de Ickx, não forçando a barra, e após a quebra dele controlando Stewart. Vencendo com propriedade e rumando para seu primeiro titulo. 

Rui Amaral Jr 




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SEMPRE CAMPEÃO





Hoje não  ia postar nada, até por que espero um texto do Caranguejo, sim senhores, pois quando ele escreve  todo trabalho de postagem fica para esse modesto contador de histórias. Daí...fui até o Imagens Da Luz ver se achava alguma foto minha, e me deparei com essas preciosidades, nosso sempre Campeão testando um carro da Fittipaldi, não tenho ideia de qual modelo, alguém poderia me informar, talvez o Cuca!
Bem, já provoquei demais o Caranguejo e também o Cuca, no caso do último apenas para descontar o tempo em que ele e o Gabriel ficavam perturbando em nossa oficina e box.
Outra coisinha que notei, no radiador esquerdo a fita segura os famosos barbantinhos que mostravam a condição que o ar passava naquele local, para uma possível modificação.

Aqui o Cuca conta tudo.
  

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Monza 1972 - Um Rato era Rei

 Emerson Fittipaldi

Quarenta anos se passaram, naquele 1972 um grande piloto venceu em Monza, e maravilhou o mundo.
Depois de uma curta carreira na Formula Ford e Formula 3 na Europa, Emerson em 1970 assinou com a Lótus e depois de duas temporadas e mais algumas corridas, era o novo campeão do mundo de Formula Um. Levando à Lótus o campeonato que antes dele Jimmy Clark, Graham Hill e Jochen Rindt haviam conquistado.
Assisti duas de suas corridas aquele ano, primeiro a prova de Interlagos, que serviu para homologar a pista, depois o GP da Inglaterra em  Brands Hatch. Em Brands fiquei nas arquibancadas na Paddock Hill Bend, e vi a grande briga dele com a Ferrari 312B2 de Jacky Ickx, e senti que teríamos aquele ano nosso primeiro Campeão do Mundo de Formula Um.
Foram 5 vitórias, numa Formula Um que era super competitiva, Jarama na Espanha, Nivelles na Belgica, Brands, Zeltweg na Áustria e finalmente Monza, onde com a vitória veio o titulo.
A você Emerson, meu, e acho que de todos que gostam do automobilismo, muito obrigado!       


Brands, Ickx na frente de Emerson, logo as posições se inverteriam, eu estava naquela arquibancada. Valeu Emerson!
 Segurando Graham Hill
À sua esquerda segurando o extintor Peter War, chefe de equipe da Lotus.

 Acima e abaixo vencendo em Monza

GP do Brasil, Interlagos 1973, já com o #1, Campeão do Mundo e uma grande vitória.


No vídeo, Stewart quebra na largada, as duas Ferrari 312B2 de Ickx e  Clay Regazzoni tomam a ponta com toda potencia de seus motores 12 cilindros, mas Emerson já vem cutucando Clay.

Obrigado Cuca - Mario M. Souto Maior.






domingo, 26 de agosto de 2012

1973

Silverstone 1973

Jody estreia na FI em Watkins Glen 1972, com MacLaren M19, atrás de seu companheiro Hulme à frente de Emerson, já campeão do mundo. 

Lembro como se fosse hoje, tínhamos um pastifício na R. dos Pinheiros, as massas Tevere, e íamos mudar a industria para Mooca, onde ficavam os Alimentos Selecionados Amaral, e naquele domingo lá estava eu pela manhã acompanhando os trabalhos.
1973 era um ano complicado para mim, tinha corrido a fatídica Copa Brasil de 1972 na Divisão 3 e quebrado nas duas corridas. Para 1973, quando faria 21 anos, meu pai havia prometido investir em minha carreira, que até então era tocada com apenas meu empenho, apesar dele ter pago para mim o aluguel do carro da Equipe De Lamare em algumas corridas de Estreantes e Novatos em 1971.
Em 72 para conseguir montar meu D3 trabalhei com o Expedito Marazzi, brigávamos como cão e gato, mas certamente nos gostávamos como pai e filho. 
Chega 73, e para mim e uma grande mágoa e decepção, em 1º de Abril, meu pai aos 59, faleceu vitima de um AVC.
Ouvia a corrida pelo rádio, entusiasmado com um talvez o bi campeonato do Emerson que vinha muito bem tendo vencido na Argentina, Brasil e Espanha, e com uma possível retomada de minha carreira.    


1973 em Kyalami à frente de Emerson
1973 Le Castellet

Era a quarta corrida de Jody na Formula Um, o sul-africano era sem duvida um piloto rápido e neste ano dividia sua tocada entre a Formula 5.000 e Um. Já em Le Castellet na França, havia tirado de Emerson uma provável vitória, e dele disse nosso campeão "Esse louco é uma ameaça para si mesmo e todos os outros e não pode estar na Fórmula 1". Havia estreado na categoria no GP dos EUA de 1972 em Watkins Glen com uma McLaren M19A da equipe de fabrica, largando em 8º lugar e chegando em 9º. 

Em 1973 correu apenas a terceira etapa em Kyalami, onde largou em 3º e chegou em 9º, tendo quebrado o motor. Depois na França em Le Castellet, quando estreou a McLaren M23 e onde bateu com Emerson.




Não sei por que, mas nunca fui um ouvinte de rádio, gosto muito de musica, mas nunca acompanhei nada por radio, mas naquele dia ouvia atento, Emerson largava na segunda fila com Ronnie na pole tendo ao seu lado dois MacLarens o de Revson e Hulme, na segunda fila Stewart e Emerson e Jody se não me engano, largava na quarta ou quinta fila.

Na largada Emerson fica para trás e Jody já se insinua na Copse e vem brigando com todos, Ronnie vem na ponta mas numa bela ultrapassagem na Becketts Stewart toma a ponta. 
Stewart, Ronnie, Reutmann e Jody tendo deixado Cevert para trás vem em quarto e roda na saída da Woodcote indo parar na reta em frente dos boxes com seu carro atravessado no meio da pista. Primeira volta, adrenalina à mil, e na lambança que se seguiu onze carros bateram. Além do lambão, bateram Chris Amon, Mike Hailwood, Jochen Mass, José Carlos Pace, Jean Pierre Beltoise, Roger Willianson, George Follmer, Jackie Oliver e Andrea De Adamich que ficou preso ao carro e demorou muito tempo até ser retirado.
Nunca o tempo demorou tanto a passar para mim, grudado no radio esperava a retirada de Andrea, na época o fogo era um perigo real na Formula Um e temia-se que o carro dele pudesse incendiar. Depois o alivio por saber que haviam conseguido e o valente italiano vivia.
A vitória na corrida foi de Peter Revson, MacLaren M23, seguido por Peterson e Hulme na outra McLaren.
Quanto a Jody, depois de boas temporadas na Tyrrel e Woolf foi enfim contratado pela Ferrari onde foi campeão do mundo em 1979, ano que depois de tantas expectativas voltei a colocar meu traseiro em um carro de corridas.  


NT: Hoje tem muitas corridas, Formula Indy, onde o Helio ainda tem chances no campeonato, Stock, Paulista e as corridas de ontem em Interlagos, que certamente o Ferraz irá mostrar.
Acontece que tive apenas vontade de escrever, e espero que vocês me desculpem se misturei um pouco de minha vida com os acontecimentos de Silverstone.


Rui Amaral Jr



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PS: 13/09/2014 - Bravo meu amigo Ronaldo Nazar fez o comentário abaixo quando mostrei ontem este post no Face depois do amigo Cezar Fittipaldi colocar a foto acima e nós comentarmos. Um abração ao Ronaldão e ao Cezar.

Rui 

"Ronaldo Nazar - Então vou aqui. Na 1ª volta o Stewart fez uma BRILHANTE ultrapassagem sobre o Peterson e já vinha com um BOQUEIRÃO em cima da turma toda. Pena o Jody ter feito a lambança. Na verdade ele não "entendia" e quase ninguém "entendia" os pneus frios como o Jackie. O homem era realmente uma fera nesse ítem. O Sul africano abusou, pneu frio , veio fora do trilho rodou e foi aquela lambança que todo mundo viu. O De ADamich depois dessa prova nunca mais correu em F1. Só em protótipos qdo ajudou a Alfa a ser campeã mundial em 1975. Foi tb a 1ª vitória de Peter Revson na F1, coisa que antes só Dan Gurney tinha conseguido em 1967 em SPA. E depois dele que tb venceu no Canadá numa discutida corrida , com Emerson em 2 º só o Andretti, que todos nós sabemos que é italiano mas naturalizado americano,venceu na F1 ,mas foi genérico né!!!! Italianão da pesada. E foi nessa corrida que a coisa desandou de vez entre o Emerson e o Colin Chapman, pois o brasileiro já vinha notando um certo "favorecimento" ao sueco em detrimento dele. Mesmo assim ainda foi vice campeão para o Stewart. Bela temporada, belos carros , tremendos pilotos e fim de uma grande equipe no final do ano. Cevert morto e Stewart abandonando a F1." 

domingo, 18 de março de 2012

FORMULA VÊ - CAMPINAS

Mostrei alguns dias atrás umas fotos da Formula VÊ, que recebi do Edgar Rocha, hoje para minha surpresa, recebo do Fabio Farias a reportagem da excelente, na época, Auto Esporte que mostra a corrida.
De quebra o Fabio me contou, que seu pai,  Newton Farias, promotor público amante do automobilismo, foi assistir a corrida e o levou. Fabio tinha apenas 9 anos e os dois foram de Itu a Campinas.
Obrigado Fabio, um abraço.

Auto Esporte Nº 42 Abril de 1968














quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Conta Cuca!




“Em 1972, a Estrela lançou o Campeonato Nacional de Autorama Emerson Fittipaldi: o vencedor passaria um dia inteiro com Emerson Fittipaldi, um sonho para qualquer garoto da época. Gabriel e eu logicamente nos escrevemos, iríamos correr com os nossos Brabham BT34 que havíamos acabado de comprar e, segundo especialistas, “voavam baixo”.
As corridas eram sempre aos domingos pela manhã na pista do Ibirapuera, em um total de quatro corridas. Passávamos as noites de sábado desmontando, regulando e pintando os carros que eram sempre destaques nas corridas pela beleza, conservação e desempenho, pena que os dois pilotos ficavam nervosos e não iam bem nas provas. Os melhores resultados foram um terceiro do Gabriel e um quarto meu. Por idéia do Expedito, sempre corríamos em baterias separadas para não fazermos concorrência um ao outro, já que somente o primeiro lugar se classificava para as semifinais.
Expedito sempre nos levava para a pista nos dias de competição no seu lindo Dodge Dart preto. No caminho mostrávamos os carros a ele, que sempre participava com enorme entusiasmo. Num desses domingos, porém, ele nos levou num lindo Maverick LDO que ele estava testando para Revista Quatro Rodas. Era um belo carro de cor champanhe, novinho. Chovia muito aquele dia e, quando chegamos ao Ibirapuera, Expedito, não querendo pegar chuva, resolveu “estacionar” o carro o mais próximo possível da pista. Só que a manobra incluía descer um escada de uns quinze degraus.
– Será que eu consigo? Pergunta Expedito.
– Vai raspar o fundo. Diz Gabriel.
– Ops, ops, ooo...
Dum, dum, dum, dum...
– Foi, viu, viu, viu? Não raspou nada.
Comemora Marazzi.
– Mas como vamos sair daqui?
Questiona Expedito coçando a cabeça e rindo como um garoto que fez uma travessura.
– Bom, depois eu penso nisso.
E fomos para a pista levar outro “esfrega” da garotada.
Na hora de sair, ele colocou o carro meio de lado em frente da escada e acelerou fundo, o carro cantou os pneus de um pulo e subiu fácil, sob olhares incrédulos de diversos pais que deviam esta se perguntando “Quem era aquele louco que fazia aquilo com um carrão daqueles?”.
Coisas de Marazzi”

Mario Marcio Souto Maior - Cuca 


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

RATO NO BOX

Emerson e a F6 em Interlagos.
Texto; Mario Marcio G. Souto Maior - Cuca

Teste do F6...

  Há algum tempo, que o amigo Rui Amaral me pediu para escrever um texto para o Histórias. Talvez tenha se passado alguns meses, talvez um ano, não importa, o fato é que sentei para escrever sobre o meu grande ídolo Emerson Fittipaldi. Poucas pessoas tem o talento nato de pilotar um carro como o Emerson, segundo seu irmão Wilson, que diz que viu poucos pilotos assim, e cita Graham Hill, Ronnie Peterson, Jackie Stewart e Airton Senna, palavras do Wilsinho. Segundo ele, o que o Emerson leva uma volta para entender o comportamento de um carro, ele, Pace ou Piquet, levariam 30 ou 40 voltas. Que fique claro que o Wilsinho não esta falando em pilotagem e sim em sentimento, pois, qualquer um dos que ele citou mesmo não tendo este sentimento, com certeza são excelente pilotos. Por tanto, o que vou relatar, diz exatamente isso, como um cara como o Emerson, desafiou um carro e deu um veredicto final.
Muito se falam sobre o primeiro teste do Copersucar F6, em 8 de janeiro de 1979, bom, eu estava lá, e o que vou relatar, é o que eu vi, e quero deixar bem claro que eu estava ao lado do Wilsinho pois era uma rato de box, e com certeza ele nem sabia quem eu era.

O dia amanheceu bonito, fui para Interlagos sozinho e de ônibus, entrei pelo antigo portão 3, um funcionário me indicou o caminho das arquibancadas, agradeci, e lógico, fui pelo túnel até os boxes. O F6 estava lá, Darci,  Ricardo Divilla e alguns mecânicos mexiam nele. Foi o tempo de eu observar como era belo e bem feito o F6, fiquei orgulhoso de ser brasileiro, como sou até hoje.
Alguns minutos se passaram e Wilsinho e Emerson chegam num BMW branco. Era um BMW cheio de aerofólios, abas e na minha modesta opinião, feio "pra carai", nunca achei aquilo bonito, mas enfim, era o carro do Wilson Fittipaldi. O Emerson já estava de macacão, depois de uns 15 ou 20 minutos, com um largo sorriso, entrou no carro, falou com o Wilson e combinou três voltas lentas e uma parada no box  para uma revisão no estado do carro.

Ao lado de Emerson o Ricardo Divila e lá atrás certamente uma daquelas cabeças é a do Cuca.

Emerson foi para a pista e fez a primeira volta pelo anel externo, bem lentamente. Passou na frente dos box, a uns 150, 160 km/h, entrou na curva "Um" sem frear e um enorme barulho de pneus cantando tomou conta do autódromo, ai começou o drama. Wilsinho gritou:
-Ele rodou...
Eu estava ao seu lado e disse:
-Não, ele esta entrando na "Dois"...
Emerson deixou o carro rolar na "Dois", "embicou" o F6 no retão e acelerou a barata a fundo.
Aqui, vale um adendo: o F6 tinha uma particularidade, os escapamentos virados para a frente do carro e saiam na lateral do F6, isso dava um ronco muito característico ao F6, pois o som saía pelas laterais e batia nos guard rails e produzia um som muito alto e embolado, que o Emerson depois disse não gostar, e não era para gostar mesmo, pois o som não era bonito, era assustador, fazia o autódromo parecer pequeno.
Enfim, o Emerson acelerou e fez a "Três" e "Quatro".  A esta altura, o Wilsinho, eu e um monte de gente já estávamos na grade do "Laranja". O Emerson saiu da quatro e desacelerou. e "chacoalhou" o caro de um lado para ou outro e enfiou o pé no acelerador novamente, rumo a "Ferradura". O Wilsinho já perguntava em voz alta:
-O que ele esta fazendo ? Tem alguma coisa errada...
Emerson veio pela reta que antecede a "Ferradurra" rápido e mandou o F6 para dentro.
Chego a me arrepiar quando lembro...O carro chimava, gritava os pneus, e o Rato segurando o bicho com um cavalo bravo... Fez a "Ferradura", e novamente desacelerou, mais uma vez,"chacoalhou" o F6 e pé em baixo. Subiu o “Lago“, "Reta Oposta", "Sol" e "Sargento" e a bota em baixo, urrando ele passou pelo "Laranja", o F6 parecia um Kart saindo nas quatro rodas. Wilsinho de boca aberta só disse:
-Que é isso...
Emerson freiou forte na entrada do "S" e fez o "Pinheirnhho", "Bico de Pato" e "Mergulho" muito devagar. O Wilsinho disse já se mexendo para voltar para o boxes.
-Ele vai parar...
Enquanto caminhávamos para os box, ouvimos o assustador ronco do F6, corremos em direção a mureta dos boxes, quando chegamos, Emerson vinha saindo do "Café" de pé em baixo. Foi o tempo de debruçar na mureta e o F6 passar num pau...Wilsinho colocou a mão na cabeça e gritou:
-Ele é louco, ta querendo se matar...
O F6 entrou na curva "Um", chimando e reclamando,fez a "Dois", "Retão", e nós, mais uma vez corremos para  a grade do "Laranja".

O que posso dizer, é que o F6 virou um Kart na mão do Emerson. Ele veio em direção a "Ferradura", numa tomada muito "doida", e mandou fundo, o F6, malcriadamente, jogou a traseira, Emerson só deu um toque no volante, e fez a "Ferradura" em uma espetacular derrapagem controlada, com se estivesse andando num carrossel...Nunca, na minha vida, vou esquecer da posição das mão do Emerson, tranquilas e firme...somente segurando o volante com toda a "finesse" que lhe era característica. Bom, o F6 subiu o lago,"Reta oposta", "Sargento" e passou diante dos meus olhos no "Laranja", saindo nas quatro, como se costuma dizer, mas totalmente na mão do "Rato". Ai aconteceu algo inesperado. Ouvi muita gente gritando,: "Sai,sai,sai". Quando olhei, vi que um desavisado jardineiro, estava atravessando a pista logo após a curva do "Café". Wilsinho estava tão concentrado no irmão, que nem percebeu o que estava acontece. Para piorar, o cara parou no meio da pista e ficou a perguntar o que estava acontecendo. Felizmente, um bombeiro foi lá e o retirou da pista, mas até hoje me pergunto, o porque teria um cara tão desavisado, num dia de teste de um F1, com aquele enorme barulho, entrar com um trator no meio da pista ?


O Emerson vinha acelerando até a entrada do boxes, onde deu um violenta freada, o que fez a carenagem do F6 voar longe...Entrou no box e parou no meio da pista. Cabeça baixa, tirou as luvas, desafivelou o capacete, e olhou fixamente para o irmão, que tinha acabado de sentar no pneu dianteiro do lado esquerdo. Com o dedo indicativo, Emerson fez um sinal de "vem aqui" para o  Ralph Bellamy  e disse:
-Tem algo de muito errado neste carro, ele não faz curvas, quase me jogou em cima do muro na primeira volta.
 Ralph Bellamy , perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado, e disse que o problema era o Emerson que não sabia pilotar um "carro asa".
Neste momento, meus amigos, a coisa descambou um pouco, mas o que vi, foi o Emerson, calmamente, soltar o cinto de segurança, descer do carro e colocar a mão no ombro do  Ralph Bellamy , mas não numa atitude agressiva, o que eu acho é que o Ralf se assustou e foi andando para trás, até encostar na parede, ai sim, com dedo em riste, o Emerson falou:
-Nunca mais diga que eu não sei pilotar um formula 1, Respeite ao menos meu bicampeonato.
O mais incrível, é que isto aconteceu em dez  ou vinte segundos, e que o Wilsinho partiu para cima do Ralf, e o Emerson que fez  "deixa disso..."
Passado isso, Reginaldo Leme vai entrevistar o Emerson.
RL
-Emerson, dá para pensar em vitórias este ano.
EF
-Olha, foi só um teste para ver se estava tudo bem com o carro, eu não conheço o carro, o carro também não me conhece, mas vamos ver, vamos tentar.
Emerson pula para dentro do box, eu rato que era pulo atrás e me escondo atrás de uns pneus empilhados. Logo chega o Wilson e baixa a porta dos boxes, não sei para que, pois eles eram totalmente vazadas. Olha pro Emerson, e com um pontinha de esperança pergunta:
- E ai ?
Emerson responde:
-Não anda e não vai andar nunca, jogamos três milhões de Dólares no lixo, o carro parece uma banana assada de tanto que torce quando tenta fazer curva...
Lembro bem do Wilsinho passar a mão entre os cabelos e perguntar:
-E agora ?
Emerson responde:
-Agora, você leva tudo embora que eu não piloto mais esta encrenca.
De macacão, Emerson deixa os box pela parte de trás, entra na BMW do Wilsinho e sai acelerando...Wilsinho com as mãos nas cadeiras, lentamente move a cabeça e olha fixamente para mim. EU não estava lá, ele não me viu, tinha coisas mais preocupante a pensar. Barulho da porta e entra Divilla no box:
-Cadê o Emerson?
WF
-Foi embora...
Wilsinho, lentamente um movimento de meia volta e para....
-Porra, ele foi com o meu carro....

Cuca

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Conheci o Cuca no ano de 1972. Com 19 anos para tentar seguir carreira sem o apoio de meus pais fui trabalhar com o Expedito Marazzi. O Cuca uns 9 anos mais novo era e é amigo do Gabriel, filho do Expedito  e os dois ficavam por lá nos perturbando, sentavam nos carros, faziam mil perguntas enfim verdadeiros Ratos de Box.
Obrigado meu amigo Cuca e um abração 


Rui

Fotos; Quatro Rodas, a reportagem na QR Digital de Fevereiro de 1979.


sábado, 14 de maio de 2011

Divisão 3 - O começo.

Nos créditos da foto no jornal está escrito que Wilsinho discute com um guarda, mas o que vejo é Emerson recebendo a bandeirada da vitória e seu pai Wilson o Barão pulando de braços abertos.

A vitória dos irmãos Fittipaldi nas 12 Horas de Porto Alegre disputadas no circuito Cavalhada-Vila Nova foi provavelmente a primeira de um carro nacional enquadrado no Anexo J da FIA na Terceira Divisão, e que mais tarde seria chamada de Divisão 3. Grandes nomes os seguiram como Bird/Moco em segundo com o Corcel da Equipe Bino de Luiz Antonio Greco, Jaime Silva/Hugo Galina de JK, José Madri/José Antonio Madri com Simca e Catharino e Vitório Andreatta em sétimo também com um Corcel.   


Jornal do Brasil 25 de Dezembro de 1968.

Bird Clemente/José Carlos Pace o Moco no Corcel da Equipe Binno de Luiz Antonio Greco.


Recebi muito tempo atrás este recorte do JB e não me lembro se do Leandro Sanco ou Rui Pastor, de qualquer forma agradeço a meus amigos pela lembrança.