A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

1.600cc x 1.800cc a grande diferença.

 

Vendo a bela obra de meu amigo Ararê, veio a vontade de escrever ...

Pedidos - ararenovaes21@gmail.com  

 Até 1982 os motores boxer VW que corriam na Divisão 3 tinham como limite de cilindrada 1.600 centímetros cúbicos, assim como os Passat, Chevette e outros.

Acontece que a partir desse ano ficou muito difícil para o motor boxer, criado cerca de cinquenta anos antes, com a concepção de comando central no bloco acionando as válvulas através de varetas tirar a mesma potencia dos motores VW de quatro cilindros em linha e comando de válvulas no cabeçote, muito mais moderno, conseguindo uma potencia especifica muito maior, na época acredito que cerca de 30/35hps a mais.

Em 1983 alguns grandes nomes que corriam com os VW haviam deixado a categoria, como meus amigos Arturão – Arturo Fernandes – e Jr – Luiz Carlos Lara Campos Junior -,pilotos a serem batidos nos então Fuscas. Os VW-Passat começaram a dominar dois ou três anos antes, mas eram poucos já que sua preparação era caríssima, não que as dos Fuscas de ponta fossem muito menores, mas muitos deles já vinham com alguns anos de pista e correr era uma continuação de um esquema já muito testado.  

Os Pequenos Foguetes que haviam maravilhado os torcedores já não eram páreo para os Passat, que não eram tantos no grid, e para tentar equilibrar a batalha os motores VW Boxer foram autorizados pela CBA a aumentarem sua cilindrada para 1.800cc contra os 1.600 dos Passat. A VW do Brasil não apoiava muito a iniciativa, pois a ideia deles era mostrar o Passat, onde batalhavam com novos carros da classe pelo público consumidor.

Um aparte depois de falar com o Tide Dalecio; em 1983 apesar do novo regulamento ele usou motores 1.600cc em seu Fusca, e em duas corridas na chuva, em Interlago e Jacarepaguá, levou a melhor sobre os Passat vencendo. Eram imbatíveis os Fuscas na chuva, além de Tide ser um grande piloto.

Minha experiencia com os boxers 1.800cc veio em 1984 quando a Salecar de meus queridos amigos Marcos, Arno e Beto Levorin me convidaram a correr as Mil Milhas Brasileiras com Fabinho Levorin filho do Marcos, sob o patrocínio da fabricante de pneus Levorin, de seus primos. O carro o #8 com que havia corrido o campeonato paulista da D3 de 1982, e agora apesar de ainda ser meu estava sob os cuidados deles.

As mudanças no carro foram poucas, o tanque que passou a ser um com oitenta e poucos litros, os amortecedores, que na TEP-D3 paulista eram obrigatórios os nacionais, eu usava ao Barchi, e agora poderia usar os Koni e os motores 1.800cc. O cambio usava as mesmas relações de 82, Caixa3 com diferencial 8:31.

Em meu primeiro treino, creio que o Fabinho já havia andado um pouco com o carro, me disseram que usasse o motor à 6.500 rpm bem abaixo dos 7.200/7500 que andava em 1982. Ia esquecendo, mas chave que voltava a espia de meu conta-giros Jones, ainda estava no bolso do Chapa – Flávio Cuono – então obedeci fielmente as instruções!

Brincadeiras à parte saindo logo notei que o 1.800, não sei dizer que comando de válvulas usava, “pegava” logo em baixa rotação, creio que 3000/3500 rpms, e o torque era muito maior. A diferença era enorme e mesmo saindo dos boxes com cuidado cheguei à curva 3 quase na rotação sugerida a andarmos.

A diferença em velocidade máxima não era muita, mas em Interlagos com aquelas subidas que judiavam os 1.6 eram agora superadas em muito. Começando pela Reta Oposta, quando o motor ganhava rápido de giros e subia bem mais forte depois de engatada a quarta marcha na saída da curva do Lago. Na curva do Sargento, que começava em descida e terminava em acentuada subida para curva do Laranja, usava a segunda marcha para contorná-la e terceira no meio da reta que une as duas curvas, o ganho de velocidade era notório. Aquela subida malvada na saída da curva da Junção, rumo à linha de chegada acredito que era feita com o 1.8 cerca de 10/15 kms a mais.

Em 1982, numa volta voadora, eu havia girado em Interlagos – hoje Autodromo José Carlo Pace – batalhando com meu amigo campeão Elcio Pelegrini o tempo de 3’23” alto e em cinco ou seis voltas com o 1.8 já vinha virando 3’20/21” sem forçar. Mais tarde, primeiro o Fabinho e depois eu, viramos na casa dos 3’17”, vejam que foram cinco segundos de diferença, isto treinado para uma corrida longa, não uma de dez voltas quando o ritmo era bem mais violento.

 

Valeu Tide!

A você Carlos Henrique “Caranguejo” Mércio, seus pitacos fazem falta, e vê se aí no alto você e o Turito só falem bem deste mero escrevinhador!

 

Abraços

 

Rui Amaral Jr


terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Carlo Henrique Mércio o Caranguejo. 07-01-2025

 

Com sua amada Maria da Glória.

  Triste, muito triste! Cerca de hora e meia atrás vejo que entrou um WhatsApp do Carlos Henrique “Caranguejo” Mércio, antes de ler logo pensei “tem fofocas vindo por aí...”, mas não, era minha amiga Maria da Glória, sua amada, comunicando seu passamento. Mas como! Sim subiu para o Plano Espiritual, ele era Espírita convicto, meu amigo, meu parceiro de tantas escritas, meu irmão Gaúcho. As palavras somem, a mente divaga, liga o Biju Rangel tão pasmo quanto eu.

Lá do alto certamente nos olha, olha Glória, filhos e netos, olha por nós seus amigos, e certamente já encontrou Tazio, Fangio, Clark, Arturão ... e contou-lhes sobre todas belas páginas que escreveu sobre eles.

Deus o tenha ao seu lado amigo do coração e a console Glória, assim como “as crianças”, que era como ele se referia a elas.  

Até um dia irmão.

Rui Amaral Jr


sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Mestres em suas artes...

 

Guaraná por Ararê

 Sim, meus amigos Guaraná e Ararê, são mestres nas artes que adotaram, um desenhando e o outro pilotando. Infelizmente Guaraná já subiu, muito antes do tempo, deixou saudades e lembrança dos que com ele conviveram, e obviamente dos inúmeros admiradores.

Outro dia em seu Facebook Ararê mostrou a arte para o  #29 do Guaraná e nos comentários escrevi o seguinte “Meu irmão, agora me emocionei, Guaraná além de um tremendo bota foi um super ser humano, ficou como sempre lindo demais” mais tarde voltei e completei “Numa noite de março de 1971, nos encontramos na Av. Sumaré em uma esquina onde sempre nos encontrávamos, tirávamos rachas lá, ainda não havia a ligação com a Henrique Schaumann, finalmente tínhamos estreado nas pistas, papos e mais papos, agora finalmente éramos pilotos de verdade, ele fez uma bela carreira, muito aquém do que sua enorme tocada merecia, mas uma grande carreira! Saudades...”

Mais tarde olhando a arte comecei à lembrar; Do Italo Adami e Robertinho, os magos da Autozoom, de “seu” Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga – e muito mais...

Guaraná morava se não me engano no Alto da Lapa, Teleco na Av. Angelica, e era numa esquina da Av. Sumaré, se não me engano novamente, que havia uma lanchonete que era da família ou amigos do Guaraná, e naquela avenida sem movimento que mostrávamos nossos dotes automobilísticos.

Lembro daquela noite como se tivesse acontecido ontem...

Cheguei de moto, meu Dart tinha ficado na equipe, Guaraná, Teleco e eu começamos à conversar, naquele domingo havíamos estreado em Interlagos – hoje Autódromo José Carlos Pace – numa prova organizada pelo Clube Marazzi, de nosso amigo Expedito Marazzi.

Guaraná, que vinha do kart, olha e me diz “vi você freando na entrada da Um!” ao que repliquei “pô Guaraná, foi nos treinos, afinal eu pilotava um barca e ainda não conhecia a pista...”.

Continuamos a papear e de repente um som muito alto de um V8 com escapes abertos vem descendo a avenida, éramos uns dez ou quinze ali, paramos de conversar para olhar, e muito forte vem meu amigo/irmão Waltinho Mujalli tocando meu Dart e passando por nós à milhão!

E a noite continua até hoje em minha memória!

Mês e tanto depois Guaraná e eu nos encontramos novamente na pista, agora em VWs da Divisão 3 e em nossa corrida de estreia na categoria fomos quinto e sexto no meio de mais de trinta carros, na corrida vencida pelo amigo José Martins Jr no Puma Divisão 4 ex Angi Munhoz, quer dizer que na verdade fomos quarto e quinto, e dos carros da Kinko e do Maldonado que vinham há muito na categoria.

Aos saudosos Guaraná, Teleco, Italo, Robertinho e Expedito sempre em minhas agradáveis lembranças e ao Ararê, com meu muito obrigado pelo carinho e consideração.

 

Abraços

Rui Amaral Jr

 

PS: Ararê é um profissional em sua arte, então peço que não copiem suas obras, no endereço abaixo ele as envia no tamanho correto e no padrão para emoldurá-las, obrigado.

  ararenovaes21@gmail.com

 Ia esquecendo, as coleções dele para os carros do Luiz, Wilsinho, Emerson, Pace com todos os carros que pilotaram num único poster é imperdível!