A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
Mostrando postagens com marcador Tazio Nuvolari. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tazio Nuvolari. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 9 de março de 2023

Apenas minha opinião...

 

Tazio e Gilles ....Os preferidos de Enzo FerrariI

"I piloti... che gente" Roberto Martinez

Rui Amaral Lemos Junior -Tazio foi o maior de todos, Gilles não teve tempo.

Carlos Mano - concordo, mas ambos representavam o espírito de competição da Ferrari.


O dialogo acima foi no Facebook depois que o Roberto postou a foto montagem que mostro acima, comentei e logo a seguir o Carlos e prometi a ele que escreveria lago sobre... então!

Antes sobre meus amigos; Carlos piloto bota de kart, Roberto outro bota que correu em diversas categorias, já postei sobre ambos, na busca do blog citando seus nomes vocês encontrarão.


 

Na foto o grande Varzi explica a essência do que foi Tazio, não lembro onde li mas me parece que Enzo disse sobre o Mantuano “nunca houve, não há e jamais haverá um piloto como Tazio!”. Pelo que sei e li Enzo deixou de correr depois de ver Tazio pilotando...

 

O Caranguejo – Carlos Henrique Mércio - e eu escrevemos inúmeros textos sobre ele, assim como outros de nossos grandes ídolos Fangio e Clark. Meu amigo Adolfo – Cilento Neto – me apresentou mais intimamente a Tazio, eu o conhecia desde bem jovem, mas na época meu grande ídolo era Clark e fim de papo. Nos livros que ganhei do Bambino pude conhecer a grandeza de Tazio e nunca mais deixei de ler sobre ele.

Sem falar do começo de sua carreira nas motos que foi épico, quando chegou ao automobilismo encarou de frente os grandes nomes da época, Varzi, Antonio Ascari Giuseppe Campari...começou vencendo e nunca mais deixou de vencer, venceu de Alfa Romeo da equipe Ferrari, de Maserati...e pouco antes do começo da II Guerra antes da parada do automobilismo foi para sua arquirrival Auto Union para novamente vencer. Venceu na Europa, Africa e EUA, onde tivesse uma corrida lá estava ele, sempre na ponta. Venceu a Targa Florio, Le Mans, Mille Miglia.


Vencendo pela segunda vez a Targa Florio com Alfa Romeo da equipe Ferrari.

Já aos sessenta anos testou com a Cisitalia-Porsche da Formula Um  

    Tazio e a Cisitalia

link 

https://ruiamaraljr.blogspot.com/2011/12/tazio-e-cisitalia.html

Caranguejo escreveu um delicioso post sobre seu final de carreira...

 TAZIO NUVOLARI – CARRO nº1049 

link

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/2018/11/tazio-nuvolari-carro-n1049.html

Tazio não foi só grande, foi único!




 

E Gilles?

Gilles foi um daqueles talentos naturais que raramente aparecem e enchem nossos olhos com sua magnifica tocada, sua busca incessante pelo limite, sendo que o seu era certamente mais alto que dos carros que pilotou. Era o espetáculo em cada classificação e corrida, aquele espetáculo que faz o coração de quem ama as corridas bater mais forte.

 

Não teve tempo para mais...

 

Ao Caranguejo.


Tazio no Histórias

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Tazio+Nuvolari

Gilles no Histórias

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Gilles    

 

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 21 de novembro de 2018

TAZIO NUVOLARI - CARRO Nº1049

Tazio, Scapinelli e a Ferrari 166 Spyder Corsa



1948, a Itália era um país devastado pela guerra que tentava reerguer-se.
Às vésperas da tradicional Mille Miglia, encontravam-se dois homens na mesma condição. Um deles era Enzo Ferrari. Sua fábrica ainda não era um ícone de velocidade e ele necessitava urgentemente resultados nas competições ou não poderia vender seus carros. O outro era o campeão Tazio Nuvolari. 
Aos 56 anos, debilitado por uma doença pulmonar, ele era um homem arrasado pela morte prematura de seus dois filhos, Giorgio e Alberto. Quem poderia dizer o que Nivola ainda buscava nas corridas?

Enzo & Tazio

Neste cenário, Enzo encontraria Nuvolari.

 Il Drake acreditava que o velho campeão é de quem necessitava para pilotar o modelo 166 Spyder Corsa. Para o carismático Nuvolari, duas vezes vencedor das Mille Miglia, ganhador das 24 Horas de Le Mans, o convite era tentador, apesar dele desconhecer o carro e nem mesmo teria tempo para realizar um teste. O jovem mecânico Andrea Scapinelli foi designado como seu acompanhante e o carro recebeu o numeral 1049. 

Tazio e o mecânico Scapinelli na largada.
O percurso das Mille Miglia 1948
Já sem a tampa do motor sendo reverenciado pelo povo Italiano!
No controle de Roma.

No dia 2 de maio, teve início a maratona de 1.600 km. Alberto Ascari liderou com seu Maserati A6GCS, seguido por Franco Cortese (Ferrari 166S Spyder); em terceiro vinha Nuvolari lutando contra Sanesi (Alfa 6C 2500) acompanhados por Taruffi (Cisitalia 1200). Até Forli, apenas retas longas que faziam a alegria das Maseratis e Alfas. Quando o caminho se tornou a sucessão de curvas até Passo del Furlo é que Nuvolari fez sua mágica. Em Gualdo Tadino, na descida de uma encosta, a tampa do motor se abriu e bloqueou a visão de piloto e mecânico. Situação resolvida com um tapa de Tazio. "Isso é bom - disse ele - nosso motor resfriará mais rapidamente", enquanto o perplexo Scapinelli só balançava a cabeça. Nuvolari chegou à Roma
com a Ferrari mutilada, mas com treze minutos de vantagem para o segundo colocado. Taruffi desistiu; Ciccio Ascari quebrou a caixa de velocidades e Sanesi parou também. Prosseguindo, no retorno para Brescia, Nuvolari era o líder e para aquela nação ferida, isso era especial. Começou a chover, mas o Gigante não cedeu. Nem quando seu banco quebrou. Tazio improvisou um saco com laranjas e limões à guisa de almofada e nada de tirar o pé. Até chegar à Villa Ospizio, perdeu também um dos para-lamas,mas só desistiu quando Enzo Ferrari conseguiu convencê-lo: a suspensão traseira estava quebrada. 
Nuvolari tinha vinte e nove minutos de vantagem para Clemente Biodetti (Ferrari 166 S Coupe Allemano).



Levado para uma casa paroquial, por fim pode descansar e recuperar-se o sr. Fogo. Quando o Drake foi vê-lo novamente, tentou consolá-lo: "Tazio, ficou para o próximo ano". Ao que o velho campeão retrucou: "Ferrari, na minha idade, não há muitos dias como este". 
Sem nunca ter abandonado oficialmente as pistas, faleceu em 1953.

À Sebastião Prado e Simão Pedro, amigo de além-mar, que me chamaram a atenção para mais essa façanha de Nuvolari.

CARANGUEJO

_____________________________________________

Como comentei antes o Caranguejo e eu já escrevemos incontáveis posts sobre Tazio, fiquei emocionado  ao ler este texto, conhecia a história pois meu amigo Adolfo Cilento me emprestou um livro, talvez quarenta anos atrás que contava esta história, só não lembrava que era de uma Mille Miglia... 

Salve Tazio!

Rui Amaral Jr




segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Tazio...

"Nuvolari, além de ser sempre meu maior rival, é o melhor corredor de todos os tempos. Não pode ser definido como um mestre mas sim como um artista do volante. Um mestre pode ensinar. A arte não se ensina. 
Achille Varzi"

1946 GP de Marsielles - Tazio e Raymond Sommer, ambos de Maserati 4CL.

Talvez o Caranguejo e eu tenhamos escrito algo em torno de vinte posts sobre Tazio. Soberbo na arte de pilotar vejam como um de seus grandes adversários o definia.
Encontrei esta foto postada por nosso amigo Luiz Carlos Dias. 

Tazio vive cada vez que um grande piloto chega ao seu  ápice... 

link

Rui Amaral Jr 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Comparações...

 Rindt demorou alguns anos para vencer sua primeira corrida, Jimmy foi Jimmy!
 O Quintuple na D50.
Ayrton na Lotus em Jacarepaguá.

Ontem assistindo a bela vitória de Lewis em Silverstone entre algumas considerações ouvi do comentarista que já andou na F.Um que muitos pilotos e gente que acompanha a F.Um desde muito tempo, que Jimmy Clark foi o maior de todos...ora bolas, hoje em dia a carreira dos pilotos é longa, mais de vinte GPs por temporada e muito tempo para bater os recordes dos grandes!
A carreira de Jimmy foi de apenas 72 corridas quando fez 33 poles, 28 voltas mais rápidas e 25 vitórias...Fangio então largou 52 vezes fez 29 poles, 23 voltas mais rápidas e venceu 24 GPs...Ayrton largou 161 vezes, fez 65 poles, 19 voltas mais rápidas e venceu 41 vezes!
Ora...hoje Lewis já chegou à casa dos 200 GPs disputados, Schummy disputou 308 GPs, Vettel já está também na casa de 200 GPs.
A categoria mudou e muito, hoje os carros ponteiros são sempre os mesmos as disputas estão marcadas, no tempo dos Grandes havia mais disputa, não que Lewis e Vettel se corressem naquela época também não se destacariam, pelo contrário são grandes pilotos mas...

Dizer o que de Tazio?
E de Amon que sequer venceu uma corrida da F.Um?
E Moss com seus múltiplos vice campeonatos?
E do Sueco? 


Rui Amaral Jr    

domingo, 23 de abril de 2017

Tazio...


Sim...simplesmente "o mais veloz sobre a face da terra" leiam o belo texto do Caranguejo..."Ao mais veloz animal da face da Terra, o mais lento"  é ele Tazio Nuvolari treinando com um Jaguar XK120 em Silverstone - Agosto de 1950 - para uma corrida de Sportscar, infelizmente já debilitado por uma enfisema sua participação se restringiu aos treinos.
Meu amigo João Carlos Godoy e meu irmão João Carlos Bevilacqua acertaram na mosca esta curiosa pergunta do Caranguejo. 

Abraços 

Rui Amaral Jr

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

"El Nigher" vence em Pescara...

Corpo avantajado e tez escura, Giuseppe Campari foi um dos grandes nomes do automobilismo europeu, na foto com sua Alfa Romeo P2 e sua equipe de mecânicos da Scuderia Ferrari após a vitória de 1928 na Coppa Acerbo, venceu a copa ainda em 1927 e 1931 sempre de Alfa Romeo.
Começou sua carreira como mecânico de competições e acompanhante na Alfa Romeo, tempos depois já estava pilotando...à partir de 1920 começou à vencer e vencer, se rivalizando com os grandes da época como, Tazio Nuvolari, Antonio Ascari, Achille Varzi, Gigi Vilorezi e tantos outros.
No filme "Amarcord" de Fellini mostra sua passagem pela cidade de Rimini, provavelmente em uma das duas Mille Miglia que venceu em 1928/29. 1928 pilotando a Alfa Romeo 6C 1.500 SS Spyder Zagato e 1929 a Alfa Romeo 6C 1.750 Spyder Zagato, em ambas tendo como assistente o grande mecânico Giulio Ramponi.
Perdeu a vida em Monza no ano de 1933 numa corrida logo após o GP Monza. Na primeira volta sua Alfa pegou uma mancha de óleo na Curva Sul, saiu da pista morrendo Campari imediatamente.
Este foi apenas um pequeno apanhado da vida deste grande piloto, o Caranguejo e eu sempre combinamos em contar mais de sua vida e vitórias, quem sabe um dia...


Aos grandes pilotos de todas as épocas e aos meus amigos Paulão, Edwin e meu sócio Caranguejo.

Rui Amaral Jr






"El Nigher" vence em Pescara...

Corpo avantajado e tez escura Giuseppe Campari foi um dos grandes nomes do automobilismo europeu, na foto com sua Alfa Romeo P2 e sua equipe de mecânicos da Scuderia Ferrari após a vitória de 1928 na Coppa Acerbo, venceu a copa ainda em 1927 e 1931 sempre de Alfa Romeo.
Começou sua carreira como mecânico de competições e acompanhante na Alfa Romeo e tempos depois já estava pilotando...à partir de 1920 começou à vencer e vencer se rivalizando com os grandes da época como, Tazio Nuvolari, Antonio Ascari, Achille Varzi e tantos outros.
No filme "Amarcord" de Fellini mostra sua passagem pela cidade de Rimini, provavelmente em uma das duas Mille Miglia que venceu em 1928/29, em 1928 pilotando a Alfa Romeo 6C 1.500 SS Spyder Zagato e 1929 a Alfa Romeo 6C 1.750 Spyder Zagato em ambas tendo como assistente o grande mecânico Giulio Ramponi.
Perdeu a vida em Monza no ano de 1933 numa corrida logo após o GP Monza. Na primeira volta sua Alfa pegou uma mancha de óleo na Curva Sul e saiu da pista morrendo Campari imediatamente.
Este foi apenas um pequeno apanhado da vida deste grande piloto, o Caranguejo e eu sempre conversamos em contar mais de sua vida e vitórias, quem sabe um dia...


Aos grandes pilotos de todas as épocas e aos meus amigos Paulão, Edwin e meu sócio Caranguejo.

Rui Amaral Jr






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

TAZIO


 Agosto de 1953, morreu o Mantovano Volante. Não mais teríamos o espetáculo, o fogo, a arte do genial Tazio Giorgio Nuvolari, o primeiro Gigante das Pistas. Ao saber da notícia, Enzo Ferrari parte para Mantua, mas se perde no labirinto de estradas do lugar. Resolve parar para pedir informações e avista a casa de um latoeiro. Desce do carro e pergunta ao velho profissional, o caminho para a casa de Nuvolari. O artesão deixa o que está fazendo e ao invés de responder, circunda o carro de Ferrari. Ao avistar a placa de Modena, ele parece compreender, aperta a mão de Enzo com vigor e sussurra: “Obrigado por terem vindo. Um homem assim não vai nascer de novo”.

Tazio numa Alfa Romeo da equipe comandada por Enzo.

CARANGUEJO


Com Vincenzo Flório 

Certas vezes o Caranguejo me surpreende como hoje. Sem combinarmos meu amigo me envia este pequeno e sublime texto sobre nosso grande herói. Sobre o Tazio sempre conversamos muito e ele sabe que quem me apresentou a épica carreira do Mantovano Volante foi Adolfo Cilento outro grande amigo e piloto de primeira. Na época apesar de ler muito sobre automobilismo Tazio era uma lenda distante...agora graças ao Caranguejo a lenda continua presente em nossas páginas.

Abraços

Rui Amaral jr 





sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O GAROTO

O Mantuano na época da Auto Union.

Na Alfa Romeo P3 




A grandeza de um homem pode muitas vezes ser mensurada pela riqueza das histórias que ele deixa atrás de si. Na Targa Florio de 1932, TAZIO NUVOLARI, aquele que segundo um monumento em sua honra na cidade de Roma é o último dos grandes pilotos antigos e o primeiro dos grandes pilotos modernos, foi informado que deveria levar um mecânico como acompanhante durante o percurso da prova. Franzino e magro, Nuvolari foi falar com Enzo Ferrari, então seu chefe de equipe na Alfa-Romeo e pediu que lhe fosse designado um auxiliar que pesasse tanto ou menos do que ele. Enzo encontrou um jovem mecânico, tão magricela quanto o mantuano. Preocupado que sua condução pudesse assustar o garoto, Nivola combinou com o parceiro que o avisaria quando estivessem se aproximando de algum ponto de maior perigo durante a competição. Ele então deveria se abaixar atrás do painel e só sair de lá quando a dificuldade tivesse passado. No fim da prova, mais uma vitória de Tazio, Enzo foi perguntar ao mecânico como tinha sido a experiência. “Nuvolari começou a gritar na primeira curva e só parou na última. Estive deitado no fundo do carro o tempo todo”, contou o garoto.



Na Vanderbild Cup 1938.



CARANGUEJO


---------------------------------------------------------------------------------------------------------

NT: 35, 40, talvez mais, tantos são os posts que o Caranguejo e eu escrevemos sobre o Mantuano e certamente vamos continuar...abaixo um link que leva à vários posts escritos pelo meu parceiro ou por mim...Tazio vive!


Rui Amaral Jr

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Gilles


Pesquisando na Quatro Rodas encontrei esta perola, cujo texto me neguei a ler todo...vejam bem “errou pela última vez” e “e ele não soube desviar”.
Confesso que já em 1982 não lia mais nossas duas revistas de automobilismo, a QR e AE, à exceção de quando meu amigo Expedito voltava a alguma delas. De lá para cá são essas perolas que acompanham grande parte da cobertura desse esporte que tanto amamos. 
Obviamente quando acompanho alguma corrida pelos nossos canais abertos respeito muito os bons comentários do Barrichello, Edgard e outros pilotos que sabem muito bem sobre o que falam, até o Burti, que acho um pouco chato, quando assisto pela emissora oficial respeito, afinal eles têm uma “boa” idéia do que é pilotar e ir buscar um tempo! 
Sensacionalismo, vontade de mostrar que sabe muito mais do que na verdade sabe, hoje mais do nunca são constantes em nossas reportagens automobilísticas, então devemos com muita parcimônia absorvermos o que lemos e ouvimos!

 



Villeneuve; todo piloto que anda sempre no limite erra, até Jimmy, Chueco e Tazio, e para andar na frente é quase sempre imprescindível estar no tal limite! E numa volta de classificação, andando no fio da navalha, é impossível mudar a trajetória sem que nada aconteça, só quem nunca observou direito ou nunca teve que fazer o mesmo pode dizer que “ele não soube desviar”. 


À Gilles, que levou a arte de pilotar ao extremo, ao seu mais belo sentido. 

Rui Amaral Jr



link


NT: 32 anos depois é complicado escrever sobre um reportagem, me desculpe o autor que não conheço pessoalmente, mas os fatos são esses.


Corremos para celebrar a vida, a morte... 


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

UM DIA INESQUECÍVEL DO VERÃO DE 1948


Fangio e Nuvolari

No dia 18 de julho de 1948, disputou-se o GP da França no veloz circuito de Reims-Gueux. Oportunamente chamada pelo editor do Blog Última Volta, Marcio Madeira da Cunha, de a “Corrida dos Dois Sóis”, foi a segunda experiência de Juan Manuel Fangio na Europa. Com um Simca Gordini T15, Fangio nada mais era que um coadjuvante. No sacrifício fizera o 11º tempo e só de binóculos poderia ver o trio de Alfettas, ocupantes da primeira fila: Jean Pierre Wimille, Alberto Ascari e Consalvo Sanesi. Considerado o melhor piloto da Europa, Wimille colocara uma grande diferença entre ele e o segundo colocado (2`35.2 contra 2`44.7), que era ninguém mais, ninguém menos que Ciccio Ascari. Mas haviam outros carros além das Alfas. Talbots, uma Ferrari e um Alta e alguns Maseratis, dentre estes o novo 4CLT. 

Fangio no Simca Gordini T15
Tazio na Maserati 4CLT tempos antes.
Gigi Villoresi

O bólido seria pilotado por Luigi Villoresi e Tazio Nuvolari. Não se sabia, mas Nivola, já fragilizado pela doença, estava fazendo sua última participação em um Grand Prix e quis o destino que aquele que viria a sucedê-lo nas pistas, o Balcaceriano, estivesse presente no canto do cisne do grande campeão. Sem treinar, a dupla Villoresi-Nuvolari sairia da 16ª posição. Se Nuvolari e Fangio estavam juntos em Reims, 1948, onde andaria aquele que é nominado “o terceiro gigante”? Muito provavelmente, o jovem James Clark Júnior, no alto de seus doze anos, estaria morando em uma fazenda em Berwickshire, na sua Escócia natal e certamente, mais preocupado com seus estudos. Com uma formação de grid em 3-2-3, bastou a prova começar para as Alfas 158 dispararem na frente, seguidas por uma brigada de Talbots-Lago. 

Grid, com a mão na cintura Gigi Villoresi

Largada Wimille toma a ponta
 Wimille e a Alfa

O Fangio,com seu modesto Gordini, passava trabalho: as Alfas chegavam aos 300 km/h nas retas de Reims enquanto o T15 mal passava dos 200 km/h. Já o novo Maserati mostrava potencial. Com Gigi Villoresi ao volante, deixara para trás a “cachorrada” francesa e tentava ao menos acompanhar o ritmo de Wimille-Ascari-Sanesi. Na sexta volta, Gigi passava o comando a Tazio, mas mesmo Nivola não conseguia chegar perto das Alfas. Wimille, baixava seguidamente o recorde de volta e só deixava a liderança quando fazia um pit-stop, sendo substituído por um de seus companheiros de equipe, mas recuperava o primeiro lugar quando Ciccio ou Sanesi tinham de parar. Na 45ª das 64 voltas, Nuvolari devolve o Maserati a Villoresi. Três voltas antes, Jean Pierre Wimille fizera uma parada não-programada para consertar o radiador. Na volta 58 porém, ele já estava de novo na frente, deixando que Ciccio e Sanesi discutissem o segundo lugar. Num vacilo de Ascari, Consalvo Sanesi o passou e da mesma forma que começaram, as Alfettas terminaram, isto é, na frente. Wimille o grande vencedor, depois Sanesi e Ascari. A dupla Villoresi-Nuvolari concluiu em sétimo, com cinco voltas a menos e o Chueco, que em dois anos teria nas mãos uma daquelas poderosas Alfas 158, não terminou. O Simca Gordini primeiro tivera problemas de ignição e depois surgiram problemas no motor, quando Fangio tentou forçá-lo um pouco mais, abandonando no 41º giro. Não teríamos mais Nuvolari, que embora nunca anunciasse sua aposentadoria, morreria cinco anos depois e também não veríamos mais o campeão francês Jean Pierre Wimille, que faleceria um ano mais tarde em uma prova no Circuito de Palermo. Mas o mundo das corridas logo iria curvar-se ante aquele argentino meio calvo, de pernas tortas e olhar tranqüilo. Só que antes ele precisaria ser aceito na Equipe do Trevo.

História para outro dia.

C.Henrique Mercio

Tazio
Fangio




Links para nossos posts

A Simca Gordini T15 de Fangio em exposição na Argentina.
A Maserati  4 CLT com Gigi Viloresi em Silverstone