A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

TAZIO NUVOLARI - CARRO Nº1049

Tazio, Scapinelli e a Ferrari 166 Spyder Corsa



1948, a Itália era um país devastado pela guerra que tentava reerguer-se.
Às vésperas da tradicional Mille Miglia, encontravam-se dois homens na mesma condição. Um deles era Enzo Ferrari. Sua fábrica ainda não era um ícone de velocidade e ele necessitava urgentemente resultados nas competições ou não poderia vender seus carros. O outro era o campeão Tazio Nuvolari. 
Aos 56 anos, debilitado por uma doença pulmonar, ele era um homem arrasado pela morte prematura de seus dois filhos, Giorgio e Alberto. Quem poderia dizer o que Nivola ainda buscava nas corridas?

Enzo & Tazio

Neste cenário, Enzo encontraria Nuvolari.

 Il Drake acreditava que o velho campeão é de quem necessitava para pilotar o modelo 166 Spyder Corsa. Para o carismático Nuvolari, duas vezes vencedor das Mille Miglia, ganhador das 24 Horas de Le Mans, o convite era tentador, apesar dele desconhecer o carro e nem mesmo teria tempo para realizar um teste. O jovem mecânico Andrea Scapinelli foi designado como seu acompanhante e o carro recebeu o numeral 1049. 

Tazio e o mecânico Scapinelli na largada.
O percurso das Mille Miglia 1948
Já sem a tampa do motor sendo reverenciado pelo povo Italiano!
No controle de Roma.

No dia 2 de maio, teve início a maratona de 1.600 km. Alberto Ascari liderou com seu Maserati A6GCS, seguido por Franco Cortese (Ferrari 166S Spyder); em terceiro vinha Nuvolari lutando contra Sanesi (Alfa 6C 2500) acompanhados por Taruffi (Cisitalia 1200). Até Forli, apenas retas longas que faziam a alegria das Maseratis e Alfas. Quando o caminho se tornou a sucessão de curvas até Passo del Furlo é que Nuvolari fez sua mágica. Em Gualdo Tadino, na descida de uma encosta, a tampa do motor se abriu e bloqueou a visão de piloto e mecânico. Situação resolvida com um tapa de Tazio. "Isso é bom - disse ele - nosso motor resfriará mais rapidamente", enquanto o perplexo Scapinelli só balançava a cabeça. Nuvolari chegou à Roma
com a Ferrari mutilada, mas com treze minutos de vantagem para o segundo colocado. Taruffi desistiu; Ciccio Ascari quebrou a caixa de velocidades e Sanesi parou também. Prosseguindo, no retorno para Brescia, Nuvolari era o líder e para aquela nação ferida, isso era especial. Começou a chover, mas o Gigante não cedeu. Nem quando seu banco quebrou. Tazio improvisou um saco com laranjas e limões à guisa de almofada e nada de tirar o pé. Até chegar à Villa Ospizio, perdeu também um dos para-lamas,mas só desistiu quando Enzo Ferrari conseguiu convencê-lo: a suspensão traseira estava quebrada. 
Nuvolari tinha vinte e nove minutos de vantagem para Clemente Biodetti (Ferrari 166 S Coupe Allemano).



Levado para uma casa paroquial, por fim pode descansar e recuperar-se o sr. Fogo. Quando o Drake foi vê-lo novamente, tentou consolá-lo: "Tazio, ficou para o próximo ano". Ao que o velho campeão retrucou: "Ferrari, na minha idade, não há muitos dias como este". 
Sem nunca ter abandonado oficialmente as pistas, faleceu em 1953.

À Sebastião Prado e Simão Pedro, amigo de além-mar, que me chamaram a atenção para mais essa façanha de Nuvolari.

CARANGUEJO

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Como comentei antes o Caranguejo e eu já escrevemos incontáveis posts sobre Tazio, fiquei emocionado  ao ler este texto, conhecia a história pois meu amigo Adolfo Cilento me emprestou um livro, talvez quarenta anos atrás que contava esta história, só não lembrava que era de uma Mille Miglia... 

Salve Tazio!

Rui Amaral Jr




sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Castellotti...


Caro Rui,

Segue a foto do quadro. É um quadro de Eucatex pintado com tinta a óleo. A cena foi inspirada numa foto recente da Supersqualo de 1955 num museu, coloquei o Castelotti dentro e “botei pra correr”. Em 1955 ele era piloto da Lancia, mas esta abandonou devido à morte do Alberto Ascari. Seu último GP pela Lancia foi na Bélgica. A partir daí ele foi contratado pela Ferrari ecorreu com a 555 supersqualo para os GPs da Holanda, Inglaterra e Italia.

Na Holanda, 19 de junho de 1955, era o número 6 e foi daí que me inspirei para numerar esse carro. As cores da pista foram uma “liberdade poética” que tomei. Ele foi o quinto nessa corrida.
Na Inglaterra, 16 de julho de 1955, carro número 16, foi o sexto em dupla com Mike Hawthorn
Na Itália, sétima e última corrida do ano válida pelo campeonato, no dia 11 de setembro, ele foi o terceiro. Isso permitiu a ele finalizar o ano como o terceiro no campeonato atrás somente das Mercedes de Fangio e Moss. Bela empreitada!
Pode utilizar na tua matéria.

Grande abraço

Antonio Falchetto


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Tazio...

"Nuvolari, além de ser sempre meu maior rival, é o melhor corredor de todos os tempos. Não pode ser definido como um mestre mas sim como um artista do volante. Um mestre pode ensinar. A arte não se ensina. 
Achille Varzi"

1946 GP de Marsielles - Tazio e Raymond Sommer, ambos de Maserati 4CL.

Talvez o Caranguejo e eu tenhamos escrito algo em torno de vinte posts sobre Tazio. Soberbo na arte de pilotar vejam como um de seus grandes adversários o definia.
Encontrei esta foto postada por nosso amigo Luiz Carlos Dias. 

Tazio vive cada vez que um grande piloto chega ao seu  ápice... 

link

Rui Amaral Jr 

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Projeto Passo Fundo


Espalha pedra e retranca apelidos de Orlando Menegaz
1958 1º 500 KM de Porto Alegre - Orlando Menegaz ao lado de sua Carretera com motor Chevrolet Corvette. 

Espalha pedra e retranca apelidos de Orlando Menegaz, nascido no interior de Caxias do Sul e acolhido por Passo Fundo cidade lembrada demais, nas vitórias conseguidas, na região, estado, Brasil e Uruguai, por onde seguidamente, competiu e venceu.

Iniciou a carreira como acompanhante de Alcídio Schroeder, o Leão da Serra, pioneiro do Automobilismo de competição da região, na prova “Copa Festa da Uva” -  em 5/março/1950, quando chegaram em 3° lugar, na carretera Ford V/8 do Alcídio.

Pelo jeito, Orlando gostou, pois adquiriu uma Barata Ford 40, preparou-a, geralmente na fábrica de implementos Agrícolas, da família a MenegazS.A.I.C

Disputou várias provas, seguidamente quebrou. O melhor resultado conseguido foi no 1° Circuito Automobilístico de Lages/SC quando entrou em 2° lugar, outros bons resultados foram 4° lugar na II Prova Antoninho Burwamaque em 21/06/54 e no VI Circuito da Pedra Redonda em 20/06/55. Em 20/11/55 entrou em 6° lugar na V Encosta da Serra .

Em 23/nov/57, em parceria com Aristides Bertol, na  Chevrolet Corvette, deste, ganharam as mil milhas Brasileiras no Interlagos, prova máxima do calendário Brasileiro. Orlando que sempre correra de Ford, sentiui a diferença gritante.

Adquiriu uma Barata Chevrolet 1938 e por notícia do Armando Burwamaque da concessionária Chevrolet de Passo Fundo, comprou motor e caixa Corvette, do colega Argemiro Pretto, da concessionária Chevrolet de Encantado/RS que havia importado 3 motores com caixa, levou meses para encaixar a mecânica e acertar o diferencial que aguentasse o tranco. Resolveu com o de uma Picape Chevrolet – Tração Positiva.

Daqui para a frente o papo seria diferente. Pois repentinamente de coadjuvante O.M. passou a Protagonista.

Vencedor com a mecânica Corvette, na Chevi 38.

Venceu as provas Força Livre:

Circuito Centenário de Passo Fundo em 22/Fev/1958, com o n°24.

Circuito Automobilístico de Melo-Uruguai, em 30/Mar/1958 com o n°24V/Mil Milhas – Interlagos em 25/26/Nov/1961 – com Bertão e o n°9 II 500Km de Porto Alegre – Pedra redonda em 23/Set/1962 – com o n°1, pela vitória das mil milhas Brasileiras em Interlagos, no ano anterior.

Outros Resultados:

Sempre com a Corvette.

Circuito internacional de Automobilísmo-Uruguai em 23/Março de 1958 – 3°L, no I Circuito Cavalhana/Vila Nova em 14/Dezembro/1958 – 3° lugar – com n°4 Orlando foi vice campeão gaúcho de 1958 foi o primeiro volante gaúcho a usar cinto de segurança, foi o único Piloto do interior, a ganhar duas mil milhas Brasileiras em Interlagos.



 Nelson Marques da Rocha

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Nelson e sua filha Graziela são nossos dois especialistas. e bota especialistas nisso, em matérias de Carreteras, ele sobrinho do grande Orlando Menegaz acompanhou de perto a carreira do tio nas pistas e circuitos deste nosso grande mundo do automobilismo, no link à seguir muitas das matérias deles aqui >>>>> " Carreteras "
Agora Nelson está envolvido com todo seu conhecimento no Projeto Passo Fundo, que visa resgatar histórias, contadas por quem as conhece, do automobilismo de uma época de ouro.
Obrigado meus amigos Nelson e Graziela por dividir todo seu conhecimento.

Um abraço

Rui Amaral Jr