A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

PALHAÇADA!!!

Final de semana de corridas no templo, depois de tanto tempo encontraram uma data para nós...afinal o Brazil vive para F.Um, afinal os pilotos que aqui correm e que nos deram "apenas" nove títulos mundiais nas categorias máximas do automobilismo, fora as centenas entre F.Indy, F.3, F.F e tantas outras categorias não começaram aqui, provavelmente em Marte! 
Total falta de respeito à um pessoal que vive de Interlagos...fui apenas no sábado, moro à cerca de 40 KM do autódromo e andar por São Paulo é impossível, transito caótico, velocidade reduzida nas marginais, motoqueiros andando onde querem sem que o poder publício nada faça.
Na pista uma beleza de apresentação das várias categorias, a Old Stock com muitos carros, a F.VE com a vitória no sábado de meu amigo Heitor, a F. 1.600, a Classicos de Competição um show com as vitórias de Denisio Casarini na geral, Antonio Chambel com seu super Passat 2.000 e tantos outros...Jan Balder reunindo em seu Tacking Day centenas de carros.
E...as acomodações este treco que mostro abaixo nas fotos de meu amigo Alfredo Gehre e em seu texto toda a nossa indiguinação contra todo este estado de coisas que acontecem em nosso autódromo...agora os boxes serão colocados abaixo para que novos com pé direito mais alto possam atender à F.Um, e por falar em F.Um em seu contrato com a prefeitura reza que 30 dias depois da corrida todo material seria retirado e não foi o que vimos pois enquanto verdadeiros campeões estavam na pista gruas e tratores trabalhavam para desmontar a porqueira!
Caro senhor prefeito e demais membros da turma dessa atual administração, exigimos respeito que aliás não é só com nosso autódromo como também com a cidade de São Paulo!

Rui Amaral Jr

Ao nosso alcaide e sua tchurma! 


As fotos e texto do Alfredo, que mostram a indiguinação de todos nós!

"Fui hoje assistir aos treinos e rever meus amigos em INTERLAGOS !
Como operei das vistas (catarata), pensei que estava vendo coisas demais...
Resolvi registrar a bela obra e reformas feitas para a F-1.
Quanto custou mesmo ?
Se eu fosse parente do Pace, mandaria tirar o nome dele deste autódromo ! Ele não merece isso..."

Alfredo Gehre






























     

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Old Stock...a largada!



Domingo no Autódromo José Carlos Pace larga a Old Stock, do sonho de meu amigo Paulo Soláriz e um grupo de amigos que tanto batalhou pela categoria tem a sua primeira corrida, lá estarei. 

Ao Paulo e demais membros da Old que tanto batalharam meus parabéns.

Rui Amaral Jr




Grego Lemonias um dos maiores incentivadores da categoria lá estará...
 com seu carro preparado pelo Luizão outro grande incentivador da categoria.
A esquadra de meu amigo Dimas de Mello Pimenta.
O carro de Paulo Gomes.


 Alcindo Moreira na foto de Anderson Zambrzycki.

 Leandro Araújo/Pedrão
 Marcos Phillipi





terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Conta Ricardo...SOBRE SER PILOTO NO BRASIL, ANOS 60

SOBRE SER PILOTO NO BRASIL, ANOS 60
 1 - Quem eram os grandes feras desse tempo? Quem eram as velhas lendas?

Crispim, Bob Charp, Ricardo, Amador Pedro e Chico Lameirão..."apenas" uma miríade de campeonatos vencidos por estas feras!  

Amigo Walter,

Essa é uma questão a qual eu me encontro com limitações para responder com total responsabilidade especialmente nos pontos de qualificação dos pilotos. Posso certamente expressar sobre os pilotos que me causaram direta impressão nos idos dos finais dos anos 60.

Bird e Jorge Lettry
Os incríveis DKW, aqui uma carretera pilotado por Marinho.
 Crispim, Chico e Marinho.

Eu deveria começar pelo Bird Clemente que foi e é para sempre um ícone de inspiração para todos os pilotos com desejo de aprimorar suas observações sobre pilotagem e manobras. Bird pilotou com absoluto êxito os tração dianteira Vemag - DKW e os críticos curto de entre eixos Alpine/Interlagos - Berlinetta. Dois pequenos monstrinhos com enorme diversidade operacional e desempenho. Em ambos, Bird foi completo. Em ambos fazia equipe com o que havia de mais competitivo na época: na Vemag-DKW em dupla com Mario Cesar de Camargo Filho o Marinho e na Willys entre outros bravos, com Luiz Pereira Bueno. De um lado nos boxes com o engenheiro Jorge Lettry adiante de outro com o chefe de equipe dos chefes no Brasil, Luiz Antonio Grecco. Uma poderosa e inigualável salada de conhecimento do automobilismo de competição, suas improvisações e soluções enquadradas dentro um regulamento tão elástico quanto mecânico onde asas, barbatanas, spoilers e aerofólios eram desconhecidos.

 As incríveis Berlinetas pilotadas com maestria por Luiz e Bird, nas fotos no GP IV Centenário no Rio de Janeiro enfrentando carros com maior potencia! 

A evolução das Berlinetas o Willys Mark I vencendo as Mil Milhas Brasileiras de 1967, #21 Luiz Pereira Bueno/Luiz Fernando Terra Smith e #22 Bird Clemente e Marivaldo Fernandes.
Os incríveis Gordini da equipe Willys...tomando a curva num nítido sobresterço!

Esse conjunto de capitães nas suas respectivas áreas geraram monstros da mecânica de competição como Nelson Enzo Brizzi mais a imagem é indelével e o completo Miguel Crispim Ladeira.
Preciso ser conciso e deixar claro que uma miríade de outros extraordinários e históricos participantes mereceriam citação e mensagem. Mas este contexto responde uma pergunta pessoal quer em observação quer em apreciação.

2 - Quais os melhores carros desse tempo?

Esta é uma resposta que merece atenção e sobretudo objetivo do que pode ser considerado o melhor carro sob o ponto de vista esportivo e formação de pilotos.

Foi um privilégio a Ford Willys associada a Renault na época no Brasil buscar produzir o projeto do Jean Rédélé - Alpine/Interlagos no que tange a formação de pilotos e pilotagem. Carro campeão dos Alpes nos idos dos anos 50 tratava-se de um veículo extremamente difícil de conduzir em alto desempenho mas que propiciava recursos de pilotagem uma vez dominado como acesso a tangência das curvas num angulo ou corda mais profunda o que propiciava aceleração completa em "full drift"- derrapagem controlada com tração.

O detalhe da tração era visceral na condução esportiva desse carro que possuía uma suspensão semi-elíptica atrás bem conhecida de nós através do Fusca. Esta tinha tendência a suspender a  roda interna nas curvas e perder tração por ausência na época do sistema de autoblocante que na real deformou em muito a capacidade de pilotagem ao nivelar centenas de pilotos que jamais teriam desempenho no nível dos dois pilotos acima mencionados.

Uma exacerbada afinação e sensibilidade era exigida do piloto em alto desempenho para não permitir perda de tração nesse carrinhos o que rapidamente resultava e perda de controle por perda de tração. Este detalhe é diferencial e muito importante. Observando Bird e Bueno podia-se ver claramente que o primeiro lançava com total segurança o carro em full drift enquanto que o segundo "navegava" o carro como se estivesse cortando marola e o resultado era de total competição entre ambos num nível de difícil discernimento de quem desempenhava melhor.

Observar esta dupla nos dias de ontem foi e é uma glória. Anos mais tarde eu vi o Ronie Peterson fazer o Sol inteiramente nas quatro em drift de controle da saída de frente chamando a traseira no acelerador no seu Lotus F-1 que na época tinha 40% de autoblocante. Naqueles tempos, idos dos anos final de 70 os pneus ainda não resistiam em coeficiente de aderência a um blocante mais presente ou nos tempos atuais...controlados eletronicamente...!!!

Ronnie em Monaco 1973...

Viva Bird e Bueno, um legado de perícia inestimável perdido na bacia de estupidez de um país que teima em não entender que o esporte motor é apenas a primeira indústria geradora de negócios, oportunidades e desenvolvimento técnico de um país - vide a Inglaterra.

Ricardo e Luiz na Inglaterra.
 Luiz Pereira Bueno toma com maestria em seu March 721 o Bico de Pato em Interlagos no GP Brasil 1972
500 KM de Interlagos 1972 - Luiz à frente de Reinold Joest na curva Dois.
Luis no Bino, a tocada do Mestre era rápida e suave.


Foquei nessa dupla impagável em detrimento de um batalhão de outros gênios do volante que, peneirados, quer por pilotagem, quer por apoio e patrocínio, quer por sorte e oportunidade, nos deram oito títulos mundiais.

1970 Torneio BUA de F.Ford, Ricardo vence a primeira bateria à frente de Emerson.

O Brasil nunca mais será campeão porque enquanto dormimos imbecilmente nos louros destes campeões vitoriosos o mundo não parou desenvolvendo categorias e oportunidades no esporte motor disciplinado, regrado e de desenvolvimento total.

Ricardo Achcar