A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Santa Cecília

  

A etapa final do Catarinense de Terra por meus amigos, Francis e Adolf. A todo pessoal que faz o maravilhoso automobilismo na terra meu forte abraço, ano que vem espero estar com vocês!

Rui Amaral Jr



Desde que me entendo por gente eu imaginava poder sentar num carro de corrida e andar, só isso. Aos trancos e barrancos, com muitas dificuldades e sempre ‘tirando leite de pedra’, as coisas aconteceram e o sonho foi se realizando, mas este ano foi mais do que ESPETACULAR, e só posso agradecer imensamente ao Bruno , meu preparador, que não mediu esforços pra fazer o “Passatôn” andar bem, sempre tirando da cartola um coelho tratado com cenoura importada.
Não há como descrever a sensação e mensurar a alegria. É uma coisa de outro mundo, muito mais que um sonho realizado.
É sempre delicado agradecer nominalmente as pessoas, pois corremos o risco de esquecer alguém, especialmente pela emoção do momento, mas quero expressar aqui minha imensa gratidão aos que estiveram ao meu lado, que patrocinaram, que torceram e apoiaram isso que nada mais é do  que paixão e a realização de um sonho.
Quero agradecer também aos companheiros de pista por fazerem parte da TCC e acreditar nesse sonho.
MUITÍSSIMO OBRIGADO!!!
Tem coisas que só os loucos sabem e só os fortes entendem!

Equipe BRUNO RACING 

Imagem: Acervo pessoal Francis H. Trennepohl






Vou fazer um resumo rápido como foi a corrida para a equipe MANSTELLE COMPETIÇÕES com o Chevette #31 do piloto Fabio Mansani Stelle, na última etapa de 2013 da TCC “B”, no Autódromo Aldo Leal Tramontini de Santa Cecília SC, no último fim de semana dias 07 e 08 de Dezembro.
 Liberada a pista para o primeiro treino livre no sábado, já nas primeiras voltas notamos que o motor falhava demais e logo após o treino os mecânicos tentaram resolver o problema, mas não obtiveram sucesso. Foi para o treino classificatório do mesmo jeito e ficou logicamente numa das últimas posições do grid.
Mais uma vez os preparadores não mediram esforço trocando até o carburador para a primeira bateria. Mas já deu pra notar que o carro ficou bom. Tanto é que o Fábio fez uma ultrapassagem de três carros numa vez só, no final da reta de largada, que foi de arrepiar.
Pena que logo depois teve que abandonar por quebra do diferencial, ao qual a troca foi até noite à dentro.
Novamente largando de uma das últimas posições na segunda bateria no domingo, quando já tinha ultrapassado vários carros, um problema no volante do carro o obrigou entrar no Box, perdendo assim uma volta e sem ter tempo para uma recuperação, terminou a corrida numa das últimas posições.
A pesar de tudo, o parte positiva da corrida foi constatar que a equipe do preparador Jean Paul Bés, a Bes Engineering, está no caminho certo e os resultados positivos, com certeza aparecerão no ano que vem.

Grande abraço. 

Adolf Schartner

Marcelo Pacheco, Campeão da TCC-B


Fotos: Francis Henrique Trennepohl, Adolf Schartner, Marcelo Pacheco.

Revista Ilustrada - Dezembro 2013

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

SABADÃO

Sábado de festas com os amigos, primeiro o Duran e eu fomos à Parolu de meu amigo Paulinho assistir as Mil Milhas do Fabinho Poppi...a festa já começava, lá além dos dois encontramos o Claudinho Carignato, Sergio e outros amigos. Pegamos o Cassio e fomos para o Clube do Carro Antigo onde o Ricardo Luna e o Ricardo Oppi entregavam diplomas aos formandos em mecânica de autos antigos. Na porta encontramos ninguém menos que Regina Calderoni, disse à ela que chegaríamos mais cedo e já veio a bronca, desculpe Regina os culpados foram o Duran e Cassio! Lá encontramos além de muitos amigos o Ari Rocha.
Saindo de lá fomos para Shelby, eu que havia ido com o Duran pilotando ia agora com a Regina, como vocês podem ver muito bem de pilotos!
Na Shelby o REVIVAL 2013 com réplicas para autorama dos maiores carros que passaram pelas pistas do mundo que o Luiz e Rogério Mosca organizam à 11 anos e lá estavam Claudio Grossi além de outros amigos com os amigos queridos Ricardo Bifulco e ninguém menos que Fernandão Fagundes o Hiperfanauto!
Terminamos o dia na grande varanda da casa do Duran, com Regina ele e eu contando um monte de mentiras...mas felizes demais! 

Com o Paulinho e Fabio o Duran olha embasbacado a réplica do VW D3 com que o Laercio dos Santos correu na TEP em 1982!  


  
  Nas fotos abaixo o Duran e eu entregamos os troféus, vejam bem o Fábio me enviou as foros sem os devidos nomes, mais tarde coloco um a um!



Duran entrega o troféu ao Sérgio.


A fera que abraço é...Claudinho Carignato! 



     
Gláucio Teixeira, Regina Calderoni, eu, Duran e Ricardo Oppi, de lado Ari Rocha!



As três réplicas abaixo são do Ricardo Bifulco, a perfeição é tanta que nos emociona!
 SIMCA pilotada por Jaime Silva, eleita o carro do evento. Parabéns Ricardo!
Simca Chambord, carro com que os grandes Ciro Cayres e Bird Clemente correram as 24 Horas de Interlagos em 1960.
Carretera Simca que com Jaime Silva venceu as 3 Horas de Velocidade do Recife 1965

Pois bem amanhã vou contar para vocês como foram meus amigos em Santa Cecília do Sul!

FOTOS: Cassio Toledo  (cassio.cinema@gmail.com), Fábio Poppi e Ricardo Bifulco. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PRÍNCIPE X ACROBATA - Por Henrique Mércio

Ontem quando escrevi "Gilles" já estava havia pesquisado o texto/post do Caranguejo, pois é neste ele assina C.Henrique Mércio, e ao invés de colocar um link resolvi mostrar novamente este ótimo post onde ele conta o clima que infelizmente houve entre os dois grandes pilotos.
Aproveito para dedicar este à dois outros grandes pilotos, que se enfrentaram nas pistas mas sempre mantiveram a amizade que com a graça de Deus perdura até hoje, meus amigos Junior Lara Campos e Arturo "Turito" Fernandes, e também para meus amigos Romeu e Guarany!

Rui Amaral Jr  


Pironi e Villeneuve

Gilles Villeneuve, apesar das atitudes suicidas na pista, era conservador e careta quando não estava dentro de um carro. Prezava muito suas amizades, por exemplo. Quando Didier Pironi aportou na Ferrari, eles logo ficaram amigos, até porque, falavam a mesma língua e além do francês, tinham o mesmo nome (Joseph) , moravam no mesmo lugar (Mônaco) e tinham gostos parecidos. Ou talvez não. Pironi, também conhecido como “O Príncipe”, era calculista e metódico, quase maquiavélico. Villeneuve era o porra-louca, sempre o autor da manobra mais arrojada em quase todas as corridas. Dedicado à equipe, ele abrira mão de uma chance real de ser campeão em 1979, quando resolveu facilitar as coisas para Jody Scheckter, seu então companheiro de equipe. Enquanto Villeneuve tinha quando muito, ambição de ganhar corridas, Pironi queria ser campeão do mundo da F1. Provavelmente, o analítico Didier tenha intuído que na Ferrari, apenas um poderia ganhar todas as glórias e o outro ficaria para trás e sofreria. Poucas equipes são capazes de dar condições de igualdade a seus pilotos. Pela sua filosofia de trabalho, a Ferrari não era uma dessas no começo dos anos 80.

Didier, Enzo e Gilles.
Enzo e Gilles. Enzo dizia que ele era o novo Tázio Nuvillari.

 A relação dos então amigos começou em 1981 e nesse primeiro ano, Villeneuve foi melhor com o Ferrari 126 CK, primeiro carro turbo da equipe de Maranello, a quem definia como “meu Cadillac vermelho”. Venceu duas vezes, em Mônaco e em Jarama e pontuou bem mais que Pironi. No ano seguinte, o “Príncipe” pareceu adaptar-se mais rapidamente ao modelo 126 C2, o melhor carro da temporada. Ele foi amealhando alguns pontinhos enquanto Gilles continuava fazendo suas acrobacias e não terminava corridas. E ainda perdia patrocinadores...para Pironi. Villeneuve queria fechar contratos mais vantajosos e negociava reajustes. As empresas que o apoiavam queixavam-se à Ferrari, que numa atitude pouco ética, as encaminhava a Pironi, que acertava pela metade da pedida do canadense. 

Gilles 
 Didier
Gilles
Pironi

Em 1982, como doze anos mais tarde, o GP de San Marino em Ímola seria um divisor de águas. Tinha tudo para ser uma corrida das mais monótonas, com grid esvaziado. As equipes britânicas resolveram boicotar a prova, em protesto contra as punições de Nelson Piquet (Brabham) e Keke Rosberg (Williams), desclassificados no GP do Brasil, por problemas de lastro. A única equipe em condições de competir com a Ferrari era a Renault, que também tinha carros turbo. Na largada, os Renault saem na ponta, mas Alain Prost logo abandonaria e a coisa ficaria restrita a três carros: Arnoux(Renault), Villeneuve(Ferrari) e Pironi(Ferrari). Arnoux resistiria por mais tempo do que Prost, mas também ficaria pelo caminho. Na Ferrari, nada de briga doméstica: Villeneuve assumiu a ponta e seguiu tranqüilo, comboiado por Pironi. A equipe, preocupada com os pneus, deu aos dois uma controversa placa “Slow” (em inglês, devagar). Cada um entendeu de um jeito. Para Gilles significou diminuir o ritmo para poupar os pneus. Já Didier interpretou que como estavam muito lentos, deveriam acelerar. Resultado, ele foi para cima de Gilles e o ultrapassou. Mas o canadense não ficou preocupado. Talvez Didier quisesse entusiasmar os tifosi. Ele aceitou o jogo e depois de alguma disputa, retomou à posição. Mas Pironi continuou a pressioná-lo e ultrapassou novamente a Gilles, na penúltima volta e agüentou bem seus ataques na volta final. 

Podium em Monza

Os rostos no pódio traduziram bem a tensão do momento: de um lado um vibrante Pironi, que evitava olhar para Villeneuve; este, visivelmente contrariado está presente apenas para uma satisfação aos seus patrocinadores. Acusações? Para Villeneuve, o francês fora desleal e quebrara um pacto, pois na decisão da equipe, ele Gilles, é quem deveria vencer. Para Pironi, o baixinho facilitara e corrida é ultrapassagem. Insinua também que o ex-amigo é um mau perdedor. Resultado, quinze dias após, em Zolder na Bélgica, a tensão ainda não diminuira. Nos treinos, Gilles não conseguia bater os tempos de Didier. Quanto mais tentava, menos obtinha. Há uma foto que simboliza bem o clima na Ferrari nesse maio de 1982: em primeiro plano, dentro do cockpit de seu carro, Pironi espera sair para treinar. Atrás dele, também esperando para sair, está Villeneuve. É possível visualizar seus olhos, dentro do capacete, fixos no rival. Não seria exagero dizer que neles brilha uma luz de hostilidade. Nos minutos finais da prática, sem conseguir baixar seu tempo, o canadense fazia uma tentativa desesperada. Vinha com tudo. Consumiu seus pneus mas nem ligou para a ordem de recolher que o Box enviou. Seguiu alucinado para mais uma volta e encontrou Jochen Mass andando lentamente à sua frente. Não tendo como desviar, bateu na traseira de Mass e iniciou uma violenta série de capotagens onde o carro foi se desfazendo. O monocoque rompeu-se e o corpo do piloto foi arremessado ao ar, caindo junto a uma cerca de arame. Villeneuve foi atendido ainda na pista mas não resistiu aos ferimentos. Teria o destino preferido Didier a Gilles? 



Pironi muda rapidamente o seu discurso e dois meses depois, ao vencer o GP da Holanda, homenageia Villeneuve. Não foram poucos os que o taxaram de demagogo. O “Príncipe” parecia obcecado com a idéia de ser o primeiro piloto francês campeão de Fórmula 1 e esquecera até mesmo o cuidado com as palavras As concessões que teve de fazer ser-lhe-ão duramente cobradas durante os treinos para o GP da Alemanha. Chove em Hockenhein. O spray levantado pelos pneus dos carros não dissipa na parte do autódromo que passa pela floresta, formando em razão das árvores, uma neblina que dificulta ainda mais a visibilidade. Detentor da pole position, Pironi vai para a pista sem nenhuma necessidade. Ele quer apenas regular o carro para a possibilidade de uma prova com chuva no domingo. Numa das longas retas, não vê o Renault de A.Prost que roda lento à sua frente. Numa brutal repetição do acidente de Gilles, esbarra no carro, decola e capota de frente. Tem mais sorte, pois o cockpit fica inteiro ou quase. Mas Pironi tem várias fraturas em ambas as pernas. Arriscado a perder a perna direita, é operado ainda na pista. Removido para o hospital de Heidelberg, salva-se depois de longo tratamento. Nunca mais voltou à F1. Em 1987, sofreu um acidente mortal numa competição de barcos off-shore. Sua lancha, a “Colibri”, virou após ser colhida pela onda feita por um petroleiro. 

COLIBRI


“Pironi será a partir de hoje, meu adversário. Nunca mais falarei com ele, pelo resto de minha vida”. –Gilles Villeneuve em entrevista à uma revista inglesa, pouco antes de seu acidente fatal em Zolder, 1982. 








C.Henrique Mercio