A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Gwenda



Escrevendo sobre o GP da Suíça encontrei a foto de uma figura seria a bordo de um DERBY-Maserati antes da largada, algumas mulheres correram aquelas provas. Até o advento da FORMULA UM em 1950 os GP eram disputados com carros da categoria FORMULA DOIS ou VOITURETTE e era nessa categoria que Gwenda então Stewart competiu aquele GP.


Pesquisando encontrei uma mulher incrível, filha do Major-General Sir Frederic Manley Glubb nasceu no ano de 1894. Irmã de Glubb Pasha chefe da Legião Árabe de 1930/56 sua família era de grandes aventureiros. Durante a Primeira Guerra Mundial 1914/18 Gwenda dirigiu ambulâncias na frente Russa, e na Segunda Guerra voltou a dirigi-las em Londres quando a cidade foi duramente atacada pelas V-2 Alemãs.
Mas sua paixão maior era mesmo a velocidade, e sua especialidade os recordes, e ela estabeleceu muitos. Casou-se três vezes, competiu com o nome de seu primeiro marido como Gwenda Janson. Com seu segundo marido o Major Stewart competindo como Gwenda Stewart estabeleceu vários recordes mundiais, em motocicletas, triciclos e automóveis. Ao final da década de 20 casa-se pela terceira vez, então com o Major Douglas Hawkes outro grande parceiro de sua carreira.


Com essa Triumph-Jap na pista de Brooklands rodou 24 horas em dois períodos de 12horas e estabeleceu o Recorde de 44.65 MP/h. Isso nos anos vinte do século passado, ao termino o povo que aquela altura já era numeroso carregou-a em delírio.


Com esse Derby-Miller estabeleceu no ano de 1930 um Recorde para as 10 milhas, 137 MP/h.



O Derby com tração nas quatro rodas projetado e construído por seu marido Douglas Hawkes.


Com seu marido Douglas Hawkes, foi viver na França perto do circuito de Montheri, tinham uma indústria de componentes automobilísticos e naquela pista ela se dedicou a bater vários recordes, que ficaram em suas mãos por décadas. Faleceu no ano de 1990 aos 95 anos de idade.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Breve HISTÓRIA DOS GRANDES PILOTOS CATARINENSES DE CARRETERA e Raid RIO DE JANEIRO/PORTO ALEGRE, novembro de 1940

Voltaremos no tempo até início do ano de 1940. Os nomes mais evidentes eram: Clemente Rovere de Florianópolis, Iberê Correa de Lages, Raulino Miranda, Francisco Said, Raul Lepper, todos de Joinville e Ernesto Ranzolin de Antônio Prado-RS (morou por mais de 40 anos em Lages-SC e representou-a, nesta e em várias provas).
O primeiro encontro coletivo deles com os pilotos gaúchos de carreteras que dominavam esta categoria no automobilismo do Brasil aconteceu por ocasião do raid Rio de Janeiro a Porto Alegre, capital gaúcha que comemorava o bi-centenário.
Os concorrentes foram rodando de seus Estados (R.G.S. – SC – PR – SP) para o Rio de Janeiro, exceção feita aos argentinos e uruguaios que partiram de seus países.
Esta decisão foi muito importante, pois o trajeto a partir de Curitiba e pela região montanhosa do Paraná-São Paulo-Rio de Janeiro, sinônimo de muita curva, peral, barranco e poeira e com chuva muita lama o que aumentava muito o perigo do trajeto. (caminhoneiros de Passo Fundo-R.G.S. levavam 4 dias viajando para atingirem São Paulo capital).
O grande dia chegou era 14 de novembro de 1940 da frente do Automóvel Club do Brasil que promovia e controlaria a grande prova junto com a secção do Rio Grande do Sul e ainda o Touring Club do Brasil foi dada a largada para as quatro etapas pelo gaúcho Oscar Bins, seguido a cada minuto pelos pilotos: Antônio Perez, Iberê Correa, Norberto Jung, Hector Suppici Sedes, Júlio Vieira, Fernando Alves, Clemente Rovere, Chico Landi, Salvador Pereira, Quirino Landi, Milton Brandão, Ernesto Ranzolin, José Lugeri, Ary Cortese Santos, Luiz Tavares Moraes, Adalberto Moraes, Raulino Miranda, Carlos Frias, Catharino Andreatta, Eitel Cantoni e Belmiro Terra.
O trajeto a seco já era um horror, com a chuva que caiu constantemente tornou-se um pesadelo. O grande Norberto Jung foi a primeira importante baixa ao bater em um barranco ainda na primeira etapa. Outro candidato a vitória, Catharino Andreatta abandonou em Blumenau quando ele liderava a terceira etapa.
Rovere surpreendente liderava perseguido por Suppici – o ás uruguaio que parou por quebra em Sapucaia do Sul já próximo a capital gaúcha.

Porto Alegre recebeu calorosamente os pilotos heróicos que conseguiram terminar a prova de obstáculos que foi o raid.
Grid chegada:
1˚ lugar: Clemente Rovere
2˚ lugar: Ernesto Ranzolin
3˚ lugar: Adalberto Moraes
4˚ lugar: Oscar Bins
5˚ lugar: Antônio Perez
6˚ lugar: Iberê Correa

* Clemente Rovere: nesta corrida classificou-se em 6° lugar na primeira etapa, em 5° na segunda etapa e em 1° na série principal. Foi o campeão desta prova - a mais concorrida da América do Sul em sua época.



Palmas para Rovere e Ranzolin e Iberê que suplantaram as ”feras” gaúchas: Catharino, Jung, Bins. As “feras“ paulistas Quirino e Chico Landi e o campeãoníssimo uruguaio Suppici depois de 2070 km muito complicados.


rota do Raid Rio de Janeiro a Porto Alegre


* Quando meu pai e eu decidimos escrever sobre o raid Rio de Janeiro/Porto Alegre em 1940 -comemoração do bi-centenário de Porto Alegre-RS não sabíamos que o Sr. Fernando J. Fernandes escreveria sobre a primeira prova... que bacana ficaram as postagens. Parabéns Sr. Fernandes pela belíssima postagem!

Jornal Correio de Santa Catarina, Itapema - 09 de janeiro de 2010.

P.S.:

Em 17 de abril de 1938 – acontecia o Circuito Cristal em Porto Alegre-RS prova de 500 km Ganho por Júlio Carvalho com Ford V/8, em segundo Clemente Rovere com Ford V/8, terceiro Norberto Jung com Ford V/8, quarto Oscar Bins com Ford V/8, Desta vez o ótimo Rovere bateu a gaúchada em seu próprio território.

Em 26 de setembro de 1948 – acontecia a Copa Rio Grande do Sul em 840 km.


Com saída e chegada em porto Alegre e retorno em Passo Fundo. O Leão da Serra – Alcídio Schröeder recebeu a bandeirada do governador Valter Jobim. O ótimo Ernesto Ranzolin de Lages-SC venceu a 1ª etapa, chegando em 2˚ na geral, com Ford 1947.

Em 20 de novembro de 1953 – acontecia o 1˚ Circuito Automobilístico de Lages-SC.

Ganho por Francisco Said de Joinville com Ford 40 em 2˚ Orlando Menegaz de Passo Fundo-RS, com Ford 40, 3˚ Júlio Andreatta de Porto Alegre-RS com Ford 51, 4˚ Raulino Miranda e 5˚ Raul Lepper ambos de Joinville-SC e com Ford.
Mais uma vez os exímios pilotos gaúchos perderam para os grandes pilotos catarinenses.

Por: Nelson e Graziela Marques da Rocha

O PRIMEIRO CIRCUITO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Sempre tive a maior simpatia e admiração pela cultura dos nossos irmãos gaúchos que através dos CTGs – Centros de Tradição Gaúcha têm transmitindo de geração a geração a sua saga, os seus costumes e os seus valores de cidadania e patriotismo, sendo este ultimo, heroicamente exaltado no Movimento Farroupilha de luta contra os desmandos e intolerância do Reinado Imperial que na época governava o Brasil.


E como não poderia deixar de ser, nada melhor que comemorar o Centenário da Revolução Farroupilha com uma grande prova automobilística, que viria a ser o “Primeiro Circuito da Cidade de Porto Alegre”

Semelhança ou não com a data da proclamação da república brasileira, esta grande corrida
aconteceu num belo dia de 15 de novembro de 1935, sob a organização do Touring Club.


Os concorrentes


O grid de largada era composto por 11 pilotos assim distribuídos:


- representando o Rio de Janeiro veio o carioca Hugo Souza com um Ford V8 preparado para competição conforme os moldes da época (carroceria aliviada ao máximo) ao estilo cupê sem capota.
- do Uruguai veio o piloto Ramon Sierra também com um cupê Ford V8 preparado e sem capota.
- os demais corredores eram todos do Rio Grande do Sul sendo; Joaquim Fonseca que participou com um Ford Modelo A, João Pinto, Olynto Pereira, Olavo Guedes, Norberto Jung, Ludovico Karpilovsk, Adolfo Pinto, Raul Lazarini e Oscar Bins


O circuito (piso misto – cimento / asfalto / terra, numa extensão total de 13 km)


A linha de largada era no Largo do Cristal, sendo os quatro primeiros quilômetros em pista pavimentada de cimento (até Pedra Redonda). Os quatro quilômetros seguintes eram em pista pavimentada por massa asfáltica (até o Passo da Cavalhada). Os cinco quilômetros finais eram em pista de terra batida com Rodoil (uma espécie de óleo queimado).




Os carros


Em sua maioria Cupês da marca Ford com motor V8 especialmente preparados para competição segundo os padrões da época. Participaram também Ford Mod. A, Ford Sport 4 e cupê Hudson.


A corrida


Tão logo foi dada a largada, Norberto Jung com o seu Ford V8 super preparado, assume a liderança do pelotão, dando mostras que venceria a prova. Após 3h 03m 58 s de corrida e com uma velocidade média de 101 km / h, Norberto Jung vencia com meio circuito de vantagem sobre Olynto Pereira o Grande Premio Farroupilha ou seja; o Primeiro Circuito da Cidade de Porto Alegre.


Classificação final


10. Norberto Jung com Ford V8 – 3h 03m 58s, 101 km/h
20. Olynto Pereira com Ford V8 – 3h 08m 50s, 98km/h
30. Oscar Luiz Bins com Ford V8 – 3h 11m 27s, 97 km/h
40. Joaquim Fonseca com Ford Mod. A – 3h 30m 50s, 92 km/h


Fatos pitorescos


Tal como nas melhores Prefeituras da vida, a de Porto Alegre na pessoa de seu Prefeito não poderia deixar de ser diferente. Muito preocupado com o péssimo estado de conservação dos dois quilômetros finais do circuito (o chamado Beco do Cristal) ordenou que fossem iniciados eficientes consertos para a corrida.
(minha opinião – seria muito bom se em São Paulo tivéssemos pelo menos uma vez por mês uma prova de circuito de rua, assim quem sabe?)



Preparativos para a largada do que viria a ser o Primeiro Circuito da Cidade de Porto Alegre



O piloto Norberto Jung com o seu super preparado Ford V8 em uma das passagens pelo circuito.



O piloto Oscar Luiz Bins com o seu Ford V8 ao estilo de preparação da época em uma das passagens pelo circuito.

Violenta capotagem do piloto uruguaio Ramon Sierra


Publico presente para assistir o espetáculo



O piloto Norberto Jung com seu Ford V8 de numeral 16 rumo a vitória.



Da esquerda para a direita, Olynto, Jung e Bins



FORD V8 PREPARADO SEGUNDO OS PADRÕES DA ÉPOCA


Era o carro mais utilizado pela maioria dos pilotos. Com um modelo semelhante a este os pilotos gaúchos Cícero Marques Porto e Norberto Jung, classificaram-se respectivamente em quarto e quinto lugares no Circuito da Gávea de 1936, atrás somente de máquinas européias (Bugatti, Fiat e Alfa Romeo) tecnologicamente superiores.






Notas do editor


1 - Para elaboração desta matéria, foram utilizadas as seguintes fontes de pesquisa:
• Livro Automobilismo no Tempo das Carreteras de Luiz Fernando Andreatta e Paulo Roberto Renner - 1ª edição 1992
• Enciclopédia do Automóvel da Editora Abril
2 – Esta matéria tem o único e exclusivo objetivo de divulgação cultural de um “evento marco” do automobilismo gaúcho, que foi o Primeiro Circuito da Cidade de Porto Alegre ocorrido no ano de 1935.




FF - SP / Janeiro / 2010



NT. Agradeço o privilegio e a honra a meu amigo Fernando Fagundes por esta postagem. Rui Amaral

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

RELEMBRANDO X - MAGIA PURA - 14/05/2009




Ontem à noite 13/5 aconteceu na F E I uma palestra do grande Bird Clemente da qual escreverei e mostrarei as fotos na postagem posterior, tudo coordenado por meu amigo Ricardo Bock, professor na FEI de engenharia automotiva, e um apaixonado por automobilismo, juntos corremos e fizemos alguns carros. Foi muito bonito, encontrei lá D. Isabel, Rafael e Vera Bock mãe filho e esposa de meu amigo, a noite já estava propensa a grandes emoções, o Bird quando falou do Camilo conteve um soluço e sua voz titubeou, eu olhava o Ricardo e ele estava visivelmente emocionado. Acabada a palestra eles desceram do podiun, ops desculpe palco e fui abraçar o Ricardo, já que eu tinha chegado um pouco atrasado, nisto chega ninguém menos que Miguel Crispim Ladeira, nos abraçamos e quando ele foi abraçar o Ricardo viu em sua lapela um botton da DKW, mais não disse nada, percebendo o olhar o Ricardo tira o botton da lapela e dando para o Crispim fala “é seu, você merece” já com os olhos lacrimejantes, na hora o Crispim fala” põe na minha lapela e o Ricardo sem condições me entrega o botton e diz coloca você Rui, eu já estava emocionado, coloquei o botton com as mãos tremendo e as lágrimas já escorrendo pelo rosto, ai passou um aluno do Ricardo e tirou esta foto. Foi um momento mágico, o Crispim com toda sua modéstia tentou falar alguma coisa, mais a emoção era muita. É Crispim você merece muito mais, você que com suas mãos mágicas e sua inteligência astuta ajudou a construir muitos dos campeões que ali estavam. Sei que você vai me ligar mandar e-mail sempre com sua grande modéstia, explicando que não fez sozinho e coisa e tal, mais sei também, agora falando por mim e tomando a liberdade de falar pelo meu amigo Ricardo, que você merece todas as homenagens deste mundo.