A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CELEIRO DO CARRO ANTIGO



Os carros antigos se harmonizam com o estilo da arquitetura em madeira formando um ambiente clássico e agradável ao lazer. A parceria dos empreendedores Oilton Ferretti (Barra Velha), Gilberto Rufino (Tijucas) e Alveri de Sá (Araranguá) permitiu a criação de um espaço dedicado à história do automóvel integrado a um itinerário antigomobilista que inclui a possibilidade de visita às coleções do Celeiro do Carro Antigo, em Tijucas-SC e Museu do Automóvel - Relicar, em Araranguá-SC. Dessa forma mais de cem veículos antigos poderão ser apreciados de uma forma dinâmica e diferenciada pelo público aficionado.




O AutoMuseu Celeiro, originário da empresa Celeiro do Carro Antigo sediada em Tijucas-SC, é uma nova atração turística, dedicada a todos que desejam conhecer algo mais sobre a história dos transportes.
Para inaugurar essa nova atividade uma primeira exposição já estará aberta ao público do dia 3 de janeiro de 2010.
O tema escolhido é "O automóvel na década de 1940".
O visitante encontrará no grande salão franqueado pela Parada Ferretti um acervo de veículos em sua maioria não restaurados, apresentando a pátina do tempo e as marcas da história. Cartazes com ilustrações e textos orientam o visitante na descoberta deste período tão importante na história da humanidade permeados por anos de guerra e paz.
O AutoMuseu Celeiro em sua estratégia de ação pretende renovar periodicamente os assuntos e veículos expostos.
Na sequência, um dos temas será "Woodies e surf", focando o uso dos veículos de passageiros com carroceria de madeira consagrado na década de 1960 pelos surfistas da Califórnia-EUA.
 http://www.celeirodocarroantigo.com.br/

 http://www.paradaferretti.com/

 http://www.pie.com.br/

Por: Gilberto Rufino e Graziela Rocha

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

                               FELIZ NATAL 


É o que desejo a cada de vocês, eu e cada um de meus companheiros que com a Graça de Deus estamos todos os dias contando nossas aventuras por aqui.
Aos nossos 98 seguidores, e todas pessoas que nos acompanham todos os dias.
Vou tentar escrever os nomes de todos amigos que por aqui passaram e deixaram um pedaço de si. Algum nome que por acaso esquecer será anexado assim que for lembrado, mas o mais importante e que cada um de vocês está presente em meu coração.
Carlos de Paula, Gabriel Marazzi, Miguel Crispin Ladeira, Vanessa Gianellini, d. Jô, Graziela e Nelson Marques da Rocha, Fabiano e seu pai Luiz Guimarães, Glória as crianças e Henrique Mércio, Vera, Ricardo e Rafael Bock, Dalva e José Ferraz, Luiz Eduardo Duran e Eduarda, Orlando e Edna Belmonte e sua filha Emily, Francis, Aglais, João e Gabriel Trennepohl, Fabiani Gargioni, Jackie e Luiz Carlos Lara Campos Jr, Luiz Antonio”Teleco”Siqueira Veiga, Mike Mercede, Leandro Sanco, Ararê Novaes, Mauricio Moraes, Luiz Salomão, Roberto Zullino, Francisco Pellegrino, Marcelo e Victório Azzalin, Jan Balder, Luiz Cruz, Arturo Fernandes, Carlos Mesa Fernandes e Jô, Juca, Luiz Antonio Bruno, Chico Lameirão, Chapa e Mary, Marcos e Fabio Levorin, Ari Moro, Clério Moacir ”Bé” de Souza, Amadeu Rodrigues,  Cadu Avallone, Ricardo Goes, Claudio Carignatto,  Jackie e Della Barba, Luiz Henrique Pankowski, Hiper Fernando Fagundes,  Giancarlo Zanarotto, Joel Marcos Cesetti, Lauro Neto,  Amarílis e Kiko Galvão Bueno, João Tadeu Bocolli, Jacob Kourozan, José Carlos Gueta, Iolanda e Manduca Andreoni, Manuel Barros Mattos, Luiz Evandro Aguia,  Manoel Diegues, Paulo Peralta, Paulo Valiengo, Ricardo Bifulco, Tide Dalécio, Ceregatti, Edo Lemos, Adriana Greco, Alfredo Brito, Romeu Nardinni, Carlo Rivolta, Cezar Fittipaldi, Elisa Assineli do Nascimento, Fred Guilhon, Helio Herbert, Karin Esteves, Guilherme Decanini, Fasolli, Tohmé, D. Mira e Tito Tilp, Anêmona, Torquato, Fabio Poppi, Hugo Almeida, Nilo Cabral, Rafa Dias Santos, Leandro Sanco, Flávio Costa, Joca, Rodrigo Vieira, Jean Corauci, Felipe”Pipe“ Madsen, Leandra Giovanetti, Planeta Automotivo, todo pessoal do Nobres do Grid, Zé Ranzolin, Humbertone, Ricardo Achcar, Carlos Eduardo Szépkúthi, Sidney Cardoso, Felipe Raad, José Martins Jr, Manoel Diegues Neto, Antonio Roperto, Mario Marcio Souto Maior, Paulo Sallorenzo, Geraldo Souza,  Alfredo, Sueli Lindau, Silvia e Waldemar Mesquita, Ron Groo, Homero Rocha Ferreira, Christina e Rodrigo Rocha Ferreira, Frederico Delgado Rosa, Spadella, Rosana e Edson dos Santos, José Umaras, Clovis Vieira, Bicamargo, Flávio Pinheiro, Luan Felipe, Glória, Edilson, Luiza, Carolina, Bruno e Maria do Carmo, Rodrigo Vieira...    

Rui e Francisco Amaral






Joel - SPORT PROTÓTIPOS



HIPERFANAUTO

Hugo Almeida Mecânica Total









A meus pais Arinda e Rui.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

JAGUAR E-TYPE V2 1973


Este belo Jaguar apareceu hoje no blog de minha amiga Graziela Rocha, está à venda. 


Seu motor de 12 cilindros em V.
As belas rodas raiadas com cubo rápido.
A ferramenta e o martelo para retirada da porca do cubo rápido.

  

quinta-feira, 7 de junho de 2012

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1956 - A QUASE VITÓRIA DE UM FUSQUINHA


 Na edição nº 4 de seu jornal, Ari Moro ao contar da participação de Germano Schlögl nas Mil Milhas Brasileiras de 1956, cita o VW em que correram Eugênio Martins e Christian Heins como um fusquinha original. Pesquizando depois, Ari com a ajuda de Paulo Trevisan, que consultou ninguem menos que Jorge Lettri o preparador do carro que lhes deu o seguinte depoimento.



" Referente ao VW nas I Mil Milhas Brasileiras -Interlagos/SP - 25/11/56 

Pilotado por ChristianHeins e Eugênio Martins e devidamente preparado em minha firma de então - Argos Equipamentos - tenho o seguinte a comentar :
1) A performance apresentada pelo fusquinha número 18 nessa dura prova , constituiu-sa no maior feito esportivo mundial de um veiculo VW até aquela data e , muito em especial em toda a América Latina !

Largada das Mil Milhas Brasileiras - 1956 - Christian e Eugênio entre as "feras"

No miolo de Interlagos, a tocada de dois grandes pilotos!

A chegada, braço levantado quase uma vitória!

2) Devido aos detalhes de momento, as condições externas foram mantidas quase que inalteradas ao original, o que publicitáriamente deram uma gigantesca penetração ao fato em si! Observe-se que nem o automático rebaixamento das suspensões foi introduzido no caso, isso mesmo em detrimento à perda de performance em curvas, detalhe tão necessário nesse tipo de disputa em autródromos como o de Interlagos!
3) A potência do motor 1500cc - Porsche 1.5 - bloco original VW de duas partes, de acordo com o regulamento conhecido - veículo e bloco do motor da mesma marca - fornecia uma potência de 74CV-Din, número esse idêntico a qualquer motor de série dos atuais 1000cc de produção nacional. Nunca, entretanto, esquecendo que disputávamos a prova contra as decantadas carreteiras do Rio Grande do Sul, equipadas com motores de 5000/6000cc!
4) Ao carro em pauta não foram introduzidas modificações básicas importantíssimas em competições, tais como: rodas - aro, pneu e medidas, sendo os aros utilizados em 15x4.5" e pneus 5.60x15" de construção diagonal ¬Spalla di Sicurezza. Enfim, pior que isso não seria possível!
5) Deve ser dada uma nota muito especial ao sistema de refrigeração do óleo lubricicanate do motor, que por sinal sempre constituira-se
na maior dificuldade dos motores refrigerados a ar em competições. Foi adotado no caso o sistema de carter seco, incorporando um radiador dianteiro. Para tal, foi elaborado um capô especial em fiberglass com bocal apropriado, de autoria do engenheiro João Amaral Gurgel, sendo essa a primeira peça produzida por ele na área automotriz!
6) Durante boa parte da prova o VW-18 ocupou a primeira posição, infelizmente perdeu-se a ponta pela simples quebra de um cabo de acelerador; porém ainda. chegou-se em segundo lugar na final!"
CHICOLANDI
Mais adiante, em sua resposta, Lettry comenta: "Fato curioso: alguns dias antes da prova, um bom amigo e eu achavamo-nos no apartamento da família Fittipaldi, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, para um daqueles "papos intermináveis" com o velho Barão, ainda com cabelos negros, quando repentinamente aparece por lá para o mesmo fim, o mais destacável piloto nacional até aqueles idos dias. Chico Landi! Naqueles tempos as palavras do famosíssimo "Chico Miséria" em matéria de mecânica esportiva faziam realmente tremer as paredes. Referindo-se a nós e ao pequeno veículo em baila, com aquela voz surda e bem característica sua, ele declara assintosamente: "no meio da corrida já vou começar a cortar a barba, pois já estará comprida prá burro!"
Pois bem: no meio da prova, quando já ocupávamos a liderança, o famoso personagem aparece em nosso box para dar uma daquelas típicas "abelhadas,,'na casa dos outros. Diante dessa extrema curiosidade, perguntamos então a ele: "como é seu Chico, já começou a cortar a barba?" Meio aos murmúrios e palavrões, •Iá se foi ele que era o grande piloto brasileiro de todos os tempos anteriores, como uma fera ferida em seu pleno orgulho! Simplesmente mais um fato cômico de nosso conturbado automobilismo. Só isso!".

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NT: Em 10 de Agosto de 2009 publiquei este post com matérias do jornal "CHEIRO DE CANO DE ESCAPE" de meu amigo Ari. Dele recebi os jornais a autorização e o privilégio de divulgar todo seu material. 
Ao Ari meu forte abraço, assim como à Graziela Rocha e seu pai Nelson, que a ele me apresentaram.


sábado, 13 de março de 2010

As carreteras de Passo Fundo e seus audazes pilotos - Relembrando XVI

A postagem original  de Graziela Rocha é do dia 8 de Novembro de 2009, e recebemos à pouco a foto do Governador Walter Jobim dando a bamdeirada a um dos participantes. Agradecemos esse privilégio ao Museu Hipólito José da Costa - MUSECOM - e a Sra Denise, Coordenadora do Acervo Fotográfico.  


Inicio descrevendo-as

As carreteras, carros de corrida que iniciaram as competições automobilísticas em Passo Fundo derivaram das "baratas" (coupes) Ford e Chevrolet dos anos 1937 a 1940, de onde eram retirados pára-lamas, pára-choques, bancos e outros itens, com modificações em suspensões, freios e motores num primeiro estágio. Seu nome, herdado dos "hermanos" argentino-uruguaios significa estrada/rodovia.

Um pouco da história

Quarta-feira, 14 de abril de 1926, o jornal O Nacional então bi-semanário noticiava a vitória fácil de uma baratinha amarela (possivelmente uma Ford), num desafio em plena Avenida Brasil centro.

Em 15 de junho de 1928 o mesmo jornal, O Nacional, noticiava a mais longa disputa automobilística do Estado, até então.

Itinerário

Júlio de Castilhos a Passo Fundo com retorno a Júlio de Castilhos até a praça central.

Distância

586 km por um caminho ao longo da via férrea.

Vencedor

Carlos Fumagalli, com Ford contra Cyrus Bastos, com Chevrolet.

A relação entre as notícias, Passo Fundo entrando de pé embaixo nas competições. E no noticiário jornalístico sobre automobilismo, desta vez com repercussão estadual.

Como seria o futuro

O Desenrolar

O próximo evento, envolvendo nossa cidade, ocorreu no circuito do Cristal, em Porto Alegre, no dia 18 de julho de 1943, quando realizou-se a prova para carros movidos a gasogênio - gás pobre produzido pela queima de lenha ou carvão em equipamento pesadão, anti-estético, anti-aerodinâmico, colocado geralmente na traseira das baratas.

Com todos os anti-contra, o gasogênio possibilitou que parte dos automóveis, pick-ups e caminhões continuassem rodando sem a gasolina que era toda importada, consequência da 2ª Grande Guerra Mundial.

O grid de largada foi ótimo, pois 20 e tantos carros alinharam. Ary Burlamaque foi exceção correndo por Passo Fundo com Oldsmobile 1942 e gasogênio à lenha, fabricado pela Indústria Menegaz de nossa cidade. Outro passo-fundense que alinhou foi Guaraci Almeida Costa. Nossos representantes não conseguiram as melhores colocações. Mas os futuros pilotos da terra começaram a fazer o dever de casa. Adquiriram suas baratas, desenvolveram conhecimentos mecânicos, testaram, experimentaram e deram-se por preparados para os embates que aconteceriam ali na frente.

A consolidação

E o grande dia chegou. Era 29 de setembro de 1948, domingo de manhã quando foi dada a largada para a Copa Rio Grande do Sul, na distância de 824 km com saída em Porto Alegre, passando por Caxias, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo retornando à capital do Estado. O grande vencedor foi Alcídio Schröeder representando Passo Fundo com carretera Ford, que lutou quase 9 horas contra chuva, barro, pouca visibilidade e um ferrenho piloto adversário. Recebeu a bandeirada do então governador do Estado, Walter Jobim. O Leão da Serra, como era conhecido Alcídio, foi o piloto pioneiro da capital do Planalto Médio e passou para os demais, seus predicados, na condução dos bólidos.No ano seguinte, 1949, Aido Finardi, o Rei das Curvas, deu continuidade à participação de pilotos de Passo Fundo em provas automobilísticas.

         Governador Walter Jobim dá bandeirada de largada, a carretera nº 2 arranca na frente.
           (Foto cedida pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre-RS)

                                                          A Evolução dos Motores


As carreteras Ford que usavam motores V8 59A e 8BA, inicialmente, passaram a usar o equipamento EDELBROOK com dois ou três carburadores o que elevava substancialmente os HP. Usaram depois os motores Ford 272, 292 e 302. A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.


Outras melhorias


Endureceram-se as suspensões, colocando-se mais um amortecedor por roda. A luta com os freios continuava inglória, bem como, contra o aquecimento. Colocaram-se tanques e bomba manual para injetar água no circuito na tentativa de resfriar os motores. Lá pelas tantas apareceu a câmara de ar dupla, que em caso de furo dava um tempo extra para o piloto/co-piloto.

As caixas de câmbio originais de três marchas foram substituídas algumas vezes pelas caixas de quatro marchas dos carros Jaguar.





A grande mexida no Chassi/Carroçaria


Aconteceu com a vinda do ótimo piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre - em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro". As carreteras gaúchas transportavam mais ou menos 300 kg dispensáveis completamente e que foram eliminados com rapidez depois do ensinamento de Galvez com o uso de furadeiras elétricas portáteis e brocas afiadas.



A quadriculada agitou-se mais seguidamente


Somando-se as participações dos nossos pilotos, competimos no período de 1948 a 1962, em 73 provas disputadas, com 14 vitórias, 12 segundos lugares, 18 terceiro lugares, 11 quarto lugares e 9 quinto lugares como resultados mais expressivos, para os pilotos de Passo Fundo.



Ficaram na história os seguintes pilotos


Aido Finardi - Alcídio Schröeder - Daniel Winik - Ítalo Bertão - Orlando Menegaz - Sinval Bernardon.



As vitórias que mais ecoaram foram


- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;


- novembro de 1961: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet Corvette da dupla passo-fundense;


- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas de Interlagos, a prova mais importante do País.



O fim da era gloriosa


Aconteceu a partir da vitória da dupla Chico Landi e Jan Balder com BMW-2002 no circuito da Pedra Redonda (Porto Alegre) em 11 de agosto de 1968. O carro importado, de ótima mecânica, freio a disco nas quatro rodas e caixa de cinco marchas e pesando pouco.

A superioridade da BMW foi flagrante. Simultaneamente, por causa de acidentes, em provas anteriores era proibida a realização de corridas em ruas.Assim brusca e melancolicamente encerrou-se fase importante do automobilismo gaúcho, não sem antes revelar competentes mecânicos preparadores e exímios e audazes pilotos. Com isto abriu-se o caminho para os autódromos de Guaporé e Tarumã. As carreteras ainda hoje despertam os mais variados sentimentos. Nas crianças: medo (pelo ronco) e espanto. Nos jovens: curiosidade dada à aerodinâmica, e nos contemporâneos muitas lembranças que mexem com as emoções, não raras vezes levando às lágrimas.

Daniel Winik é o único piloto ainda vivo. Ele garante que relembrar é viver, sem dúvidas, ainda que as emoções sejam demais, ainda hoje, meio século passado.

Histórias e mais histórias, as brincadeiras que estes audazes e corajosos pilotos faziam, no mínimo, nos deixa saudade.



Curiosidades ligadas as carreteras e seus audazes pilotos.



- Orlando Menegaz foi o primeiro piloto gaúcho a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó à Passo Fundo). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;

 
- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 ou 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;



- Orlando com a poderosa carretera Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.Orlando que ouvia mal, alegou que não ouviu o tiro, da largada, de revólver. Como desculpa;

                          Orlando Menegaz e parte de seus troféus - fazenda no Espírito Santo

- Winik ganhou outra aposta desta vez do Aido Finardi, cuja carretera disputava a Força Livre. Estabelecidos handicap (vantagem), hora e local os contendores apresentaram-se. A condição era que Winik não mexesse no motor de sua carretera que era Standard o que ele cumpriu, mas em compensação retirou a carroçaria completa, por recomendação do Orlando. Como o tiro era curto, Winik ganhou mesmo sentado num caixote e acelerando através de um arame. Aido pagou o churrasco alegando sempre que foi enganado;

- Winik disputou a 1ª Mil Milhas Brasileiras em Interlagos em novembro de 1956 com sua carretera Ford Nº. 34. Como foi rodando de Passo Fundo à São Paulo e para não ter problemas na estrada municiou-se com licença especial... O exímio Sinval Bernardon foi o co-piloto;
 - Outra do Winik: usou metade de uma melancia como capacete e uma soga (corda grossa) como cinto de segurança e exibiu-os para o fiscal do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul que vistoriava as carreteras e pilotos, quanto às novas exigências de itens de seguranças.


Winik confirma tudo;


- Orlando perdeu outra, na tomada de tempo para uma das provas, circuito da Boa Vizinhança-RS, seu tempo foi igual à de piloto de Porto Alegre, concordaram resolver no cara/coroa, Orlando escolheu coroa e perdeu. A moeda tinha duas caras. Anos depois, ele ficou sabendo da 'marmelada';



- Antoninho Burlamaque, residiu em Passo Fundo entre 1943 e 1948, trabalhava com o irmão Ari Burlamaque, dono da concessionária GMC: Cadillac, Buick, Oldsmobile e Pontiac, onde conheceu entre outros, os pilotos de carretera e naturalmente, já foi 'contaminado' pelo vírus da velocidade.


Mudou-se para Caxias do Sul-RS e agora, sócio do Ari inauguraram a Auto Palácio Revenda GMC. As plantas da construção civil vieram da GMC dos Estados Unidos.


- Antoninho Burlamaque em 1950, por ocasião da prova Automobilística da Festa da Uva, adaptou um Oldsmobile 1950, novo do ano, para disputá-la, contra as carreteras inscritas.


No treino de adaptação, um pneu dianteiro estourou e o carro desceu um barranco. Depois de marteladas pra cá e pra lá, o Oldsmobile disputou a prova, entrando em 7º lugar. Drama maior viria depois, o Oldsmobile era do João Burlamaque, da concessionária Chevrolet de Guaporé-RS, irmão mais velho.


Em seguida, Antoninho adquiriu a carretera Ford do Alcídio Schröeder, com qual disputou algumas provas, sempre com problema de superaquecimento do motor que tentou resolver com a instalação de uma serpentina de canos d'água, por cima da capota, ligada ao radiador.



Agradeço aos meus queridos mãe e pai Jucélia Anna e Nelson M. Rocha a colaboração neste artigo.



Graziela Marques da Rocha


Passo Fundo-RS



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 - III por Rui Amaral Jr

Opala de João Lindau/Roberto Ferreira/Sebastião Santos .

No final de 1983 os amigos Marcos e Arno Levorin da retífica SALECAR, convidaram-me a correr as MM com Fabio filho de Marcos, usaríamos meu carro que, havia sido deles e estava parado desde o final de 1982. Correríamos na cat. Hot Car, eles tinham como patrocinador, uma indústria de café, teríamos de mudar a cor do carro para amarelo. Motor poderíamos usar o 1.800 cc. Carro amarelo para mim nunca deu certo de umas oito corridas que fiz com essa cor não terminei nenhuma.
Início de janeiro e dos treinos com 1.800 cc, o torke do carro ficava muito bom e começamos a andar bem rápido, acertamos chassi, agora poderia usar meus amortecedores Koni e iríamos correr com pneus da Peneubras na medida de altura de 20, pois a caixa três já estava com as relações acertadas para eles.
A equipe da rede Record chegou para fazer a chamada da corrida que transmitiriam e seus repórteres viram aquele VW andando uma barbaridade, quiseram gravar as cenas da chamada... apareci vestindo a touca o capacete e meu nome e depois o carro na pista. Aí o amarelo começou a funcionar. A indústria de café, apesar de já termos pintado o carro, deu para trás.
José Ferraz/Julio Miglioli
Os Levorin receberam uma oferta do Amadeu Rodrigues para dividir a tocada do carro comigo e o Fabinho e, apesar de gostar do Amadeu acabei não aceitando, até hoje me arrependo, e veio o Alexandre Benevides para dividir o carro conosco. O Alexandre, bi-campeão Brasileiro de gaiola nunca havia pilotado em pista de asfalto muito menos com pneus slick. Lembro em um treino ao levá-lo dar uma volta na pista, eu amarrado ao banco com cinto de seis pontas e ele sentado ao lado provavelmente na bateria. Não andaria forte, ia só mostrar a pista a ele, mas quando a 1ª encheu e fui descendo o “Retão” enfiando as marchas em sequência seus olhos estavam bem maiores que o normal, afinal aqueles Fusquinhas aceleravam uma barbaridade!
Mas além de super simpático o Alexandre não era bobo, afinal era bi-campeão de uma categoria que na época era super disputada. Correríamos com o patrocínio da Ind. de Pneus Levorin e verba levada pelo Alexandre.
Na classificação ficamos esperando um jogo de rodas que havia sido levado para dar um passe e de repente o organizador diminuiu o tempo do treino e tivemos de sair com pneus usados, faltando uns 5 min. para o final. E nós que achávamos que largaríamos lá na frente acabamos por largar na 4/5 fila.
Recordando a fantástica equipe de profissionais da CIBIÉ, quando foram instalar os seis faróis, quis dar um palpite e o chefe deles, que já havia feito 20 MM me disse que se não gostasse do modo que colocariam os faróis eles usariam meu palpite! Ficou simplesmente ótimo, e eu que já amava aquela pista de dia fiquei maravilhado de poder andar à noite praticamente no mesmo ritmo.

A CORRIDA.

Chovia “canivetes”, eu largaria, lembro de conversar com o Fabinho e o Alexandre e ver a preocupação em seus rostos, fomos para o grid. O único senão era que usaria pneus PIRELLI de F 3 cuja altura era de 22 o que tornaria o câmbio muito mais longo e a largada bem mais lenta até encher à 1ª.
Ao contrário do que escrevi antes, estava bem atrás da Alfa Romeo do Paulão e ele teimava em não fechar a porta, certamente para refrescar e eu preocupado. Ao acender a luz vermelha os carros das filas de trás já largaram e, olha que eram mais de 60, esperei o sinal verde, largando com toda dificuldade, pois a 1ª marcha com aquela relação e pneus 22 atingia mais de 120 KM/H e tirar o carro da imobilidade não foi fácil. Não vi o acidente da largada, estava no lado esquerdo da pista e preocupado com aquele enxame de Fiat, Passat e etc. da D1 que iam ultrapassando-me. Na descida do “Retão” comecei a tomar as posições desses carros que eram muito mais lentos que eu, os Pirelli grudavam na pista e até a junção tinha retomado muitas posições. Aí encontrei o Fiat Hot Car amarelo nº 25 do Chico Lameirão/Paternostro, quando fui ultrapassá-lo no “Café” notei algumas bandeiras já dentro da pista, tirei o pé preocupado com os que viam atrás , felizmente nada aconteceu, eram nossos “Anjos da Guarda” fazendo seu trabalho, cuidando de nossa segurança. Só ao chegar aos boxes fiquei sabendo do que ocorrera na largada, uma alicatada de um piloto inexperiente e a afoiteza de quem vinha atrás. Graças a Deus ninguém se feriu com gravidade.
Acredite se quiser, apesar de toda tensão em nosso Box, fui buscar um telefone para ligar a minha mãe, que assistia e devia estar preocupada, com ajuda do grande amigo Carpinelli.
A segunda largada foi mais tranquila, com a perda de muitas posições, mas logo recuperadas – dos Divisão 1 no “Retão” passei um monte e, no final da 1ª volta já vinha entre os 15. Os Pirelli grudavam no chão e o motor empurrava muito, com o câmbio me ajeitei, usando uma marcha mais curta que o normal e a 4ª somente na “Reta oposta”, “Reta dos Box” e “Retão”. Duas ultrapassagens lembro bem, o Capeta Palhares/Murilo Piloto de Alfa Romeo nº 33 que encontrei na freada da “TRÊS” e apesar de vir bem mais rápido só ultrapassei-o na freada do “Sargento”. A “Alfona” vinha o tempo todo de lado, da “Quatro” até a “Ferradura” o tempo todo derrapando, quando dava motor saia de traseira aí corrigia - grande piloto o Capeta . A outra foi quando ultrapassei o Paulão/Fabio Souto Mayor com a outra Alfa nº 22 , foi na curva depois do “Bico de pato”, coitada aquela curva nunca teve nome, ele vendo que eu vinha muito mais rápido fez um sinal com a mão e tomei a curva antes dele. Campeão é campeão até cedendo a posição ele foi um grande piloto.
Lá pela 8ª volta já estava entre os dez, e ao chegar na “Junção” notei a pressão de óleo a zero e entrei no Box - motor havia estourado. O interessante é que por conta do câmbio longo não o havia forçado, andando mais em cima dos pneus e freios
Motor foi trocado rapidamente e voltei à pista. Não tinha completado meu turno.
Na freada da “Três” uma desagradável surpresa, a ambulância que estava parada no Retão, atrás do Guard Rail havia saído, e como era meu ponto de referência quase estampo ali mesmo.
José Ferraz/Julio Miglioli

Saindo da “Subida do lago” notei óleo saindo de meu motor novo, tentei ir até o box, mas o motor apagou na freada do “Sargento” e lá ficou meu carro!
Ao parar logo veio um bandeirinha, deles escrevi neste blog “Anjos da Guarda” e segurando meu braço levou-me até um lugar seguro, para logo a seguir com seus companheiros sinalizar ao lado do carro, e veja bem um lugar dificílimo onde os Stock, Maverick e outros carros vinham numa freada forte, dificultada pelas condições do tempo.
Ao atravessar a pista, subindo pelo lado do “Sargento” algumas pessoas que assistiam dali a corrida aplaudiram-me - devo ter feito umas 5 ultrapassagens naquela freada. Chateado agradeci-lhes e um deles com o carro junto à cerca além dos aplausos ofereceu-me um copo de Congnac, agradecido bebi. Agora já podia, para chegar a meu box e ver o Fabinho e o Alexandre cabisbaixos, nossa corrida tinha acabado.
Confesso a vocês que fiquei muito chateado. Em momento algum forcei os motores, o conta-giros JONES com espia foi prova disso, confesso também que com os Stock parando para reabastecer muito antes de nós tinha a esperança de entregar o carro ao Fabinho numa boa colocação, talvez até na ponta.
Nunca mais corri, já tinha 32 anos, e se alguém algum dia me convidar a pilotar um carro de corridas que, por favor, não seja amarelo!
O detaque negativo dessas MM foi o atrolelamento de um espectador por um Maverick em pleno "Retão" , o bandeirinha que veio me contar quando voltei a Interlagos quase no final da corrida ainda estava emocionado .

Agradeço à Graziela Rocha , Fabiano Guimarães , José Ferraz , Duran , Romeu , Cláudio , Rui , Bifulco , Joel pelo apoio .
Dedico esta postagen à memória de dois amigões , os saudosos Arno Leverin e João Lindau Neto .

A seguir o relato do Romeu para a largada .
F250GTO disse...
Nessa Mil Milhas de 84 eu estava lá.
Exatamente na linha onde estava o Opala do Beto.
Na hora da largada desabou um verdadeiro toró em Interlagos.
A largada erroneamente numa situação dessas, foi dada com os carros parados no grid.
O carro apagou justamente na hora de largar, e o piloto ficou com o braço levantado acenando desesperado e já prevendo o pior, pois atras dele largavam mais de 60 e tantos carros.
Alguns, que vinham log atrás, perceberam e desviaram e por milimetros não acertaram o Opala.
Mas o pessoal que vinha detrás mesmo, sem visão por causa do "spray" e em maior velocidade encheu a traseira do Opala e bateram uns nos outros, algun tiveram inclusive principio de incendio.
Se não me engano, apesar dos estragos (grandes) dos carros, ninguem se feriu gravemente, felizmente.
Poderia ter sido bem pior.
Romeu.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paulo Buso

Na semana passada minha amiga Graziela mostrou aqui um texto do Ari Moro noticiando o falecimento de Celestino Jacó Buso o Panseca. Abaixo um post de 28 de Julho de 2009 onde o Ari conta um pouco da história da família Buso mostrando Paulo um dos irmãos.

Aos meus amigos Ari Moro e Nelson Marques da Rocha, testemunhas dessa época maravilhosa meu muito obrigado, carinho e amizade. Com eles a Graziela e eu podemos conhecer e mostrar a todos muito sobre esses grandes pilotos que escreveram páginas tão belas de nosso automobilismo. 


Rui Amaral Jr

    

CHEIRO DE CANO DE ESCAPE

Recebi do jornalista Ari Moro alguns exemplares do jornal " CHEIRO DE CANO DE ESCAPE " excelente , lá ele escreve sobre diversos assuntos , antigomodelismo , aeromodelismo ,motociclismo , enfim um jornal completo onde ele mostrava toda sua competência .

Neste artigo ele mostra a "carreteira " de Paulo Buso , vencedora da prova Centenário de Curitiba , vencida por ele em sua corrida de estreia em 11 de Outubro de 1953 .

Sua carreteira Ford era equipada com um motor Mercury 1951 , com coletor para três carburadores , tampa de válvulas Edelbrook , cambio de três marchas e diferencial do Lincolmn Zephyr , totalmente rebaixada . Para esta corrida levava como co-piloto Reinaldo Tomasi cujo apelido era " Chupa Ovo ".

Eis o relato da corrida de Paulo Buso feito para o jornalista Ari Moro .
" Larguei em ultimo lugar , mas , depois de 8 voltas já estava alcançando os ponteiros , que eram Aroldo , Perereca , Chico Saide e Argemiro Preto , este correndo com um Cadillac 1940 cupê . Mais umas voltas e peguei a ponta para não deixa-la mais , vencendo a corrida . Um dos meus trunfos era que , eu ultrapassava os demais competidores nas curvas ,pois sabia faze-las melhor . Sempre ultrapassava-os por dentro . Lembro-me que era uma tarde de muito sol e publico numeroso . Quem deu a bandeirada de chegada foi Anfrísio Siqueira , responsável pela comissão de corridas do Automóvel Clube do Paraná . Como vencedor da Copa Centenário , recebi prémio em dinheiro , medalha e um diploma , este entregue pelo então Governador Bento Munhoz da Rocha Neto "
Ari completa , O diploma recebido do Governador , que Buso ostenta com orgulho , diz o seguinte , inclusive acrescentando um "s" ao seu sobrenome : " Automóvel Clube do Paraná - Outorgado Sr Paulo Busso , que com automóvel marca Ford obteve a primeira colocação na prova Centenário do Paraná , realizada em 11 de Outubro de 1953 . Curitiba 12 de Outubro de 1953 ." O documento é assinado por Alceu Cominese- Presidente- , e Luiz Gastão Cominese - Secretário daquela instituição .
Caro Ari , não tenho palavras para agradecer a você esta bela página do automobilismo Paranaense e Brasileiro que você mostrou com tanto carinho e competência . Obrigado .
P.S. Paulo Buso faleceu em Fevereiro de 2005 , sua filha Miriam Buso guarda com carinho sua carreteira .

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

MIL MILHAS BRASILEIRAS 1984 - III por Rui Amaral Jr


Medalha que os pilotos que completaram a corrida receberam, essa é do Ferraz

No final de 1983 os amigos Marcos e Arno Levorin da retífica SALECAR, convidaram-me a correr as MM com Fabio, filho de Marcos, usaríamos meu carro que, havia sido deles e estava parado desde o final de 1982. Correríamos na cat. Hot Car, eles tinham como patrocinador, uma indústria de café, teríamos de mudar a cor do carro para amarelo. Motor poderíamos usar o 1.800 cc. Carro amarelo para mim nunca deu certo de umas oito corridas que fiz com essa cor não terminei nenhuma.


O paper model feito pelo Tito Tilp. Não tenho nenhuma foto do carro que corri com o Fabinho Levorin e Alexandre Benevides

Início de janeiro e dos treinos com 1.800 cc, o torke do carro ficava muito bom e começamos a andar bem rápido, acertamos chassi, agora poderia usar meus amortecedores Koni e iríamos correr com pneus da Peneubras na medida de altura de 20, pois a caixa três já estava com as relações acertadas para eles.
A equipe da rede Record chegou para fazer a chamada da corrida que transmitiriam, e seus repórteres viram aquele VW andando uma barbaridade, quiseram gravar as cenas da chamada... apareci vestindo a touca o capacete e meu nome e depois o carro na pista. Aí o amarelo começou a funcionar. A indústria de café, apesar de já termos pintado o carro, deu para trás.
José Ferraz e Julio Miglioli



Os Levorin receberam uma oferta do Amadeu Rodrigues para dividir a tocada do carro comigo e o Fabinho e, apesar de gostar do Amadeu acabei não aceitando, até hoje me arrependo, e veio o Alexandre Benevides para dividir o carro conosco. O Alexandre, bicampeão Brasileiro de gaiola nunca havia pilotado em pista de asfalto, muito menos com pneus slick. Lembro em um treino ao levá-lo dar uma volta na pista, eu amarrado ao banco com cinto de seis pontas e ele sentado ao lado provavelmente na bateria. Não andaria forte, ia só mostrar a pista a ele, mas quando a 1ª encheu e fui descendo o “Retão” enfiando as marchas em seqüência seus olhos estavam bem maiores que o normal, afinal aqueles Fusquinhas aceleravam uma barbaridade!

Mas além de super simpático o Alexandre não era bobo, afinal era bicampeão de uma categoria que na época era super disputada. Correríamos com o patrocínio da Ind. de Pneus Levorin e verba levada pelo Alexandre.
Na classificação ficamos esperando um jogo de rodas que havia sido levado para dar um passe e de repente o organizador diminuiu o tempo do treino e tivemos de sair com pneus usados, faltando uns 5 min. para o final. E nós que achávamos que largaríamos lá na frente acabamos por largar na 4/5 fila.
Recordando a fantástica equipe de profissionais da CIBIÉ, quando foram instalar os seis faróis, quis dar um palpite e o chefe deles, que já havia feito 20 MM me disse que se não gostasse do modo que colocariam os faróis eles usariam meu palpite! Ficou simplesmente ótimo, e eu que já amava aquela pista de dia fiquei maravilhado de poder andar à noite praticamente no mesmo ritmo.

A CORRIDA.
Opala de João Lindau/Roberto Ferreira/Sebastião Santos
Fotos de meus amigos Luiz e Fabiano Guimarães
Camillo Cristofaro Filho/Bel Camillo/Bertinni
Tucano empurra seu Escort na chegada

Chovia “canivetes”, eu largaria, lembro de conversar com o Fabinho e o Alexandre e ver a preocupação em seus rostos, fomos para o grid. O único senão era que usaria pneus PIRELLI de F 3 cuja altura era de 22 o que tornaria o câmbio muito mais longo e a largada bem mais lenta até encher à 1ª.
Ao contrário do que escrevi antes, estava bem atrás da Alfa Romeo do Paulão e ele teimava em não fechar a porta, certamente para refrescar e eu preocupado. Ao acender a luz vermelha os carros das filas de trás já largaram, e olha que eram mais de 60, esperei o sinal verde, largando com toda dificuldade, pois a 1ª marcha com aquela relação e pneus 22 atingia mais de 120 KM/H e tirar o carro da imobilidade não foi fácil. Não vi o acidente da largada, estava no lado esquerdo da pista e preocupado com aquele enxame de Fiat, Passat e etc. da D1 que iam ultrapassando-me. Na descida do “Retão” comecei a tomar as posições desses carros que eram muito mais lentos que eu, os Pirelli grudavam na pista e até a junção tinha retomado muitas posições. Aí encontrei o Fiat Hot Car amarelo nº 25 do Chico Lameirão/Paternostro, quando fui ultrapassá-lo no “Café” notei algumas bandeiras já dentro da pista, tirei o pé preocupado com os que viam atrás , felizmente nada aconteceu, eram nossos “Anjos da Guarda” fazendo seu trabalho, cuidando de nossa segurança. Só ao chegar aos boxes fiquei sabendo do que ocorrera na largada, uma alicatada de um piloto inexperiente e a afoiteza de quem vinha atrás. Graças a Deus ninguém se feriu com gravidade.
Acredite se quiser, apesar de toda tensão em nosso Box, fui buscar um telefone para ligar a minha mãe, que assistia e devia estar preocupada, com ajuda do grande amigo Carpinelli.
A segunda largada foi mais tranquila, com a perda de muitas posições, mas logo recuperadas – dos Divisão 1 no “Retão” passei um monte e, no final da 1ª volta já vinha entre os 15. Os Pirelli grudavam no chão e o motor empurrava muito, com o câmbio me ajeitei, usando uma marcha mais curta que o normal e a 4ª somente na “Reta oposta”, “Reta dos Box” e “Retão”. Duas ultrapassagens lembro bem, o Capeta Palhares/Murilo Piloto de Alfa Romeo nº 33 que encontrei na freada da “TRÊS” e apesar de vir bem mais rápido só ultrapassei-o na freada do “Sargento”. A “Alfona” vinha o tempo todo de lado, da “Quatro” até a “Ferradura” o tempo todo derrapando, quando dava motor saia de traseira aí corrigia - grande piloto o Capeta . A outra foi quando ultrapassei o Paulão/Fabio Souto Mayor com a outra Alfa nº 22 , foi na curva do Mergulho, depois do “Bico de pato”, ele vendo que eu vinha muito mais rápido fez um sinal com a mão e tomei a curva antes dele. Campeão é campeão até cedendo a posição ele foi um grande piloto.
Lá pela 8ª volta já estava entre os dez, e ao chegar na “Junção” notei a pressão de óleo a zero e entrei no Box - motor havia estourado. O interessante é que por conta do câmbio longo não o havia forçado, andando mais em cima dos pneus e freios
Motor foi trocado rapidamente e voltei à pista. Não tinha completado meu turno.
Na freada da “Três” uma desagradável surpresa, a ambulância que estava parada no Retão, atrás do Guard Rail havia saído, e como era meu ponto de referência quase estampo ali mesmo.
José Ferraz/Julio Miglioli

Saindo da “Subida do lago” notei óleo saindo de meu motor novo, tentei ir até o box, mas o motor apagou na freada do “Sargento” e lá ficou meu carro!
Ao parar logo veio um bandeirinha, deles escrevi neste blog “Anjos da Guarda” e segurando meu braço levou-me até um lugar seguro, para logo a seguir com seus companheiros sinalizar ao lado do carro, e veja bem um lugar dificílimo onde os Stock, Maverick e outros carros vinham numa freada forte, dificultada pelas condições do tempo.
Ao atravessar a pista, subindo pelo lado do “Sargento” algumas pessoas que assistiam dali a corrida aplaudiram-me - devo ter feito umas 5 ultrapassagens naquela freada. Chateado agradeci-lhes e um deles com o carro junto à cerca além dos aplausos ofereceu-me um copo de Congnac, agradecido bebi. Agora já podia, para chegar a meu box e ver o Fabinho e o Alexandre cabisbaixos, nossa corrida tinha acabado.
Confesso a vocês que fiquei muito chateado. Em momento algum forcei os motores, o conta-giros JONES com espia foi prova disso, confesso também que com os Stock parando para reabastecer muito antes de nós tinha a esperança de entregar o carro ao Fabinho numa boa colocação, talvez até na ponta.
Nunca mais corri, já tinha 32 anos, e se alguém algum dia me convidar a pilotar um carro de corridas que, por favor, não seja amarelo!
O destaque negativo dessas MM foi o atropelamento de um espectador por um Maverick em pleno "Retão" , o bandeirinha que veio me contar quando voltei a Interlagos quase no final da corrida ainda estava emocionado .

Agradeço à Graziela Rocha , Fabiano Guimarães , José Ferraz , Duran , Romeu , Cláudio , Rui , Bifulco , Joel pelo apoio .
Dedico esta postagen à memória de dois amigões , os saudosos Arno Levorin e João Lindau Neto.
João
Arno e Marcos




A seguir o relato do Romeu para a largada .
F250GTO disse...
Nessa Mil Milhas de 84 eu estava lá.
Exatamente na linha onde estava o Opala do Beto.
Na hora da largada desabou um verdadeiro toró em Interlagos.
A largada erroneamente numa situação dessas, foi dada com os carros parados no grid.
O carro apagou justamente na hora de largar, e o piloto ficou com o braço levantado acenando desesperado e já prevendo o pior, pois atrás dele largavam mais de 60 e tantos carros.
Alguns, que vinham log atrás, perceberam e desviaram e por milímetros não acertaram o Opala.
Mas o pessoal que vinha detrás mesmo, sem visão por causa do "spray" e em maior velocidade encheu a traseira do Opala e bateram uns nos outros, algum tiveram inclusive principio de incêndio.
Se não me engano, apesar dos estragos (grandes) dos carros, ninguém se feriu gravemente, felizmente.
Poderia ter sido bem pior.
Romeu.





quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Projeto Passo Fundo


Espalha pedra e retranca apelidos de Orlando Menegaz
1958 1º 500 KM de Porto Alegre - Orlando Menegaz ao lado de sua Carretera com motor Chevrolet Corvette. 

Espalha pedra e retranca apelidos de Orlando Menegaz, nascido no interior de Caxias do Sul e acolhido por Passo Fundo cidade lembrada demais, nas vitórias conseguidas, na região, estado, Brasil e Uruguai, por onde seguidamente, competiu e venceu.

Iniciou a carreira como acompanhante de Alcídio Schroeder, o Leão da Serra, pioneiro do Automobilismo de competição da região, na prova “Copa Festa da Uva” -  em 5/março/1950, quando chegaram em 3° lugar, na carretera Ford V/8 do Alcídio.

Pelo jeito, Orlando gostou, pois adquiriu uma Barata Ford 40, preparou-a, geralmente na fábrica de implementos Agrícolas, da família a MenegazS.A.I.C

Disputou várias provas, seguidamente quebrou. O melhor resultado conseguido foi no 1° Circuito Automobilístico de Lages/SC quando entrou em 2° lugar, outros bons resultados foram 4° lugar na II Prova Antoninho Burwamaque em 21/06/54 e no VI Circuito da Pedra Redonda em 20/06/55. Em 20/11/55 entrou em 6° lugar na V Encosta da Serra .

Em 23/nov/57, em parceria com Aristides Bertol, na  Chevrolet Corvette, deste, ganharam as mil milhas Brasileiras no Interlagos, prova máxima do calendário Brasileiro. Orlando que sempre correra de Ford, sentiui a diferença gritante.

Adquiriu uma Barata Chevrolet 1938 e por notícia do Armando Burwamaque da concessionária Chevrolet de Passo Fundo, comprou motor e caixa Corvette, do colega Argemiro Pretto, da concessionária Chevrolet de Encantado/RS que havia importado 3 motores com caixa, levou meses para encaixar a mecânica e acertar o diferencial que aguentasse o tranco. Resolveu com o de uma Picape Chevrolet – Tração Positiva.

Daqui para a frente o papo seria diferente. Pois repentinamente de coadjuvante O.M. passou a Protagonista.

Vencedor com a mecânica Corvette, na Chevi 38.

Venceu as provas Força Livre:

Circuito Centenário de Passo Fundo em 22/Fev/1958, com o n°24.

Circuito Automobilístico de Melo-Uruguai, em 30/Mar/1958 com o n°24V/Mil Milhas – Interlagos em 25/26/Nov/1961 – com Bertão e o n°9 II 500Km de Porto Alegre – Pedra redonda em 23/Set/1962 – com o n°1, pela vitória das mil milhas Brasileiras em Interlagos, no ano anterior.

Outros Resultados:

Sempre com a Corvette.

Circuito internacional de Automobilísmo-Uruguai em 23/Março de 1958 – 3°L, no I Circuito Cavalhana/Vila Nova em 14/Dezembro/1958 – 3° lugar – com n°4 Orlando foi vice campeão gaúcho de 1958 foi o primeiro volante gaúcho a usar cinto de segurança, foi o único Piloto do interior, a ganhar duas mil milhas Brasileiras em Interlagos.



 Nelson Marques da Rocha

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Nelson e sua filha Graziela são nossos dois especialistas. e bota especialistas nisso, em matérias de Carreteras, ele sobrinho do grande Orlando Menegaz acompanhou de perto a carreira do tio nas pistas e circuitos deste nosso grande mundo do automobilismo, no link à seguir muitas das matérias deles aqui >>>>> " Carreteras "
Agora Nelson está envolvido com todo seu conhecimento no Projeto Passo Fundo, que visa resgatar histórias, contadas por quem as conhece, do automobilismo de uma época de ouro.
Obrigado meus amigos Nelson e Graziela por dividir todo seu conhecimento.

Um abraço

Rui Amaral Jr