A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Crônica de uma ultrapassagem

Confesso à vocês que nunca fui santo, pudera, pois de 20 ou 25 corridas na Divisão 3 grande parte delas larguei com a Caixa 3, isto desde as primeiras corridas ainda novato, quando pilotava o VW da equipe De Lamare. Então caso não soubesse ultrapassar ainda estaria andando atrás de algum alicatão muito mais lento!
Sou fã de Gilles e de alguns amigos que pilotam da mesma forma, ia dizer arrojo mas falando em Gilles a palavra fica pequena! Entre os amigos o Bruninho, piloto rápido e sobretudo determinado, quando apontava para uma ultrapassagem ia para cima. Nesta seqüência de fotos e no vídeo ele larga atrasado, na curva Quatro de Interlagos ele chega no pelotão que vinha talvez disputando o quinto ou sexto lugar logo após a largada, e...


 curva Quatro, Mogames que havia largado em último já ultrapassou Duran, Ferraz, Tide e Bruno vem lá atrás...
#25 Elcio Pelegrini logo atrá Manzetti com Mogames colado, Bruno seguido de Tide Dalecio já toma a primeira perna da Ferradura ao lado de Ferraz e Duran começa a escapar...  
Manzetti e Mogames começam a contornar a Ferradura, Bruno trazendo Tide com ele já tomou o lugar de Ferraz e Duran a esta altura já está de olhos arregalados!


Aos amigos, que tanto prezo!

Rui Amaral Jr 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Algumas fotos

Algumas fotos que encontrei na semana passada...
1982 Interlagos, curva da Ferradura, Conde -Luiz Henrique Pankowski- eu, Ferraz, Alvaro Guimarães, Sueco e Espanhol.
 1982 calçando a sapatilha que comprei em 1972, e ela mesmo que achei tanto tempo depois.
  
 1982, foto da oficina do Chapa, ele e eu, atrás o carro do Bruno. 
 Chapa e Edião na oficina com o carro antes de receber a decoração que meu amigo Ricardo Bock fez...


 1972 Copa Brasil, Divisão 3, no Pinheirinho, Guaraná dispara na ponta, depois acredito que Fausto Dabour, Zé Pedro Chateubriant de Alfa vem por fora e meu carro é o amarelo e azul. Comprei esse VW D3 do Expedito Marazzi e é a única foto que tenho dele.
 Contei certa vez aqui do Impala SS64 de minha mãe e com ele aprendi o que é sobresteço e outra cositas más, pois bem nesta foto em Montevidéu em frente à casa de meu primo Walter, que corria de motos no Uruguai, nós dois e o Impala!

 Essa é de Domingo passado quando levei meu amigo Vitório Azallin para encontrar com Caetano Damiani na feira de carros antigos na estação da Luz, Caetano não foi, Vitório é o de camisa verde ao lado um amigo!  

À don Vitullo e aos amigos!


terça-feira, 2 de julho de 2013

GIOVANNI, O CASTELAMARESE


Giovanni Salvati nasceu em Castellammare di Stabia em 2 de novembro de 1941. Seu interesse pelo esporte a motor surgiu nos anos 60, quando sua família transferiu-se para Milão e a proximidade com a mítica pista de Monza fez o resto. Em 1966, estréia nas pistas através da Fórmula 875 Monza, uma categoria voltada para estreantes, com monopostos equipados com o motor do Fiat 500. No ano seguinte, passa para a Fórmula 850, onde obtém suas primeiras vitórias: de 67 a 68 são quatro primeiros lugares. Em 69, com a parceria do irmão Adriano, Giovanino monta a “Scuderia Italia” e parte para a Fórmula 3, correndo com um velho Tecno. Aguerrido e combativo, sente-se à vontade, ainda que divida o grid com adversários notáveis como Ronnie Peterson. Com esse aprendizado, consegue em 1970 um dos grandes resultados de sua carreira, vencendo o campeonato italiano de Fórmula 3 com quatro vitórias e dois segundos lugares. Nessa mesma temporada, vence o Gran Premio Lotteria di Monza para carros de Fórmula 2, batendo pilotos como o escocês Gerry Birrel e o italiano Ernesto Brambilla. Em 1971 vem ao Brasil, como o grande laureado do “Casco d`Oro” da revista Autosprint, para disputar o Torneio Internacional de F3 e impressiona, sendo considerado um dos favoritos ao título do Campeonato Europeu de F2, do qual irá participar ao longo do ano. Mas apesar de não ser nenhum estreante, os bons resultados escasseiam e Salvati só se destaca na etapa de Ímola, quando chega em segundo, atrás de um certo José Carlos Pace. Contudo em setembro, embarca para o Brasil para participar do Torneio Internacional de F2, com seu March 712M da Scuderia Ala d`Oro. Os resultados entretanto, continuam modestos; uma singela 5ª posição, um abandono...Mais importante é o contato que faz com o britânico Graham Hill, um bicampeão da Fórmula 1. Hill, que também está correndo no Brasil, fica impressionado com a tocada de Salvati. Graham promete que irá auxiliá-lo no próximo passo de sua carreira, a Fórmula 1. Mas isso foi antes da trágica corrida de Tarumã, onde um sempre motivado Giovanni briga com Wilson Fittipaldi Jr. Por uma quarta colocação. Ao tentar surpreender Wilson com uma ultrapassagem por dentro na Curva 1, Salvati não consegue vencer a curva e bate forte no guard-rail. É o fim. Dois anos após sua morte, é criada a Scuderia Salvati, buscando a formação de novos pilotos. Ali será revelado o talento de Michelle Alboretto, mais tarde vice-campeão mundial de F1 pela Ferrari e vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1997. Outra conquista, mesmo à distância, de Giovanni Salvati.

Caranguejo

 Formula Monza 875
 Formula 850
Formula 850 Monza
 Formula 3, preparando-se para largada...
 GP LOTTERIA DI MONZA,1970 (F2) - Salvati, Garry Birrel e Tino Branbilla...
 MONZA, 1969 (F3) Peterson vs. Salvati...
Formula 3
Salvati entre os dois  Branbilla, Vittório e Ernesto em  Ímola...
 Formula 2, Interlagos 1971...
 Já em Tarumã...



AUTOSPRINT



o texto traduzido

Porto Alegre - Havíamos dito logo depois da corrida que as causas da tragédia eram três: a sujeira (poeira) na pista, o guard rail muito perto da pista e fora das normas de segurança e uma manobra arriscada da parte de Salvati que uma vez decidida a ultrapassagem  não encontrou como voltar atrás. 
Reconstruímos o acidente ponto a ponto conversamos com todos envolvidos direta ou indiretamente na tragédia.
A March 712 de Savalti  era um carro construído em 1971, exatamente em Maio, e estava em boas condições. Os pequenos acidentes de Salvati em Albi, Tulln e Roma não haviam trazido nenhum problema ao carro, apesar do mono coque (chassi) da March ser delicado e fácil de deformar. 
Sexta Feira a noite Raimond, o mecânico de Salvati, descobriu que a travessa de ataque (creio ser o tirante que sai do chassi) da suspensão posterior  estava  quebrada e providenciou sua substituição, sendo que no Sábado o carro estava em perfeitas condições, como demonstrou a checagem dos pneus feita pelos técnicos da Firestone.
Domingo na primeira bateria Salvati era o quarto colocado na primeira volta atrás de Reutmann, Peterson e Emerson Fittipaldi. Na próxima volta foi superado por Schenken e permaneceu em quinto até a nona volta quando Pace começou a ameaçá-lo. Os quatro primeiros tinham uma certa vantagem e Pace e Salvati juntos e de acordo começaram a avançar e alcançar os quatro primeiros aproveitando a briga pelo primeiro lugar, e depois de dois terços da corrida estavam encostados nos primeiros (nos quatro primeiros). 
Nesta altura, na mesma curva que aconteceu o acidente, e onde Salvati poderia ganhar alguns décimos de segundo sobre todos, como ele mesmo disse, a March do italiano roda e para sentido contrário tocando ligeiramente (no guard rail) a traseira e a parte da frente esquerda. Salvati engatou a primeira e tentou sair, mas ao engatar a segunda marcha quebrou a alavanca de cambio e é forçado a retirar-se. A razão da rodada como ele mesmo disse foi uma distração ao controlar o comportamento de Pace e não a quebra da alavanca como pareceu à primeira vista. 
Quando o carro foi trazido ao Box a parte traseira e o cambio foram reparados sem dificuldades; poucos minutos antes da partida da segunda bateria, complementando todas verificações, o mecânico notou que o <> (ball joint) do monocoque da suspensão dianteira esquerda estava levemente dobrado (acredito que avariado).
Apenas naquele momento Giovanni disse haver tocado também com a dianteira - ate aquela hora ninguém sabia - quando então o mecânico insistiu para que ele não largasse para evitar riscos inúteis já que estava fora da classificação.
Uma rápida verificação da convergência (da suspensão dianteira) mostrou que o problema era mínimo por isso Giovanni resolveu dar uma volta ao fim da qual entrou nos boxes e disse que tudo estava bem. Depois de mais pedidos para que não largasse, fez mais uma volta provando o carro, e  combinou que daria apenas alguma voltas na corrida parando logo a seguir. Como já dissemos sua intenção verdadeira, mesmo sem a declarar, era fazer uma bela corrida para confirmar suas habilidades além de conseguir uma boa classificação na bateria.
Largou da última fila pelo lado de fora e ao termino da segunda volta estava já em quinto atrás de Emerson, Schenken, Reutmann e Wilson Fittipaldi. Daí para frente e por 70 quilômetros de corrida Wilson Fittipaldi e Salvati correram colados. A preocupação de Wilson era apenas a recuperação de Pace, que havia largado mal, e de quem espera tirar o terceiro lugar na geral, e corria no limite. Salvati o seguia com facilidade,  de modo que a tentativa de uma ultrapassagem era viável aí ele iria andar sozinho. Mas em Tarumã é dificílimo ultrapassar pois é difícil achar o lugar onde entrar por dentro para efetuar a ultrapassagem: todas curvas são de alta e as frenagens são curtas tornando a manobra muito difícil.
A segunda bateria prosseguia disputadíssima, tanto que o tempo final da bateria, mesmo com o socorro prestado (a Salvati) foi superior ao da primeira: Contra os 31`50``5 de Reutmann vencedor da primeira, Fittipaldi ao vencer a fez 31`47 e 3 décimos.
Nesta condições e andando no mesmo ritmo dos primeiros a March de Salvati se mostra eficientíssima e mesmo o pequeno problema de convergência não trás conseqüências pois a verificação do pneu dianteiro, feita depois do acidente mostrou um desgaste normal. 
Assim começa a 23ª volta; Emerson, Schenken e Reutmann estão à 30 segundoos à frente de Wilson Fittipaldi e Salvati seguidos de Pace à 1 segundo e 4 décimos, se aproximando depois de sua recuperação da ultima colocação.
Durante a 23ª volta Salvati tenta ultrapassar Wilson na descida atrás dos boxes  mas desiste.
Na linha de chegada da 24ª volta Salvati passa à 9.900 rpm em quinta marcha, o que corresponde em sua relação de cambio a pouco menos de 220 km/h, na curva que se seguia e como dissemos antes ele estava entre os que entrava mais rápido.
Wilson Fittipaldi trouxe o carro para o centro da pista, e Salvati teve que levar seu carro mais à esquerda. Fittipaldi retardou a freada ao máximo e no ponto em que freou o nariz da March de Giovanni estava na metade de seu carro. 
Se Salvati freasse quando estava ao lado do brasileiro: a mesma manobra tentou Schenken contra Peterson na primeira bateria.
Porem Salvati retardou a freada ao máximo, passou Fittipaldi e quando freou a roda da frente bloqueou, até por causa da poeira da pista. Ele girou o volante mas não parou de frear, o carro prosseguiu em linha reta e bateu no guard rail com uma angulação mínima. 
O porque de não parar de frear, coisa que poderia ter feito o carro bater em outro ângulo ou tentar uma rodada, há uma hipótese bem verossimel  de Salvati ter evitado envolver Wilson num acidente que poderia ser muito grave.
Quando Salvati percebeu que saía não deve ter pensado nas conseqüências trágicas que viriam, pois se o guard rail estivesse posicionado corretamente o acidente certamente não seria fatal. 
Ao contrário o guard rail  subiu como uma tira de lona e o carro entrou embaixo com três das quatro rodas.
A razão da barreira ter subido é devido a uma circunstancia infeliz: no ponto do impacto passa sob a pista uma estrutura de cimento armado, e neste ponto a base do guard rail é colocado a poucos centímetros de profundidade, ao contrário dos outros lugares.
Isto determinou que os guard rail próximos ficassem à uma altura de 15 centímetros da pista. 
Como já dissemos para Giovanni as conseqüência foram gravíssimas e apesar do socorro ter sido rapidísPorto Alegre - Havíamos dito logo depois da corrida que as causas da tragédia eram três: a sujeira (poeira) na pista, o guard rail muito perto da pista e fora das normas de segurança e uma manobra arriscada da parte de Salvati que uma vez decidida a ultrapassagem  não encontrou como voltar atrás. 
Reconstruímos o acidente ponto a ponto conversamos com todos envolvidos direta ou indiretamente na tragédia.

Na linha de chegada da 24ª volta Salvati passa à 9.900 rpm em quinta marcha, o que corresponde em sua relação de cambio a pouco menos de 220 km/h, na curva que se seguia e como dissemos antes ele estava entre os que entrava mais rápido.
Wilson Fittipaldi trouxe o carro para o centro da pista, e Salvati teve que levar seu carro mais à esquerda. Fittipaldi retardou a freada ao máximo e no ponto em que freou o nariz da March de Giovanni estava na metade de seu carro. 
Se Salvati freasse quando estava ao lado do brasileiro: a mesma manobra tentou Schenken contra Peterson na primeira bateria.
Porem Salvati retardou a freada ao máximo, passou Fittipaldi e quando freou a roda da frente bloqueou, até por causa da poeira da pista. Ele girou o volante mas não parou de frear, o carro prosseguiu em linha reta e bateu no guard rail com uma angulação mínima. 
O porque de não parar de frear, coisa que poderia ter feito o carro bater em outro ângulo ou tentar uma rodada, há uma hipótese bem verossimel  de Salvati ter evitado envolver Wilson num acidente que poderia ser muito grave.
Quando Salvati percebeu que saía não deve ter pensado nas conseqüências trágicas que viriam, pois se o guard rail estivesse posicionado corretamente o acidente certamente não seria fatal. 
Ao contrário o guard rail  subiu como uma tira de lona e o carro entrou embaixo com três das quatro rodas.
A razão da barreira ter subido é devido a uma circunstancia infeliz: no ponto do impacto passa sob a pista uma estrutura de cimento armado, e neste ponto a base do guard rail é colocado a poucos centímetros de profundidade, ao contrário dos outros lugares.
Isto determinou que os guard rail próximos ficassem à uma altura de 15 centímetros da pista. 
Como já dissemos para Giovanni as conseqüência foram gravíssimas e apesar do socorro ter sido rapidíssimo foi inútil.

Também a hipótese de uma falha é descartável: Reusch falou de um possível travamento do acelerador, sustentada pelo fato do carro do italiano ter freado apenas com as rodas dianteiras e ter passado pelo de Fittipaldi à uma velocidade muito superior; mas nenhuma das testemunhas percebeu o motor continuar acelerado após o acidente, e a observação da guilhotina da injeção observou um parcial deslocamento do cabo do acelerador devido a torção do chassi no momento da colisão. Em definitivo foi uma serie de circunstancias que individualmente não trariam um risco tão grave. 
Porem mesmo esta observação, da qual podemos tirar a conclusão que foi uma fatalidade,  mostra que a segurança nas pistas deve ser procurada de todas as formas e particularmente que a dinâmica de um acidente nos faça entender que a soma de tantos elemento são fundamentais para levar à uma tragédia.

Gabriela Norris

 Wilson e Salvati...
 A rodada da primeira bateria...



Instantes antes de bater na segunda bateria...

"Os brasileiros se defendem" 
"Porto Alegre - O presidente do Automovél Club do Rio Grande do Sul, organizador com outros da competição, rejeitou com energia as criticas de alguns jornais italianos dizendo apenas " as acusações são absurdas já que mesma FIA fez uma inspeção e não encontrou nenhum defeito"
(Na visão deles nós sempre somos os culpados, até pela falta de competência e irresponsabilidade deles! Rui Amaral Jr)
O guard rail aprovado pela FIA!!!!


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Ah pilotos!!!
Somos apenas os palhaços deste circo, simples palhaços pois até um Alicatão como eu é lembrado após tanto tempo pelas crianças que nos aplaudiam, talvez pensando que somos super quando apenas fazemos o que amamos,  apenas mostramos nossa arte e somos simples mortais!
Talvez alguns participantes deste circo pensem que ir buscar décimos de segundos numa freada seja loucura, ou colocar o carro ao lado de um companheiro em outra freada, ou fazer cravada aquela curva de alta tentando ganhar outros décimos de segundo ou ainda dividir uma largada com muitos outros quando talvez fosse mais prudente ficar para trás e ver o que acontece.
Sim, palhaços, palhaços malucos que apenas amam o que fazem, conhecemos os riscos e colocamos nossas bundas em carros de corridas nunca pensando no pior apenas em seguir, para um dia talvez contarmos aos nossos filhos.
À muitos que ficaram neste caminho...Giovanni, Jimmy, Jochen, Ignazio, Ayrton, Celso, Gustavo, Allan...aos amigos que dividiram o picadeiro comigo e à todos aqueles que ainda maravilham crianças com sua arte.

Rui Amaral Jr   







terça-feira, 25 de junho de 2013

Caranguejo...

Dos inúmeros e-mails trocados com o Caranguejo, e bota inúmeros nisto, muita conversa sobre tudo que diz respeito ao automobilismo, algumas vezes assuntos sérios, outras comentários certamente impublicáveis, mas sempre querendo mostrar à todos alguns belos momentos do esporte. Na sequencia algumas fotos de caronas na F.Um...

 GP da Bélgica 1961 Maurice "Le Petulet" Trintignant carrega Innes de Ireland 
 GP da França 1965, Clermont-Ferrand, Big John dá uma carona a Clark 
1964 Bélgica, Spa, Peter Arundell leva seu companheiro de equipe Jimmy Clark
 Graham Hil era posudo até quando tomava uma carona com Innes de Ireland
 A equipe Lotus em 1960, Colin, Innes de Ireland, Clark e Alan Stacey em Mosport 

    

quinta-feira, 20 de junho de 2013

500 KM de Interlagos 1961

Nas décadas de 50 e 60 do seculo passado as empresas capitaneadas por meu pai Rui Amaral publicavam uma revista, não sei se bimestral, onde os acontecimentos de cada uma das empresas eram mostrados aos nossos funcionários, fornecedores e clientes.
Guardo alguns exemplares e sempre que sobra algum tempo mostro no blog das Cestas De Natal Amaral onde tento contar a trajetória desses seres incríveis que foram meu pai e minha mãe Arinda Amaral Lemos.
Hoje ganhei de minhã irmã Maria Aparecida "Cida" Amaral Lemos e de meu sobrinho Frederico Amaral Battendieri a edição que mostra a participação de meu irmão Paulo nos 500 KM de Interlagos de 1961.   
Eufemismos à parte,  afinal ele era o  filho do patrão, não deixa de ser mais um importante resgate da história de nosso automobilismo, coisa que nós, meus parceiros e eu tentamos trazer à vocês!

À Cida e Fred


Rui Amaral Jr








segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dos amigos...

tanta coisa a dizer, ou escrever, e fico aqui matutando!
A lida do automobilismo é dura, quem vê de longe não imagina, os pilotos que por aqui passam bem sabem, talvez bem melhor do que eu.
Acertar um carro é uma tarefa difícil, requer conhecimento e uma grande dose de feeling, entrosamento entre quem pilota e quem trabalha ao seu lado, uma visão da pista e do comportamento do carro, e este por incrível que possa parecer mais sentido na bunda que nas mãos!
Fora tudo isso, as difíceis batalhas extra pista, a pior de todas! Quantos grandes pilotos vi ficarem neste difícil caminho, alguns deles com um talento natural extraordinário e que apenas não conseguiram...alguns não conheci e outros tenho o privilégio da amizade...


Ao Chico e Ricardo.

Talvez tenha lido esta frase em algum lugar, ou recebido de algum amigo, creio que não vou lembrar, mas vai lá...

Piloto: Aquele que é capaz de enxergar no horizonte o ponto de fuga. Aquele ponto onde até a Liberdade...fica para trás.  


Rui Amaral Jr  

quarta-feira, 24 de abril de 2013

É assim...


Quem vê de longe um piloto conversando com seu preparador e mecânicos talvez não perceba a relação que exista entre nós. Eu fui e sou amigo da grande maioria dos que trabalharam comigo, fora algumas exceções que nem vale à pena comentar. Acredito que hoje na F Um essa amizade não exista, dá para ver de longe!

Pois bemmmmm, já falei aqui do Chapa -Flávio Cuono-, de como ele é implicante, chato e outras cositas más, mas sobretudo muito capaz e um amigo querido, então vou contar algumas dele;
1987/88 na época o começo do uso do álcool em competições, as otoridades implicando com pilotos e carros de corrida, tínhamos que ir treinar bem cedo, chegávamos às pistas nas primeiras horas do dia, e como o Tarumã e o terrível Minuano em Interlagos quando venta e esfria a coisa fica feia! 
Naquele dia quase de madrugada quando cheguei ao Box já estava tudo preparado e o Chapa esquentava o motor do #14, vejam no VW D3 usávamos o carter seco e mais de oito litros de óleo, então no frio era muito importante esquentar os motores para não detonar o filtro de óleo. Eu estava com um anorak azul, vermelho e branco que gostava muito, e ele já foi falando “se troca, que vou verificar a folga de válvulas com o motor quente!”. Fui tirando a roupa para vestir o macacão e vi que ele estava de camiseta, os outros mecânicos bem agasalhados e o Velho só de camiseta, peguei o anorak e disse-lhe para que usasse, deu um sorriso e disse “bonito Ruizinho!”, logo a seguir entra embaixo do carro, COM MEU CASACO, para num descuido encostar a manga no cano de escapamento quente, ouvi até o chiado! Sem graça falou “pois é!”, na hora dei o anorak para ele ao que ele me disse “queimado!?”. 
E ainda digo que gosto e é meu amigo!!!RS


Em um treino com este mesmo carro, não lembro se no mesmo dia, estávamos com um problema no burrinho e os discos traseiros não freavam direito, na Três ou Sargento quando apertava os alicates dava até um certo pavor, acertávamos outros detalhes e numa parada ele começou a mexer nos freios, com o problema aparentemente acertado saí e dei umas duas ou três voltas com tudo aparentemente certo, voltando ao Box para que ele examinasse, disse que estava freando bem. E voltei novamente à pista para andar rápido, na primeira volta cheguei à Um bem rápido, contornei e na tangência da Dois o carro saiu debaixo de mim, foi uma rodada daquelas, certamente a mais de 170 km/h e ainda por cima o Jr que vinha atrás tirou uma fina de meu carro. Foi proposital e depois ele ria, não sei se ele vai lembrar, mas um dia desconto!
Cheguei ao Box e o Chapa foi imediatamente tirando a roda traseira direita para descobrir um vazamento no disco, olhou para mim branco e assustado e disse apenas “desculpe”.

Seus motores verdadeiros canhões!

Já contei aqui da vez que em 1982 fomos treinar com vários motores que estavam simplesmente sem disco de embreagem, e ele achando que eu estava fazendo firula para sair do Box. Larguei ele carro, carreta e os outros mecânicos na Marginal e fui embora de táxi, não sem antes dar-lhe uma bronca, afinal o dia era meu! Sem xingar ou falar nenhum palavrão, e até hoje quando lhe apresento alguém ele fala “o Ruizinho é muito educado!” e tenho que ouvir isto!rsrsrs
Só mais uma coisinha, quem me apresentou o Chapa foi o amigão Manduca -Armando Andreoni-, lembro bem o dia, e ainda conto...   

À todos preparadores e mecânicos que infernizaram nossas vidas, mas que juntos vivemos grandes momentos de pura emoção, derrotas, vitórias e sobretudo amizade verdadeira...ao Carlão  Jaqueire, Quim Miranda, Edimar Della Barba...