A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
Mostrando postagens com marcador Ronaldo Nazar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ronaldo Nazar. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Há 50 anos - Nurburgring 1973 - por Ronaldo Nazar

Primeira volta.... Stewart lidera após largar da pole position, por sinal a sua última da carreira. É seguido por Cevert, Peterson, Lauda, Ickx, Reutemann, Revson, Hulme , Pace, Wilsinho , Beltoise, Regazzoni, Stommelen, Emerson , Pescarolo e Haillwood.

Início de corrida . No retão espetacular de Nurburgring , com subidas e descidas, o argentino Carlos Reutemann lidera um pelotão , com Pace, Hulme , os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi o alemão Jochen Mass e mais atrás Clay Regazzoni.

 Após uma semana do fatídico GP da Holanda que culminou com a estúpida morte do jovem piloto inglês Roger Williamson, foi disputado no dia 5 de agosto de 1973, o GP da Alemanha no espetacular, porém perigoso, circuito de Nurburgring. Esse GP ao contrário de Zandvoort, ficou marcado por vários fatos e curiosidades esportivos, graças a Deus. O primeiro e mais importante foi que a corrida foi vencida pelo escocês Jackie Stewart, que assim obtinha a sua 27ª e última vitória. O companheiro de equipe do escocês, o francês François Cevert chegou na 2ª posição, fazendo a dobradinha da equipe Tyrrell. Esse foi o último pódio do piloto francês que morreria 2 meses depois. O 3º colocado foi o belga Jacky Ickx que aproveitou a ausência da equipe Ferrari e foi convidado pela McLaren que alinhou um 3º M23 para o belga. Resultado foi que, sem ter tempo de treinar para adaptar-se ao carro, Ickx fez treinos e corridas magnificas, mostrando que seu talento continuava intacto ao ser durante todos os treinos e corrida o piloto mais veloz da equipe McLaren, suplantando com larga margem seus companheiros de equipe, Denny Hulme e Peter Revson. A corrida do belga também chamado de Rei de Nurburgring, por sempre andar muito lá, só foi suplantada pela do brasileiro José Carlos Pace, que após treinos discretos, acertou o seu Surtees e largando de uma distante 11ª colocação, foi ganhando posições e conseguiu um brilhante 4º lugar e bateu  o recorde de volta por 3 vezes seguidas. Se Pace não tivesse demorado tanto para ultrapassar o Brabham do argentino Carlos Reutemann o que só aconteceu na 7.ª volta, metade da corrida, Moco certamente teria chegado e ultrapassado Jacky Ickx. Wilson Fittipaldi Jr, também fez uma brilhante corrida ao terminar na 5ª posição, após largar da 13.ª posição.  Essa foi tb a última corrida que o Tigrão conseguiu marcar pontos na sua carreira. E para fechar com chave de ouro, Emerson Fittipaldi, conquistou o 6º lugar obtendo o último ponto para a classificação do campeonato, depois de largar na 14ª posição e num esforço tremendo com dores no tornozelo lesionado, conseguiu vencer o duelo com o jovem alemão Jochen Mass que fez boa estreia terminando na 7ª posição. Essa foi a 1ª vez que 3 pilotos brasileiros, marcaram pontos em uma prova do campeonato mundial de F1. 


A briga nervosa com Carlos Reutemann segurando o qto pôde o seu futuro companheiro de equipe Carlos Pace, com Wilsinho Fittipaldi colado no Surtees e Emerson Fittipaldi um pouco mais atrás. Reutemann abandonou com o motor quebrado.
José Carlos Pace nos boxes durante os treinos. Finalmente o Surtees TS 14A não deu problema e Moco pôde mostrar o seu incrível talento no desafiador circuito alemão.
José Carlos Pace contornando a famosa curva do Karrousell . Moco fez até então a sua melhor apresentação na F1.
Moco... literalmente voando em Nurburgring...quebrou 3 vezes o recorde de volta.
Wilson Fittipaldi voando para a conquista da 5ª colocação. Depois da brilhante corrida em Mônaco o Tigrão andou muito no desafiador circuito alemão , mostrando todo o talento que tem.
Emerson Fittipaldi fez ótima corrida dadas as suas condições físicas. O 6° lugar foi conseguido com muita luta e determinação.


Jackie Ickx conversa com Teddy Mayer o chefão da McLaren. Grande corrida do belga.
Jacky Ickx... adaptação maravilhosa ao McLaren M23.
O belga Jacky Ickx mandou a bota no McLaren M23.. Andou muito.

O "escocês voador". Fazendo juz ao apelido, Jackie Stewart rumando para o seu 27º e último triunfo. Além da pole position nos treinos, que também foi a sua última, Stewart também liderou todas as voltas . Grande vitória . Praticamente selou a conquista do seu 3º título mundial.

Jackie Stewart recebe a bandeirada de vencedor. Um passeio do escocês ...grande vitória.

O podium ... Ken Tyrrell ergue os braços de Stewart e Cevert após vitória triunfal da sua equipe . Foi a última vitória de Stewart, a última dobradinha da dupla Stewart , Cevert. Uma corrida que após os acontecimentos de outubro de 1973 no GP dos EUA , foi uma despedida.



Há 50 anos.

Ronaldo Nazar



domingo, 11 de junho de 2023

Le Mans 2023 por Ronaldo Nazar

 

A Ferrari 499F vencedora de Alessandro Pier Guidi/James Calado/Antonio Giovinazzi.

Essas 24 Horas de Le Mans  de 2023 com as Ferraris brigando pela liderança e tendo sido as mais rápidas nos treinos, me fizeram lembrar a edição de 1973, quando as Ferraris também largaram na 1^ fila. E aí é que bate a saudade… José Carlos Pace tendo como parceiro de equipe Arturo Merzario foram os 2° colocados. Moco foi o 1° brasileiro a participar da mais famosa prova de Endurance do planeta depois de 10 anos. 

As 312PB Coda Lunga de José Carlos Pace/Arturo Merzario na pole e Jacky Ickx/Briam Redman.
Bandeira verdeeeee... Arturo Merzario pula na frente tendo no seu vácuo as Matras Simcas de François Cevert, Henri Pescarolo que foi o vencedor, Jean Pierre Jaboullie, Brian Redman...
Fim da 1ª volta, Arturo Merzario vem disparado na liderança.

José Carlos Pace na sua estreia em Le Mans obteve um excelente 2° lugar para a Ferrari.
A 312BP  de Ickx/Redman com o belga ao volante.
A Matra vencedora tendo Henri Pescarolo no comando seguido da Ferrari 312 PB tocada por Brian Redman que abandonou.
Christian Heins o Bino pilotando o Alpine em Le Mans 1963. Infelizmente veio a falecer durante a corrida.


Christian Heins tinha participado da corrida de 1963 e infelizmente veio a falecer devido a um acidente quando derrapou numa mancha de óleo e o carro um Alpine pegou fogo. Bino como era chamado o GRANDE Christian vinha na 3^ colocação brigando pela vitória. Uma tremenda perda para o automobilismo brasileiro e mundial que agora faz 60 anos do seu precoce desaparecimento aos 28 anos. E que os brasileiros façam uma bela prova. Felipe Nasr com o Porsche Penske nos Hiper Cars e Pietro Fittipaldi na LMP2 tem grandes chances de vitória.

Ronaldo Nazar

Resultado final 2023



---------------------------------------------------------------------------------------------------

A previsão do Ronaldão se confirmou e a Ferrari venceu após um longo jejum, quando ela virá para Formula Um?  
Ela veio setenta e quatro anos após a grande vitória de Luigi Chinetti em 1949 conduzindo a Ferrari 155 quando pilotou por mais de vinte e três horas e meia, tendo como parceiro Lord Selsdon.

Rui




segunda-feira, 22 de maio de 2023

Mr. Monaco - por Ronaldo Nazar

 

1969 - Recebendo o troféu de  Rainier III.

18 de maio de 1969. 

Na disputa do GP de Mônaco o bicampeão mundial Graham Hill vence no principado pela 5^ vez. Daí veio o "apelido" Mister Mônaco. Essa foi a última vitória do londrino em provas válidas pelo campeonato  Mundial. Foi também a 1^ vitória de um piloto usando o capacete inteiriço, que cobre toda a cabeça na F1.O recorde de Hill perdurou até 1993, quando Ayrton Senna venceu lá pela 6^ vez. Recorde que perdura até hoje. Hill por sua vez segue sendo o único piloto que conseguiu vencer a tríplice coroa.GP de Mônaco, 24 hs de Le Mans e as 500 milhas de Indianapolis.

1963 - A primeira vitória com BRM P57, seguido de Clark com Lotus 25, .
1964 - BRM P261, 3º no grid e melhor volta na corrida.
1965 - BRM P261, com pole e melhor volta.
1968 - Lotus 49B com pole.
1969 - Lotus 49B com o #1 de Campeão do Mundo.
1969 - Seguido por Beltoise com Matra MS80.
1966 - Vitória em Indianapolis 500.
24 Horas Le Mans 1972 - Hil/Pescarolo  Com Matra-Simca MS670.
Na chuva!


Ronaldo Nazar

 







 


























sábado, 28 de janeiro de 2023

GP da Argentina 1973 por Ronaldo Nazar

 

Stewart, Emerson e Cevert


E foi no dia 28 de janeiro de 1973, que escreveu-se uma das mais belas páginas das corridas em todos os tempos. Local, Autódromo Municipal de Buenos Aires. A corrida , prova inaugural do campeonato mundial de fórmula 1 . Os protagonistas... Emerson Fittipaldi, François Cevert e Jackie Stewart. O início da mais esperada temporada de F1 com o duelo direto entre Emerson Fittipaldi o novo campeão mundial e o escocês Jackie Stewart bicampeão mundial 1969/1971, que queria porque queria ganhar o tri em 1973 e assim encerrar a sua brilhante carreira como tricampeão. Havia ainda mais atrativos para engrossar o caldo.  O recorde de vitórias de outro escocês voador Jim Clark estava perigosamente ameaçado pelo compatriota Stewart. Faltavam apenas 3 vitórias para que Jackie igualasse o recorde de Jim.  O regulamento mudava em favor da segurança. A CSI resolveu se mexer após tantas mortes de pilotos. Esses mesmos pilotos liderados por Jackie Stewart vinham num movimento cada vez maior em prol desse importante quesito. Sendo assim as equipes deveriam a partir da 4ª etapa , Espanha , apresentar seus carros com a estrutura do chassi deformável quando em colisões frontais. Os tanques de combustível, deveriam ser de borracha ao invés dos até então metal rígido, usados desde os primórdios. Tentava-se assim diminuir os tão frequentes incêndios. O que se veria é que como sempre a teoria e a prática nem sempre convergem. A prova foi o pavoroso acidente de Clay Regazzoni no GP da África do Sul e o acidente fatal da jovem promessa inglesa Roger Willinson com transmissão via TV ao vivo para todo planeta das cenas horríveis durante a disputa do GP da Holanda . Do lado técnico, após anunciar a sua retirada a Firestone, que era o pneu campeão pois equipava a Lotus, resolveu continuar. Só que aí já era tarde. As duas grandes forças foram para a Goodyear, Lotus e Ferrari. O fabricante americano de pneus começava com grande vantagem sobre sua concorrente tb dos EUA. A equipe campeã JPS Lotus, tinha como principal piloto o brasileiro Emerson Fittipaldi o vencedor do título de 1972. O seu companheiro equipe seria outra fera, o sueco Ronnie Peterson, que substituiria o medíocre australiano David Walker, que após brilhantes temporadas nas fórmulas menores, simplesmente parece que esqueceu como andar rápido.  Colin Chapman, faria alterações nas suspensões para que a vencedora Lotus 72, continuasse seu reinado. E parece que o Gênio acertou a mão mais uma vez. Os pneus Goodyear caíram como uma luva na 72 D. Na Tyrrell apesar de fechar a temporada de 1972 com duas dominantes vitórias nas derradeiras corridas no Canadá e EUA, o competente projetista Derek Gardner passou os meses de novembro e dezembro debruçado sobre a prancheta desenhando novas atualizações para a nova Tyrrell agora denominada 005/2 a de Stewart e 006/2 a de Cevert. A ordem de Tio Ken Tyrrell era ser campeão de preferência com o super escocês Jackie Stewart. Cevert seria o fiel escudeiro. Com toda certeza o promissor piloto francês seria o 1º piloto a partir da temporada de 1974, com Stewart atuando como consultor técnico. Mas como quase sempre a teoria diverge da prática. Que pena Cevert. No resto do grid, tínhamos mais uma vez uma claudicante Ferrari com seus eternos problemas internos, com o Comendador Enzo Ferrari dispensando Clay Regazzoni e contratando o pequeno mas bom piloto Arturo Merzario para ser o companheiro do belga Jacky Ickx, que já não tinha aquela MOTIVAÇÃO TODA. Iniciariam a temporada com velha e confiável 312 B2 em seu 3º ano, aguardando a tão sonhada 312 B3, que era conhecida nos bastidores como a Ferrari Lotus, dado o seu desenho em cunha.... seria um grande e estrondoso fracasso. A Mclaren veio para a América do Sul do mesmo jeito que terminou a ótima temporada de 1972. Os pilotos, Denny Hulme e Peter Revson e o M19C. Era aguardada o novíssimo M23 que estrearia na 3ª etapa na África do Sul. A BRM após uma temporada em que desperdiçou importantes chances com excesso de carros, devido ao polpudo patrocínio da Marlboro, agora vinha enxuta, com apenas 3 carros. Jean Pierre Beltoise continuava sendo o principal piloto, secundado por Clay Regazzoni e a jovem promessa Niki Lauda. O modelo P160 revisado e prometendo um motor mais potente. A Brabham dispensou os serviços do bi campeão Graham Hill que resolveu montar o seu próprio time, seguindo o caminho de Jack Brabham, Dan Gurney, Bruce Mclaren, John Surtees. Graham estrearia na Espanha, junto com outra equipe a americana Shadow. Carlos Reutemann e Wilson Fittipaldi Jr seguiriam junto com o projetista Gordon Murray, que finalizava o esperado BT42. Bernnie Ecclestone o dono do time, cada vez mais usava a sua astúcia para ir dominando os bastidores do circo da F1, e a partir de então, transformando-o e um negócio altamente lucrativo. O baixinho de bobo não tinha NADA. A equipe Surtees vinha de um ano mediano e já tinha feito a lição de casa, estreando na Argentina o novíssimo TS14A para Mike the Bike Haillwood e seu novo companheiro de equipe o brazuca José Carlos Pace que tinha feito ótima estreia na corrida dos campeões em Brands Hatch, onde chegou na 2ª colocação. Pace deixou o time de Frank Williams que por pouco não faliu de vez. O perspicaz inglês, juntou-se à empresa italiana Iso Rivolta. Juntos conseguiram o patrocínio da Marlboro italiana e reestruturaram a equipe que contava agora com o neozelandês Howday Ganley e o italiano Nanni Galli. A March depois da perda do sueco Ronnie Peterson e de Niki Lauda e um mal campeonato em 1972, estava praticamente na roça. Veio para a Argentina com apenas um carro para o novo integrante da equipe, o francês Jean Pierre Jarier. No carro particular continuava o inglês Mike Beuttler. A grande ausência seria a equipe Matra que declinou da F1 para focar no campeonato mundial de Marcas. Com isso por enquanto o neozelandês Chris Amon estava a pé. Nos bastidores havia rumores que ele seria a grande cartada da equipe Tecno que preparava um novo modelo. Ao todo apresentaram-se para disputar o gp argentino, 19 carros. Nos treinos classificatórios as surpresas já começaram acontecer. Clay Regazzoni cravou a pole, provando mais uma vez que mandava o sapato onde sentasse. A BRM ainda comemorou o 7º tempo de Jean Pierre Beltoise. E a Firestone tb estava VIVA. Com o 2º tempo, a 3 décimos do pole, o campeão mundial Emerson Fittipaldi mostrou que não estava para brincadeira. Abrindo a 2ª fila, e como sempre veloz o belga Jacky Ickx ladeado pelo escocês Jackie Stewart numa não tão costumeira 4ª posição. Na 3ª fila Peterson estreando relativamente bem na Lotus e François Cevert que não gostou nada do seu posicionamento. O francês deixou escapar que tinha ótimo carro para a corrida. Os brasileiros Wilson Fittipaldi fez o 12º tempo, dentro do esperado no BT 37 que ele usava pela 1ª vez. José Carlos Pace após um monte de problemas conseguiu o 15º tempo. O novo Surtees tinha que ser ainda bem desenvolvido. 


Clay na pole.
Na largada o Rato pula na frente, Ickx tenta enfiar a Ferrari entre eles.
Clay já na ponta com Cevert e Emerson.







Na largada Emerson conseguiu um ótimo pulo, ponteou os primeiros 100 metros que foi ultrapassado simultaneamente por Clay Regazzoni e François Cevert que veio babando da 3ª fila.  Ao fecharem a 1ª volta das 96 voltas previstas, Regazzoni liderava, seguido de Cevert, Emerson, Peterson, Beltoise, Ickx, Hulme, Stewart que fez péssima largada, Reutemann e Revson.  Wilsinho em 11º e Moco em 13º. Na 3ª volta Stewart começa e sua ascenção, ultrapassando o campeão mundial de 1967 Denny Hulme. Logo atrás Peter Revson passa Carlos Reutemann que passa a correr secundado por Wilson Fittipaldi e Niki Lauda que fazia uma boa estreia na BRM. Estamos na 7ª volta e Stewart passa Ickx indo para a 6ª posição. Lá na frente tudo igual. Todos economizando pneus, esperando os tanques baixarem, já que naqueles tempos não havia pit stops. Piloto tinha que se virar com o mesmo jogo de pneus e acertar nos ajustes de suspensões para que o carro tivesse desempenho satisfatório do começo ao fim da corrida. Regazzoni liderava sóbrio seguido de Cevert,Emerson,Peterson, Beltoise,Stewart. Todos juntos. Um pouco mais atrás, Ickx começou a ficar seguido de Hulme, Revson, Reutemann, Wilsinho, Lauda. Na 11ª volta abandono simultâneo tirando a equipe Surtees da corrida. Moco com várias vibrações dos pneus Firestone sobre a suspensão que não resiste e quebra, Hailwood tem o diferencial quebrado. Muito trabalho pela frente para o time. Na 13ª volta Stewart passa Beltoise e assume a 5ª posição colado em Peterson. O escocês como sempre fazendo uma bela corrida. Na 16ª volta Carlos Reutemann abandona com pane na caixa de marchas. A torcida argentina fica frustrada. A corrida segue sem novidades com os 5 primeiros andando juntos até que na 24ª volta Stewart passa Peterson assumindo da 4ª posição. O sueco começa a ter problemas no motor da Lotus. 


Cevert passa Clay e Stewart encosta em Emerson.
Wilsinho e a Brabham.




Na 29ª volta François Cevert ultrapassa Clay Regazzoni. O suíço tem mais uma vez um azar danado. Assim como no GP de 1972, Regazzoni passa na reta de chegada e um pedaço de papel aloja-se no bico do BRM, fazendo o motor perder rendimento devido alteração na temperatura do mesmo. O suíço começa a perder posições até ter que recorrer aos boxes. Na 30ª volta Stewart faz uma manobra espetacular e ultrapassa Emerson Fittipaldi indo para a 3ª posição. Na 32ª volta Stewart passa por Regazzoni fazendo a dobradinha da Tyrrell. Depois de passar a 1ª volta na 9ª posição fez uma recuperação estupenda. Na 33ª volta Emerson finalmente passa Regazzoni fixando-se na 3ª posição. Na 34ª volta é a vez do sueco Ronnie Peterson ultrapassar Regazzoni. Assim tínhamos nesse momento da corrida as 2 Tyrrell, as 2 Lotus e as duas BRM nas 6 primeiras posições. Depois vinham Ickx já bem atrasado com sua Ferrari, as duas Mclarens de Hulme e Revson e já bem atrasados, mas correndo juntos Wilsinho e Lauda. Cevert liderava com maestria e começava a abrir de Stewart que começava a perder terreno para Fittipaldi. O esforço do escocês para voltar para o bloco dianteiro começava a cobrar o preço devido ao maior desgaste de pneus. Na 47ª volta o Belga Jacky Ickx finalmente ultrapassa seu ex companheiro de equipe Clay Regazzoni alojando-se no 5º lugar, mas distante 30 segundos do quarteto líder da corrida. Na 58ª volta Regazzoni vai aos boxes devido a um furo no pneu traseiro. Faz a troca os mecânicos tiram o papel que tanto atrapalhava o desempenho do BRM e o suíço retorna à prova na 12ª posição. Na 60ª volta Emerson já está colado no câmbio de Stewart e os dois iniciam uma tremenda batalha pela 2ª colocação. O escocês apesar do desgaste de pneus vai fechando a porta para o brasileiro e assim Cevert vai abrindo na ponta. A vantagem do francês sobre a dupla já é de 3 segundos. Ronnie Peterson já vem a 10 segundos dos ponteiros com sua Lotus perdendo cada vez mais rendimento. Na 67ª volta o austríaco Niki Lauda encerra sua estreia na BRM abandonando com o motor estourado. Na 75ª volta Wilson Fittipaldi ultrapassa Beltoise ganhando a 7ª posição. Na 76ª volta Emerson Fittipaldi após 40 voltas de luta intensa consegue ultrapassar Jackie Stewart, não antes de ser espremido pelo escocês, que vendeu caro a posição. Emerson teve que pôr os dois pneus direitos na grama para consolidar a ultrapassagem. Agora o brasileiro tinha que ir buscar Cevert que abrira 4,6 segundos na ponta. Estava difícil, mas não impossível. 


Cevert, Stewart e Emerson indo a sua caça.
Já colado...
Lauda sai para as Feras...

Vindo com tudo num belo sobresterço para cima de Cevert.





Na 79ª volta Emerson Fittipaldi na sua caça a Cevert crava a melhor volta corrida, 1'11¨22'" novo recorde da pista argentina. Na volta 82 Emerson cola na traseira de Cevert . Faltando 14 voltas para o término da corrida esse duelo estava pegando fogo. Todos os 10 mil brasileiros que se deslocaram para a Argentina, que estavam assistindo a corrida das arquibancadas estavam de pé torcendo muito por Fittipaldi. Na volta 86, na curva La Horquilla, Emerson retarda a freada em manobra radical, conseguindo surpreender Cevert que nada pode fazer para defender-se. O francês é inapelavelmente ultrapassado pelo brasileiro, que vai para a ponta e começa abrir vantagem. 


Se cuida François...




Nas 10 voltas restantes Emerson roda num ritmo seguro controlando Cevert que se contenta com a 2ª colocação. O brasileiro cruza a linha de chegada ganhando uma corrida de forma espetacular com 4.5 segundos de vantagem sobre Cevert. Jackie Stewart chega na 3ª colocação a mais de 30 segundos. O belga Jacky Ickx resiste com sua Ferrari terminando na 4ª colocação a mais de 40 segundos de Emerson. Em 5º lugar o velho urso Denny Hulme , seguido por Wilson Fittipaldi que com o 6º lugar marca o seu primeiro ponto no campeonato mundial em espetacular corrida com o já ultrapassado Brabham BT37. Pela 1ª vez em uma corrida válida pelo mundial dois irmãos marcam pontos numa mesma prova.  Após o pódio a torcida brasileira levou Emerson nos braços celebrando essa brilhante vitória. Foi uma grande vitória do campeão mundial Emerson Fittipaldi. O automobilismo estava devidamente emplacado no coração do torcedor brasileiro, que iria ficar mais feliz ainda com nova vitória de Emerson, só que agora no GP Brasil. Tudo isso há 50 anos.... EEeeehhhh saudadeeeeee....




 

Ronaldo Nazar

 

Post original do Ronaldo no Facebook.


______________________________________________________________________

 

Ronaldão, meu irmão do coração, não lembro o motivo, mas não assisti esta corrida e lendo seu relato parece que estava ao seu lado na mureta dos boxes em Buenos Aires com você berrando ao meu lado a cada momento. Quem assistiu diz que foi a corrida da vida do Rato e lendo seu relato concordo.

A Sonia e a você, o querido casal, um beijão no coração.

 

Ronaldão, Caranguejo – Carlos Henrique Mércio e eu escrevemos sobre o GP da França 1973... 

GP DA FRANÇA 1973 




quinta-feira, 7 de julho de 2022

Conta Ronaldão...

 




Junho de 1972. O "namoro" já vinha a quase um ano. Desde a vitória no GP da loteria em Monza 1971 numa prova de fórmula 2 não válida pelo campeonato europeu, o Comendador Enzo Ferrari, ficou interessado naquele brasileiro com sobrenome "oriundi", José Carlos "PACE", o nosso querido Moco. Após esse período , finalmente um teste foi marcado em maio de 1972 na pista particular da Ferrari em Fiorano.  Moco pilotou a Ferrari 312 P, líder do mundial de Marcas. Bastaram 10 voltas para que Pace igualasse o recorde da pista que era do italiano Arturo Merzario. Antes do recorde, Moco deu 10 voltas, voltou aos boxes e pediu ajuste no banco que estava muito próximo do volante, e modificações na suspensão dianteira. Aí foi voltar pra pista, percorrendo mais 10 voltas e o recorde estava igualado. Além de mostrar um incrível poder de adaptação e velocidade em um carro onde nunca tinha andado, Moco tinha assegurado a sua participação nos 1000 km da Áustria onde faria grande corrida e seria 2º colocado ao lado do austríaco Helmut Marko. Ao final do teste o próprio Comendador Ferrari, foi à pista e comentou com o chefe de equipe Peter Schetty. Olha só quem está aqui Peter. Veja se dessa vez vc não o deixa escapar, disse em tom de brincadeira. Os meninos brasileiros estavam encantando o mundo... Há 50 anos. Na foto podemos ver Jacky Ickx na Ferrari 312 F1 tendo ao lado direito de terno e chapéu o Comendador Enzo Ferrari. Na Ferrari 312 P atrás está José Carlos Pace  no volante conversando com a equipe .

Ronaldo Nazar





sexta-feira, 19 de novembro de 2021

GP do Brasil 1973 - Interlagos - a saga de Luiz...

 

Uma "leve" saída de frente no Bico de Pato!





 Confesso a vocês que escrevi um longo texto sobre a participação do Luiz neste GP. Quanto mais escrevia mais situações vinham em minha memória, deletei tudo.

Deletei ao lembrar de um advogado que tive, membro de um grande escritório, era sábio e ponderado e me dizia sempre “falar é prata, calar é ouro”, e nesse instante lembrei de outra dele “é ouro sobre azul”.

Luiz era ouro sobre azul.

Dedico este aos queridos amigos que foram muito próximos ao Luiz em seu final de vida; Bird, Chico e ao casal Sonia e Ronaldão Nazar.

 

 

Rui Amaral Jr