A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

A ESTRÉIA DO MAVERICK

 Essas duas fotos são do livro do Bird e do Luiz, a de cima, do livro do Luiz nos treinos dos 500 KM com um autógrafo do Bird onde escreveu "Bons Tempos"...obrigado Bird, vocês foram um exemplo! Me intrometendo no post do Caranguejo, Rui.  
Affonso, Marivaldo, Nilson, Bird, Luiz e Tite.

Em junho de 1973, após o lançamento do Ford-Maverick, podemos dizer que tivemos um mini-torneio (não-oficial) de cinco provas, do tipo endurance, com a estréia do Maverick nas pistas e a presença dos grandes pilotos da época. De forma oficiosa, não seria leviandade declarar o campeão dos Mavericks o piloto que tivesse a melhor performance nestas corridas.

Foram as seguintes as provas:

-25 Horas de Interlagos;

-500 Km de Interlagos;

-6 Horas de Tarumã;

-200 Milhas de Interlagos;

-Mil Milhas Brasileiras.

 25 Horas-Bird/Nilson.
25 Horas Luiz/Tite/Alex.
 Luiz e Tite vencem os 500 KM.

Luiz x Bird nos 500 KM.


De um lado estavam Bird Clemente na equipe Dropgal Ford (comandada pelo lendário Luiz Antonio Greco); no outro, Luiz Pereira Bueno na equipe Hollywood (capitaneada por Anísio Campos). Na estréia dos Mavecos, Bird ao lado de seu irmão Nilson e do gaúcho Clovis de Moraes saíram na frente com vitória na tradicional 25 Horas de Interlagos, em agosto. Peroba, secundado por José Renato Catapani e Alex Dias Ribeiro, atrasou-se e terminou em quinto. Nos 500 Km de Interlagos, os irmãos Clemente correram em dupla e L.P. Bueno inscreveu-se com Catapani. Os dois ex-pilotos da Equipe Willys (Luizinho e Bird) reviveram seus melhores tempos e lutaram por cada centímetro da pista. Impossível prever o vencedor, diante de dois pilotos de tamanho gabarito. A vitória viria no detalhe. Quando Nilson Clemente entrou nos boxes, errou o pit e as chances da equipe Hollywood aumentaram. Quando foi a vez do carro #11 ir para os boxes para o reabastecimento, foi necessário trocar os pneus (os do lado direito) e Luizinho e Tite demoraram a voltar. Após um último esforço, Bird /Nilson venceram o segundo round. Para as 6 Horas de Tarumã, novidades nas equipes. Nilson Clemente não veio ao sul e foi substituído por Ismael Chaves Barcellos e Clovis de Moraes retornou à Dropgal Ford. Na Hollywood, Luizinho preferiu ficar coordenando dos boxes e cedeu seu lugar ao Lequinho Ribeiro. Apesar da tripulação do #20 ser de maioria gaúcha, o trio Bird/Clovis/Ismael teve problemas e terminou em segundo. Os vencedores foram Tite Flecha/Alex, com a dupla Pedro Carneiro Pereira/José Asmuz em terceiro, com o melhor Opala (sim, era aquele que Bird Clemente desenvolvera para a quebra do recorde brasileiro de velocidade, três anos antes). A etapa seguinte seriam as 200 Milhas de Interlagos, mas surpreendentemente, desta vez a ausência ficou por conta da Equipe Dropgal-Ford, talvez preparando o carro para as Mil Milhas. Então quer dizer que Luizinho/Tite estavam de sangue doce, sem adversários na corrida? Que nada. A dupla Marivaldo Fernandes/Mario Patti Jr. da equipe Manah em outro Maverick, deram a maior canseira nos Hollywoodianos e só não venceram devido à quebra da alavanca das marchas e um atraso no pit-stop. A prova decisiva seriam as Mil Milhas, que não contariam com os Divisão 1, como nas quatro provas até então. Entrariam em cena os Divisão 3.

 Largada das Mil Milhas Brasileira 1973...Pedro na pole e Bird/Nilson com o 3º tempo.  


As Mil Milhas Brasileiras de 1973 foram disputadas pelos carros da Divisão 3, o que significaria um nível de preparação maior e alguma dúvida quanto à capacidade de resistência dos velozes D3 ante uma prova longa. A equipe Dropgal-Ford apresentava o #20 com um setup diferente: motorzão 302-V8 com quatro carburadores Weber 48 mm, 420 HP e Bird e Nilson ao volante, enquanto isso os Hollywoodianos...

 Nilson e Bird festejam a vitória nas 25 Horas com Greco e equipe. 


A equipe de Anísio não se inscreveu, o que animou a concorrência, outros Opalas e tais. Um deles, o do piloto Pedro Victor DeLamare foi o pole position. E de fato, no dia da corrida, DeLamare saiu feito um foguete, mas não agüentou por muito tempo. Com uma tocada segura, os irmãos Clemente foram os melhores e Bird encerrava assim sua brilhante carreira com vitórias nas mais importantes provas de turismo de então: as 25 Horas de Interlagos, os 500 Km e as Mil Milhas. Nada mau para quem só havia retornado às pistas para ajudar a carreira do irmão Nilson...

CARANGUEJO


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Porsche 550-1500 RS Spyder “Carrera Panamericana”


Volto ao assunto do Porsche 550 RS Spyder depois de alguns papos com amigos mais velhos que o conheceram de perto e parte de sua história. Volto sem empáfia ou soberba pois queiram ou não sou uma modestíssima parte desta história e afinal os “dotes” acima não fazem parte de meu ser já que desde que me propus a escrever tomo cada um de vocês como amigos e escrevo apenas para dividir o pouco que sei.
Hans Stuck Von Villiez foi um piloto famoso que pilotou para grandes marcas na Europa e por volta de 1954/55 aportou em terras brasileiras onde já havia corrido e obviamente como uma locomotiva da sociedade havia deixado amigos.  
Stuck trouxe ao Brasil em sua longa estada alguns grandes carros e entre eles um Porsche 550 que utilizou na Alemanha em provas de subida da montanha(adiante dou uma dica deste fato).
Não tenho a mínima idéia do que fez com o Porsche aqui, sei apenas que por volta de 1956/57 este carro aparece nas mãos de grandes pilotos brasileiros alguns como Chico Landi adversário dele na Europa e aqui.

Largada em Interlagos o própio Hans von Stuck com o que trouxe ao Brasil...
 derrepente aparece o 550RS Spyder para derrotar nas mãos de Christian alguns bichos papões de nossas pistas!
"Prova Prefeito Ademar de Barros" realizada em 30/11/1958. 
Os participantes são: 
82 - José Gimenez Lopes - Ferrari 250 TR (4ºlugar)
36 - Jean Louis Lacerda - Ferrari 750 Monza (2ºlugar)
46 - Celso Lara Barberis - Ferrari 250 TR (5º/Abandonou)
12 - Álvaro Varanda - Ferrari 250S (3ºlugar)
Na segunda fila 
9 - Christian Heins - Porsche 550RS (1ºlugar)
Bandeirada para Christian.
Chico Landi e o 550
Depoimento de Fernando Chaves "Rui, o Porsche 550 Spyder foi trazido pelo alemão Hans von Stuck, primeiro para o Circuito da Gávea e, depois para a corrida comemorativa do IV Centenário de São Paulo, ambas as provas realizadas em janeiro de 1954, conforme descreve o Bird Clemente em seu livro Entre Ases e Reis (pag.23). Bird ainda nos informa que esse carro foi adquirido pelo Ricardo Fasanello e que após um acidente de rua foi vendido ao Christian Heins. Ainda, de acordo com o Bird o carro foi enviando para Alemanha e voltou com um novo motor de quatro comandos. O Ciro Caires correu com esse carro em parceria com Christian nos Mil Km de Buenos Aires em 1957. Quando o Bino foi para Europa ele vendeu o carro para o Fritz D’Orey, conforme ele mesmo conta em entrevista para o Lito Cavalcanti. O Fritz fez cinco corridas com esse Porsche, quatro em Interlagos e uma no Rio no Circuito da Boa Vista. Em 1959 ele também vai para a Europa e o carro fica com o José Gimenes Lopes da Escuderia Tubularte. Nesse mesmo ano o Celso Lara Barberis corre com Porsche em Poços de Caldas MG e em 1960 em Piracicaba. Chico Landi também participou de três provas com esse carro. Em 1961 o seu irmão Paulo Amaral comprou o carro do Gimenes e correu com ele os 500 km de Interlagos, como está amplamente relatado em seu Blog. Esse carro voltou a pertencer ao Chico Landi e posteriormente ao Marivaldo que vendeu o chassi para os irmãos Fittipaldi que a partir dele construíram o Fitti-Porsche. Espero ter contribuído um pouquinho, com a história desse “lendário” carro que andou por nossas terras. Um grande abraço."

Sei que “seu” Chico venceu com este carro uma prova de subida da montanha na Serra Velha de Santos e me parece que depois o carro foi vendido à Christian Heins...até então o Porsche era um 550 provavelmente 1952/53 com motor derivado do VW, Christian leva o carro para Porsche na Alemanha e o 550 volta um 550 RS 1500 Spyder totalmente diferente de carroceria e com o motor 1.500cc de duplo comando que tanto sucesso fez na América e Europa.
O que ouvi e o pouco que me lembro o 550 RS 1500 Spyder foi pilotado no Brasil e venceu com grandes pilotos como “seu” Chico, Christian Heins, Ciro Cayres, Celso Lara Barberis, José Gimenez Lopez e acredito que até Jean Loius Lacerda Soares.

José Gimenez Lopes e Jean Louis Lacerda Soares no Porsche que venderia ao meu irmão Paulo

 A carreta que transporta o Porsche era de Celso Lara Barberis

Os 500 KM de Interlagos 1961

Abaixo em Amaral em Revista

Talvez a primeira volta da corrida, Paulo largou...

Revista Quatro Rodas






1961 meu irmão Paulo e seus amigos Luciano Mioso e Victor Simonsen (Victor era então namorado de minha irmã Cida) compram o carro de Gimenez Lopez para correrem os 500 KM de Interlagos daquele ano, por problemas outros Victor não correu e Luciano e Paulo levaram o carro ao 5º lugar e primeiro da categoria até 2.500cc. Nunca mais correram com este carro ou outro, não eram pilotos e sim entusiastas e o 550 RS Spyder ficou na garagem de nossa casa por um longo tempo e junto com meus amigos sentávamos ao volante fingindo pilotar em Interlagos, Le Mans, Spa até chegar um adulto e sermos expulsos dele! 
Já escrevi sobre, foi o primeiro carro de corridas em que andei, tinha então 8 anos e meu irmão me levou à algumas voltas pelo Anel Externo de Interlagos...desde a primeira vez que entrei em um Box o cheiro da gasolina, óleo, pneus entrou pelas minhas narinas e se alojou em meu ser, o vento que bateu em meu rosto naquelas poucas voltas ainda hoje agita meus cabelos e essa paixão perdura até hoje...fez parte de cada vez que entrei em uma oficina, nas horas e horas em que passei vendo meus mecânicos mexendo em meus carros, nas inúmeras horas em que numa pista lutava para acertar um chassi ou motor e nas inúmeras largadas e bandeiradas...e ainda hoje agita meus cabelos cada vez que piso em uma pista!
Pois bem, aquele carro prateado com os bancos vermelhos escuro ficou em minha casa por um bom tempo depois dos 500 KM, os troféus no quarto de meu irmão, o capacete com aquela viseira eu afanava de vez em quando para descer feito louco aquelas belas ladeiras do Pacaembu em meu super carrinho de rolimã.
Da corrida meu irmão falecido no ano que passou já contou aqui alguma coisa, algumas coisas que ficaram para trás lembro agora, como no dia em que ele me contou que ao se preparar para largada chega Christian Heins e diz à ele que com aquela garoa venceria facilmente a corrida. Outra coisa que me chamou atenção foi o Paulo contar que o cambio apesar de ser o tradicional 4 marchas e H possuía uma marcha que ele chamava “primina”, situada ao lado da primeira precisava que a alavanca de cambio fosse levantada para engatar e eles nunca usaram essa marcha pois era muito curta! 
Depois do tempo em que ficou em nossa garagem o carro foi vendido ou trocado por um dos carros de rua de meu irmão, ele nunca lembrou para quem foi...
Não pesquisei o suficiente  para saber quem mais pilotou o carro depois dos 500 KM de 1961...




...quase ao final do ano de 1967 aparece a noticia que os irmãos Fittipaldi estavam fazendo um protótipo com motor Porsche e este protótipo nada mais era que o Porsche 550RS com um motor Porsche 2 litros que equipava um dos KG-Porsche da Dacon. Pelo que me contaram do carro usaram o chassi, suspensões, freios e cambio, fazendo uma bela carroceria usando rodas bem mais largas, carro rapidíssimo e que com a ida dos irmãos para Europa foi vendido ao piloto brasiliense Antonio Martins e pouco se sabe sobre o seu paradeiro atual.
Cerca de seis meses atrás fiquei sabendo pelo então dono do motor original que havia vendido um pouco antes.

Final do ano passado, após a morte de meu irmão minha sobrinha Viviane Amaral me entrega um dos troféus que ele recebeu nos 500 KM, lembro que eram dois, este pela vitória na categoria e outro pela colocação na geral que cada um dos pilotos recebeu. Hoje ele repousa muito bem guardado em minha casa.   

É um pouco do que sei e me foi transmitido por meu irmão e alguns amigos..

Rui Amaral Jr


A réplica de meu amigo Juan!


Porsche 550-1500 RS Spyder “Carrera Panamericana”1954-1955

Motor: refrigerado a ar quatro cilindros flat
Válvulas: duas por cilindro acionadas por dois comandos por cabeçote. 
Cilindrada: 1,498 ccm
Diâmetro e curso: 85 x 66 mm
Potencia máxima: 117 bhp (86 kW) at 7,800 rpm
Torque: 129 Nm (95 ftlb.) à 5,300 rpm
Alimentação: dois carburadores Solex 40 PJJ duplos
Transmissão: cambio 4 marchas + ré, diferencial autoblocante ZF 
Freios: Hidráulicos à tambor
Velocidade máxima: 220 km/h (137 mph)
Peso: 550 kg
Pneus; dianteiros 5.00-16 traseiros 5.50-16
Entre eixos: 2100 mm
Comprimento:3.600mm
Largura:1.550mm
Altura:1.015mm 


Meu muito obrigado ao grande Bird, Milton Bonani e Fernando pelas fotos e pelo carinho! 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Bird Clemente


Distraído como sou não conhecia o site do Bird, desculpem minha ignorância, principalmente você campeão. 
Breve vou mostrar algumas surpresas à vocês e na barra lateral do blog o link permanente para o site.
Abraços à todos

Rui   

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Bird Clemente

De uma deliciosa conversa ontem com Bird, e meu amigo Sergio Albuquerque, algumas das fotos de seu arquivo que pedi à ele, o arquivo é extenso e algumas das fotos ele recebeu da família de seu grande amigo Jorge Letry.
Obrigado Bird, um forte abraço.

Rui Amaral Jr

Bird ao volante de seu Landi-Bianco Formula Jr Bird olha Jorge Letry, seu amigo e mentor, regular algo no motor DKW. 
Jorge Letry, Reis - Antônio Manuel da Silva Reis - agachado, Marinho - Mario Cesar de Camargo Filho - e Bird ao volante.
De óculos José Gimenez Lopez tendo ao seu lado Jean Louis Lacerda Soares no Porsche 550 Spyder, notem a bandeira brasileira no carro, ao fundo a placa Radiadores Bongotti da família de meu amigo Milton Bonani. Este é o carro que Gimenez Lopez vendeu ao meu irmão Paulo que com seu amigo Luciano Mioso correram os 500 KM de Interlagos 1961.


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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Seis Horas de Curitiba por Ari Moro

Lá se vão quatro anos desde que a Graziela Rocha me apresentou o Ari e ele me presenteou com alguns exemplares de seu jornal e autorizou a reprodução das matérias. Caros Ari e Graziela é sempre uma honra e um privilégio te-los aqui, um forte abraço e obrigado! 

Post de Quinta-Feira, 13 de agosto de 2009
Assim Ari Moro contou as Seis Horas de Curitiba,


A carretera 27 de Altair Barranco/José Grocoski.
"Se eu tivesse que escolher, preferiria quebrar o carro, mas, sentir o gosto de estar liderando uma prova, do que levá-lo até o final da competição, sem quebrar, mas, terminar a corrida sem ter ponteado um instante sequer." Esta, uma declaração de Altair Barranco, talvez o mais popular, o mais comentado de todos os pilotos de carreteira do Paraná, apesar de ter iniciado sua carreira numa época em que as competições automobilísticas começavam a experimentar uma nova fase, com a entrada em cena dos carros de fabricação nacional e o declínio do uso dos "carros adaptados", as famosas carreteiras.

Carretera Gordini Equipe Willys.
Carretera Gordini e um Ford.
A freada do fim da reta , briga entre Simca e DKW.
Carretera 12 de Bruno Castilho, chassi F 100, motor Mercury Interceptor e cambio Corvette.

AS SEIS HORAS DE CURITIBA


Em 1963, o jornal Gazeta do Povo promoveu a primeira das três emocionantes provas automobilísticas de rua, denominadas Seis Horas de Curitiba, reunindo pilotos locais e de outros Estados, sobretudo de São Paulo, de onde vieram nomes famosos como Bird Clemente e Wilson Fittipaldi, pilotando os Gordini e as Berlinetas Interlagos da equipe Willys. Daqui, além de Barranco, correram pilotos de peso como Bruno Castilho, Adir Moss, Osvaldo Curi (uma das carreteiras mais bonitas já feitas), Johir Parolim:
Cidalgo Chinasso, Orlando Hauer, Conrado Bonn Filho (Dinho), entre outros, além do famoso Angelo Cunha, da cidade paranaense de Laranjeiras do Sul (dono da primeira carreteira a usar aros tipo tala-larga na traseira).
A largada, no final da tarde, foi na avenida Presidente Kennedy, sentido bairro-centro, seguindo depois pela rua Mal. Floriano Peixoto, virando na avenida Presidente Getúlio Vargas, descendo a rua Brigadeiro Franco - na praça do Clube Atlético Paranaense, contornando esta praça e dali em frente por outras ruas até chegar na avenida Presidente Kennedy novamente;
Conta Barranco que, pouco antes da largada, teve um desentendimento com Adir Moss. O caso sofreu a interferência do dirigente de entidade automobilística Anfrísio Siqueira, o qual chamou os dois pilotos e disse-Ihes que só largariam se um apertasse a mão do outro e fizessem as pazes. E assim aconteceu.
Já na terceira volta Barranco liderava a corrida. Na esquina da Kennedy com a Mal. Floriano existiam umas tartarugas no meio da rua. Na primeira volta, Barranco passou por fora; na segunda, passou por dentro; e, na terceira, bateu com as rodas nas tartarugas, tendo que trocar uma delas depois. "Mesmo assim - relata - quando cheguei no final da reta da Mal. Floriano, na terceira volta, olhei para trás e não vi ninguém, nem o Gordini equipado com o motor R-8 francês dos paulistas. "
Mais tarde, Barranco entregou o volante ao piloto José Grocoski, seu companheiro de equipe. Grocoski, por sua vez, também na Mal. Floriano, pegou o meio fio e entortou uma roda da carreteira. O conserto do estrago custou à dupla um atraso de cinco voltas em relação "ao primeiro colocado. Na seqüência, Altair pegou o volante de novo e, ainda na esquina da Mal. Floriano com a Presidente Getúlio Vargas, perdeu uma roda traseira, cujo aro foi cortado por dentro, ficando só o seu miolo. "Várias pessoas correram até meu carro e ergueram-no - conta ele - enquanto eu trocava a roda. Mas, eu só dispunha de roda tamanho menor, que era usada na frente, correndo o risco de quebrar o diferencial. Assim, tive que dirigir a carreteira até o meu box, na Kennedy, a fim de trocar a roda novamente, por uma maior. "
Apesar de todos esses percalços, Barranco conseguiu tocar seu carro até o final da competição e colocá-lo em quarto lugar. A sua carreteira na oportunidade era um Ford cupê 1940 - nº 27, com motor Mercury e equipamento importado, três carburadores, dando-lhe 300 cavalos.

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

A história das berlinetas Interlagos


As berlinetas Interlagos marcaram época no automobilismo de competição brasileiro, no período de 1962 a 1967, enquanto foram fabricadas e durante o tempo em que existiu o departamento de competições da Willys Overland do Brasil, que reuniu equipe de pilotos de ponta formada por Wilson e Emerson Fittipaldi, Luiz Pereira Bueno, Bird Clemente, Luiz Carlos Pace, Francisco Lameirão e Carol Figueiredo, sob o comando de Luiz Grecco. Fabricadas com base no automóvel francês Alpine, as berlinetas eram leves, ágeis e velozes, além de bonitas e muito caras para o bolso do cidadão comum brasileiro.

Apesar de que o motor que as equipava não era de grande potência, quando preparadas para competição, na própria fábrica, tornavam-se quase imbatíveis sobretudo em circuitos fechados.

Foram inúmeras as vitórias obtidas por aquela equipe, no Brasil e no exterior, em provas de curta e de longa duração, inclusive quando ainda competiam as últimas carreteiras com motores infinitamente superiores em potência.


Após a extinção da equipe, os carros de competição da Willys Overland, entre eles 4 Interlagos, 2 Gordini 1.000cc e 2 Gordini 1.093cc, foram transferidos à Transparaná, empresa revendedora da marca com sede em Londrina/PR e por aqui correram por algum tempo ainda.

Tanto é assim que, a prova de inauguração da Rodovia do Café - Curitiba/Londrina - 802 quilômetros, foi vencida por uma berlineta pilotada por Ettore Onesti Beppe, que fez média horária de 151 km, chegando em segundo Ângelo Cunha (Laranjeiras do Sul) com carreteira Ford V8 (estava em primeiro, na volta, derrapou e saiu da estrada).

Uma das berlinetas da equipe, totalmente restaurada, repousa hoje na sala de visitas da casa do empresário curitibano Glaucio Geara.

Em outras duas oportunidades escrevemos aqui sobre o estilista espanhol Jesus Ibarzo Martinez, um dos responsáveis pelo projeto do protótipo Interlagos 1966, com muitos itens diferentes do carro brasileiro original no tocante à altura de para-brisas e vidros, painel, volante, bancos, espaço interno, para-choques, lanternas, faróis, capô traseiro e parte frontal e que seria apresentado no Salão do Automóvel/SP naquele ano.

Aos 83 anos de idade, o senhor Jesus reside na cidade de Itajaí-SC e forneceu-nos valiosas informações sobre sua vida profissional desde a Espanha e sobre as atividades do departamento de competições da Willys Overland do Brasil, incluindo foto do citado protótipo que mostramos hoje aos aficionados da berlineta Interlagos, além da foto da berlineta de competição (47) daquele empresário.

Agradeço ao amigo jornalista curitibano Ari Moro a parceria neste artigo, que foi publicado no jornal O Estado do Paraná no caderno especial Jornal do Automóvel de Curitiba

sexta-feira, 19 de março de 2010

Jesus Ybarzo Martinez - Prótipo Interlagos 1966

Recordar é viver...

Juan Manoel Fangio veio conhecer a fábrica da Willys Overland do Brasil em Interlagos. Lembrando que a fibra de vidro era uma novidade... na época os carros eram de chapas de alumínio - Fangio gostou e aprovou o teste, como podemos conferir nesta foto, onde colocou-se um capô de Willys sobre dois suportes de tábuas nas extremidades e pulando sobre o capô, Francisco Lameirão mostra a resistência deste novo material - a fibra de vidro.

Emil Schmidt,

Jesus Ybarzo Martinez, Juan Manoel Fangio, Luiz Antônio Greco,

Francisco Lameirão, José Carlos Pace e Expedito Marazzi.


Luiz Antônio Greco, Jesus Ybarzo Martinez, Juan Manoel Fangio, Emil Schmidt

Luiz Greco quando foi a fábrica da Willys-França e acompanhou por meses o processo da linha de montagem para implantarem na Willys Overland do Brasil S.A.

Os 'feras' da Willys Overland do Brasil - Departamento Carro Esporte

Luiz Pereira Bueno, Wilson Fittipaldi Jr, Luiz Antônio Greco (Chefe da equipe),

Carol Figueiredo, Francisco Lameirão, José Carlos Pace, Bird Clemente


Agradeço ao amigo sr. Jesus Ybarzo Martinez as fotos cedidas.