A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Bari 1948 - A grande vitória de Chico Landi - por Toni Almeida

Chico chega triunfalmente!


II GP de Bari – 30 de maio de 1.948.

Chico Landi desembarcou na Itália para correr com a mesma Maserati que correu no ano anterior com a qual foi muito bem pois estava em terceiro quando abandonou por problemas de carburação. Entretanto uma mudança no regulamento protagonizada pela retirada da Alfa Romeo da prova, em virtude de sua imensa disparidade para os demais carros, mudança da qual Chico Landi só veio tomar conhecimento quando já em território italiano, inviabilizou a inscrição da Maserati. Então Chico fez um treino de BMW mas logo viu que não teria chances e, quando já cogitava desistir da prova conseguiu alugar a Ferrari quase que de última hora.

No "ferro velho" que queriam que ele corresse!

Chico foi o único estrangeiro no grid, sendo todos os demais italianos, entre eles Bonetto, o então campeão, além de pilotos que vieram a tonar-se lendas como Nuvolari, Ascari, Farina, Villoresi e Varzi, este último que foi o vencedor desta mesma prova no ano anterior, com 50 voltas totalizando 275 km. Já esta segunda edição do GP de Bari teve o percurso total aumentado para 60 voltas, totalizando 320 km.

Dada a bandeirada inicial, Bonetto assumiu a ponta logo na largada e Ascari com problemas foi para o box, na segunda volta Ascari passa Taruffi e Farina assumindo o segundo lugar. Ainda na segunda volta, Nuvolari passou mal e entregou o carro para Cortese. Na terceira volta Chico Landi surgiu em terceiro lugar por conta da batida de Farina e na quarta volta pulou pra segundo.





A ultrapassagem na qual Chico Landi assumiu a liderança ocorreu a dez voltas do final da prova quando ele entrou por dentro numa curva passando Bonetto que acabou tocando com a roda dianteira de sua Cisitalia na roda traseira da Ferrari de Chico. Bonetto acabou capotando e sendo atirado para fora do carro, vindo a ficar desacordado por alguns momentos. Foi levado por espectadores para atendimento, mas assim que acordou voltou ao local do acidente e, com ajuda, destombou o Cisitalia e voltou à prova, conquistando um honroso segundo lugar a apenas 3 minutos de Chico Landi que completou os 320 Km da prova em 2h57min17s e 3/5. Varzi foi o terceiro a 3 voltas do primeiro colocado.

A organização do GP não dispunha do Hino Nacional Brasileiro e improvisou “O Guarani” para a cerimônia de premiação. O prêmio foi estabelecido em 1 milhão de liras para o primeiro, 500 mil liras para o segundo, 300 mil para o terceiro, 200 mil para o quarto, 150 mil para o quinto, 100 mil para o sexto e 75 mil para o sétimo colocado.




Pela grande perícia ao volante e por demonstrar uma pilotagem que levava em conta poupar o equipamento, o Comendador Enzo Ferrari demonstrou interesse, mas não se entendeu com Chico Landi para uma parceria futura por causa da cor do carro, pois Landi não abria mão da pintura verde e amarela.

Podemos afirmar sem dúvida que esta vitória abriu as portas do automobilismo internacional aos pilotos brasileiros e deve portanto ser passada às próximas gerações como o grande marco zero para os pilotos brasileiros no automobilismo internacional.

Um abração!        

Toni Almeida

O CIRCUITO

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

VALEU CAMPEÃO!

Dan Gurney - 13 de Abril de 1931 - 14 de Janeiro de 2018

Dan no Histórias
link

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

"Seu" Chico e a primeira vitória em Bari!

Ovacionado na chegada com a Ferrari 166 na revista que meu amigo Toni postou no Face.

Em nossas muitas conversas o Chico - Lameirão- se refere ao "seu" Chico o Landi como pai de todos nós que batalhamos nas pistas, ele foi amigo e conheceu de perto como era "seu" Chico nas pistas, eu vi algumas corridas dele e tive a grande honra de cruzar com ele em Interlagos em um treino se não me engano no Torneio Sulamericano de meu amigo Avallone, outro que é sempre lembrado com carinho. 
Vinha eu treinando com meu VW D3 ainda na Estreantes & Novatos quando na saída da curva Dois "seu" Chico passa voando por mim, se não me engano no Meta20 e acena...então meus amigos posso dizer que tive a baita honra de dividir a pista com uma Lenda!   



GP de Bari

A corrida pelas ruas de Bari era extra campeonato mas reunia a nata do automobilismo, em suas nove edições só feras venceram, nada menos que três campeões mundiais da Formula Um como vocês podem ver abaixo...e "seu" Chico venceu duas vezes!

Abaixo o texto de meu amigo Carlos em seu blog-Automobilismo por Carlos de Paula (link);
"Segundo, a lista de inscritos tinha peso muito forte. Alberto Ascari e Luigi Villoresi em Maseratis de fábrica, Felice Bonetto, Achille Varzi e Piero taruffi em Cisitalias de fábrica, além de Giuseppe Farina e o grande Tazio Nuvolari, em Ferraris de fábrica. Chico corria com uma Ferrari inscrita pela Scuderia Besana."

Ontem quando vi a reportagem confesso que me emocionei, afinal minha avó materna Emma Angrisani era Italiana e fiquei com muito daquele sentimento e afinal Bari apesar de ficar do outro lado da Bota no Mar Adriático fica à pouco mais de 120 KM da Salerno, no Mar Tireno, de minha vó. Logo pedi ao Toni para colocar em meu perfil do Face para compartilhar com minha amiga Rita filha de "seu" Chico.
Aquela frase abaixo da foto na reportagem, que eu já havia lido muitos anos atrás martelava em minha mente "Il Nuvolari D`América vincitore assoluto del II GP de Bari  all ariva della spasmodica corsa."

Tivesse Chico nascido na Itália ou nos EUA teria estatuas suas espalhadas como seu amigo Tazio, e muitos ou todos saberiam quem foi, a magnitude de sua lenda!

Aqui ela vive...e espero que muitos dos novos pilotos e pessoas que gostam do automobilismo leiam este post que escrevi com o coração na ponta dos dedos...

A Lenda Vive! 

À você Rita com amizade e carinho e à vocês Carlos e Toni meus amigos. 

Rui Amaral Jr


BARI 
OS NOVE GPs


1956      Stirling Moss      Maserati 300S   Sports car          
1955      Cesare Perdisa  Maserati A6GCS              Sports car          
1954      José Froilán González     Ferrari 625          Formula One    
1953      Não  realizado
1952      Chico Landi       Ferrari 225S        Sports car          
1951      Juan Manuel Fangio       Alfa Romeo 159               Formula One    
1950      Nino Farina        Alfa Romeo 158               Formula One    
1949      Alberto Ascari   Ferrari 166          Formula Two    
1948      Chico Landi       Ferrari 166          Formula Two    
1947         Achille Varzi       Alfa Romeo 158               Grand Prix

   

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O HOMEM QUE ODIAVA ENZO

Emilio Villoresi era o irmão mais novo de Luigi Villoresi. Compartilhava com Gigi o gosto pela velocidade e juntos participaram das Mille Miglia ou mesmo do Rally de Montecarlo, mas desenvolveram carreiras separadas. Enquanto Luigi optava pela Maserati, Mimi escolhia a equipe Alfa-Romeo, à época comandada por Enzo Ferrari. De futuro promissor, Emilio exibiu sempre habilidade comparável a de Luigi, mas seu destino era diferente.





Emilio e Luigi na Fiat 1500 no Raly de Monte Carlo 1937.
Mille Miglia 1933 - Gigi e Emilio foram  33ºs com a Fiat 508S Balilla.

Em junho de 1939, foi escalado para uma demonstração para jornalistas em Monza, a bordo da Alfetta 158. A famosa culinária italiana, o vinho... Após o almoço, Emilio foi para a pista, mas perdeu o controle e bateu forte em uma árvore. Devido aos ferimentos faleceu no dia seguinte. Luigi ficou arrasado e quando inquiriu Enzo, ele lhe disse que Emilio comera e bebera demais e sofrera uma congestão ao volante. Gigi desde então, passou a desprezar Enzo,mais ainda quando Consalvo Sanesi, outro piloto da Alfa-Romeo, contou-lhe que na verdade o equipamento é que falhara. Uma quebra no sistema de direção (já ouvimos falar em problemas na suspensão) provocara o acidente. "Como homem, Enzo não era bom", disse Luigi certa vez. Porém o mundo dá voltas. 

Gigi e Ciccio Ascari.
GP da França 1951 Reims - Gigi chega no quinto lugar com a Ferrari 375.
Gigi, Enzo e Ciccio!

Na década de quarenta, Villoresi foi até o homem de quem não gostava e com ele acertou a sua própria contratação e a de um jovem talento de quem era mentor: Alberto Ascari. E assim formou-se uma das primeiras duplas da Ferrari S.E.F.A.C. que produziria grandes resultados, até Ascari ir embora... papo para outro dia.                    

 CARANGUEJO

Gigi e a Maserati...ele sobreviveu!